Em boca fechada não entra mosca

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21/12/2001
Testes servem para testar – e enganar…
23/01/2002

Edu,

Antes de mais nada, um recado a nossos amigos leitores. Os Especiais temáticos, que foram muito bem recebidos pelo público e pela crítica nas últimas quatro semanas, continuarão sendo feitos. Mas estamos retomando nossa tradicional de troca de cartas aqui no GPtotal. Afinal, os testes para 2002 já estão em pleno andamento e, infelizmente, nosso bom Rubens Barrichello já andou fazendo declarações infelizes…

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Para quem não acompanhou, Barrichello disse em entrevista coletiva que recebe apenas 30 ou 35% da atenção da Ferrari – o restante iria para Michael Schumacher. O alemão, evidentemente, desmentiu e assegurou que a atenção é a mesma. Ainda tentou desanuviar o ambiente dizendo que o brasileiro é parte importante no sucesso da equipe. E o diretor-esportivo, Jean Todt, provavelmente cansado de ouvir as mesmas reclamações de Barrichello, encerrou o assunto da seguinte maneira: “Ele deve mostrar na pista do que é capaz”.

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Será que Barrichello não vai aprender nunca aquele ditado do tempo de nossos avós – “em boca fechada não entra mosca”?

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Mudando de assunto. A esta altura, quase todas as equipes já levaram seus carros para a pista para fazer testes. Por isso, seguem algumas dicas para evitar prognósticos errados:
1) Tempos de testes não significam rigorosamente nada. Nunca se sabe em quais condições cada carro andou (quantidade de gasolina no tanque, composto de pneus, etc) e quais os objetivos da equipe, A história está cheia de casos de equipes que barbarizaram nos testes de pré-temporada, mas não confirmaram o desempenho quando a coisa começou para valer. Esse rol inclui desde equipes tradicionais, como Lotus e Ferrari, até “alpinistas sociais” como Arrows e Dallara. Uma idéia mais precisa da competitividade de cada carro só será possível no treino que definirá o grid de largada para o GP da Austrália.
2) Cada apresentação de carro novo tem declarações do tipo “vamos trabalhar para obter bons resultados” e “certamente teremos um carro muito competitivo este ano”. É claro que ninguém entra para perder, mas falta um mínimo de capacidade e sinceridade em 90% das afirmações deste quilate. Por enquanto, a notável exceção é a Toyota, que adotou uma postura cautelosa para seu primeiro ano de F 1.
3) Muitos pilotos darão declarações açucaradas sobre seus companheiros de equipe – coisas do tipo “Estou muito feliz por trabalhar ao lado de fulano, ele é um ótimo companheiro”. Na verdade, o pensamento completo termina com “mas espero deixá-lo no pó em todos os treinos, classificações e corridas da temporada”. Nada mais natural. É reconhecido por todos que, mesmo sendo o penúltimo do grid, o piloto estará no melhor dos mundos se atrás dele estiver o companheiro de equipe.

Abraços,

Panda

GPTotal
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A nossa versão automobílistica do famoso "Carta ao Leitor"

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