Méritos e recordes

Eu queria ter sido esse cara…
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Deuses das pistas
22/08/2012

A tecnologia reduziu drasticamente a necessidade de valor e mérito que a sua demonstração implicava. Mas, apesar de que resulta impossível quantificar o mérito e representá-lo mediante números, ainda conta muito, pelo menos para mim.

A recente quebra do recorde de poles na Fórmula 1 aviva a polêmica entre os seguidores de Michael Schumacher e os demais aficionados, principalmente os de Ayrton Senna, em torno à determinação do “melhor de todos os tempos”. Temo que a coluna “O piloto de todos os recordes” (de 28/04/2006) não vai ajudar muito a apagar as chamas das paixões que em uns e outros este feito desperta – e este meu comentário creio que tampouco o fará.

Eu sempre procurei me manter longe dessa polêmica, pois não acho que aporte nada de bom. Todos sabem que Schumacher não é um de meus preferidos, isto é algo que nunca ocultei. Não me orgulho nem me envergonho disso, é apenas uma questão de preferências. Porém, creio ter sido bastante neutro sempre que apresentei alguma opinião direta ou indireta sobre o alemão.

Agora que o recorde de poles está em poder de Schumacher, temos infinidade de comentários a respeito, e para todos os gostos… ou quase, pois, até agora, eu ainda não vi nenhum que me resultasse convincente, nem em prol nem contra ao seu atual detentor.

Como já disse, no fundo é só uma questão de preferência e cada um opina, opinamos, em base à nossa própria. Repito que Schumacher não é um de meus preferidos e, em vários comentários anteriores, deixei claras as minhas reticências respeito às qualidades que se lhe atribuem, mais ainda se estas se justificam com os seus recordes.

Nesta ocasião, e segundo o meu parecer, permitam-me oferecer a minha opinião, em particular, sobre os recordes do alemão e, em geral, sobre os pilotos da atual F1 e as condições em que desenvolvem a sua atividade.

A F1 se apresenta como um esporte e admitindo que assim seja e tratando-se de uma competição está, inevitavelmente, ligada aos resultados e aos recordes. Porém, como em qualquer outro esporte ou atividade da vida, há um fator crucial na hora de determinar o valor dos resultados, além dos próprios resultados. Refiro-me ao mérito. O mérito não conta na hora de vencer ou conseguir resultados, mas todos (eu pelo menos) lhe atribuímos uma grande importância. Basicamente, o mérito de um logro depende das dificuldades em conseguir esse logro: quanto maior a dificuldade, maior o mérito, e o contrário… também. Assim simples.

Na continuação, gostaria de recorrer a dois exemplos dentro do esporte, para tentar estabelecer um paralelismo com a F1, que me ajude a explicar o meu ponto de vista respeito à relação entre logro e mérito.

Como primeiro exemplo, citarei o caso de Juan Oiarzabal. Este alpinista espanhol é um dos apenas seis homens a escalar todas as montanhas de mais de 8 mil metros de altitude do mundo, algumas em mais de uma ocasião. Atualmente, Oiarzabal detém o recorde de 22 ascensões desse tipo, superando o mítico Reinhold Messner, o primeiro a vencer todos os “8 mil” e que o fez por dezoito vezes.

Além desse recorde, a carreira de Oiarzabal, em geral, é extraordinária. Mas, por muito impressionante que seja, não creio que haja ninguém que se atreva a dizer que escalar o Everest nos dias de hoje tenha tanto mérito quanto à ascensão de Edmund Hillary e Tenzing Norgay em 1953, quando a maior montanha do mundo foi vencida pela primeira vez, ou qualquer outra daquela época. As técnicas e o equipamento que usam os alpinistas evoluiu muito desde então. Novos materiais, muito mais resistentes e ligeiros, foram desenvolvidos para facilitar a escalada. Os alpinistas hoje têm à sua disposição roupas térmicas ligeiras que os protegem do frio de forma muito mais eficiente. As melhoras nos campos da alimentação, comunicações, medicina etc. também são notáveis. Tudo isso, logicamente, reduz o mérito, por difícil que continue sendo, de escalar o Everest.

O outro exemplo que apresento é muito mais conhecido: me refiro a Sergei Bubka.

Este ucraniano é outro dos esportistas habitualmente considerado como o melhor de todos os tempos, em virtude de seus numerosos recordes. Seu salto de 6,15m de altura, realizado em 1994, ainda perdura como recorde mundial de salto com vara. Porém, devemos lembrar que nas origens desta prova, os saltadores usavam varas de madeira, praticamente rígidas. Depois, passaram a usar varas de alumínio muito mais ligeiras. A partir dos anos 60, começaram a usar as varas de fibra de vidro, ainda mais ligeiras e, principalmente, muito mais flexíveis. Nos anos 80, surgiram as varas de fibra de vidro reforçadas com fibra de carbono, que as dotava de uma flexibilidade e resistência assombrosas.

Os saltadores, a partir de então, eram capazes de curvar as varas até limites incríveis, e estas atuavam como verdadeiras molas, lançando o atleta para cima com força. A consequência lógica desses avanços, foi a contínua quebra dos recordes, conseguindo superar alturas cada vez maiores. A tecnologia, uma vez mais, havia facilitado a tarefa de quebrar recordes.

A tecnologia tampouco é alheia aos recordes de Michael Schumacher.

No entanto, e apesar de que o alemão, Juan Oiarzabal e Sergei Bubka sejam considerados dentre os melhores de todos os tempos em suas respectivas atividades, devido, em grande medida, aos seus recordes, na minha modesta opinião, não merecem tal honra, havida conta das enormes vantagens que a tecnologia lhes proporcionou em relação aos seus antecessores.

Apesar do paralelismo existente entre estes personagens, há, porém, uma grande diferença contra Schumacher. Nos casos de Oiarzabal e Bubka, mesmo sendo evidentes as vantagens que a tecnologia lhes proporcionou na hora de conseguir os seus objetivos, devemos dar-nos conta de que os seus contemporâneos também tinham à sua disposição os mesmos avanços tecnológicos.

As montanhas eram as mesmas para Oiarzabal e para todos os outros alpinistas, e o seu equipamento para acometer a escalada… também. A altura a saltar e as varas para ajudar no salto eram iguais para Bubka e para todos os outros atletas. Portanto, podemos concluir que tanto o espanhol quanto o ucraniano, foram, sem dúvida, os melhores de seu tempo, mas não de outros.

No caso de Schumacher, apenas a pista era, e é, igual para todos os pilotos, pois o principal elemento de ajuda na sua atividade – o carro – com frequência lhe foi muito favorável.

Na F1, todas as equipes buscam a maneira de proporcionar aos seus pilotos alguma vantagem sobre os outros. De dar-lhes o melhor equipamento que a tecnologia que podem pagar lhes ofereça. Na categoria, os benefícios e avanços que a tecnologia aporta não estão ao serviço do esporte, nem à disposição de todos, e a maioria dos logros de Schumacher se originam da grande vantagem que a tecnologia lhe brindava. No que a mim respeita, não tenho nada que lhe censurar: a equipe lhe dava o melhor carro, e ele apenas fazia o seu trabalho – ganhar. Nem mais, nem menos.

Mas, na minha opinião, tanta vantagem diminui os seus méritos assim como a importância dos seus logros. Ao contrário dos casos de Oiarzabal e Bubka, a tecnologia não apenas lhe deu grande vantagem respeito aos seus antecessores mas, também, respeito aos seus contemporâneos. Ironicamente, a tecnologia que tantas vitórias e títulos lhe proporcionou, também lhe privou do mérito de consegui-los.

Outro fator que, de modo geral, míngua o mérito dos pilotos da última década, é a segurança. As trágicas mortes de Roland Ratzemberger e de Ayrton Senna, desataram na FIA uma verdadeira obsessão pela segurança, e devemos congratular-nos pelos grandes avanços neste terreno – ninguém poderia estar contra disso. Porém, esta mesma segurança acabou despindo a F1 do manto de aventura que a revestia e que, até, resultava embriagador.

A F1 não era só uma questão de habilidade e de domínio do carro, não se tratava apenas de correr nos limites das leis da física. Era necessário mais, muito mais. Era necessário valor. Tanto que, até escapava à nossa compreensão. Tanto que, de soer, a gente até considerava os pilotos como uns loucos da velocidade. Mas todos os admiravam pois havia muito mérito no que faziam. Vejam que as mais altas distinções e condecorações militares e civis são concedidas não em virtude da inteligência ou a habilidade, mas em virtude do puro e simples valor. Mas a tecnologia acabou com a necessidade desse atributo e com o mérito que emanava daquela espécie de gladiadores do volante.

Os tempos mudam, e a F1 também, mas não se consegue nada sem sacrificar algo e, neste caso, o fator sacrificado foi o mérito pois a segurança acabou liberando o piloto da tensão de arriscar algo mais do que uma posição. O que se arrisca a perder, agora, é insignificante se comparado ao que estava em jogo antes. É muito mais reconfortante fazer algo sentindo-se seguro que em perigo – mas é, também, menos admirável.

A tecnologia reduziu drasticamente a necessidade de valor e o mérito que a sua demonstração implicava. Mas, apesar de que resulta impossível quantificar o mérito e representá-lo mediante números, ainda conta muito, pelo menos para mim.

Grande abraço

Manuel Blanco

Publicado originalmente em 22/5/2006

Manuel Blanco
Manuel Blanco
Desenhista/Projetista, acompanha a formula 1 desde os tempos de Fittipaldi É um saudoso da categoria em seus anos 70 e 80. Atualmente mora em Valência (ESP)

14 Comments

  1. Cassio disse:

    O grande mérito de Schumacher foi fazer valer nas pistas todo o potencial que os Ferrari proporcionaram no início dos anos 2000. Mesmo assim, além do gap tecnológico que havia entre as Ferrari e as outras equipes, havia também nesta época uma diferença muito grande entre Schumacher e os outros pilotos. E isso relativiza ainda mais o mérito do piloto alemão.

    • Marcel Pilatti disse:

      Verdade, Cassio. Acredito que o Schumacher foi um dos melhores se não o melhor de todos em dois aspectos: as famigeradas voltas rápidas antes do pit-stop – e aí o leque é muito pequeno, praticamente abrangendo o período 1994-2009, o que ainda assim é digno de nota – e o desempenho com carros majoritariamente superiores à concorrência – nesse caso, somente Clark se aproxima dele em constância, pois chegou a ser campeão conquistando 100% dos pontos válidos (1965): Schumacher marcou 17 pódios em 17 GPs em 2002, ganhou 12 das primeiras 13 provas em 2004, etc… mas ainda assim o leque comparativo é complicado.

      Senna teve tal carro somente em 1988 e 89, e seu companheiro de equipe era Prost. O francês teve esse carro de novo em 1993, mas, já mais velho e com um Senna no auge do outro lado.

      Alonso teve esse carro – inferior à F2002 – na primeira metade de 2006: 6 vitórias e 3 segundos… Mansell o teve em 1992, também lutando contra Senna. Button o teve no começo de 2009, Vettel no início de 2011…

      bem, todos fizeram quase o mesmo que Schumacher fez. logo…

    • Arlindo Silva disse:

      Concordo em partes.

      Realmente, nos anos em que Schumacher teve um carro majoritariamente superior a oposição, seus numeros são comparáveis somente aos de Clark (classificaria aí a primeira metade de 1994 e as temporadas de 2001, 2002, 2004). Em anos onde ele teve equipamento ligeiramente superior (2003) ou equipamento praticamente nivelado ao de seus adversários (1995, 2000 e 2006) seus números são elevados, mas mesmo em anos onde ele teve equipamento inferior (1992-93, 1996-1999 e 2005) ele tem algumas marcas relevantes.

      Agora, um ponto que não pode ser ignorado nessa questão de período onde o alemão teve carros superiores a oposição é que, ele simplesmente não chegou e repentinamente sentou no melhor carro e melhor equipe (como por exemplo aconteceu com Prost ao chegar na McLaren em 1984 ou Senna quando chegou na mesma McLaren em 1988). Houveram anos de trabalho para que se chegasse a esse resultado. Sim, claro, houveram mudanças técnicas, esportivas, etc ao longo desse período, mas esse é um mérito (pra ficar num ponto discutido nessa coluna) que também não pode ser simplesmente ignorado.

    • Roberto Andrade disse:

      1992: segundo melhor carro, bastante abaixo do primeiro – não houve nada de excepcional, mas foi bem consistente.
      1993: segundo melhor carro, bastante abaixo do primeiro, mas tinha a obrigação de fazer mais do que fez. à parte o abandono na liderança em Mônaco, fez uma temporada aquém do esperado, principalmente pela já tão debatida questão dos motores.
      1994: melhor carro, impulsionado por graves problemas na Williams e ilegalidades no próprio carro. Anos-luz à frente das outras equipes. A Williams começou a ficar menos constrangedoramente pior a partir da Espanha.
      1995: mesmo nível – e motor – da williams (Johnny Herbert venceu duas corridas, caramba!), contra um Damon Hill que errou tanto, mas tanto… e um David Coulthard
      1996: segundo melhor carro, bastante abaixo do primeiro – uma temporada realmente boa e respeitável.
      1997: segundo melhor carro, bem abaixo do primeiro, mas menos que em 1996.
      1998: segundo melhor carro, não muito abaixo do primeiro – que era um carro que não ganhava nada desde 1994…
      1999: tinha o melhor carro (EDDIE IRVINE QUASE FOI CAMPEÃO, caramba²!), mas na melhor das hipóteses pode-se dizer que tinha um carro de igual nível.
      2000: tinha o melhor carro, mas em algumas corridas a McLaren era mesmo melhor, no entanto, houve uma atualização definitiva na reta final, quando ele estava atrás de hakkinen na tabela.
      2001: carro muito melhor, mas tendo um início (até a sétima corrida, cheia de variações por conta de erros próprios que deram a impressão de haver equilíbrio de equipámento) “parelho”, se tornando uma diferença constrangedora ao longo do ano..
      2002: carro absurdamente melhor (mesmo nível da mclaren de 1988 e williams de 1992 e da ferrari de 2004).
      2003: carro melhor, mas não absurdamente melhor, e a prova é que foi o ano onde Barrichello andou mais próximo: 10 a 6 em grids, Barrichello com uma menor posição média, além de Barrichello ter perdido uma vitória certa -Interlagos. Foi uma temporada em que o “equilíbrio” se deveu aos erros do alemão e ao fato de o carro não ser “do estilo” dele.
      2004: idem 2002.
      2005: terceiro melhor carro, de fato bem abaixo dos dois primeiros. Ele não ganhou nenhuma corrida nessa temporada. Ah, sim, ele ganhou aquela em Indy. Mas estou falando de CORRIDAS
      2006: A Ferrari e a Renault dividiram domínios, na primeira metade a Renault sendo a melhor em 7 das 9, e a Ferrari dominando 7 das 9 posteriores.

      //

      Arlindo, pela sua análise, o que Mika Hakkinen fez na McLaren é até maior do que o feito por Schumacher, afinal, se vc comparar a ferrari de 1996 para 2000, é uma evolução muito menor do que a da McLaren para de 1994 até 1998, para falar dos primeiros títulos. Não?

      E sobre essa história de “ele simplesmente não chegou e repentinamente sentou no melhor carro e melhor equipe”, a diferença tanto no caso de prost quanto de senna é que eles sentaram lá e lutaram de queda de braço com MONSTROS (lauda e prost) e não contra playboys manguaceiros irlandeses nem “brasileirinhos contra esse mundão aí”.

      Senna teve um trabalho excepcional com a Honda na Lotus em 1987, e grande parte do absoluto domínio de 1988 é por conta desses motores que ele foi o principal negociador. E os desempenhos que Senna teve em 1990, 1991 e 1993 (para ficar nos anos em que ele tinha, respectivamente, carro: mesmo nível, ligeriamente inferior e bastante inferior) foram tão bons quanto ou melhores que os de Schumacher em 2000, 2003 e 2006

      Ah, e o Senna de 1992 foi melhor que o Schumacher de 2005.

    • Roberto Andrade disse:

      *na PIOR das hipóteses –> 1999

    • Ballista disse:

      Pra ficar só no mérito de “desenvolver” um carro para ser campeão no médio/longo prazo; Brabham é a referência, tendo fundado sua própria equipe em 62 e se tornando campeão em 66. Já Schumacher e Hakkinen fizeram belos trabalhos na Ferrari e Mclaren, mas o fato de se levantarem depois de períodos de ostracismo talvez se dê pela queda natural da Williams no fim dos anos 90. Além, é claro, do staff técnico extremamente competente (na Ferrari a partir de 93) e da injeção de dinheiro de montadoras de nível mundial (o motor Mercedes foi fundamental no renascimento da McLaren). Isto certamente diminui o mérito de Mika e Michael na reconstrução destas equipes, tendo em vista que não foram os únicos pontos de inflexão na curva de desempenho de ambas.

      Isto posto, meu nobre Roberto Andrade, assino embaixo sua breve análise das temporadas do piloto alemão!

    • Roberto Andrade disse:

      Boa, Balista. É justamente isso que quis mencionar no comentário. Por que não falam de Hakkinen como alguém que “salvou” a McLaren? Afinal de contas, o cara tornou-se piloto de testes em 1993 e participou apenas dos 3 últimos GPs, usou 3 motores diferentes (Ford, Peugeot e Mercedes) em 5 anos, teve um acidente absolutamente terrível na Austrália (1995 ou 1996, Arlindo?), e em 1997 a McLaren já era um carro que conseguiu algumas vitórias, se tornando o melhor do grid disparadamente em 1998.

      Se pegarmos ao fim e ao cabo, Hakkinen e Schumacher disputaram de verdade e em condições realmente próximas somente entre 1998 e 2000. Em 1999, Schumacher ficou fora de várias corridas, mas até o seu acidente, o líder era Hakkinen. Em 1998, o carro da McLaren era bem que a Ferrari, sim, mas não era essa diferença que se tenta apregoar por aí – certo, Arlindo?

      E o que aconteceu foi que Schumacher (como se tornou habitué do cara) FEZ UMA GRANDE C… na última corrida.

      Em 2000, eles tiveram um campeonato bem disputado e que de início se pareceu muito com o de 1994, Schumacher vencendo as 3 primeiras corridas, e Hakkinen fazendo 3 poles. Mas ao longo do ano, ajudado também pro problemas da Ferrari, Hakkinen foi superando Schumy, culminando na antológica prova de Spa.

      Então, nesse tempo de rivalidade, o Mika venceu 15 corridas, e Schumy levou 17. Sim, Schumacher era melhor. Mas…

  2. Allan disse:

    Chegando ao climax de seu texto, observo que Senna nem deveria ser o comparado com o Schumacher, e sim aqueles que, nos primórdios do automobilismo, de fato arriscavam a vida a cada curva, por qualquer razão – falha mecânica, autódromos sem segurança, fogo, carros extremamente frágeis… Do jeito que está, a comparação é inviável, já que sugere que Senna teve tempos mais difíceis, mas… Como eu disse, outros que tiveram recordes em suas mãos (Stewart, Clark, Fangio) também tiveram, e ainda pior! Fangio assim seria o “cara”, tal qual Edmund Hillary e Tenzing Norgay (já que estamos falando de F1, e não de automobilismo como um todo).

    • Marcel Pilatti disse:

      Mas ao fim e ao cabo, Allan, Fangio era o cara.

    • Allan disse:

      E Tassio.. Rosemeyer… Os heróis que andavam em carros tão ou mais velozes (velozes, não rápidos) que os de hoje, tudo sem capacete, santo antônio, cinto de segurança, pneus linguiça…

    • ronaldo disse:

      Nesse caso, Senna estaria um degrau acima de Schumacher, pois, pelo que depreendi do texto, a falta de mérito do alemão reside no fato de seus adversários não contarem com tecnologia competitiva com a que ele carregava na ferrari. Senna, no entanto, enfrentou Williams em 1991, Ferrari em 1990 e tinha um puta piloto em um carro igual ao seu em 1988.

    • Wladimir disse:

      Comparar a fraude Prost com o grande Nikki Lauda?! Prost é o monstro dos engodos e das politicagens, mais nada! Repito que havia uma penca de franceses anos luz a frente dessa piada de mau gosto que se achava campeão. Mas foram neutralizados pelas tramóias políticas desse elemento que nas poucas vezes que se envolveu em disputas com outros como homem foi vergonhosamente derrotado. Um frouxo que vivia se borrando de medo da chuva e viva choramingando pro puxa-saco Ballestre nunca vou considerar campeão!!!

  3. Manuel, meu amigo, seus textos sobrevivem ao tempo. Sábio e claro, como sempre.
    Abraço, e até breve.

  4. Fernando Marques disse:

    Manuel,

    voce está certíssimo … eu penso que comparar quem foi o melhor entre gerações diferentes e com tanta evolução tecnologica só mesmo por méritos … este avanço tecnologico, por mais interessante que seja, nivela por baixo …
    Os numeros alcançados pelo Schumacher são dados de altissima relevancia e talvez o maior merito dele foi ter alcançado estes recordes … pode não ter sido o melhor de todos mas foi muito bom piloto …

    Fernando MArques
    Niterói RJ

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