Pra ninguém

Histórias de Pilotos V
16/08/2018
Aquela Williams, atravessada na pista…
23/08/2018

Em 1997, em seu disco “Livro”, Caetano Veloso lançou a canção Pra ninguém, na qual faz um curioso “mapa” da música brasileira: ele vai citando intérpretes ao lado de canções que considera terem sido as melhores interpretações de cada um.

É óbvio: a discordância é permitida e quase uma obrigatoriedade. Ele cita algumas unanimidades, como Elis Regina entoando o clássico de Belchior, mas há muitas particularidades, como a escolha dentro do repertório de Tim Maia, que foi muito mais belo no início dos anos 70.

No fim, após citar 26 grandiosas interpretações e artistas, ele conclui: “melhor do que isso, só mesmo o silêncio; e melhor do que o silêncio, só João“, em clara referência a João Gilberto, para muitos o maior cantor brasileiro de todos os tempos.

Quanto à melodia, é aquela coisa: não é boa nem ruim: é Caetano.

Relembrando a canção, me veio a ideia de fazer uma lista semelhante com pilotos da F1. Fiz uma seleção daquilo que seria o cartão de visitas de cada um — para uns, uma ultrapassagem ou uma pole; para outros, uma corrida, ou algum feito específico.

Tentei seguir a cartilha de Caê, citando a mesma quantidade de personas, e inclusive repetindo uma metáfora ao final. E, assim como ele deixou alguns medalhões da MPB de fora, também “excluí” certos campeões. Novamente, discordar é possível e necessário.

Mansell passando Berger na Peraltada…

Montoya passando Schumacher no S…

Piquet passando Senna na Hungria…

Peterson passando Depailler em Kyalami…

E Gilles com Arnoux em Dijon.

Rubinho passando todos em Hockenheim…

John Watson em Long Beach…

Kimi em Suzuka…

Alonso na Hungria…

E Jim Clark no templo de Monza.

Schumacher segurando Damon Hill em Spa…

E Senna com Prost em Silverstone.

Brabham campeão com o carro que construiu…

John Surtees ganhando em duas e quatro rodas…

Emerson ganhando duas vezes na Indy e na F1…

E Graham Hill ganhando em todas as três.

Keke Rosberg fazendo a maior pole de Silverstone…

E Häkkinen fazendo milagre em Imola.

Beltoise sendo príncipe por um dia…

Hamilton vencendo a loucura de Silverstone…

E Jackie Stewart uma vida na frente em Nurburgring.

Massa e Kubica contra a física em Fuji…

Moss a superando em Monte Carlo…

E Damon Hill quase a vencendo na Hungria.

Alain Prost vencendo quando ninguém mais acreditava…

https://www.youtube.com/watch?v=Q9Bip0EihK4

E Niki Lauda ganhando quando todo mundo duvidava.

Melhor do que isso, só mesmo um BMW M12; melhor do que o M12 só Juan.

Marcel Pilatti
Marcel Pilatti
Chegou a cursar jornalismo, mas é formado em Letras. Sua primeira lembrança na F1 é o GP do Japão de 1990.

5 Comments

  1. Fernando Marques disse:

    Marcio,

    também discordo da parte do Caetano …
    A sua lista está muito bem elaborada mas acho que num rol onde tem o duelo de Piquet x Senna e Arnoux x Villenueve não poderia faltar o GP de Monza de 1971 que protagonizou o final de corrida mais espetacular da história da Formula 1.
    Mas isso não tira o mérito da sua excelente coluna

    Fernando Marques
    Niterói RJ

  2. Mauro Santana disse:

    Fantástico Marcel!!!

    Gostei muito do repertório, e isso nos reforça o como a F1 tem uma história muito “eclética”, digamos assim.

    Abraço!!!

    Mauro Santana
    Curitiba PR

  3. Ron Groo disse:

    Apesar de muito bem escrito, discordo da parte do Caetano hehehe, o restante é sublime.
    Incluindo as escolhas.

  4. Thiago Valério da Rocha disse:

    Show a ideia! Muito bem aplicada, vamos com tempo vendo 1 por 1 agora. Não vou discordar sem ver tudo antes 🙂

Deixe um comentário para Fernando Marques Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *