Monza

Tony & Helinho
30/08/2017
Fórmula 1 Nutella
05/09/2017

Os finais de semana de GP da Italia são recheados de expectativa e emoção. Nada como acordar no domingo sabendo que por pouco mais de uma hora teremos os carros da F1 chegando em suas máximas velocidades, sempre cercados de tradição e de uma legião de fãs genuinamente apaixonados.

Esse clima todo é um palco perfeito para um campeonato polarizado. Não mais polarizado nas mãos da dupla de uma mesma equipes. Temos hoje dois grandes pilotos trabalhando em uma árdua batalha por um campeonato completamente aberto.

Monza nos aparesenta um duelo decisivo, preparando o terreno para os capítulos finais dessa grande temporada!

O novo carro da F2 foi lançado nessa quinta-feira. Segurem-se, o halo está no carro.
Vamos nos acostumar com uma nova geração de carros-havaianas.

No templo, uma vitória de Vettel ou Hamilton iguala o número de vitórias de…. Piquet! Schumacher é o maior vencedor, com 5. Piquet tem 4 e os dois concorrentes ao título aparecem logo atrás com 3.

Em 1987 a vitória de Piquet foi sobre Senna. Os 3 primeiros andavam com um Honda V6. A Honda também já venceu de V10 e V12. Saudades, né?

Há esperanças. Sim, há! Pessoal a história é a seguinte, Ross Brawn quer acabar com o DRS até 2021. Isso mesmo, nada de botão mágico de ultrapassagem, asinha que abre, atalhos de caminho.

O objetivo de Ross é simples demais e faz total sentido. A F1 só precisa desenhar um conjunto de regras técnicas que permitam que as equipes pensem em construir seus carros para correrem proximos. Hoje, cada engenheiro senta na frente do seu maravilhoso computador e testa o carro em infinitas simulações para ele ser o mais rápido do mundo correndo sozinho na pista.

Simplesmente, oremos!

Spa nos mostrou que a Ferrari não é carta fora do baralho em pistas de alta velocidade. As atualizações de suspensão (um sistema novinho chegou na parte dianteira do carro na etapa belga) e aerodinâmicas mantem a briga do título quente. Vettel vai ter carro para brigar em Monza? É difícil, mas se perder, será por pouco e mantendo a esperança alta pro restante do campeonato. Sua renovação de 3 anos e de Kimi por mais 1, garante o time a tranquilidade para buscar a taça e desenvolver o carro desse ano em sinergia com o de 2018, já que as premissas de pilotagem são as mesmas. A aposta da Ferrari foi a tranquilidade e continuidade, isso pode render frutos em 2017 e 2018.

Na garagem prateada a tendência é seguir o mesmo caminho. Estabilidade onde se pode, pressão para o desenvolvimento e manter a guerra tecnológica acessa. Hamilton levou as 3 ultimas vitórias em Monza. Não é só carro, ele prevalece nessa pista. Rosberg, mesmo campeão, não conseguiu superar o inglês. O que Hamilton precisa é de Bottas. Depois de um fim-de-semana problemático para o finlandês com um pobre 5º, está na hora de Bottas roubar pontos de Vettel e não se manter mais na disputa com seu compatriota.

A turma da RedBull não tem o que comemorar após o memorável podio de Ricciardo. Max não sabe se chega até o final da prova. Ricciardo deve trocar o motor e ser punido. Melhor trocar em Monza do que em Cingapura, não é mesmo? Fato é que o time admite que não usa mais a potência disponível nos motores Renault porque senão eles quebram.

A cada quebra de Max Verstappen, Alonso pensa mais na suas vida fora da F1.

Hoje a Honda vai trocar o motor de Alonso, pensando em Cingapura. O motor novo, vai ser retirado, e Alonso corre com o motor de Spa e as punições de Monza. Um final-de-semana perdido, visando salvar bons pontos em Cingapura.

No pelotão da bagunça, aqui fica legal! Temos as sempre emocionantes tentativas de homicídio do povo da Force India. Só porque o dono é foragido da justiça, os camaradas acharam que a equipe é terra de ninguém. Depois de perderem um pódio em Baku e maravilhosos pontos em Spa, veio a bronca: se um encostar no outro, uma corrida no banco de reservas pro culpado. Logicamente, vieram com aquele papo “crianças no ensino médio” de que conversaram de “homem pra homem” e esta tudo certa. Machismo idiótico de sempre, é duro de mais que levaram um generosa bronca, foram ameaçados de não correr mais e entenderam, com seus advogados, que o time pode fazer isso sem pestanejar. Melhor ficar quieto, sem se bater na pista.

O que é mais legal dessa disputa do meio do pelotão é a presença de uma Renault. O time de um carro só consegue, mesmo assim, estar na briga por bons pontos. Palmer, desculpe-nos, seus fãs, mas você não deveria estar ocupando uma vaga em um time de fábrica.

As Colunas pós corrida aqui no GPTotal são ótimas pra termos uma leitura do que aconteuce na pista. Nessa semana, a coluna de Lucas Giavoni https://gptotal.com.br/?p=16088 me chamou a atenção para o vídeo que temos a largada do GP Belga.

Reparem na narração. Na largada parece que temos um narrador de rádio, descrevendo para que assiste a prova exatamente o que acontece na pista, com a emoção necessária.

Merecíamos uma narração assim a cada apagar das luzes.

Novamente a Williams muda de grupo. Agora, juntinho com a Sauber-Ferrari/2016 e Palmer, brigam para estrelar a manchete negativa do fim-de-semana. Massa desanimou. Se não perder a vaga para Alonso, seu desafeto, deve perder para Perez ou Werlhein. Ele já sabe disso, o time já deve ter lhe informado e por isso temos aquela postura de criticar o time abertamente na TV. Não ele não é “sincero-bom-coração-do-bem-de-família”. Ele sabe que não continua no time. O problema é que o time só anda para trás, é a mais pura verdade da fala de Massa. Temos que torcer para ser um ano de transição do time, preparando um 2018 potencialmente na briga por pódio.

Quem tem ficado para trás é a Toro Rosso. Junto com a Hass. As duas não estão acompanhando o ritmo de desenvolvimento das demais e estão ficando distantes da briga por pontos tendo como base a performance pura de seus carros. Esperava-se um pouco mais desses dois times nessa fase do campeonato.

Pra fechar o grid, a gloriosa Sauber. Esse é o único time já pensando em 2018. Novo motor. Nova vida, novos pilotos. Resta saber se em 2017 o time anuncia uma dupla de pilotos forte para 2018 ou se teremos Ericsson pilotando.

O desempenho da Williams em Spa atesta que um motor Mercedes sozinho não faz um time. A equipe de chassi e aerodinâmica da Mercedes é sensacional.

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Ficha do Grande Premio da Italia

FORMULA 1 GRAN PREMIO HEINEKEN D’ITALIA 2017

Edições: 66 (1950-2017)
Perímetro: 5793 metros
Voltas: 53 (306.72 km)
Volta mais rápida: 1’21.046 (2004 – Rubens Barrichello – Ferrari)

Pirelli - Medios - Macios - Super Macios
Circuito de Monza

Em Monza a pressão está em Hamilton, é obrigação vencer. Qualquer outro resultado vai ser um duro golpe na luta pelo título. Em uma rápida corrida, não devemos ter muita ação na pista, mas a tensão ser gigantesca.

Qual o seu palpite?

Abraços
Flaviz

Flaviz Guerra
Flaviz Guerra
Apaixonado por automobilismo de todos os tipos, colabora com o GPTotal desde 2004 com sua visão sobre a temporada da F1.

7 Comments

  1. MarcioD disse:

    Flaviz,

    E Hamilton bate o recorde de poles de Schumacher, foram 69 em 201 GPs 34,3%, mais de 1/3 a cada GP disputado. Acredito que passa fácil das 70 ainda este ano. O Alemão demorou 241 Gps para alcançar 68(28,2%). Se formos computar o restante da carreira na Ferrari e os tempos de Mercedes foram 68/308, 22%.

    Hamilton é realmente excelente piloto na chuva, colocou 2,279s em Bottas com o mesmo carro. Stroll, 2º 1,478 s atrás, também mostrou rapidez e coragem no molhado colocando 1,219 s em Massa.
    Será que a liderança do campeonato muda de mãos amanhã? Ferraris na 3ª fila.

    A Ferrari ao aceitar a exigência de Vettel pela permanência de Kimi em 2018 pode dar adeus ao titulo de construtores, que sempre foi muito valorizado pelos italianos, também no ano que vem.Vão priorizar o campeonato de pilotos, de muito mais visibilidade, com Vettel.

    Márcio

    • Flaviz disse:

      Marcio,

      Em aproveitamento (poles x corridas) a listinhas dos “polemans” está assim:
      Fangio
       Jim Clark
       Ayrton Senna
       Alberto Ascari
       Lewis Hamilton
       Sebastian Vettel
       Stirling Moss
       Michael Schumacher

      Abraços
      Flaviz

  2. Fernando Marques disse:

    Para ficar mais claro quem é amiguinho do Alonso na Formula 1?

    Fernando Marques

    • Lucas disse:

      O Webber era e ainda é muito amigo dele, e dos atuais eu sei do Carlos Sainz. Não vejo ninguém que seja realmente um “desafeto” dele (aliás os ex-companheiros deles costumam até elogiar), me parece que é mais daquelas coisas que é alimentada meio pela mídia que adora um barraco. Desafeto ele deve provavelmente ter entre o pessoal da Honda, talvez alguém na antiga equipe técnica da Ferrari, e obviamente o Ron Dennis, mas não lembro de nenhum caso claro de “desafeto” entre os pilotos, como era por exemplo no caso do Webber vs. Vettel pra citar uma rixa recente…

  3. Fernando Marques disse:

    Flavis,

    o bom do Circuito de Monza é a velocidade … a corrida é bem rápida e mesmo quando ela é chata ninguém percebe pois ela acaba logo … se bem que não me lembro de uma corrida chata em Monza …


    O Felipe Massa deve ir para a Formula E, e pelo que a Willians lhe deu este ano em termos de carro, era melhor ter ficado aposentado … nem em Monza o carro consegue andar entre os primeiros … motor não falta mas em relação ao resto … quando ele ser desafeto do Alonso eu pergunto: quem na Formula 1 é amiguinho dele? … Pelo que sei ninguém …


    Estou torcendo pelo Hamilton, mas vou gostar se o Vettel aplicar um nocaute no inglês … aí quero ver quem segura a galera lá em Monza …

    Fernando Marques
    Niterói RJ

  4. Lucas disse:

    Morri de rir com a parte sobre a Force India 😀

    Mas uma coisa me deixou curioso: o Massa ainda considera Alonso um “desafeto”? Pergunto porque lembro de ter lido uns elogios rasgados dele ao espanhol mesmo quando já estava de saída pra Williams (chegou a dizer que considera o Alonso um piloto mais completo que o Schumacher).

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