Brilliant disguise

Mistérios do Überwagen e seus seguidores
29/08/2014
Cenários
03/09/2014

O Safety Car é o maior disfarce da Fórmula 1

No ano 1987, Bruce Springsteen lançaria seu novo álbum titulado “Tunnel of Love”, e o primeiro single a ser extraído desse álbum foi a melódica canção “Brilliant Disguise” que, imediatamente, se converteria num grande sucesso mundial, e é minha cançao preferida de Bruce. Na canção, Springsteen, sutilmente, descreve as dúvidas que atormentam um homem respeito à relação com sua mulher e, ao longo das estrofes, a confusão, o ciúme e a insegurança que habitam em todos nós, sao apresentadas de forma magistral.

Conforme a canção avança, Springsteen chega a desconfiar de que ele mesmo e a mulher em questão tivessem sido alguma vez quem pareciam e pretendiam haver sido. Também se pergunta se teria havido algo autêntico e genuíno naquela relação, ou se tudo se tratava apenas de uma grande ilusão criada pela mascara e disfarce com os que todos nos envolvemos, quando tratamos de ocultar quem realmente somos. Mas… quando essa mascara e o disfarce se desvanecem, a ilusão desaparece e, então, ficamos totalmente expostos tal como realmente somos.

httpv://youtu.be/uoEUwljiHv4

Ao passado GP da Hungria lhe foram dedicados muitos elogios e foi, até, definido como o melhor GP da temporada. Houve muita emoção, varias disputas e ultrapassagens, fazendo que fosse muito empolgante até o final. Enfim, tudo o que queremos e esperamos de um GP. Lástima que tudo foi uma grande ilusão, decorrente de artificialismos como o DRS e de interferências externas como o Safety Car.

Muito tem se criticado a norma que concede pontos duplos no último GP da temporada, dizendo que se trata de uma adulteração da competição. Eu tampouco gosto muito disso, mas não me molesta em demasia pois a concessão de pontos sempre é, apenas, um convencionalismo, e a norma, afinal, é igual para todos. Não me molesta muito porque não seria raro que um piloto se proclamasse campeão, descontando sua vantagem em pontos, ganhando as duas últimas corridas do ano. Assim, a norma, apenas de algum modo, pode conceder a esse último GP o status de uma final.

De qualquer modo, se trata de aumentar o espetáculo e manter o interesse por ver quem será o campeão até a última corrida, comprazendo, assim, às televisões e aos patrocinadores (sem esquecer o Sheik que paga uns bons milhões para promover seu país).

Me afetam muito mais as interferências do Safety Car, como esta última no GP da Hungria. A busca de segurança é algo muito louvável e recomendável, disso não há dúvida, e a função do Safety Car é a de aumentar essa segurança. Contudo, sua presença vem promovendo um efeito colateral que nada tem a ver com a segurança em si, e que distorce e adultera os resultados das corridas.

No entanto, curiosamente, ninguém se queixa disso. A segurança não pode, nem deve, ser uma desculpa, e muito menos um pretexto, para alterar o resultado da competição em prol do espetáculo, como aconteceu na Hungria.

Segundo o regulamento, quando acontece algum acidente que não obstrui a pista e, portanto não faz necessária a suspensão da prova, o Safety Car tem a função de manter os carros circulando numa velocidade segura para o pessoal que atende o acidentado e aqueles que retiram os restos do carro. Até aí… tudo bem! No entanto, o que me resulta estranho é que permitam que os retardatários com volta (ou voltas) perdida descontem essa volta? Acaso ter alguma volta perdida é perigoso?

Entendo que estar lá atrás com alguma volta perdida pode ser decepcionante e inclusive embaraçoso; em alguns casos pode até ser uma vergonha, mas nunca resulta mais perigoso! Então, porque devem todos reagrupar-se na mesma volta atrás do Safety Car? Temo que o único propósito é recriar condições que promovam disputas e aumentar o espetáculo… a custa de sacrificar a competição.

A presença do Safety Car vem alterando o normal decorrer das corridas e seus resultados desde faz tempo: por exemplo, no GP da Singapura de 2012, Jenson Button foi privado de uma muito provável vitória, pois vinha conservando seus pneus muito bem até que o primeiro Safety Car, lhe deixou sem a vantagem arduamente conseguida até então, enquanto que o segundo Safety Car beneficiou os pneus de Vettel, permitindo-lhe manter a primeira posição até o fim.

No GP da Alemanha de 2013, a Romain Grosjean lhe foi negada sua primeira vitória na Formula um por um Safety Car, cuja necessidade era bem discutível. Finalmente, este Safety Car no GP da Hungria foi o cúmulo da adulteração e desprezo à competição. Com a perda de controle do seu carro de Marcus Eriksson e o conseguinte acidente, Charlie Whiting ordenou a imediata saída do Safety Car à pista. Contudo, a ordem foi dada de maneira tao inoportuna, que o tal carro de segurança saiu à pista quando os três primeiros colocados nesse momento já haviam passado pelos boxes.

Assim, Rosberg, quem liderava com folga e ampliava a vantagem volta após volta, com Bottas em 2º e Vettel em 3º, só puderam entrar a trocar os seus pneus na seguinte volta, depois de que todos os outros já tivessem trocado os seus. Ao sair dos boxes, se encontravam em 4º, 11º e 7º lugar, respectivamente.

Todo o bom trabalho de Rosberg durante os dias anteriores e a vantagem obtida nas primeiras voltas, arriscando quando a pista estava ainda molhada, foram por água abaixo pela precipitada e extemporânea decisão do tal Whiting. Rosberg, que havia conseguido a pole numa classificação perfeita e dominava a prova com consistência, terminaria em 4º lugar. Enquanto isso, seu companheiro Hamilton, largando em último lugar desde os boxes e, apesar de errar na primeira volta, perdendo ainda mais tempo, acabou subindo ao terceiro degrau do pódio. Tudo por gentileza de um absurdo Safety Car.

O Safety Car se tornou algo tao habitual que, enquanto há algum acidente, todos já estamos esperando sua presença na pista. Visto o acontecido na Hungria, realmente, não sei que critério foi o seguido para ordenar sua saída.

Com certa malícia, chego até a pensar se o Safety Car, aproveitando o pretexto da segurança, é enviado à pista para contentar aqueles que estão atrás, sabendo que os da frente não se atreverão a reclamar por temor a serem acusados de “insensíveis” e , assim, como uma espécie de botão de “reset”, reiniciar o show com todos os carros reagrupados. A televisão até aproveita muito bem esses momentos para colocar seus comerciais. É como matar dois pássaros de uma pedrada!

Numa categoria que presume de ser o zenite da tecnologia, me parece que há meios mais “tecnológicos” de conciliar segurança e competição, de maneira que a busca da primeira não comprometa a integridade da segunda. Talvez, bastaria implementar algum dispositivo que permitisse a Whiting que, desde seu posto de controle, ativasse o limitador de velocidade de todos os carros… ao mesmo tempo.

Poderia, até, haver um dispositivo que acionasse automaticamente dito limitador apenas no trecho do acidente. Com isto a competiçao seria preservada sem comprometer a segurança. Assim, nenhum piloto seria nem beneficiado, nem prejudicado pelo tal carro de segurança.

Se a velocidade limitada no pit lane e considerada segura, apesar de que os carros passam bem perto de dezenas de pessoas numa reduzida área sem escapatórias (e, com mais frequência da desejável, vemos mecânicos sendo golpeados, atropelados ou arrastados durante os pit stops), essa mesma velocidade deve ser segura para a pista onde, além do mais, fiscais, devidamente munidos com suas bandeiras amarelas, manteriam um controle mais estrito da situação, nos lugares mais problemáticos. Com isso, creio que se conseguiria um melhor equilíbrio entre segurança e competição.

Para a próxima temporada, há noticias de que o regulamento vai estabelecer que, depois de um Safety Car, a corrida seja reiniciada desde o grid. Isto, novamente persegue satisfazer o espetáculo mais do que a competição, pois a largada, normalmente, é um momento muito emocionante.

Porem, essa emoção, em boa medida, se deriva do fato de que é um momento único da corrida, mas, quando hajam varias “largadas”, deixará de ser crucial. Além do mais, a largada (e as primeiras curvas) é um lance suscetível de provocar acidentes, o que, por sua vez, poderia gerar a necessidade de largada após largada, até que não houvessem mais acidentes. Enfim, algo simplesmente bizarro e até contraditório com a suposta preocupação pela busca de segurança.

Não há dúvida de que a segurança é necessária, mas esta deve sempre estar ao serviço da competição, não ao contrario. Porém, me parece que tanto a competição quanto a segurança vem sendo relegadas em prol do espetáculo. Portanto, devemos decidir se queremos competição ou espetáculo e o que estamos dispostos a sacrificar, pois tudo parece indicar que é muito difícil que ambos os fatores se apresentem sempre de maneira simultânea. Como diz a canção dos Rolling Stones: “You can’t always get what you want” (você não pode conseguir sempre o que quer).

De momento, parece que outros estão decidindo por nós, e o fator escolhido nao esta sendo o esportivo, fazendo que a Fórmula Um venha convertendo-se apenas num espetáculo disfarçado de competição. Assim, quando assisto a GPs como este último da Hungria, me vem à memória a canção de Bruce Springsteen e  recordo a estrofe que diz:

So tell me what I see
(Então me diga o que vejo)

When I look in your eyes
(Quando olho em seus olhos)

Is that you baby
(É você meu bem)

Or just a brilliant disguise
(Ou apenas um brilhante disfarce)

Um abraço a todos é até o próximo Safety Car 🙂

Manuel Blanco
Manuel Blanco
Desenhista/Projetista, acompanha a formula 1 desde os tempos de Fittipaldi É um saudoso da categoria em seus anos 70 e 80. Atualmente mora em Valência (ESP)

17 Comments

  1. Manuel disse:

    Alguem sabe quanto a Mercedes paga para que o Safety Car seja um de seus modelos ?
    ( nao creio que tio Bernie lhes deixe exibir o carro gratis )

    • Mauro Santana disse:

      Ai esta o X da questão Manuel, o valor eu não sei, mas faz parte do “Espetáculo” da F1.

      Abraço!!

  2. Fernando Marques disse:

    Belo texto!!!
    E mais um debate em andamento.
    No futebol, quando um erro do juiz interfere no resultado é aquela choradeira. E bota discussão na mesa de um bar.
    Pelo visto os Safety Cars caminham pelo mesmo caminho.
    Não resta duvidas que a FIA e o Tio Bernie estão usando o SC para beneficiar apenas o espetáculo. E obviamente as TV por tabela aproveitam para faturar … e aí voltar atrás fica dificil …
    Agora o que a meu ver, em termos de regulamento, o que vem estragando as corridas como competição é exatamente confundir o politicamente correto com a segurança. Qualquer acidente banal virou motivo para a entrada do SC. Na Indy Car então nem se fala. Chega a ser 5 ou 6 vezes por corrida. E ficar vendo na TV aquela fila indiana sem ninguém poder fazer nada por não sei quantas voltas acaba sendo um tremendo saco. A Formula 1 segue o mesmo caminho e cada vez mais vemos corrida sendo decididas por este motivo como bem relatado pelo Manuel..

    Fernando Marques
    Niterói RJ

    • Lucas dos Santos disse:

      Fernando,

      Quando ao Pace Car da Indy, há o que eu chamo de “agravante”. Repare como são as pistas de rua da categoria: as curvas parece que são “projetadas” para provocarem um acidente e causarem a entrada do carro de segurança.

      Há várias barreiras de pneus posicionadas em pontos estratégicos somente esperando que algum piloto as encontre ao errar o traçado por um único milímetro que seja. Já reparou como as (poucas) provas em circuitos mistos permanentes costumam ter bem menos intervenções do Pace Car? É que nessas pistas o piloto tem mais espaço para errar e lá não dá para colocar as “armadilhas” de pneus que colocam nos circuitos de rua.

      É por essa razão que na Indy eu prefiro os circuitos permanentes aos de rua.

  3. Fabiano Bastos das Neves disse:

    Excelente coluna Manuel!
    Concordo totalmente com o ” espírito ” dela. Com a tecnologia existente nos dias de hoje, não há razão que não o “espetáculo” para punir competidores em nome da segurança. A igualdade de condições é indispensável em qualquer competição.
    Quanto a asa móvel, apesar de ela criar uma desigualdade momentânea, vejo que foi um mal necessário devido ao absurdo avanço da aerodinâmica que estava tornando quase impossível realizar ultrpassagens, mesmo quando envolviam carros de performances muito diferentes. Quem não se lembra de Alonso perdendo o título preso atrás do russo. E era o Alonso, valia um título. Algo precisava ser feito. Eu preferia que tivessem feito algo diferente, menos asa, menos downforce, carros mais altos, “pneus de trator”, sei lá, mas algo que não criasse esta situação de desigualdade, mesmo que momentânea. Mas, no final das contas, os carros mais rápidos estão chegando na frente. Pena que algumas ultrapassagens tiveram que perder seu valor.

  4. Arlindo Silva disse:

    O Safety Car em Nurburgring ano passado foi discutível? Tinha um carro andando sozinho na pista sem piloto pra controlar…

    Até concordo que a categoria poderia adotar uma solução mais elegante como por exemplo limitar a velocidade em determinadas zonas de pista. Embora acredito que criar essa zona poderia criar um risco de acidente, pois eventualmente o piloto teria de reduzir abruptamente de 300 para 120 por exemplo, aumentando assim um risco de acidente caso o mesmo esteja sendo perseguido.

  5. Lucas dos Santos disse:

    Interessante a análise do Manuel.

    Quanto à sugestão de ativar o limitador dos carros em trechos de acidentes, isso já foi utilizado nas 24 Horas de Le Mans de 2014, sob o “rótulo” de “Slow Zone”. Só que não era nada automático. Cabia ao piloto ativar o limitador de velocidade a partir do local demarcado. Neste vídeo, o piloto Jon Lancaster explica isso com mais detalhes e dá a sua opinião: https://www.youtube.com/watch?v=AtseGcIX6WM

    Quanto às bandeiras vermelhas, creio que só deveriam ser usadas quando um acidente vier a obstruir a pista, como o provocado por Maldonado em Monaco 2013. Diferentemente do acidente do Raikkonen em Silverstone desse ano, em que a bandeira vermelha foi acionada – desnecessariamente, em minha opinião – devido ao guard-rail ter sido danificado, sendo necessária a reparação. Poderiam muito bem ter deixado a corrida sob Safety Car enquanto consertavam as defensas metálicas, evitando assim o atraso causado na prova. Se fosse o caso, poderiam, posteriormente, aumentar o número de voltas da corrida para compensar, como se faz (ou se fazia?) na BTCC.

  6. Mauro Santana disse:

    Eu também sou contra a bandeira vermelha Ronaldo, só usei um exemplo do que já existiu no passado.

    Abraço!

  7. Ronaldo disse:

    Podemos discutir sobre a questão da reposição de voltas pelos retardatários, da qual sou partidário. Mas os demais eventos do GP Magiar, especialmente o fato de os ponteiros terem tido o azar de o acidente acontecer na hora errada, é o aquele fator que existe em qualquer esporte, o imponderável. Se o Safety car existe, ele vai, necessariamente, ser oportuno para uns e para outros não. Ninguém escolheu a hora do acidente, o local em que aconteceria, etc. Na minha opinião foi corretíssimo, por ter acontecido em um momento de condições climáticas instáveis, em que a maioria dos pilotos sofria para manter o carro no traçado, e em uma saída de curva, bem na tangência dela.
    A liberação do SC tem acontecido em momentos às vezes oportunos demais, concordo, mas é muita paranóia achar que a etapa húngara não teve méritos por isso. O acaso, o imponderável, é o que faz do esporte algo apaixonante. Pessoalmente odeio o fato de os carros não quebrarem mais, mas é legítimo que eu reclame disso? Sem o imponderável, as corridas não precisam sequer ser disputadas, podendo ter o resultado decidido na tomada de tempo no sábado, deixa o domingão liberado pros mecânicos.

    A regra da largada parada após SC foi descartada.

    Sua resposta para os artificialismos são mais artificialismos?

    “Talvez, bastaria implementar algum dispositivo que permitisse a Whiting que, desde seu posto de controle, ativasse o limitador de velocidade de todos os carros… ao mesmo tempo.
    “Poderia, até, haver um dispositivo que acionasse automaticamente dito limitador apenas no trecho do acidente. Com isto a competiçao seria preservada sem comprometer a segurança. Assim, nenhum piloto seria nem beneficiado, nem prejudicado pelo tal carro de segurança”

    Fala sério.

    • Manuel disse:

      Caro Ronaldo,

      Meu “artificialismo” teria a finalidade de nao interferir na competiçao, coisa que acontece atualmente com os SC, especialmente esse da Hungria. Teria bastado mostrar dupla bandeira amarela aos participantes durante alguns segundos mais, até a saida do SC à frente do lider.
      Enquanto a permitir que os retardatarios recuperem as voltas perdidas, realmente nao vejo nenhuma lógica esportiva em conceder-lhes o que justamente perderam anteriormente.

      • Ronaldo disse:

        Pois é, Manuel, o esporte que amamos tem dessas coisas. Se pedissem minha opinião não teríamos limitação no nº de motores, relações de câmbio, tamanhos, formatos, compostos ou quantidade de pneus, testes dentro da temporada; teríamos a possibilidade de haver diferentes formatos de motores, efeito solo, pneus de cliassificação (saudosos!), e muito mais. Mas continuo achando o SC uma conquista da F1, que deixa de ser loteria a partir do momento que todos sabem que ele PODE acontecer. Existe desde os primórdios nos Indycars e em Le Mans, por exemplo. E os limitadores, ou qualquer outra atitude artificial que não seja totalmente isonômica, dependendo, por exemplo, de um comando do piloto (partindo do princípio de que não há bonzinhos na F1), geraria discussões sobre como esse ou aquele passou pela zona de restrição a dez ou vinte Km/h a mais que os outros. Por isso, sabiamente ele é chamado Pace Car nos EUA, está lá só pra marcar a cadência que todos devem cumprir, não deixando nada ao acaso, distribuindo igualmente os azares, apesar de uns os colherem mais que outros.

        • Manuel disse:

          Oi Ronaldo, o intercâmbio de opinioes sempre é enriquecedor.
          Você tem razao quando diz que nao ha bonzinhos e, por isso mesmo eu digo que o sistema teria de ser acionado remotamente ou automáticamente sem intervençao do piloto.
          Eu nao gosto nada do SC e muito menos de como se aplica pois nao é um imponderável, é uma imposiçao. Quem é vitima de um imponderável, nada pode fazer. Mas quem é vitima de uma imposiçao, poderia fazer mais.
          O mal chamado sistema dos descartes era muito criticado, apesar de que era igual para todos e todos sabiam o que tinham que fazer e o que podia acontecer. No entanto, no caso do SC, ainda que todos saibam o que pode acontecer… nada podem fazer e nao é igual para todos, pois castiga a alguns e beneficia a outros de forma arbitrária ( mais ainda em casos como o GP da Hungria )

        • Fabiano Bastos das Neves disse:

          Quem sabe, no final do ano o campeonato seja decidido por este SC. Aí teremos a exata noção de como pode ser injusta a alteração de situação de corrida pelo acionamento do SC.
          Quem assiste a Indy certamente enxerga isto muito bem.
          Chega a ser ridícula a forma como interferem no resultado de quase todas as corridas. Limitador de velocidade acionado durante o SC, com boxes abrindo apenas quando da passagem do líder é a melhor saída. Nem precisa colocar um SC na pista.
          Quanto a bandeira vermelha, dá para inventar um sistema de largada parada que libere os pilotos com o mesmo intervalo que existia antes da bandeira. É só querer!

        • Ronaldo disse:

          Fabiano, a abertura dos boxes após a passagem do líder era justa, e é assim que funciona na Indy e na NASCAR. Foi abolida após a desclassificação de Massa em 2007 e o Strike de Hamilton em 2008, ambos no Canadá, e ainda, a bandeira preta para Barrichello na Austrália em 2008. Sobre os descartes, compartilho a opinião do GPT em relação a eles, acho que as variáveis aumentariam muito se tivéssemos pilotos buscando vitórias ao invés de pontos. No entanto, mais acidentes e mais SC à vista…

        • Fabiano Bastos das Neves disse:

          Ronaldo,
          Também gostaria de ver os “melhores resultados” dr volta. Os pilotos e equipes arriscavam mais.
          Quanto a mudança no momento de abertura dos boxes, foi necessário, pois ainda havia reabastecimento. Pilotos podiam ficar sem combustível. Mas, pane seca não é mais um problema.

  8. Mauro Santana disse:

    Belíssimo texto Manuel, belíssimo!!

    Realmente à tempos que a F1(digo Bernie e cia) estão somente interessados no espetáculo que a F1 extra pista proporciona, pois vou listar abaixo “coisas” que não precisavam existir num GP.

    – Troca obrigatória de pneus

    – Safety Car

    – Asa móvel

    – DRS

    – Pontuação dobrada no último GP

    Essa questão da relargada após a entrada do safety car, me remota a uma época em que quando a havia uma bandeira vermelha, tínhamos uma nova largada, mas mantendo a diferença no cronometro conquistada na pista.

    Puxando pela memória, me vem GPs como México 87 e Japão 94.

    São bizarrices como essas em que o Manuel muito bem descreveu, que estão matando a F1, e que a audiência tanto tem despencada aqui no Brasil.

    Mas, o que se pode fazer, pois Bernie e Cia estão Cagando e Andando para nós amantes, e sim pensando somente em $$$$$$$$$$$$$$$$$.

    É triste, muito triste.

    E esta canção do Bruce Springsteen é um Clássico Manuel, porem a minha predileta dele é Glory Days.

    Grande abraço!

    Mauro Santana
    Curitiba-PR

    • Ronaldo disse:

      Concordo com tudo, menos sobre a bandeira vermelha. Como espectador, acho um procedimento muito confuso. Piquet perdeu o GP da Holanda em 83 por uma questão de cronometragem em bandeira vermelha.

      Se o SC gera polêmicas, imagina as bandeiras vermelhas por condições climáticas? Cito esse GP holandês e mais Mônaco 84, que tantas polêmicas geraram que pra mim são argumento suficiente contra o dispositivo.

Deixe um comentário para Mauro Santana Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *