Habemus Motocicletta!

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Começou a temporada 2013 da MotoGP: isso tem tudo para ser um ano especial na história da categoria.

Quem lê a minha “mini-biografia” acima verá que, para mim, o maior nome do esporte a motor é Burt Munro, um camarada neozelandês que fez coisas inacreditáveis. Em 2011, quando finalmente fui saber quem era Munro, escrevi esta coluna. Um texto curto (muito mais emocional do que racional, é verdade), mas que demonstra o quão fascinante foi o personagem.

Munro me fez resgatar o interesse pelas competições de motos: sim, sempre gostei de Michael Doohan, assistia às corridas do tempo do “Mundial de 500cc” e me lembro de GPs em Jacarepaguá (silêncio); Mas nos últimos anos, havia acompanhado apenas nominalmente – só através das notícias, vendo quem era o campeão, etc.

Mas nas últimas temporadas, voltei a acompanhar as provas com mais atenção, e o Mundial de 2013 me fez criar enormes expectativas para a presente temporada da MotoGP: a mudança de “The Doctor” para a equipe do atual campeão e a estreia de um novo espanhol – ainda mais com o ótimo texto do Agresti – aponta para um ano memorável.

Me fascina o risco das motos: se por um lado é verdade que muito mais mortes e acidentes graves ocorreram no automobilismo, por outro o motociclista parece desafiar mais os limites do ser humano:

httpv://youtu.be/Gk_o5PNKcPQ

500cc, Jacarepaguá, Doohan… “naquele tempo” havia um bom piloto brasileiro: Alexandre Barros. Um Rubinho das motos, por assim dizer. Algumas vitórias, algumas oportunidades em equipes de ponta, mas faltou o título. Faltou algo para chegar lá.

Hoje, o único brasileiro no mundial de motos é Eric Granado, que compete na categoria Moto3: corrida nula: saiu em 25º, e completou em 26º. Não fica difícil entender o porquê de haver pouca divulgação da modalidade no Brasil.

Realidade diferente a da Espanha: domínio total do país: 4 dos 6 primeiros colocados ontem são da Espanha: Lorenzo, Marquez, Pedrosa e Álvaro Bautista. Os espanhóis dominam, também, a categoria Moto3 e o vencedor da etapa de ontem na Moto2 é de lá!

Aliás, os oriundos do maior país da Península Ibérica (quando não estão no topo) são figuras fortes nas principais modalidades esportivas do mundo. O “acaso” não explica.

A corrida de ontem:

Pole-vitória (de ponta a ponta) de Jorge Lorenzo. Bela largada do espanhol, que defendeu sua posição muito bem – pareceu que fosse cair para segundo, diante do belo start de Dani Pedrosa. Lorenzo esteve num universo paralelo.

httpv://youtu.be/go0ztQIoi90
(uma volta com Lorenzo nos treinos)

Dobradinha com Valentino Rossi, que fez ótima prova de recuperação (saiu em sétimo, após um erro e excesso de tráfego em suas duas tentativas de voltas rápidas). Terceira colocação (partindo em sexto) e volta mais rápida para Marc Márquez, que confirma as expectativas criadas na pré-temporada: estamos diante de um fenômeno em potencial.

Um pódio com esses três tem o mesmo significado que teria, por exemplo, um Alonso-Schumacher-Vettel em 2007: o maior da atualidade, o maior de toda uma geração – e candidato ao Olimpo – e um “may (will) be“.

Um parênteses: 1987 foi de fato um ano especial: então nasceu Jorge Lorenzo, assim como Sebastian Vettel, Lionel Messi e Novak Djokovic, os atuais números 1 dos maiores esportes do mundo: Turminha desgraçada de boa!

Na coluna que mencionei de início, do Agresti, chamou a atenção o comentário de meu amigo Márcio Madeira: para ele, Márquez é um talento enorme, mas poderia ter seu dom de alguma maneira ofuscado pelo mesmo mal que aflige a Fórmula 1: os tilkódromos.

Márcio escreveu: “Temo, no entanto, que Marc acabe tendo que limar suas inclinações, principalmente por conta da epidemia de Tilkódromos mundo afora. Afinal, a técnica de carregar velocidade para as curvas através da inclinação é perfeita para traçados de alta velocidade (de preferência com o piloto se deslocando para o lado interno e usando seu próprio peso para equilibrar as forças, evitando que a moto precise inclinar demais e com isso perca banda de rodagem), especialmente quando tais curvas antecedem longas retas, dando especial valor à velocidade de transição.

Se no Qatar, que é um tilkódromo, Márquez já teve um ótimo desempenho (um pódio e uma melhor volta em sua estreia), além de conseguir a terceira posição em manobra espetacular… Imagina na Copa!

No nosso FaceBook, já fizemos algumas postagens sobre pilotos importantes das motos, mas nesse ano de 2013 iremos ter atualizações mais recorrentes sobre a MotoGP.

Chamou a atenção a postagem do leitor Pedro Henrique Dalla Pace no último sábado: “Achei bem legal o GPTotal comentar também da MotoGP, é uma boa página para se manter informado sobre os esportes sobre rodas.

Sim, Pedro, vamos honrar o nosso nome!

Abraços e boa semana a todos.

Marcel Pilatti
Marcel Pilatti
Chegou a cursar jornalismo, mas é formado em Letras. Sua primeira lembrança na F1 é o GP do Japão de 1990.

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