Temporada 2014 – parte III

Temporada 2014 – Parte II
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Resignados à Esperança
03/02/2014

A última parte das perguntas pré-temporada: que pilotos devem brilhar esse ano? E Massa, alguma chance?

*Confira a primeira e a segunda partes das questões.
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Quais pilotos podem brilhar com o novo regulamento?

Edu: Além de Vettel, Fernando Alonso, Kimi Raikkonen e Jenson Button, pela sobriedade e capacidade de rápida adaptação. Tenho expectativas positivas também em relação a Lewis Hamilton e Nico Hulkenberg mas não sei se eles são tão gentis no trato do carro quanto os citados.

Alê: Pensando no risco de maior desgaste para os carros, o nome óbvio neste cenário é o de Jenson Button, que já mostrou ter talento para dirigir rápido sem destruir a máquina. Mas precisa ter um carro minimamente competitivo, diferente do modelo de 2013. Pilotos que largam mais à frente tendem a se beneficiar, por expor menos os carros ao desgaste inerente à caça aos oponentes. Desde que esse piloto não seja Sebastian Vettel, o maníaco das voltas mais rápidas.

Chiesa: Os que correrem mais com a cabeça do que com os pés. Muita coisa para administrar ao mesmo tempo durante as corridas. Carros completamente novos, conjunto motriz, consumo de combustível, durabilidade, e todo mundo querendo mostrar serviço. “Vence quem chegar na frente andando o mais devagar (e cuidadosamente) possível”.

Flaviz: Max Chilton vai brilhar esse ano e terminar todas as corridas. Vai ser o único piloto a levar um carro até o fim de todas as provas. Se só falam de durabilidade dos equipamentos ele vai ser o piloto do ano. Em performance pura, espero a volta de Hamilton e Button. Vettel não “pode” brilhar, ele já brilha por ser o astro da festa de 2014. Além disso Raikkonen vai roubar a cena.

Giavoni: Haverá menos potência “geral”, já que os carros só andarão com força máxima com o Kers ligado. Soma-se a isso o cuidado com o combustível e veremos que a tendência é de que pilotos com tocadas refinadas, como Button e Räikkönen, se saiam bem.

Blanco: Os que tenham os melhores carros e o maior apoio em suas equipes.

Pilatti: Os pilotos que mais correrem “à la Prost”: quem aliar estratégia à velocidade e souber os momentos de arriscar e poupar; e, claro, pontuar o máximo possível.

Madeira: O cenário atual premia bons classificadores, mas também sabe premiar quem puder economizar mais e guiar com sutileza. Não deve alterar significativamente o balanço das forças entre os pilotos não.

Massa tem chances de obter resultados de algum relevo?

Edu: Não. A Williams é uma ex equipe em atividade, com problemas de comando e dinheiro e que, ainda por cima, mudou de motor e perdeu recentemente seu projetista chefe – não que ele, Mike Coughlan, faça muita falta, a menos que continue morando perto de uma loja de fotocopias. Esperar que a equipe, a antepenúltima colocada na temporada passada, vire o jogo este ano e possibilite à Massa voos mais altos, só trabalhando na Globo ou acreditando em milagres.

Alê: Pontos = provável; pódio = possível em provas desastradas que gerem muitas quebras e/ou depois de acidentes envolvendo vários carros (exemplo: Bélgica 2012); vitória = a mesma de Camarões ganhar a Copa de 2014.

Chiesa: Por que não? A Williams tem estrutura e equipe. Pat Symmonds vai querer mostrar que a F1 perdeu muito com sua ausência. E ela foi uma das primeiras, senão a primeira a apresentar o carro novo. Partindo do princípio de que ia de Renault e agora vai de Mercedes, pode-se entender que uma equipe paralela andou rápido para receber a nova unidade motriz, portanto em tese pode estar na frente para entender os problemas de juntar tudo isso. Felipe precisará  mostrar tudo que aprendeu com Michael, Kimi e Fernando. Poderá voltar a ser um piloto combativo mas terá que deixar de lado sua persona Nigel Massa, genialmente identificada pelo nosso capo Edu Correa.

Flaviz: Não acredito. Aposto em uma melhora da Williams para brigar com a Sauber em 2014. Com certeza o time vai evoluir de forma mais constante após toda sua reformulação mas quando o dia de voltar a brigar por bons resultados voltar, o contrato de Massa chegará ao fim. Quando a equipe saiu dos Cosworth para Renault, todos apostaram no ressurgimento, não foi? Não vai ser outra troca de motor que vai salvar o time.

Giavoni: A Williams passa por mais uma fase de reformulação. Resultado relevante, no caso de Massa, será o de pontuar frequentemente. Um ou dois top-5 na temporada deve ser o máximo que ele consegue.

Blanco: Duvido.

Pilatti: Creio que, hoje, resultado de relevo para Massa será terminar o ano à frente de seu companheiro de equipe, superando-o consistentemente. Um pódio, de repente, já será a glória.

Madeira: Teoricamente, a limitação imposta pelo consumo ao ritmo de prova pode lhe ser favorável, uma vez que com pista livre ele não vinha conseguindo acompanhar por muito tempo os pilotos mais fortes. Antes, no entanto, é preciso ver como vai andar a Williams, e como ele irá se virar diante de Bottas.

Qual seu maior medo para esse campeonato?

Edu: Que Bernie Ecclestone, fugindo da condenação iminente na Alemanha, se mude para o Brasil e ingresse na política. Não riam: na Europa há quem diga que o velho senhor casou-se com uma brasileira, entre outros benefícios, para usufruir de nossa cidadania.

Alê: Que a medida mais artificial do novo regulamento – a pontuação dupla na última corrida – coloque o título nas mãos de um piloto menos merecedor, pelo que fez no campeonato inteiro. Mas, pensando bem, se alguém tiver disparado como Vettel no ano passado e essa bizarrice resultar inócua, sempre podem inventar um monstrengo ainda pior para 2015.

Chiesa: Além da asquerosa pontuação dupla na última rodada eventualmente gerar resultados injustos, a possibilidade de acidentes, especialmente no início da temporada. Será tudo muito novo e a vontade de fazer um brilhareco logo de cara, seja para vencer seja apenas para se consolidar na categoria, poderá gerar malucos das primeiras e das últimas voltas. As variáveis serão muitas e isto tenderá à elaboração de estratégias diferentes, com eventualmente maiores riscos.

Flaviz: São dois grandes medos: (1) que as pessoas julguem esse campeonato somente pela relevância dos equipamentos e esqueçam de prestar atenção no diferencial de cada piloto. (2) Que Monaco tenha mais um dia de muitas quebras e a vitória caia no colo do Max Chilton.

Giavoni: A pontuação dupla na última rodada afetar o resultado. Pior atentado contra a isonomia do esporte do que o famigerado DRS.

Blanco: As interferências externas (interesses comerciais, punições inconsistentes, favoritismos, etc.)

Pilatti: Da influência da pontuação dobrada, certamente, mas principalmente que o piloto de melhor desempenho seja prejudicado por falhas mecânicas.

Madeira: A pontuação dupla na última rodada afetar o resultado.

GPTotal
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A nossa versão automobílistica do famoso "Carta ao Leitor"

12 Comments

  1. Mário Salustiano disse:

    olá amigos

    estou nessa rodada de perguntas com a maioria das respostas já dadas, mas fica meu registro

    1. Alonso, Vettel, Raikkonen e Button, nessa ordem são os que acredito vão se sobressair nesse regulamento, agora meu favorito e pelo qual vou torcer será Raikkonen, pelo que vem fazendo em seu retorno merece entrar no clube dos “Bi” campeões.

    2. Não acredito que Massa possa fazer algo de muito diferente do que já fez em anos anteriores por conta dessas mudanças, agora numa eventual loteria inicial ele pode ser beneficiado pela sorte, se conseguir pontuar na maioria das provas que terminar já será de bom tamanho

    3. Meu maior medo é o de terminar o ano admitindo que a mudança artificial para aumentar a emoção nas provas foram acertadas….rsrsrs, ou dando credibilidade a possibilidade de Bernie virar brasileiro, ver ele candidato a gestor das olimpíadas 2016

    boa semana

    Mário

  2. Anselmo Coyote disse:

    Se o Massinha-baby conseguir aquecer os pneus do Williams já terá sido uma conquista e tanto. Desde 2009 ele não consegue (vai ser bração lá no quinto dos infernos).
    Abs.

  3. Fabiano disse:

    Faltou um comentário.
    A pontuação dobrada não seria injusta se a corrida fasse especial. Algo como uma 500 milhas de Indianápolis, algo que fosse um desafio maior aos pilotos e equipamentos.
    Quem sabe, 500km de Interlagos, ou algo assim em uma pista “clássica”.

  4. Fabiano disse:

    1) Kimi, Button Alonso e Vettel. Mas ainda penso que o carro fará grande diferença em favor da Mefcedes, e Rosberg será campeão por quebrar menos que Hamilton.
    2) Acredito que o ano será MUITO melhor para o Massa. Liderando a equipe que sairá do fundo do grid para frequentar regularmente o Q3 e os pontos.
    Quem sabe, pode até vencer alguma corrida maluca no início do ano.
    3) Meu maior medo para este campeonato é que o GPeto se transforme num reduto de comentaristas sem esperança, sem paixão pelo esporte a motor.
    Por favor, não se deixem abater pelos desmandos dos dirigentes, ou pelo excesso de saudosismo.
    Abraço!

    • Fabiano disse:

      Será que o bico da Williams FW26, de 2004, atenderia o atual regulamento sobre altura do bico?
      Quando as fotos da Lotus deste ano, logo lembrei daquele carro, que por sinal não foi um sucesso naquela época.

      • Ballista disse:

        Realmente o bico da Lotus lembra muito o da Williams de 2004!
        E como sabemos, aquele bico, apelidado por muitos de Gillete, não fez o sucesso que pretendia. A Lotus que se cuide.

  5. Mauro Santana disse:

    Vamos lá!

    1º – Button, Alonso e Vettel.

    2º – Agora vamos ver mesmo se ele tem força, pois não irá correr como correu nas condições impostas pela Ferrari de 2010 à 2013.

    3º – Que a F1 não fique ainda mais artificial.

    A propósito:

    Com essa regra besta de fixar os números para cada piloto, será que estes números serão visíveis para a TV, pois até o momento esta como era antes.

    Abraço!

    Mauro Santana
    Curitiba-PR

    • Lucas dos Santos disse:

      Quanto aos números dos pilotos, não espero nada muito diferente de atualmente. A propósito, acho que os números atualmente estão bem visíveis se compararmos com a década de 2000 em que os números eram minúsculos – que o diga a Renault daquela época.
      .
      Nos testes de Jerez, ninguém estava usando número na lateral do carro, mas creio que isso é temporário.
      .
      Com o número cada vez menor de patrocinadores das equipes, a tendência é que os números aumentem, a fim de evitar o efeito “página em branco” na pintura dos bólidos.

  6. Fernando Marques disse:

    1) Eu acho que a briga continuará entre Vettel e Alonso mas acredito que o Raikkonen pode brilhar. É pelo Kimi que estou torcendo.

    2) O Felipe massa continuará a ser um coadjuvante apenas com uma diferença: agora ele é o piloto nº 1 da equipe. Parece que este ano a Willians estará mais estruturada. Saber ganhar ela sabe, conhece a formula muito bem. Prefiro aguardar para ver.

    3) Quem pode atrapalhar a temporada são os pneus, assim como quase atrapalhou a temporada passada. O regulamento está aí e não acredito em mudanças.

    Fernando Marques

  7. João Carlos disse:

    1) Alonso, Button, Vettel e Raikkonen. Hamilton judia demais do seu carro e Rosberg é muito inconstante, mesmo aparentemente a Mercedes vir muito forte em 2014.

    2) Nada. Como disse bem Edu, a Williams vive mais do passado do que do presente e do seu próprio futuro. Desde a saída da BMW, a Williams não é mais cliente preferencial ou parceira de nenhuma montadora e não tem mais grandes patrocinadores apoiando o tradicional time. Talvez com a Mercedes vindo muito bem em 2014, a Williams marque muitos pontos e com Massa como primeiro piloto (e com obrigação de bater o Bottas…), eles se beneficie disso. Ainda pensando como Edu, mais do que isso, só se trabalhar na Globo/SporTV mesmo…
    3) Que as corridas fiquem como estão nas primeiras etapas do ano. Que haja poucos abandonos. Acho que sou uma minoria, pois não vejo a pontuação dobrada na última etapa uma coisa tão absurda assim…

    • Lucas dos Santos disse:

      Quanto a “grandes patrocinadores” há rumores de que a Williams será patrocinada pela clássica Martini.
      .
      Para a Williams de hoje é algo “bom demais para ser verdade”. Se esse rumor se confirmar, resta saber se o patrocínio da Martini de hoje se compara com antigamente.

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