Duas vidas

Um ano prateado…
13/03/2015
Hasta la vista, Bernie
18/03/2015

O Lucas Giavoni de 30 anos conversa com o Lucas de 8 sobre o GP da Austrália...

Neste fim de semana assisti novamente o filme Duas Vidas, da Disney. Nele, o personagem de Bruce Willis, um chatonildo prestes a completar 40 anos, recebe a visita dele mesmo aos 8, bochechudo e alvo de bullying, para que ambos possam reajustar seus caminhos.

Como exercício imaginativo, pensei nessa possibilidade. Eu, hoje, aos 30, (um pouco menos chatonildo do que o Willis) recebendo o Lucas de 8 anos. Claro que em termos panorâmicos, muita coisa ia ser dita. Mas quando o Lucas 8 me perguntasse da F1, eu simplesmente diria:

– Volta pra casa, cara. Você não vai querer saber.

Com que cara vou dizer que no grid só teve 15 carros? Que a McLaren voltou a usar motor Honda, mas que essa junção resultou no pior carro da prova? Que o time que era pra ser lanterninha, a Manor, nem ao menos consegue ligar o motor, diferente das Osellas, Colonis e Zakspeeds da minha infância?

Como eu iria explicar que apesar de existirem ótimos pilotos, as regras são chatas, os circuitos são chatos – muitos daqueles circuitos maneiros de 22 anos atrás foram excluídos ou podados, dando lugar a chatódromos em algum lugar endinheirado da Ásia, incluindo países não-democráticos. E se eu mencionasse o turbo, teria que explicar que não tem nada a ver com os anos 80, cortando qualquer clima de euforia por parte do eu-criança.

Mesmo no mais otimista dos pontos de vista, não temos como fugir da palavra “ruim” para a abertura da temporada.

Eu gosto do GP da Austrália não apenas por ser, salvo poucas exceções em temporadas anteriores, o GP de abertura – com aquela natural ansiedade para que tudo comece logo. Os carros ainda não estão totalmente desenvolvidos, os set-ups ainda não são os melhores e a durabilidade ainda é um objetivo a ser alcançado.

Ainda assim, a F1 está muito escassa. Não é possível dizer se a Manor vai conseguir correr – ainda que o esforço deles seja digno de efusivos aplausos. A Sauber e a Force India estão com poucos recursos para terminar a temporada. E agora surge a “ameaça” da Red Bull, que chegou em distante 6º com Daniel Ricciardo e nem largou com Daniil Kvyat, de se retirar da F1 (juntamente com Toro Rosso, claro) caso os motores não sejam equalizados.

Diante de tamanha crise, a atitude de mau perdedor do time do energético não ajuda em nada.

Vimos durante a pré-temporada vários times andando relativamente bem, como Ferrari e Lotus. No finalzinho, salvo engano no penúltimo dia, chega a Mercedes, calça supermacios e faz um temporal, humilhando na tabela de tempos.

A tática foi na medida: esconder o jogo o máximo possível, retirar dos rivais qualquer tipo de parâmetro ou referencial, para, quando não houver mais possibilidade de desenvolvimento, desanimar a todos ao provar mais uma vez a supremacia prateada.

Na corrida, o óbvio, com Lewis Hamilton e Nico Rosberg andando numa classe à parte. A Ferrari, sobretudo com um renovado Sebastian Vettel, deve aparecer como segunda força, incomodada por Williams e a própria Red Bull. Pena não sabermos a real performance da Lotus, que se retirou com Romain Grosjean com falha mecânica precoce e Pastor Maldonado mais uma vez chamando para si o caos.

Mesmo com tão pouca amostragem, é possível dizer que a luta pelo título mais uma vez vai ser uma batalha entre Lewis e Nico. Não é de todo ruim, uma vez que a Mercedes não deverá estabelecer hierarquia. Basta não se baterem, como no último GP da Bélgica. É um capítulo novo e deve ser este grande mote da temporada. Fica a certeza que ambos aprenderam várias lições das batalhas do ano passado.

Não me aguento. Tenho que falar do novo “formato” da detentora dos direitos de transmissão. Pois, como se não bastasse estar numa F1 em crise, temos uma transmissão em crise.

Foi uma mistura de Encontro com (sem) Fátima Bernardes, com uma pitada de Bem Amigos, uma corrida no meio e flashes de Big Brother, com torcida para um “brother” Felipe Nasr que estava na “prova do líder”. Luciano Burti e Marcelo Courrege totalmente subaproveitados.

A preguicite aguda em pesquisar informações técnicas novas, e checar informações históricas também dá nos nervos. Várias corridas da década de 1960 tinham 15, 16,17 inscritos, sendo muitos ocasionais. O GP de Portugal de 1960, Mônaco 1963 e Bélgica 1966 tiveram os mesmos 15 carros de Austrália 2015, por exemplo. Isso não chegou nem perto de ser mencionado na transmissão.

Vou dar o exemplo do Paulo Mancha D’Amaro. Toda vez que ele é convocado para comentar partidas de futebol americano, preenche duas folhas em A3 com informações de cada time em formato de planilha (que ele calcula demorar 4 horas cada), e ainda mais uma A4 com informações complementares da partida.

Se 10% desse esforço fosse empregado por quem comenta F1, teríamos informações muito mais precisas, tanto técnicas quanto históricas. E na dúvida, vale o famoso “dá um google”. Porque lembrar F1 de cabeça é coisa de Lemyr Martins pra baixo.

Coitado do Raul Boesel, relegado apenas a DJ, quando podia contar muito mais histórias e emitir opiniões com muito mais propriedade que dois atores (!) escalados para o evento. Muita produção para absolutamente nenhum conteúdo relevante. A distância para transmissões exemplares, como das TVs de Grã-Bretanha e Alemanha aumenta cada vez mais.

Torci, obviamente, para o Nasr fazer uma boa estreia – um 5º lugar foi excelente, muito melhor do que a encomenda. Anda mais se considerarmos a lambança da reivindicação (justa) de Guiedo van der Garde de ser titular, tudo por culpa de incompetência da diretora Monisha Kaltenborn, que expôs a Sauber ao ridículo ao assinar com três pilotos titulares ao mesmo tempo. Devia pedir pra sair.

Mas da mesma maneira que torci para uma boa estreia do Nasr, torci para os também novatos Max Verstappen e Sainz Jr. (belíssimo começo para ele) irem bem. A insistência do canal no modelo do pachequismo vazio não apenas foi aumentado, como tornou-se definitivamente um caminho sem volta.

A emissora, que teve 35 anos para criar uma cultura de apreciação ao automobilismo, e 20 anos de morte de Senna para rever seus conceitos, não moveu uma palha em direção ao sensato. A chegada de Nasr representa o último pilar de sustentação desse modelo. Não adianta dizer que o Brasil é o país com maior audiência numérica da F1. Tudo pode ir por água abaixo de uma temporada pra outra.

Voltando ao diálogo do Lucas 30 para o Lucas 8, mesmo diante do atual cenário, eu me esquivaria de um olhar apocalíptico:

– Garoto, a F1 viveu uma época dourada, até mesmo antes da gente nascer, mas você vai ver muita coisa bacana pela frente. Existirão fases ruins, capítulos tristes, mas a o automobilismo vai continuar sempre existindo. A F1 ainda existe, ainda é a categoria mais importante. Mas se um dia ela falir, vai surgir outra coisa no lugar, com o mesmo princípio de superar limites, que é o barato de toda a coisa.

Você vai se entusiasmar muito mais com outras categorias, e ver a beleza da Indy 500 e das 24 Horas de Le Mans, duas super-corridas. Vai enxergar a beleza do esporte a motor como um microcosmo, e não apenas como um torcedor dos pilotos brasileiros. Você vai estudar muito esse esporte, e vai escrever sobre o presente, o passado e o futuro.

Vai pra casa, garoto, não preciso falar muito mais do que isso…

Que a temporada termine melhor do que começou. Não apenas pelo presente, mas por tudo o que todos os entusiastas viveram pra chegar até aqui, não apenas em duas, como em múltiplas vidas.

Abração!

Lucas Giavoni

PS: se você, leitor, não conseguir postar seu comentário na própria coluna, tente via FaceBook. Nos últimos dias, a caixa de  mensagens do GPTotal tem sido vítima de centenas de spams :/

 

 

Lucas Giavoni
Lucas Giavoni
Mestre em Comunicação e Cultura, é jornalista e pesquisador acadêmico do esporte a motor. É entusiasta da Era Turbo da F1, da Indy 500 e de Le Mans.

22 Comments

  1. Lucas Giavoni disse:

    Queridos,

    Obrigados por todos os comentários. É realmente muito bom em meio a esta crise ver tantas opiniões lúcidas e relevantes.

    O interessante é perceber que para muitas coisas, a F1 poderia ter sido consertadas muitos anos antes, algo que a gestão Mack Mouse frente à FIA, e o enfilhodaputamento de Bernie frente às finanças e direitos não permitiu. E isso de maneira pontual, nos momentos que aconteciam, não agora, muitos anos depois. Hoje o que se tem é a somatória de um monte de besteiras que nasceram, floresceram e hoje mandam a conta.

    Por mais que muitos gostassem (inclusive eu) de ver a aposentadoria de Bernie, é possível que a saída do gnomo inglês seja a implosão definitiva da franquia Fórmula 1, com uma luta de poderes entre o que restar da FOM, da FIA e das equipes. O cenário é extremamente apocalíptico, mas não pode ser descartado.

    Apenas uma última consideração: o Lucas com 8 anos viu Donnington 93. Que inveja que eu tenho dele!

    Abração!

    Lucas Giavoni

  2. Annibal Affonso disse:

    Se a Formula 1 acabar, significa que ela não tem mais condições de ser a representante máxima das provas de Grandes Prêmios. A F-1 herdou e está alicerçada sobre um valioso patrimônio físico e simbólico, formado na primeira metade do seculo XX, que ela pouco menciona, como podemos comprovar no centenário dos GPs, ocorrido na França em 2006: vejam que os protagonistas eram basicamente os mesmos, e a Ferrari deu o troco, vencendo a Renault (em 1906 a Renault venceu a Fiat). Acredito que o importante é preservar o espírito dos Grandes Prêmios. Se a “fórmula” vier a mudar um dia, deixará uma enorme contribuição.

  3. A relação que a Globo vem construindo com o Nasr tem potencial para gerar forte rejeição ao piloto em muito pouco tempo, caso os resultados não cheguem rápido.
    Espero estar errado.

    • Mauro Santana disse:

      Concordo contigo Márcio, mas infelizmente vai ser assim com qualquer piloto brasileiro que chegue a F1.

      Cabe ao Nasr tomar uma postura diferente da que o Barrichello tomou nos tempos de F1 pós Senna.

      Abraço!

      Mauro Santana
      Curitiba-PR

    • Fernando Marques disse:

      Qualquer brasileiro que aporte na Formula 1, em razão de patrocinadores brasileiros, tem que manter uma relação com a Globo … não há escapatória … tem suas vantagens e tem seus riscos … faz parte …

      Fernando Marques

    • Mário Salustiano disse:

      Márcio

      infelizmente essa situação segue o padrão do ditado: “se ficar o bicho morde, se correr o bicho come” , infelizmente a possibilidade de um piloto brasileiro com patrocínio brasileiro fugir desse modelo é próxima de zero, primeiro porque até em contratos essa situação muitas vezes é amarrada,segundo esses anos todos o único brasileiro que teve peito de fugir desse modelo foi de uma certa forma o Piquet. Ganhou de brinde o rotulo de cara azedo e boa parte dos torcedores endossam por seguirem o efeito manada imposto pela Globo.

      abraços

      • Fernando Marques disse:

        Mario,

        eu ia citar o Piquet como exemplo de quem sempre “cagou e andou” para a Globo e não deixou de ser campeão … mas como voce disse ele foi a excessão … por outro lado o Senna talvez tenha sido o melhor exemplo de como tirar bom proveito desta relação … e talvez aí resida o fato da Globo querer sempre repetir a formula como fez com Barrichello, Massa e vai fazer agora com F. Nars …

        Fernando Marques

    • Lucas dos Santos disse:

      Sem dúvidas, Márcio.

      Essa quinta colocação no GP da Austrália deve ser encarada como um resultado atípico. Teve várias posições “herdadas” aí. O mérito do Nasr está apenas em tirar proveito disso.

      Vejamos: ele se classificou em décimo-primeiro: antes mesmo da largada, ganhou a posição do Bottas – que não correu – e ficou em décimo. Maldonado, Grosjean e Raikkonen, que largaram na frente dele, não completaram a prova. Com isso, o Nasr ganhou mais três posições, ficando em sétimo.

      Dessa forma, as únicas posições que ele ganhou de fato, foram a do Carlos Sainz Jr. e a do Daniel Ricciardo. As demais foram todas “herdadas”. Isso explica por que Nasr terminou a prova 57 segundos atrás do quarto colocado, estando muito perto de ter tomado uma volta do líder – que o alcançou na última curva.

      Por isso é bom não se enganar. A Sauber não é essa “bam-bam-bam” toda e quem acompanhou as duas últimas temporadas da GP2 sabe que o Marcus Ericsson é bastante competitivo, estando basicamente no mesmo nível do Nasr.

      Portanto, o potencial de rejeição ao piloto, quando virem onde de fato está a Sauber, é realmente alto!

  4. Lucas dos Santos disse:

    Pessoal, surgiu uma dúvida aqui, a qual eu gostaria que alguém esclarecesse:

    O calendário de 2015 tem 20 corridas. Vamos supor que o Hamilton vença 10 corridas e o Rosberg vença as outras 10. Suponhamos também que eles terminem em segundo as corridas que não conseguirem vencer. Dessa forma, no fim do campeonato, cada um teria 10 vitórias e 10 segundos-lugares, ficando empatados com 430 pontos cada. Nesse cenário hipotético (mas nada impossível), para quem iria o título?

    • Manuel disse:

      Boa pergunta Lucas,
      Nao sei mas, talvez, recorreriam ao número de poles de cada um ( ou de segundos lugares, ou terceiros e assim até desfazer o empate )

      abs, Manuel

      • Mário Salustiano disse:

        amigos

        segundo o regulamento da FIA, haveria comparações em todos os resultados obtidos em corrida, começando pelo número de vitórias, depois de segundos lugares e assim por diante ,caso o empate perdure entra os resultados em treinos classificatórios, imaginar que um empate perduraria em todas essas hipóteses seria bem interessante mas muito improvável

        abraços

        Mário

        • Fernando Marques disse:

          Até por que na situação sugerida cada um teria 10 vitorias e 10 2º lugares … não haveria outra colocação a ser considerada … eu fiquei quieto pois não tinha certeza que a classificação nos treinos poderia ser critério de desempate

          Fernando Marques

        • Lucas dos Santos disse:

          Entendi. Grato pela explicação.

  5. Robinson Araujo disse:

    Olá amigos do GPto

    Ando ficando preocupado pois o sono está se tornando um ponto forte durante os GP´s algo que nem de longe passava em minha mente em tempos remotos. Imagine eu dizer a mim mesmo em 1988 quando escondido dos pais levantei de madrugada para assistir aquele memorável GP me sentindo quebrando barreiras aos 10 anos de idade.
    A monotonia germânica talvez no faz mal por não termos um piloto brasileiro na equipe, pois, na mesma temporada de 27 anos atrás tinhamos o mesmo monopólio, porém com 51% de chances para um brazuca.
    A tecnologia/segurança tem tornado o campeonato quadradinho, todo certinho, o que, como a vida, acaba por perder o encanto do inusitado, do risco, do rompimento de limites.
    Para este ano com um Hamilton mais seguro e equilibrado arrisco 15×5 contra Rosberguinho e um tri-campeonato a encaminhar um tetra e quem sabe um penta.
    Que venha o próximo GP, sempre acreditando em dias melhores.

    Um grande semana a todos amigos do GPto.

  6. Mauro Santana disse:

    Falou tudo Fernando, e concordo contigo neste caso Mclaren/Honda.

    Aquela parceria dos anos 80, da maneira que aconteceu, “SE” acontecer novamente, vai levar alguns anos.

    E Fernando, o que falta para o Rosberg, é o que sobra para o Hamilton, que é arrojo e velocidade.

    Abraço!

    Mauro Santana
    Curitiba-PR

  7. Fernando Marques disse:

    Esqueci de fazer uma pergunta:
    Mauro, o que faltou ao Rosberg para andar junto do Hamilton? … Sei lá, o que vi foi um Hamilton dominador e e de outro lado um Rosberg que falou muito que ia ser isso e aquilo mas comportou-se como um dominado …

    Fernando Marques

  8. Fernando Marques disse:

    Amigos,

    o Lucas mandou muito bem na sua coluna acima.
    Eu não vi a corrida. Confesso que acordar de madrugada para ver a Formula 1 se tornou um sacrificio impossivel de se fazer. Ainda mais depois de saber que o Galvão Bueno tomou o lugar da Fatima Fernades no programa Encontro … aí que eu anão acordo mesmo … hehehehe
    Vi obviamente os melhores momentos da corrida e não tenho duvida que foi uma corrida chata e sem graça … agora pensem bem … pra que 15 ou 20 carros no grid se a corrida só vale para dois carros? … Se a temporada continuar assim não vai ser só a RBR que vai cair fora junto com a Toro Toro e sim todas as demais equipes, inclusive a Ferrari …
    A estreia do Nars foi bem positiva, não resta duvidas mas daí confiar nele todas as nossas esperanças de ver um brasileiro novamente campeão é demais da conta … vai ser duro aturar a dupla GB e RL neste sentido … coitado do Massa … vai ser jogado literalmente para escanteio …
    A corrida do Massa a meu ver foi de certa forma decepcionante, para variar … pra quem conquistou um 3º lugar no grid com tanta autoridade, chegar em 4º lugar atras da Ferrari do Vettel jamais pode ser considerado um grande resultado … chegou ao fim da corrida com gosto margo de derrota … e mais uma vez … pra variar … teve chororô pra cima dos motores da Mercedes … hehehehe
    Com relação a Mclaren/Honda, as expectativas são grandes assim como serão as decepções … e vale aqui ressaltar que se a parceria nos tempos de Senna e Prost foi vencedora valeu-se muito do trabalho desenvolvido pela Honda na Willians e Lotus, que comeram o pão que o diabo amassou até poder ter um carro vencedor … quando a Honda aportou na Mclaren, já tinha um propulsor vencedor … querer de cara que a retomada da parceria já seja sucesso é fugir totalmente da realidade … penso que a Mclaren só tem a evoluir … vamos dar o tempo … chamar a Maclaren de equipe pequena não é o melhor adjetivo … ainda mais se comparada a Manor …
    Espero que a temporada de 2015 não seja igual daqui para frente o que foi na Australia … que sempre valeu-se de um GP que não serve de parâmetro pra nada mas que como tudo tem uma primeira vez já pode estar dando um raio x fiel do que veremos daqui para frente … e aí é que não acordo de madrugada pra ver corrida … rsrsrsrsrs

    Fernando Marques
    Niterói RJ

  9. Lucas dos Santos disse:

    Excelente coluna, xará!

    Minhas considerações sobre a corrida:

    – O quinto lugar do Nasr foi um resultado excelente para o piloto e para a equipe. Mas terminar a corrida 57s após o carro imediatamente à sua frente não é nada para se comemorar. Em uma corrida típica, sem tantos abandonos, essa colocação seria quase impossível.

    – A corrida do Massa foi bastante consistente. Perdeu a terceira posição e o lugar no pódio, porém não é nada fácil competir com um Sebastian Vettel em uma Ferrari que, ao que tudo indica, está em boa forma. Mesmo que tivesse conseguido voltar à frente do carro #5, seria muito difícil sustentar a posição.

    – McLaren é definitivamente “the worst of the rest”. Só não é pior que a Manor, porque isso é impossível. Pelo visto a Honda que voltou à Fórmula 1 continua “a mesma” – ou pior – que disputou a temporada de 2008, sem relação com o sucesso dos anos 80. Será que, depois da volta da Williams-Renault em 2012, a McLaren-Honda será mais uma parceria “clássica” a fracassar? E agora, Ron Dennis? Será que, desse jeito, consegue arranjar um patrocinador principal?

    – Ver poucos carros dividindo a primeira curva da corrida foi o retrato da situação atual. A categoria está, definitivamente, em crise. Porém, só assim para a Fórmula 1 sair da zona de conforto e evoluir. Alguns resultados já começam a aparecer. Vide a adesão ao Twitter, o site totalmente reformulado, Live Timing trazido para a segunda década do século 21 e até mesmo vídeos com algumas matérias sobre a categoria (quem diria?)! Parece que o Sr. Ecclestone – ou sabe-se lá quem – se deu conta que a água já está batendo no pescoço e começou a se mexer para fazer algo.

    – A FOM deve ter “endurecido” bastante as regras de transmissão das corridas pela Globo. Aparentemente, perderam a “autonomia” de cortar as imagens da transmissão para “câmeras exclusivas” e estão sendo obrigados a exibir o pódio até o final. Obtiveram permissão especial para mostrar conteúdo “exclusivo” em tela dividida, o que ficou bem razoável.

    – Quanto ao “Encontro”, só posso dizer que é lamentável. Simplesmente lamentável! Uma verdadeira perda de tempo. A TV britânica Sky Sports F1 agradece a minha audiência – ainda que de forma ilegal…

  10. Marcelo C.Souza disse:

    Parabéns pela excelente coluna,Lucas!

    Quando acabei de ler este texto,lembrei-me de um comentário escrito aqui há 9 anos dizendo que “a F-1 ainda não estava morta,porém já está em coma há vários anos,pálida e insípida”. Confesso que quando vi aqueles carros da McLaren quase totalmente “pelados”,senti uma tristeza muito grande,não só pela fase ruim que a vitoriosa equipe de Woking vem atravessando,mas também pela trajetória aceleradíssima de decadência em que a F-1 se encontra,tanto técnica(causada por regulamentos complexos,cheios de brechas e frescuras que mudam ano após ano) quanto financeira(resultante dos altos custos das equipes que não conseguem obter bons resultados).

    Sincera e honestamente,já há bastante tempo cheguei à conclusão de que o Bernie Ecclestone quer que a F-1 seja enterrada junto com ele! É lamentável ver uma categoria que produziu tantos pilotos idolatrados no mundo todo e com uma história tão rica “apodrecendo” deste jeito!!! É triste mesmo!!!

    Um forte abraço!!!!!
    Marcelo C.Souza
    Amargosa-BA

  11. Rafael Mansano disse:

    Excelente coluna, Lucas! Parabéns!

    Na torcida para a F1 realmente ser melhor no futuro, porque no presente está ficando complicado. Em relação a transmissão, melhor nem comentar.

    Abraços.
    Rafael Mansano

  12. Bruno Wenson disse:

    Melhor dois da mesma equipe que um só a correr pelo título.
    Mansell, Schumacher e Vettel a correr sozinhos davam sono.
    Já Prost e Senna, Hamilton e Massa e outros que fossem dois a disputar raramente reclamam.
    Dá pra entender??
    Qual foi a última temporada realmente disputada por três ou mais pilotos??
    A de 2010, por quatro. A de 2008 foi ótima, assim como a de 2007 com quatro disputando.
    As outras foram a exceção. Sempre dois a disputar. Nada de novo, pelo visto.
    Que bom que teremos alguém contra Hamilton.

  13. Mauro Santana disse:

    Grande coluna Lucas!!

    Grande estreia do Nasr, gostei de ver a garra do garoto em pilotar, pois tem tudo pra dominar o galinheiro do box da Sauber e mandar no pedaço.

    Olha, o que foi esta transmissão da globo!?

    A pá de cal, pra mim, foi quando o Galvão perguntou para o Giba se ele acompanha bastante a F1.

    Sua resposta foi:

    – Acompanhava muito na época do Senna, mas depois que ele morreu, quase não assisto mais.

    Por favor, o que nós amantes deste esporte temos que escutar.

    FIASCO!!

    E tomara mesmo Lucas, que a temporada termine melhor do que começou.

    Abraço!

    Mauro Santana
    Curitiba-PR

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