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O bicampeão subestimado, parte 2
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Acompanhe a terceira parte da bela trajetória de Mika Häkkinen.

Muito se esperava da nova McLaren para o primeiro GP de 1997, na Austrália. Mas poucos pensavam que a equipe pudesse vencer a prova. E venceu, encerrando um jejum de 3 anos sem vitória. Porém, o autor do feito foi David Coulthard e não Häkkinen, que chegou na terceira posição.

Apesar de vermos um feliz Mika no pódio, brindando a esperada vitória da equipe, também podia se sentir certo clima de ciúmes no ar, afinal, era Häkkinen quem mais gostaria de poder dar esse sabor a Ron Dennis, ainda mais após 3 temporadas de desenvolvimentos contínuos, problemas e um acidente quase fatal. Para piorar, Häkkinen acabou sendo claramente batido por Coulthard na primeira fase do campeonato.

Coulthard ainda perderia uma vitória quase certa No GP do Canadá, após uma excelente pilotagem, com a estratégia de apenas uma parada no boxes. O fato é que, após o GP da França, pela primeira vez, começaram a circular pelo paddock boatos de que a parceria entre Häkkinen e a McLaren não suportaria mais um ano sem vitórias, agravados pelo surpreendente desempenho de Coulthard em momentos cruciais.

Mika Häkkinen poderia ter se abatido, mas da mesma forma que aconteceu em diferentes ocasiões anteriores da sua carreira, se valeu das dificuldades para conseguir uma nova superação. Foi a estrela do final de semana do GP da Grã-Bretanha. Além do melhor tempo da sexta-feira, tinha a pole até os derradeiros minutos da qualificação, quando foi batido pelos Williams de Villeneuve e Frentzen.

Na corrida, superou ambos, mas perdeu sua primeira vitória, com a quebra do motor Mercedes a 7 voltas do fim. Porém, o inicio da reação estava concluído e para muitos Häkkinen foi a estrela daquele final de semana.

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httpv://www.youtube.com/watch?v=ly3_eh6OK8Q

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Mika jamais deu chances a Coulthard novamente em termos de performance e apesar do escocês ter vencido mais uma no GP da Itália (e Häkkinen ter sofrido mais um grave acidente, dessa vez nos treinos para o GP da Bélgica, quando teve a suspensão traseira quebrada no final da grande reta), foi Mika quem esteve mais próximo da vitória por um maior número de ocasiões na segunda metade do campeonato. Abandonou na liderança por outras duas vezes: no GP da Áustria e no GP de Luxemburgo, em Nüburgring, onde conquistou a primeira pole e dominou a corrida de forma imperial até o motor novamente ir pelos ares, nos dando uma pequena amostra do que veríamos em 1998.

No final do ano, na eletrizante decisão do campeonato entre Villeneuve e Schumacher em Jerez, GP da Europa, a vitória foi cedida a Mika na última volta pelo canadense da Williams e por Coulthard a pedido de Ron Dennis e, talvez, de grande parte da F1.

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httpv://www.youtube.com/watch?v=BLcXRMp2AiM

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Apesar de ser sua primeira vitória, a forma como foi conquistada certamente estava longe de qualquer sonho que Häkkinen pudesse ter tido sobre como esta deveria acontecer. Ao ser perguntado sobre o resultado, após a corrida, um frio e distante Mika disse: “É apenas uma vitória. Nada mais”.

Mais do que qualquer coisa, a temporada de 1997 serviu para reafirmar as principais qualidades de Häkkinen: sua velocidade implacável ao pilotar de forma confiante um carro ao seu gosto e estilo. Mesmo ficando atrás de Coulthard na tabela final da temporada, Mika terminou o ano confiante de ter demonstrado a equipe a diferença de velocidade entre ele e o escocês.

Logo que a McLaren apareceu como a equipe a se bater nos primeiros testes da temporada de 1998, grande parte da imprensa já esperava a supremacia de Häkkinen sobre Coulthard. Mika foi o homem escolhido pelo time e, principalmente, pelo cronômetro, para dar de volta o tão sonhado título que estava longe da equipe inglesa desde 1991.

Häkkinen acabou sendo extremamente eficiente em 1998, cometendo poucos erros e conquistando várias vitórias dominantes. Porém, a Ferrari e Schumacher estiveram igualmente geniais, vencendo sempre que lhes era oferecida a oportunidade, seja pela estratégia ou pelas circunstâncias de corrida, como ocorreu com o problema da largada de Mika na França, a chuva e a tardia entrada do Safety Car na Grã-Bretanha ou com a sensacional mudança de estratégia da Ferrari e os problemas de estabilidade de Mika na Hungria.

Chegando a Monza, a situação era tensa, pois com as novas suspensões, a Ferrari estava cada vez mais próxima da McLaren e a vantagem de Häkkinen na pontuação era de apenas 7 pontos. A proximidade se mostrou maior que a esperada com Schumacher fazendo sua primeira pole do ano. Mika fez o terceiro tempo, mas graças a uma excelente largada, já liderava antes da primeira chicane. Porém logo se viu que seu ritmo não era dos melhores (devido a pressão errada nos pneus), com Coulthard o ultrapassando na oitava volta. Após o estouro de motor do companheiro, Häkkinen não pôde segurar Schumacher, que aproveitou a fumaça criada para efetuar uma bela ultrapassagem sobre o finlandês.

Mika ainda tentou se recuperar, mas com graves problemas de freios deu uma rodada espetacular, evitou que o motor morresse e levou seu carro até a quarta posição. O campeonato estava agora empatado e todas as vitórias dominantes de Mika em 1998, como no Austrália, Brasil, Espanha, Mônaco, Áustria e Alemanha poderiam ir por água a abaixo.

A decisão se encaminhava cada vez mais tensa e a Ferrari estava cada vez mais forte. Fato que ficou comprovado com a primeira fila da equipe para o GP de Luxemburgo, em Nürburgring. Os McLarens estavam irreconhecíveis durante os treinos, com sérios problemas de aderência devido à escolha de pneus dianteiros mais estreitos com a Bridgestone.

Apenas na noite de sábado tal problema foi solucionado, com mudanças na altura do carro. Mas agora Häkkinen já estava na terceira posição e teria que começar de trás. Depois de várias vitórias largando da pole, seria necessário verificar a capacidade de Häkkinen ganhar saindo de trás. Logo no warm-up (domingo de manhã) Häkkinen confirmou que as novas regulagens tinham funcionado, sendo o mais rápido. Na corrida, largou sem arriscar e seguiu na perseguição a Irvine, conseguindo uma bela e segura ultrapassagem na décima quarta volta. Em seguida saiu à caça de Schumacher, reduzindo a diferença de 7 segundos para 4,5, pouco antes do Pit Stop de ambos.

Após sua parada Häkkinen voltou na frente de Schumacher e por várias voltas teve que segurar a liderança usando traçados ligeiramente diferentes dos usuais (da mesma forma que já havia feito na Áustria, quando se defendeu dos ataques do alemão que estava mais leve). Sem dúvida foi a mais bela e difícil vitória de Mika Häkkinen até então.

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httpv://www.youtube.com/watch?v=ohCu1DSvP1A

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Os dois postulantes partiram então para a decisão em Suzuka, agora com uma vantagem de 4 pontos para Häkkinen. A épica luta se desenhava desde os treinos, quando Schumacher obteve sua terceira pole seguida (contra as 9 que Häkkinen acumulou na temporada). Mas a briga nunca aconteceria… O motor de Schumacher morreu antes da largada e como punição, acabou relegado a último no Grid. Mika fez uma corrida tranquila. Manteve-se a frente de Irvine e venceu a prova e o campeonato de 1998 com estilo, coroando uma temporada onde fez 9 poles e obteve 8 vitórias.

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httpv://www.youtube.com/watch?v=iS3MayQr6R0

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Mesmo assim, o famoso “gancho”, citado na primeira parte do texto (“Schumacher em carros problemáticos desafiava pilotos com carros perfeitos”) continuava, principalmente por nossos lados. Gancho esse que se tornou ainda mais forte após a dramática e conturbada temporada de 1999, quando Mika foi bicampeão. Podemos dizer que, em termos de performance, foi sua melhor temporada. Foram 11 poles e um desempenho esmagador sobre Coulthard nos treinos. Durante essa temporada, nas qualificações, pudemos ver Häkkinen em seu melhor.

Martin Brundle, seu ex-companheiro de McLaren, fez uma profunda análise sobre o seu estilo de pilotagem, comparando o com a tocada de Michael Schumacher: “Mika realmente é o melhor na arte de acelerar antes das saídas de curva. Ele não freia depois do que todos. Na verdade eu costumava frear depois de Mika e acredito que Coulthard faça o mesmo, mas o Mika é perfeito na sincronia de soltar o acelerador e pisar no freio. Isso combinado com seu perfeito aproveitamento da largura da pista, fazendo sempre o melhor traçado possível, o faz conseguir acelerar antes e de forma mais suave que todos”. Esse estilo o fazia mestre de pistas como Barcelona, Interlagos ou Spa, com curvas longas de média e alta velocidades. Brundle vai além e afirma “Em termos de talento puro, Senna foi o maior que corri contra, sem dúvidas, mas o mais próximo dele nesse quesito (entre os dois citados) é Häkkinen e não Schumacher”. Fechando, ele comenta “Se Schumacher e Häkkinen estivessem em uma mesma equipe, mesmo carro e com tudo igual, eu apostaria em Mika para a pole. Mas Schumacher venceria a corrida!”. Essa incrível técnica pode ser apreciada em sua sensacional pole em Mônaco, na problemática temporada de 1999.

Nas corridas, quando estava na pista, tudo parecia correr como o planejado e Häkkinen teve vitórias dominantes no Brasil, Espanha, Canadá (se aproveitando de um erro de Schumacher) e Hungria. O problema é que muitas vezes ele não esteve na pista. Quebras (Austrália), roda mal fixada (Grã-Bretanha), estouro de pneu a 300 km/h (Alemanha), um companheiro de equipe atabalhoado (Coulthard na Áustria) e dois erros infantis (San Marino e Itália, esse último resultando em seu famoso choro atrás dos arbustos de Monza), acabaram proporcionando um campeonato super equilibrado e disputado. Mesmo com o seu maior rival, Schumacher, ausente desde o GP da Grã-Bretanha após um grave acidente na primeira volta que lhe rendeu uma fratura na perna direita, Häkkinen acabaria o ano disputando o título com Irvine na segunda Ferrari.

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httpv://www.youtube.com/watch?v=I3sUEz9HtkM

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Quando o circo chegou à última prova do ano, de novo no Japão, Häkkinen dessa vez, precisava da vitória, mas para isso teria que derrotar não seu rival nos pontos, Irvine, mas sim seu rival de sempre, o retornado Schumacher (que o havia lhe infligido uma derrota desconcertante no GP anterior, na Malásia, cedendo a vitória para Irvine, de forma que esse pudesse chegar ao Japão com 4 pontos de vantagem no campeonato).

A pressão era ainda maior que em Nürburgring 98. Contudo, em decisões, Mika parecia sempre crescer e dessa vez não foi diferente. Apesar de ter perdido a pole para Schumacher nos treinos, Häkkinen fez uma largada foguete (uma das suas melhores na carreira) e disparou na frente de Schumacher. Com uma imensa pressão sobre si mesmo (de sua equipe, de seus fãs e dele mesmo, não aceitando repetir os erros bobos de Imola e Monza), Häkkinen teria tudo para fraquejar, mas assim como em Nürburgring, um ano antes, mostrou que em dia de guerra seus nervos nunca falhavam. Mantendo sempre uma distância segura para Schumacher, Mika foi perfeito. Vitória suprema que lhe garantiu o bicampeonato e sem dúvida, um peso a menos nas costas. Como bem disse Francisco Santos em seu anuário F1 de 1999: “títulos merecidos para a melhor equipe (Ferrari, que ganhou o campeonato de construtores) e ao melhor piloto (Häkkinen), entre os dois em disputa (Häkkinen e Irvine).

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httpv://www.youtube.com/watch?v=O66SDLBBpRM

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Após um ano tão caótico, e mesmo com o bicampeonato, a moral de Häkkinen não tinha melhorado muito na grande mídia. Os comentários mais comuns eram “só ganha porque tem o melhor carro” ou “ele erra demais”. Claro, observar suas 11 poles, a forma dominante de suas vitórias, a posição em que estava quando teve problemas durante várias corridas, a vantagem que tinha para Frentzen quando cometeu o erro sozinho em Monza, sua sensacional pole de Mônaco, sua recuperação dupla na França (quando ultrapassou 18 carros na corrida, para terminar em segundo lugar) ou suas várias voltas mais rápidas não entravam em questão quando a intenção era manter o famoso gancho da era Schumacher na Ferrari: “Super Schumacher e sua limitada Ferrari, enfrenta pilotos medianos em carros perfeitos”.

Apesar de tudo, Häkkinen era o bicampeão, e com tal confiança entrou em 2000 da mesma forma que terminou 1999. Andando na frente. Só que mais uma vez, os McLaren pecavam em confiabilidade e suas prováveis vitórias nas duas primeiras provas do ano acabaram em 20 pontos jogados fora. Apesar da sua tradicional vitória em Barcelona (a terceira seguida) e bons segundos lugares em Imola, Silverstone e Nürburgring, a combatividade de Häkkinen parecia ter se esvaído. De fato, após o GP da França, todos acreditavam que dessa vez Coulthard (então com 3 vitórias) desafiaria Schumacher pelo título. Mas Schumacher, quase sozinho, ainda alertava “o inimigo ainda é Häkkinen”. Esse frase, vinda daquele que é considerado por muitos, ao lado de Senna, como o maior piloto de todos os tempos, mostra o nível de competitividade, qualidade técnica e, principalmente, respeito que Häkkinen havia conseguido entre seus competidores. E Schumacher não costumava errar, nem em suas opiniões…

Após uma vitória ao seu estilo na Áustria (saindo da pole e dominado toda a prova) Häkkinen estava de volta para provar quem era o piloto mais rápido da McLaren. Uma vitória sensacional na Hungria (após uma largada arrojada e arriscada) o deu, finalmente, a liderança do campeonato.

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httpv://www.youtube.com/watch?v=9bXsQSkf3c8

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Na prova seguinte, no GP da Bélgica, aconteceu aquela que muitos se recordam, como uma das mais agressivas e marcantes ultrapassagens da história. Häkkinen sobre Schumacher a 3 voltas do final, na freada para a chicane de Spa, no final do retão e com o retardatário Ricardo Zonta entre os dois. Muita coisa já foi escrita e comentada sobre esse momento, mas o que quero frisar aqui são as (boas) consequências dela e de toda segunda metade da temporada de Häkkinen para o seu status e relevância em relação a história da F1… O gancho enfraquecia e a verdade da pista começava vir a tona.

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httpv://www.youtube.com/watch?v=-eE3gCy5zvM

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A Ferrari evoluiu muito para o final daquele ano a partir de Monza, onde Michael venceu. E após uma infeliz quebra no GP dos EUA (quando vinha chegando no alemão para mais um duelo pela liderança) a situação de Häkkinen se complicara na tabela de pontuação.

Com a vitória de Schumacher no GP do Japão, naquele que foi um dos mais belos e técnicos duelos de velocidade pura entre dois gigantes do automobilismo (quando Mika e Michael, exatamente como Senna e Prost em 1989, fizeram uma corrida a parte dos demais, em um ritmo de corrida que parecia pertencer a uma categoria especial), Häkkinen deixou para trás o sonho do tricampeonato, mas sua tarefa estava cumprida.

Agora o respeito vinha de todos os lados, não só da mídia muito especializada ou dos seus companheiros pilotos e engenheiros. A grande mídia o abraçava e até os erros infantis de 1999 pareciam ser (em certa parte) esquecidos. Desde o encerramento da sua carreira na F1, em 2001 (quando a McLaren teve uma temporada difícil e um azarado Häkkinen penou para conseguir duas vitórias para o seu currículo, nos GPs da Grã-Bretanha e EUA), Häkkinen passou a ser uma inclusão obrigatória em listas e rankings do estilo “melhores de todos os tempos”, sempre estando nas 20 primeiras posições. É o tipo de carreira que envelheceu bem. E convenhamos, isso não aconteceria sem aquela segunda metade da temporada 2000, com exibições marcantes como nos GPs da Hungria, Bélgica ou Japão. Após sua aposentadoria na F1, Mika ainda correu na DTM, onde conseguiu 3 vitórias nas 3 temporadas que participou da categoria.

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httpv://www.youtube.com/watch?v=4ZM-2psQZi0

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Para fechar, deixarei uma frase de Ross Brawn (na época diretor técnico da Ferrari), dita no final de 2000, quando um jornalista lhe fez alguma pergunta repetindo o velho gancho de que a Ferrari tinha o melhor piloto e a McLaren o melhor carro: “Não acho que seja assim. A Ferrari também esteve ótima esse ano, em todos os aspectos. De qualquer forma Mika Häkkinen é um piloto incrivelmente subestimado. Mal posso imaginar o que seria ter Michael e Mika em uma mesma equipe”.

Um abraço!

Júlio Oliveira Slayer
Júlio Oliveira Slayer
Músico profissional e professor de bateria, acompanha Fórmula 1 desde o GP da Áustria de 87. Sua grande paixão é a história da categoria.

8 Comments

  1. Lucas disse:

    Aliás, alguém comentou sobre a questão das quebras: esse é outro ponto em que a Ferrari é extremamente subestimada – mesmo que às vezes o carro não era tão rápido quanto o concorrente direto, de 97 pra frente a superioridade deles em confiabilidade do carro era algo brutal. Veja-se por exemplo o número de DNFs por falha mecânica das “três grandes” de 97 a 2004:

    1997: Williams 5, McLaren 9, Ferrari 3
    1998: Williams 2, McLaren 5, Ferrari 2
    1999: Williams 7, McLaren 7, Ferrari 2,
    2000: Williams 11, McLaren 4, Ferrari 4
    2001: Williams 10, McLaren 8, Ferrari 2
    2002: Williams 5, McLaren 9, Ferrari 2
    2003: Williams 2, McLaren 5, Ferrari 0
    2004: Williams 4, McLaren 9, Ferrari 0

    Chega a ser assombroso…

  2. Lucas disse:

    Bacana ver essa série sobre o Mika, um cara de fato injustiçado por essa “romancização” do período Schumacher-Ferrari. Digo mais até: considerando o quanto o Schumacher se afetava mais pela forte concorrência (vide seus erros em praticamente todas as vezes que um campeonato era disputado o suficiente para a decisão ter ido até a última corrida), e o fato do Mika lidar melhor com essa situação, imagino que colocar os dois na mesma equipe acabaria resultando no finlandês levando a melhor.

    Outro aspecto interessante na mesma linha do “Schumacher contra carros de outro mundo” é que não é raro ver gente se referindo a 98 como “o ano em que a McLaren era tão superior que botava uma volta na concorrência”, algo que só aconteceu na temporada de abertura, mas rapidamente deixou de ser verdade – naquela época em que Ferrari tinha recursos financeiros infinitos e duas pistas para testar à vontade durante todo o ano, recuperar desvantagens iniciais era moleza pro time, mas isso não evitou que continuasse o mito de que a equipe era uma coitadinha frente aos carros de Newey.

    • Fernando Marques disse:

      Lucas,

      Hakkinen e Schumacher numa mesma equipe, o filandes só teria chances se a equipe fosse outra menos a Ferrari …

      Fernando Marques

  3. Mauro Santana disse:

    Textos Fantásticos, Fantásticos!!

    Parabéns Slayer!!

    Eu lembro bem que nas temporadas de 98 e 99 eu torci muito pro Hakkinen ser campeão, mas a temporada de 2000 minha torcida foi maior ainda pra que ele conquistasse o tri, e após a sua brilhante vitória na Bélgica, eu tinha certeza que o tri era dele.

    E naquela largada do GP do Japão de 2000, quando ele passou Schumacher por fora na primeira curva, eu vibrei como um gol numa final de copa do mundo, porem, o desenrolar da prova não haveria pra mim motivos de alegria.

    E quando ele se aposentou no final da temporada de 2001, pra mim foi um ponto de muita tristeza como fã da F1.

    E concordo com o Fernando, que o Hakkinen tinha sim muita lenha pra queimar, e que teria dificultado e muito a vida do dick vigarista na conquista de seus 4 títulos seguintes.

    Após a era de Piquet, Prost, Senna e Mansell, sem dúvida pra mim, esta fase em que o Mika comandou a flecha de prata da Mclaren, foi uma das melhores da F1.

    Bons tempos…

    Abraço!

    Mauro Santana
    Curitiba-PR

    • JulioSlayer Oliveira disse:

      Valeu Mauro!! Com certeza ele tinha lenha a queimar e no final de 2001 chegou a ganhar de uma forma diferente, como no GP dos EUA, onde ganhou com uma parada a menos e com ritmo mais moderado (até então suas vitórias eram marcadas quase sempre por estratégias mais agressivas, que o obrigavam a andar sempre no limite).

      A disputa no Japão, 2000, foi incrível realmente. Um dos grandes momentos da história da F1!

    • Fernando Marques disse:

      Mauro,

      neste período em que o Schumacher esteve absoluto na Formula 1, conquistando 5 titulos consecutivos, muito disso se deu em razão dele não ter tido um adversário de peso nas pistas. Este adversário poderia e seria com toda certeza o M. Hakkinen, até por que a Mclaren fez bons carros neste período também …

      Fernando MArques

  4. Fernando Marques disse:

    A impressão que me lembro de ter tido em 2001 quando Hakkinen se aposentou da Formula 1 era que ele não tinha mais motivação para continuar correndo na categoria, pois tecnicamente ele tinha ainda muita lenha pra queimar. O que talvez, a meu ver, poderia ter dificultado o Schumacher naqueles 5 anos seguintes a sua aposentadoria que fizeram do Dick Vigarista o piloto mais bem sucedido da Formula 1.

    Fernando MArques
    Niterói RJ

  5. BSLnew disse:

    O tempo passa e nem lembrava desse duelo na Áustria em 98. Schumacher provando do seu remédio com um piloto a frente sabendo dominar com qualidade a pista!!!

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