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Monza põe as cartas na mesa para a jogada decisiva de Hamilton

Monza, sempre Monza! Se o andar da carruagem melhora, nada melhor que manter a sequencia e aterrissar na pista italiana. Lá vamos nós para 66º Grande Premio da Itália disputado no traçado histórico.

De suas longas retas e belíssimas curvas, o máximo possível de velocidade e pericia dos nosso amigos pilotos. Máquinas em giro máximo possível. Verdadeiramente o ápice da nossa temporada.

Para complementar o clima de otimismo, um prato cheio de assuntos bem servido na última corrida de Spa.

Nada é por acaso, pistas clássicas, corridas históricas! Segue o jogo em 2016 e a vez de Hamilton distribuir as cartas!

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Estamos no 67º GP da Itália, mas só o 66º em Monza. Um deles foi disputado em 1980 no famoso circuito de Imola. Sem o mesmo charme para carregar o nome de “GP DA ITÁLIA” foi devolvido para a F1 em 1981 como GP de San Marino.

Esse GP da Italia em Imola foi vencido pelo Sr Nelson Piquet sobre Alan Jones. A Brabham/Ford do brasileiro chegou com singelos 28,93 segundos de frente para o piloto da Williams/Ford e somente tivemos 3 pilotos na mesma volta do líder.

Mas tirando esse pequeníssimo, hiato quem se lembra da F1, lembra de Monza. É imediato. Mônaco tem o glamour, Silverstone o berço histórico e Monza a lenda do desafio da velocidade pura. Não dá pra perder uma corrida em Monza.

Para esse ano, nada de modificações no traçado. Sem surpresas e com o desgaste conhecido por todos, temos uma corrida de poucas variações estratégicas. Uma parada saciará a fome de pneus de quase a totalidade do grid. Sem surpresas estratégicas a corrida fica nas mãos das máquinas e pilotos. Não há dificuldades para ultrapassar.

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Curiosidade. Melhor volta de um F1 na história do circuito de Imola continua sendo de Ayrton Senna. E de F3000? Roberto Moreno é o dono da melhor marca.

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httpv://www.youtube.com/watch?v=FdJ4xzwD4mM
Reparem na largada Carlos Reutemann. Bem parado?

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Na Tv, domingo passado, uma imagenzinha rápida, dez segundos, não mais que isso, aparece na tela, desapercebido no Brasil, Jost Capito. Ali no box da McLaren. Olhos atentos, de olho em tudo. 

Quem é Jost? Até Agosto de 2016, o “dono” do programa esportivo da Volkswagen. O programa que acabou com 9 anos seguidos de domínio da Citroen no WRC e levou 3 canecos seguidos com seus VW Polo. 

Agora é o novo CEO da Mclaren.

É por isso que Alonso anda tão esperançoso para 2017?

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No meio de uma coluna pronta Felipe Massa se aposenta. Em tempos de interpretações “100 % preto ou 100% branco” é melhor eu me corrigir.

No meio de uma coluna pronta Felipe Massa anuncia sua aposentadoria.

Não vou me alongar no assunto, até o final do ano deveremos voltar nesse tema diversas vezes com todas as homenagens necessárias ao piloto brasileiro. É sim uma trajetória valiosa que se encerra junto com a representatividade de pilotos brasileiros na F1.

Também não vou entrar em comparações com Barrichello ou sobre o caráter “família honesto do bom moço”, Felipe. Barrichello passou e foi único da forma dele. Deve ter lá suas razões pessoais. Sobre o caráter/honestidade de Massa (ou de qualquer pessoa) afirmo, nenhum jornalista e/ou blogueiro no exercício de sua atividade deveria falar que um piloto é “Bom Moço”, “dedicado” e “honesto”. Os outros tantos da F1 não os são? Massa é, Schumacher não. Jura? Como podemos afirmar isso com tão pouco, não é mesmo?

Um buraco fica aberto na nossa temporada de 2017. Massa tinha um carro com chances relativas de pódio, de algum brilho. Não teremos mais isso em um futuro próximo. Nasr patina em uma Sauber falimentar e na linha sucessória não vem mais ninguém.

Ao menos Massa se deu o direito de ter despedidas dignas. Abriu o peito, escolheu uma data a dedo e expôs sua vontade sem meias palavras. Teve bom senso de avaliar sua situação e escolher o seu caminho sem grandes dramas. Rico, jovem e ciente de suas capacidades, julgou que não precisava mais de uma temporada de incertezas.

Massa não anunciou seus planos, não é um apaixonado pela Indy. Uma Le Mans com o chapa Mark Webber? Talvez, a Porsche adora dar espaço para pilotos da F1 e ficou sem Alonso esse ano.

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A McLaren pode também estar otimista por conta das melhorias da sua parceira Honda. Vamos ver os tempos de Spa de 2015 e 2016?

Na média da 10 voltas mais rápidas pelo melhor piloto da equipe nos dois anos:
Em 2016 tivemos 1’54.749 na média, uma diferença, para o líder nesse critério, de 2.602s. Em 2015 eles haviam conseguido somente 1’56.795, com uma diferença de 3.414s

Na classificação, também temos melhoras significativas:
O melhor carrinho preto fez 1’48.114, 1.370s atrás do tempo da pole, ou 1.283% atrás do tempo total. Se olharmos para 2015, eles só conseguiram 1’50.978, 3.781 de atraso ou 3.527%

É uma curva bem ingrime de crescimento.

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A equipe Williams precisa ir para terapia. 4º brasileiro na história que fará sua última corrida pelo time inglês.

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Com a saída confirmada de Massa o mercado se agita. Temos aberta uma vaga disputada no meio do pelotão.

Vem Button? Perez vai fazer o movimento para equipe inglesa? Ou será que a Mercedes vai direcionar um dos seus protegidos para o time de Groove.

Apesar de toda simpatia de Button e toda sua classe como piloto, seria bem interessante ver um dos pilotos da Manor nessa vaga. Perez trocaria 6 por “Meia dúzia” e não acrescenta muito para a Formula 1.

Aguardaremos!

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Para a corrida de Monza precisamos de motor. Quem leva a corrida? Rosberg ou Hamilton, se e somente se, não se encontrarem pelo caminho ou quebrarem. O carro da Mercedes é imbatível em curvas de alta e o motor Mercedes é imbatível nas retas. Não tem jeito. Qualquer vitória que não seja por uma margem humilhante será uma bondade oferecida pelo time prateado aos concorrentes para poupar equipamento para uma próxima etapa.

A Ferrari vem de motor novo e muita alegria no coração de correr em casa. A largada atabalhoada de Vettel comprometeu a corrida do time inteiro na Bélgica e é esperado ao menos uma briga decente com as Red Bull. O novo motor será testado na sexta com os dois pilotos e pela Haas. Desse treino sairá a decisão se estarão nos carros na corrida de domingo, caso usem os motores não há punições: todos estão dentro das alocações permitidas.

Para o time azul, alegria geral no box de Ricciardo. Uma bela corrida em Spa e um excelente resultado para quem tem um motorzinho Tag Heuer/Renault em uma pista de tamanha velocidade. Verstappen roubou a cena em controversa manobras em Spa, mas a polêmica alimenta a torcida e, particularmente, é incrível ver alguém não achando normal ser ultrapassado.

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O desenvolvimento dos motores se esgota em 2016 para a Ferrari. Renault dá sinais que chegou em beco sem saída e vai gastar seus tokens para o ano que vem. Honda fará alguns ajustes menores, mas setembro é último mês de desenvolvimento dos motores 2016. A Mercedes estreou motor novo em Spa e pode ainda trazer alguma coisa nova para o fim da temporada, caso o campeonato esteja decidido.

A situação dos motores é a seguinte:
Renault 11 tokens usados (21 tokens restantes)
Mercedes 26 (6)
Honda 29 (3)
Ferrari 32 (0)

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Aquele nosso pelotão do meio, tão querido, estará animado. Hoje certamente será liderado pelos motores Mercedes. Williams e Force India digladiando por pontinhos na classificação final do certame. Como carro da Williams é um fracasso retumbante na geração de downforce, pode ser uma boa aposta para Monza. Mas no geral a Force India ainda tem potencial para estar na frente.

Aqui no pelotão podemos ter a presença da Haas se a atualização da Ferrari ajudar. Seria uma boa oportunidade para o sólido time americano pontuar. Em contrapartida, a Toro Rosso deve ser devolvida ao fim do grupo. Seu motorzinho ano/modelo 15/15 não dará conta de acompanhar a turma da frente.

Na turma da desgraça, Sauber, Manor e Renault vão se digladiar pelas migalhas e andar juntas. A Renault fica pra trás e não deve ter um desempenho parecido com Spa. A Manor vai usar a força do seu Mercedão para ficar próxima do grupo. Já a Sauber – que não usará o novo motor Ferrari em Monza – vai se arrastar para fazer o carro funcionar com as novas atualizações.

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Monza assina hoje seu contrato para sediar a corrida até 2019. A pista mágica está mantida no calendário.

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Hamilton saiu de Spa em uma liderança que não imaginava. As cartas estão na sua mesa, ele precisa de uma vitória para marcar seu terreno e aniquilar qualquer vontade de Rosberg ser campeão. Em Monza, o jogo é rapidíssimo, Hamilton será preciso e decisivo?

Essa é a batalha dessa corrida, quem leva o premio final?

Abraços, Flaviz Guerra – @flaviz

Flaviz Guerra
Flaviz Guerra
Apaixonado por automobilismo de todos os tipos, colabora com o GPTotal desde 2004 com sua visão sobre a temporada da F1.

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