130R

A saudade da 130R é inegável. Atravessamos o mundo e nos sujeitamos a acordar de madrugada sem pestanejar. Estamos no Japão, um dos maiores circuitos do mundo e com aquele carinho especial por termos títulos (e reverências) brasileiros nesse terreno tão especial.

Finalmente a F1 mostra algum foco no que realmente importa. Carros e Pilotos. Na pista e fora delas. Podemos discutir o campeonato. Podemos discutir a temporada de boatos. Podemos esperar a data que Alonso anuncia seu destino. Muito mais interessante e divertido do que discutir o que pode e o que não pode ser falado rádio entre equipe e piloto.

É a Formula 1 novamente focada em um campeonato que pode ser o mais emblemático e histórico das últimas décadas.

Vamos para a trigésima edição de um grande premio de fórmula 1 sob a denominação de GP do Japão. Até hoje, fora Suzuka, Fuji recebeu as honras de sediar o mundial por 4 vezes. Tudo começou lá em 1976. Depois 1977 e mais uma dobradinha de datas em 2007 e 2008. Fuji teve corridas memoráveis. Épicas e dilúvios épicos também! Quem não lembra do show de Vettel em 2007 pilotando a pequena Toro Rosso? Deu problema com o Mark Webber depois, mas tudo certo!

A pista japonesa não sofre alterações significativas. Para esse ano um trechinho novo de asfalto entre a 130R e a chicane que fecha a volta. Nada que vá mudar o ritmo do samba para essa corrida. O circuito continua com somente uma zona de DRS na reta principal, contrariando a prática atual de tentar manter duas áreas.

Por conta das constantes mudanças de direção a Pirelli vem com os mesmos pneus de Monza. Vai ser divertido ver os pilotos dançando em Suzuka com pneus duros como pedra e com menos pressão aerodinâmica.

Será que nasce aí alguma dificuldade para os pilotos contornarem a 130R?

E não deu para Simona na Sauber. Faltou dinheiro.

A equipe adorou a presença dela, falou que a moça é sensacional, maravilhosa, simpática e possivelmente a única mulher com chance de se estabelecer na F1 no cenário atual. Mas sem dinheiro, não dá! Não é possível seguir com seu programa de testes.

Monisha Kaltenborn afirma que o risco é elevado principalmente por conta do “agente” da piloto e que ela precisa sentar com o rapaz para discutir os rumos da sua vida automobilística. Misteriosa a declaração.

Sugiro a Go Daddy.com trocar a Danica Patrick pela Simona. Resolveria o problema.

Na dança dos pilotos, hoje teremos na pista o simpático adolescente Max Verstappen. Ele mesmo, o filho da “besta” holandesa, Jos Verstappen. Parece que aqui há chance para um pai ser superado pelo filho na história da F1. Helmut Marko aposta todas as suas moedinhas nele. Marko tem credito na praça. Bancou Vettel. Bancou Ricciardo. Bancou Daniel Kvyat. Parece que ele mais acerta do que erra.

O rapaz completou 17 anos no ultimo dia 30 de Setembro. Isso quer dizer que temos um piloto de F1 que nasceu em 1997. Isso mesmo, noventa e sete.

Vamos esperar para ver o que acontece, torcemos pelo melhor.

Mas a dança mesmo de pilotos pode ficar genial nos próximos dias. Américo Teixeira Jr foi lá e registrou: Alonso é McLaren. O jornalista tem ótimas fontes e tem acertado muito ultimamente, alguma margem de erro, mas sempre no centro da meta. Também tem crédito na praça para considerarmos com muita atenção o que ele fala. Junte com as declarações de Jonathan Noble que afirma que Ferrari e Alonso vão se separar. O cenário está pronto para ser resolvido.

Para Alonso, é a aposta total, all-in, nos motores e no dinheiro que a Honda coloca na McLaren. Desde 2011 o time inglês não termina o campeonato de construtores na frente da esquadra italiana. Alonso acredita (ou viu algo que ninguém viu) que o time inglês vai cutucar a Mercedes em 2015 e não somente em 2017 como a Ferrari acredita que irá fazer.

Acredito que Alonso vai assinar o documento comprovando ser um dos maiores da história com menos títulos. Tudo por conta de decisões erradas de tempo para mudança de equipe.

Em um exercício leve. Um ano a mais na Ferrari, cumprindo seu contrato, o que poderia acontecer? Vettel encerra seu vinculo com a Red Bull, Button se aposenta, Hamilton poderia trocar de equipe, já saberíamos do potencial da Honda. Não era o caso de esperar?

No mercado de pilotos tudo vira um grande ponto de interrogação. Não só por causa de Alonso, ele não é o unico “peão” no tabuleiro de xadrez. Vettel é desejado na Ferrari e poderia vir em 2016. Raikkonen continua em 2016? Quem fará a dupla com finlandês em 2015? Um piloto consagrado? Um novato? Ou alguém que aguarda uma chance e está correndo em equipes menores?

Para 2015 há espaço para Bianchi, Hulkenberg e Romain Grosjean. Por um ano só? Por que não Jean-Eric Vergne? E se, e somente se, a McLaren resolver se livrar de Kevin Magnussen liberando de seus contratos com o time (e não só sobre a vaga na F1)? Por que não pegar Button?

A Mercedes chega ao Japão feliz com o desempenho e esperando terminar a prova com dois carros. Hamilton vem forte psicologicamente depois de duas vitórias e parece que teremos mais um embate somente entre os dois.

No time da Williams, uma grande chance de ir bem. A potência do motor é importante e não é um circuito que precisa de muita entrega de downforce. Com um bom caminho de acerto podem brigar pelo último posto do pódio com a Red Bull. O time do tetra-campeão também se adapta bem ao circuito japonês. Podem sofre com a falta de potência dos Renault, mas o equilíbrio do carro em curvas de alta pode compensar.

A Ferrari e a McLaren vão ali brigar por pontos. Raikkonen gosta da pista e finalmente se entendeu com o acerto do carro, pode surpreender Alonso. A McLaren também vem com material novo no carro, nada que faça chover na Cantareira mas é um dos poucos times que continua desenvolvendo o carro de 2014.

Toro Rosso e Force India vão se preocupar ali atrás para conseguir um ou dois pontinhos. As duas equipes já pensam em 2015. Esse foco no carro do ano que vem acontece agora por conta de um ajuste das regras que não vai mais permitir os bicos de tamanduá. As duas equipes serão as mais afetadas e já pensam nos carros do ano que vem com uma solução próxima a encontrada por Mercedes e Ferrari.

Na turma de trás, Sauber, Lotus e Marussia brigam para não fechar o grid e nisso não há nada de novo. A Caterham luta para sobreviver. Está envolvida em milhares de problemas financeiros e quase não foi para o Japão correr. Vive péssima fase o time verde!

Circuito:Suzuka
Voltas: 53
Comprimento: 5.807 km
Distância: 307.471 km
Recorde da Pista: 1:31.540 – K. Raikkonen (2005)

Programação
Quinta-Feira:22:00 – 23:30 – 1º treino livre
Sexta-Feira: 02:00 – 03:30 – 2º treino livre e 23h – 3º treino livre
Sábado: 02h – Classificação
Domingo: 03h – Corrida

Da nossa sagrada paixão por uma categoria de belos cenários como Suzuka, que fiquemos com a lembrança de pilotos duelando com a 130R e não com os comissários desportivos!

Que venha o final de semana! Quem leva a melhor na Mercedes?

Abraços, Flaviz Guerra – @flaviz