Austin

Revolution rock
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O que falta a Hamilton
26/10/2015

No Texas, o momento histórico de nascimento de um novo tricampeão

Pelo 4º ano o circo da Formula 1 chega aos Estados Unidos, dessa vez para uma etapa decisiva do Mundial. O cenário é motivador, depois de várias tentativas de firmar uma prova americana no calendário após o sumiço de Glen e Long Beach, o circuito de Austin parece ter caído no gosto dos americanos.

Um traçado que respeita as oscilações naturais do terreno, bons pontos de ultrapassagem e uma agenda repleta de eventos atrai o público para as corridas no Texas. Esse ano tem uma atração adicional, Hamilton pode garantir o título, Rosberg e Vettel não tem nada a perder no rodeio desse fim de semana!

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Isso mesmo, o campeonato pode acabar já em Austin. Basta uma dobradinha da Mercedes com Hamilton em primeiro que o campeonato vai para o bolso do inglês. Convenhamos, não é um cenário absurdo, é bem plausível. Não só pelo grande domínio da Mercedes durante a temporada, tem mérito de Hamilton na pista que ele venceu já por 2 vezes.

Nessa situação de dobradinha, se Vettel chegar em terceiro, ficará 76 pontos atrás do inglês com somente mais três corridas e 75 pontos em jogo. A briga irá se resumir ao vice campeonato, com a Mercedes focada para garantir o título para o alemão do seu time.

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Phil Hill, Alexander Rossi, Dan Gurney, Richie Ginther, Eddie Cheever, Scott Speed, Mario Andretti. Nomes de piltoos americanos fáceis de lembrar, pelo peso histórico ou pela proximidade temporal. Realmente, os expoentes dessa nacionalidade nas pistas da F1.

156 pilotos americanos já apareceram em ao menos uma corrida da F1, é a segunda maior nacionalidade representada nesse esporte, perdendo apenas para 160 bretões. Juntos, os americanos conseguiram 33 primeiros lugares e apresentaram ao mundo dois campeões mundiais: Phil Hill e Mario Andretti.

A primeira vitória americana foi de Johnnie Parsons em 1950 e explica o porque de tantos pilotos americanos “representados” nas estatísticas da F1. de 1950 a 1960, por 11 corridas consecutivas, a Indy 500 fazia parte do calendário da F1 e é clara a dominância dos pilotos americanos.

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Ainda sem a decisão sobre o segundo piloto da Haas, o jornalista Mark Glendenning levanta interessante questão sobre a capacidade dos pilotos americanos. Alexander Rossi, Ryan Hunter-Reay, Graham Rahal, Marco Andretti, Josef Newgarden e Conor Daly não poderiam ser candidatos?
O argumento de que os pilotos da Indycar (fora o jovem Rossi) não estão preparados para pilotar os sofisticados F1 é derrubado por Mark com uma colocação precisa: estamos em uma F1 que é possível um piloto como Pastor Maldonado vencer um GP, por que não esse pilotos citados não poderiam?

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A novela dos motores continua com capítulos mágicos.

Primeiro, as regras.

O grupo técnico definiu por unanimidade o que querem para 2016 (falta validar na reunião de Dezembro com a FIA). Nada de redução do número de tokens de desenvolvimento, nada de aumento de peças que não podem ser desenvolvidas, nada de motor igual para todo mundo e ninguém precisa homologar seu motor em fevereiro.

Eram pra ser 25 tokens de desenvolvimento em 2016, serão mantidos os 32. Equipes clientes poderão fechar contratos para ter motores do ano anterior – ou desatualizados – por um um custo menor. Também vai por terra a regra de fechar o motor em fevereiro, permitindo mais tempo para as equipes testarem seus desenvolvimentos. Além disso, os fabricantes de motores conseguiram garantir que não haverá um motor alternativo aos 1.6 Híbridos de hoje, o que era vontade do tio Bernie.

Tudo isso visa dar alguma chance para os times alcançarem a Mercedes.

Na dança das atualizações, a segunda parte da novela.

A Ferrari tem um motor novo para colocar em seus carros. Havia uma dúvida no paddock se adicionariam ao carro de Vettel (que tomará punições) ou se deixa o rapaz brigar por uma leve esperança de título. A Renault também trás um motor novinho (só para RBR), também sem decisão se irá para pista por conta de punições. A Honda, vai estrear em corrida o motor que andou no 1º treino livre da Russia com Alonso em um fim-de-semana completo. Todos estão otimistas que é um bom passo evolutivo em relação a máquina está instalada no carro de Button. Nessa salada toda, a Mercedes ficará com os motores atualizado só em sua equipe de fábrica. A desculpa oficial é brilhante. Além de não ter tempo de produzir peças suficiente para todos, a equipe de fábrica se denominou como cobaia dos testes do motor de 2016 e não seria justo transferir essa responsabilidade de desenvolvimento para os times clientes. Que altruístas, não?

No fundo, tudo parece tão confuso que é difícil você conseguir imaginar novas pessoas interessadas nesse esporte.

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Nesse mês, completamos uma ano da ausência da Marussia ao GP dos EUA. Após terem participado do GP da Russia com somente um carro por conta do acidente de Biachi, o time não seguiu para os Estados Unidos. A falta de dinheiro era evidente e o time conseguiu uma autorização para se ausentar das 3 provas finais do campeonato sem ser punida com a eliminação do campeonato.

Essa autorização foi fundamental para o renascimento da Marussia em 2015. Foi a garantia que a equipe precisava para capitalizar a verba adicional por concluir dois anos seguidos no Top-10 da categoria. Esse dinheiro foi fundamental para Stephen Fitzpatrick, fundador da energética Ovo, participar da recuperação da Marussia.

Stephen Fitzpatrick até hoje não deu nenhuma entrevista sobre seu envolvimento financeiro na equipe e, após os acordos técnicos firmados, rebatizada como Manor, a equipe surge com esperanças renovadas para 2016.

De um time que não conseguiu ligar o carro em Melbourne – 2015 para um time com reais esperanças de sair do fundo do grid em 2016, motivação não falta. Falta chegar dinheiro para construírem um carro que garanta pontos constantes.

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Fica uma sugestão para o Felipe Nasr: contrate Eje Elgh.

O rapaz é o empresário genial de Marcus Ericsson, o piloto sueco que anda no carro do Banco do Brasil e não perde o lugar no carro para Raffaele Marciello.

Está de parabéns!

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A Mercedes está no famoso ritmo de festa. Coroada bicampeã de construtores caminha para ver o bi de seu piloto. Apesar das falhas nos carros, a nova especificação de motores lançada em Monza é um sucesso. A diferença para o resto do grid voltou a subir e o time continua um passo a frente em aerodinâmica e em motor. Para essa prova uma dobradinha simples garante a festa, a cobrança é grande mas a chance de sucesso também.

O time vermelho vem com algumas dificuldades para essa corrida. Se atualizar seu motor seu único candidato ao título vai pro final do grid, se não atualizar não há chance de diminuir a distância pras Mercedes. Vettel veio a público e disse que não há dúvida alguma: sempre terão a maior quantidade de potência disponível independente de punição. Então a Ferrari entra em campo com o que tem de melhor em suas prateleiras e Hamilton vai voar sozinho pra ser campeão.

Pelos lados da RBR há a esperança da chegada do novo motor Renault. Punições a vontade, vão derrubar o time para o final do grid mas a esperança de um final de ano que justifique a fama de ter um bom chassi.

A Force India e a Toro Rosso continuam sua disputa com a Lotus pelo restinho dos pontos da classificação. A cada corrida uma está um passo a frente da outra e vão se revezando. Na Rússia a vantagem foi da Force India com uma excelente corrida onde o carro atualizado pode cuidar com muito carinho dos pneus. Para essa prova é a que tem mais chances de liderar esse pelotão. A Lotus está sem dinheiro e sem decisão sobre seu futuro, não dá pra esperar muita coisa do bravo time de Enstone. A Toro Rosso, coitada, merecia melhor sorte. Esse ano seu competente carro sofre com o motor Renault, que não será atualizado e tudo indica que irá para 2016 com um motor Ferrari de 2015.Continua sendo a equipe escola da RBR, mas poderia dar vôos maiores.

A equipe de Peter Sauber vai alinha seus carros no grid pela 400º vez na história da F1. É um feito e tanto. São mais de 20 anos no esporte, não merecia um bônus como Ferrari e McLaren? A eficiente equipe suiça é a 4º mais velha no grid, com certeza tem seu lugar na história da categoria. Para essa corrida devem brigar pelo pontinho final da classificação. Nasr se acertou com o novo engenheiro e pode apresenta rum bom ritmo de corrida. Na classificação, vão brigar para estar no Q2.

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A Mclaren é aquele capítulo a parte, né? Pessoal do Ron Dennis continua mostrando toda sua delicadeza e profissionalismo. Kevin Magnussen que o diga. O rapaz foi dispensado por email no dia do seu aniversário pela assistente do tio Ron. Nem um tampinha nas costas, nem um abraço. A esperança do garoto agora é buscar uma vaguinha na Lotus/Renault ao lado de Pastor Maldonado.

Na pista mesmo, nada de novo. Alonso vai para o fim de semana completo com o novo motor Honda instalado. O problema é que ninguém mexeu nas baterias e nos sistemas de recuperação de energia, e aí não tem milagre: Mclaren vai ser ultrapassada de tudo que é lado.

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Circuito: Circuit of The Americas
Voltas: 56
Comprimento: 5.513 km
Distância: 308.405 km
Recorde da Pista: 1:39.347 – S Vettel (2012)

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Programação
Sexta-Feira: 13h – 1º treino livre e 17h – 2º treino livre
Sábado: 13h – 3º treino livre e 16h – Classificação
Domingo: 18h – Corrida

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Tudo certo para uma grande corrida e para a celebração do mais novo membro do clube dos tri!

Vamos aproveitar, Boa corrida!

Abraços, Flaviz Guerra – @flaviz

Flaviz Guerra
Flaviz Guerra
Apaixonado por automobilismo de todos os tipos, colabora com o GPTotal desde 2004 com sua visão sobre a temporada da F1.

4 Comments

  1. Fabiano Bastos disse:

    A melhor notícia do final de semana foi a possibilidade da Honda fornecer motores para a Red Bull, mas parece que Ron Dennis não quer.
    Para os japoneses seria bom ter mais uma equipe de ponta ajudando a desenvolver a unidade de potência, além de também botar pressão na McLaren para desenvolver mais seu carro. Mas a imprensa internacional diz que o chefão da McLaren tem poder de veto e vai usar.
    Outra notícia interessante e maluca é a possibilidade da F1 adotar motores ao estilo Indy (V6 2.2 biturbo) como alternativa às atuais unidades de potência, de custo muito mais elevado. Comparando, motor para uma temporada na Indy custa setecentos mil dólares, enquanto as unidades de potência da F1 podem custar até vinte e cinco milhões de euros, convertendo as cotações, quase quarenta vezes mais.
    Há um claro “erro” estratégico dos dirigentes da F1 em ter tornado a categoria refém desta caríssima tecnologia. Por que se fez um regulamento de motor tão restrito, uma fórmula tão fechada?
    Com a tecnologia disponível, fluxômetros, sensores moderníssimos, centralina padronizada (ainda é?), não vejo por que obrigar os fabricantes a utilizar a mesma fórmula de motor. Isto é necessário para garantir paridade de performances?
    Com mais liberdade para os motores, talvez alguns fabricantes do WEC migrassem para a F1, afinal de contas os limites de fluxo de combustível são bem semelhantes: 100 Kg/h para a F1 e 89,5 kg/h para o WEC.

  2. Mário Salustiano disse:

    Flaviz

    muito lúcida sua análise sobre o GP e demais possibilidades, faço uma previsão, a Mercedes nessa prova vai lançar mão do jogo de equipe, para mim eles vão garantir nessa prova o Tri de Hamilton para que nas demais eles possam se concentrar no vice de Rosberg , só na possibilidade de Vettel ficar fora do pódio eles deixam o alemão chegar a frente do inglês.

    uma boa corrida

  3. Fernando Marques disse:

    Eu só tenho uma certeza … Lewis Hamilton será campeão este ano e entrará para a galeria dos tri campeões da Formula 1 … só não sei se será em Austin … mas não passa do México …

    Fernando Marques
    Niterói RJ

  4. Mauro Santana disse:

    Belo texto Flaviz!

    O Nasr com toda a grana que levou pra Saber, ainda vai ter que passar a vez nos treinos de hoje?

    Se o Hamilton não fizer nenhuma bobagem, ele chega ao tri neste GP.

    O mais engraçado é ler que o Rosberg ainda acredita em título.

    Rsrs na boa, neste ano pode esquecer.

    Abraço e um excelente GP a todos.

    Mauro Santana
    Curitiba-Pr

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