A (última?) jornada de Maio

Entra ano, sai ano, nada muda. Esse é o final de semana mais importante da historia do automobilismo. Le Mans – e toda sua majestosidade – que nos desculpe, Indy 500, F1 em Mônaco, Charlotte 600 na Nascar, é uma mistura de categorias e pistas sem precedentes na história.

Esse ano é ainda mais especial. Mais emocionante. Mexe mais com os brios dos fãs do automobilismo. Um ídolo da F1 decidiu abrir mão da prova máxima européia para participar da maior prova da historia.

Um final de semana imperdível com uma prova em Mônaco como há tempos a F1 não esperava. Dois dos seus maiores pilotos lutando, palmo a palmo, por uma supremacia que ainda não foi estabelecida. 2017 é um presente para os fãs da F1 e Mônaco é a pista decisiva para um grande embate.

Felizmente (não há estranheza aqui), espera-se que esse possa ser o último fim de semana com esse formato para os fãs do automobilismo….

Vettel e Hamilton aparecem em na sexta prova do campeonato, passados 25% da temporada, sem uma resposta clara na ponta da lingua durantes as entrevistas: quem tem o melhor carro? Nenhum dos dois arrisca. Um aponta a velocidade em classificação. Outro aponta para a bela performance em corrida.

Existe uma certeza, os dois pilotos fazem a diferença e levam seus equipamentos ao limite. Algo não tão simples, tendo em vista que a presença de Bottas e Kimi não é tão próxima. Os dois, sim, mostram para todas uma alta classe incomparável.

As atualizações – vastíssimas – da Mercedes para Barcelona não colocaram o time prateado na sua posição de hegemonia. O carro foi encurtado em seus entre-eixos, evoluíram a concepção aerodinâmica da fração dianteira, mudaram as laterais e o motor. Mas o carro não perdeu peso suficiente, forçando Hamilton a correr sem reservas de água/isotônico e já ter perdido mais de 2kg de seu peso desde a pré-temporada.

A verdade é que a Ferrari atualizou seu carro de forma muito competente. Algo raro desde a saída de Schumacher. Finalmente o time vermelho conseguiu mudar sua forma de produção e entregar um trabalho consistente de evolução de seu carro. A pressão nos tempos da Mercedes não esmoreceram e a atualização de Barcelona manteve acessa a disputa pelo título.

Temos esses dois pilotos em um duelo sensacional? E a volta de um campeão mundial? Temos também. Button volta à F1 com seus McLaren #22 para substituir Alonso. Não é um carro de ponta? Não é mesmo, mas é Button na pista, um cara singular que levou a Mclaren aos pontos em situações improváveis.

A Williams continua sendo o carro que menos evolui dentro da temporada. O grande problema da história recente da equipe, persiste.

Nas Espanha, a pista que todos conhecem de cor e salteado, foi o time que menos reduziu seu tempo em relação a 2016.

Verdade. Sua melhor volta na corrida em Barcelona foi 2,3s mais rápida que em 2016. Mesma evolução da Toro Rosso. A Sauber foi melhor. A Renault. A Hass. A Mclaren…. Gente, até a Mclaren.

Paddy Lowe vai ter muito trabalho para a Williams crescer.

Para entendermos um pouco melhor a evolução da Ferrari esse ano.

Diferença de melhor volta em corrida de 2017 para 2016 em Barcelona:
Mercedes: – 2,8s
Ferrari: -3,9s

Alonso não está em Mônaco, está em Indianapolis, com agenda cheia.

Já montou Lego com fãs, andou de skate, jogou poker com pilotos, deu uma centena de entrevistas, uma outra centena (talvez milhar) de autógrafos, ganhou um tijolo da pista original, até trocou de motor (ironias da vida).

Alonso não se sente tão ansioso e com um nível de incerteza na sua forma de pilotar em uma corrida desde sua época de F3000. Estamos falando de 17 anos… Mas parece mais feliz, ao menos em relação aos seus últimos 2 anos e meio de F1.

Para os fãs, um paraíso. Um bi-campeão de F1 na Indy 500. Em Mônaco, Button.

Tanto os novos donos da F1 quanto os donos da Indycar esfregam as mãos. Não houve na história recente algo tão positivo para as duas categorias quanto essa participação de Alonso e a volta de Button. Os americanos (de ambos os lados) fizeram/fazem um show de divulgação. Ocupam a mídia, trouxeram novos fãs, fãs adormecidos voltaram a ver uma classificação inteira da Indy 500.

Não se perca no fim de semana. Sim, tem 24 Horas também.

Sabado
9h00 – Classificação GP de Mônaco
10h30 – Largada – 24 Horas de Nurburgring

Domingo
9h00 – GP de Mônaco
10h30 – Chegada das 24 Horas de Nurburgring
13h21 – 500 Milhas de Indianapolis
19h18 – Nascar Coca-Cola 600

Obviamente, sabemos os resultados dos 2 primeiros treinos livres nesse sempre peculiar final de semana de Mônaco.

Fato é, há uma confusão de equilíbrio de forças inesperada para essa prova. As previsões não batem com a realidade apresentada na pista.

A Mclaren não aparece no Top10 e não se sabe se é a falta do “fator Alonso”. A Renault desapareceu. A Red Bull que não se colocava em posição de luta pelo pódio está brigando lá na frente por bons tempo. E a Toro Rosso, impressiona pelo ritmo com pneus mais duros que os rivais.

O quebra-cabeça não está montado para essa prova. O que pode oferecer uma classificação ainda mais especial no sábado. Imperdível.

Não custa repetir os dados do fim de semana. 9 horas de transmissão. 678 voltas. 2030,79 km.
Podemos adicionar as 24 horas de Nurburgring? São mais (ou menos) 159 voltas e, aproximadamente, 3309 km extras.

Ficha do Grande Premio de Mônaco de Fórmula 1

FORMULA 1 GRAND PRIX DE MONACO 2017

Edições: 64 (1950-2017)
Perímetro: 3337 metros
Voltas: 78 (206.286 km)
Volta mais rápida: 1’17.939 (2016 – Lewis Hamilton – Mercedes)

Lembrando 2016

Vitória: Lewis Hamilton – Mercedes – 1:59’29.133
Pole position: 1’13.622 (Daniel Ricciardo – Red Bull/TAG Heuer)
Volta mais rápida (em corrida): 1’17.939 (Lewis Hamilton – Mercedes)

Com tantos sentimentos e euforia cercada de expectativa, sim, é esperado que essa magia aconteça pela última vez em 2017. É esperado sensibilidade dos organizadores e novos donos da F1 para mover a data do GP de Mônaco e assim permitir a presença de mais pilotos da F1 Na Indy500, retomando os tempos de glória das duas categorias.

Mudando data ou não, a certeza é que temos um final de semana imperdível pela frente. É a jornada automobilística mais esperada do ano.

Quem você acha que que vence as provas dessa incrível jornada?

Abraços,
Flaviz Guerra