Um recomeço para 2017

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Fernando Alonso na Espanha

Um novo começo para uma nova F1. Estamos prontos para mais uma corrida do campeonato de 2017 no tradicionalíssimo autódromo de Barcelona. Chegou a hora de embaralhar as cartas e conhecer o novo desenho do campeonato para o restante do ano (ou pelo menos até a pausa do verão).

Novas cartas na mesa, Barcelona é fundamental para entendermos as chances de cada um no campeonato.

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Fase Européia, dizem. O Nome é sobra de um saudosismo da época que a F1 realmente disputava a maior parte de suas corridas no território onde nasceu. Não dá pra dizer que é uma fase, são duas corridas na Europa e aí você voa pro Canadá. Não vamos entrar nessas tecnicidades e sim considerar uma fase de grandes mudanças na dinâmica da competição.

Depois de viajar pelo o outro lado do planeta, tem sido natural uma grande rodada de atualizações na prova mais próxima de casa até o momento. Com fretes rodando de caminhão pela Europa é muito mais fácil levar equipamento e peças em profusão. É possível testar caminho e, principalmente, validar em uma pista conhecida nos mínimos detalhes por todos as relações de paridade entre “prancheta” e pista. Juntando nessa receita um campeonato de novas regras, as 4 primeiras corridas da temporada foram realmente um laboratório de ideias.

Podemos esperar que os carros apresentados nos treinos livres do Grande Premio de Barcelona são as versões “reais” dos carros do regulamento de 2017. OS dados coletados corrida após corrida resultarão no que será visto na pista nesse fim de semana.

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Isso pode significar um novo equilíbrio de forças na temporada. Sabemos que a Ferrari começou o ano com melhor ritmo de prova e conservação dos pneus, mas perdia em velocidade pura. Simetricamente oposto estava a Mercedes: velocidade pura e ritmo de prova que deixava a desejar.

Os times trabalharam nas suas fraquezas e vimos na Russia um equilíbrio maior. Mercedes não tão rápida, mas melhor em prova. Ferrari mais rápida na classificação mas incapaz de vencer o ritmo da Mercedes.

Tudo isso foi conquistado com paliativos e ajustes temporários. O jogo de atualizações começa realmente agora. E como disse Nike Lauda: teremos um novo campeonato.

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Mas também não vale interpretar essa frase de Lauda livremente. Não vai acontecer da Mclaren conquistar pódios, a Toro Rosso não vencerá corridas. Mas podemos ter uma Red Bull mais próxima da briga por vitórias e uma definição de quem tem a soberania na ponta do grid.

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Uma pena que todo esse cenário tecnológico de alta competição aconteça numa pista famosa pelas corridas um tanto quanto sonolentas. Não temos nem Senna, nem Mansell para algum duelo mais emocionante e tem sido comum corridas com pouquíssimas movimentações.

Não há espaço para um pessimismo completo. Pastor Maldonado e Max Verstappen ainda provaram na história recente que podemos ter surpresas.

O grande fator de preocupação para essa corrida é a escolha de pneus feita pela Pirelli. Vamos ter os 3 compostos mais duros (duro-médio-macio). Parece a decisão logica por termos uma pista de alta velocidade.

Acontece que os pneus esse ano estão todos mais duros (apesar de mais rápidos) e com um intervalo de performance muito pequeno entre os compostos. São duráveis demais por conta da receita de baixa degradação e nos testes de inverno foi possível a ver a Ferrari andar quase 30 voltas com um ultra-macio.

Antes do fim-de-semana começar os pilotos já decretavam a impossibilidade de usar o pneu mais duro, será completamente inútil.

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A boa noticia para os fãs é o inicio do programa F1 Experiences. Uma tentativa dos novos donos de trazer mais pessoas para o autódromo.

Serão sempre 5 pacotes, variando entre USD 1.000 e USD 7.000. Começa com visita ao Paddock na quinta, arquibancada exclusiva e uma volta pela pista no caminhão que faz o desfile dos pilotos. O mais “completo” oferece até visita ao pódio com uma lenda da F1 para fotos com o troféu.

Custa caro? Custa sim, mas é uma opção para tornar o fim-de-semana mais interessante. Realmente abrir os caminhos para uma aproximação maior com publico.

Para São Paulo ainda não temos os serviços oferecidos, vamos ter que aguardar!

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Ficha do Grande Premio da Espanha de Fórmula 1

GRAN PREMIO DE ESPAÑA PIRELLI 2017

Edições: 27 (1991-2017)
Perímetro: 4655 metros
Voltas: 66 (307.104 km)
Volta mais rápida: 1’21.670 (2008 – Kimi Raikkonen – Ferrari)

Lembrando 2016

Vitória: Max Vesrstappen – RBR/TAG-Heuer – 1:41’40.017
Pole position: 1’22.000 (Lewis Hamilton – Mercedes)
Volta mais rápida (em corrida): 1’26.948 (Daniil Kvyat- STR/Ferrari)

Macios Médios Duros

Traçado de Barcelona

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Na Espanha teremos esse novo equilíbrio de forças como ponto alto do fim de semana. A corrida vai nos apresentar a “cara” da F1 para o restante da temporada, só por isso já é imperdível!

Quem você acha que se estabelece na liderança?

Abraços
Flaviz Guerra

Flaviz Guerra
Flaviz Guerra
Apaixonado por automobilismo de todos os tipos, colabora com o GPTotal desde 2004 com sua visão sobre a temporada da F1.

4 Comments

  1. MarcioD disse:

    Flaviz,

    Vejo a dupla Hamilton/Bottas mais forte que Vettel/Kimi . Kimi, 8 anos mais velho que Vettel, em final de carreira, não vai incomoda-lo, ao passo que Bottas, 2 anos mais novo que Lewis e dispondo agora de um equipamento vencedor, vai querer mostrar serviço, podendo ser uma pedra no sapato do companheiro de equipe.

    No treino oficial, a diferença de Lewis(pole) para Vettel foi de apenas 5 centésimos, com um erro de Vettel na chicane. Se as coisas continuarem do jeito que estão, considero Vettel favorito ao titulo de pilotos e a Mercedes favorita nos construtores. A Red Bull, apesar das promessas de melhora, ainda está mais atrás. Uma vitória deles seria muito circunstancial.

    Lewis muito provavelmente bate o recorde de poles de Schumacher ainda este ano.

    Márcio

  2. Fernando Marques disse:

    Só mais um rápido comentário …acabei de ver uma foto do Massa abraçando o Bottas pela vitória na Russia … aquele cabelo todo “penteado para trás” parece mostrar ele como mais um piloto italiano do que como brasileiro e talvez isto explique por que ele perdeu o título em 2008 … a Italia não faz um piloto campeão mundial desde os anos cinquenta … hehehehe

    Vovô Xaruto

  3. Fernando Marques disse:

    Flavis,

    estou com Mauro e digo mais a Formula 1 estaria muito melhor se o Alonso estivesse andando ali na frente brigando com as Ferrais e Mercedes … isso sim seria um grande atrativo para o publico em vez desta Formula 1 Experience … é inadmissível que Alonso esteja passando por isso na Formula 1 mesmo sendo possivelmente o piloto mais bem pago do grid …


    O GP da Espanha deste ano não promete surpresas … até por que não tem Senna e Mansell, não tem o Pastor (pasmem) e nem o M. Verstappen com um carro para brigar lá na frente … a RBR está no mínimo a 1,5 seg mais lento que as Ferrais e Mercedes …


    Surpresa sim se tiver quebra … e aí vem a pergunta como anda a Ferrari com seu turbo???

    Fernando Marques
    Niterói – RJ

  4. Mauro Santana disse:

    Grande Flaviz!

    Espero que seja uma corrida repleta de alternativas e surpresas agradáveis, mas, é realmente triste a situação que o Alonso esta vivendo este ano, pois ele estaria dando show lá na frente caso tivesse carro pra isso.

    A F1, e principalmente os fãs, podem estar presenciando a ultima temporada o melhor piloto do grid da atualidade, e de uma maneira que chega a ser ridícula, por conta destes motores bizarros.

    Abraço e um excelente GP a todos!

    Mauro Santana
    Curitiba-PR

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