Opostos

O Rei das Madonie
26/06/2013
Silv3rstone
01/07/2013

Com sentimentos opostos, chegamos ao tradicional GP da Inglaterra.

Mais uma vez, 3 semanas de intervalo. Dessa vez a culpa é de Valência, que saiu fora da brincadeira errante de torrar milhões de dinheiros todos os anos para a festinha privada de alguns. Durante as 3 longas semanas, uma maré de notícias para manter os jornais aquecidos.

Sentimentos opostos.

Sentimentos de alegria que se opõe aos de decepção. Sentimentos de resolução que se opõe aos de incerteza. Nesse cenário, a F1 chega para seu eterno GP da Inglaterra! A casa da F1. O berço da brincadeira. Abrigou corridas em Aintree, Brands Hatch e no tradicional Silverstone da corrida desse fim de semana. Esse GP da Inglaterra poderia ocorrer em Donington? Snetterton? Oulton Park? É um “sem fim” de circuitos na pequena ilha, oq ue justifica a F1 sempre estar presente no país.

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As notícias dos bastidores nessas semanas são de pura oposição: você fica feliz em lembrar os 600 GPs da (ex)grande Williams, no momento seguinte lembra do carro desse ano. Sacode a poeira e ainda fica um lembrete na memória dos grandes momentos do time de Sir Frank Williams.

Você está certo que a F1 vive um grande ano com pilotos nos seu auge. Em abundância. Não existe aquele sentimento de 1 cara contra uma maioria medíocre. Você está certo de ser um grande ano ao olhar para o grid e ver Alonso, Vettel, Hamilton, Raikkonen duelando nas pistas. Mas lembra da decepção de viver um ano de F1 onde uma equipe desrespeita o regulamento e seu julgamento remete a uma punição que mais parece uma palmadinha no bumbum.

Você comemora a aposentadoria do sábio australiano e a certeza de abertura de uma vaga na equipe líder. Um australiano resoluto que pegou um caminho que o mantêm no auge, em um carro de ponta, em um campeonato de ponta mas que deixa um caminhão de incertezas quanto ao principal candidato a ocupar seu lugar.

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De tudo que se opõe nesse final de semana o que vale destaque é o GP de número 600 da Williams.

É impressionante. Um garagista. Multi campeão. Com um carro decadente, com um piloto pagante e um outro juvenil.

Não há patrocínios. Os principais, vão e vem como o vento. Asustadoramente a filha de Frank – e atual chefe do time – declara que o trabalho do time de marketing é muito bom. Perderam Philips. Perderam HP. Vivem do dinheiro da Venezuela para maner sua equipe da F1. Como assim o trabalho é bem feito?

A Williams hoje é uma empresa de tecnologia e engenharia. Das mais bem sucedidas do mercado automobilístico. A F1 não é mais seu braço principal. Suas 114 vitórias, 127 Pole positions e 131 voltas mais rápidas não são o futuro da empresa de Sir Frank.

Não acredita? Audi e-tron R18. Tecnologia híbrida da Williams. Porsche 911 GTR3. Tecnologia híbrida da Williams. Carros vencedores em suas épocas, dominantes. Essa tecnologia enche os cofres da Williams que deixa todos os acionistas felizes em seu balanção anual.

É isso.

Você pensando em vitórias na F1 e Sir Frank pensando nos acionistas felizes. Uma opisção que, certamente, saímos perdendo.

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Opostos

Nós do GPTotal, sim, somos apaixonados por automobilismo. Vibramos com carros em circuitos. Ovais. Mistos. Clássicos. “Tilkódromos”. Desculpe a futilidade e ausência de causas sociais. Não, não nos desculpe. Somos apaixonados por automobilismo.

Esperamos por 12 meses pelo próximo “último domingo de maio”, onde teremos F1, Indy e Nascar nas suas provas mais clássicas. Procuramos as fichas dos pilotos. Tentamos entender porque e como carros e equipes nascem. Acompanhamos pela Tv a cabo, pelo “streaming” da internet, pelo “live timming” as 24 horas de Le Mans.

Saímos de férias e visitamos nossos circuitos favoritos.

Visitei Interlagos, Jacarepaguá, Pinhais, Daytona, Indy/Orlando, Nurbürgring. Fui dirigir em mais da metade deles. E chorei em quase todos.

Conheci Zanardi em Pinhais. Pilotei em Interlagos. Vi um brasileiro ganhar em Jacarepaguá. Me emocionei ao ver 150 mil pessoas vibrarem por 5 horas sob um frio de 5ºc em Daytona. Tremi de medo a dirigir o Indy de Montoya em Orlando. E quase não andava ao sair do carro após percorrer o inferno verde do Nordschleife em Nurburg.

Da nossa paixão, nos emocionamos.

Domingo passado um piloto da Aston Martin perdeu a vida em Le Mans. Allan Simonsen.

E a homenagem veio da Porsche. É de encher os olhos de lágrimas.

httpv://www.youtube.com/watch?v=UotNe4FbkcQ

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Não há o que falar sobre essa temporada de 2013. O discurso é mesmo depois de um longo intervalo.

A azul Red Bull vem para provar que o Tetra de Vettel é uma realidade. Resta saber se Webber corre relaxado e parte para cima ou se vai ficar acomodado recebendo o seu salário até o final do ano. As atualizações do carro ficam em segundo plano.

Massa e Alonso apostam em uma Ferrari colocando ordem no jogo. Não contam o que trazem de novidade e esperam mostrar a força em ritmo de corrida.

A McLaren, bem … O mexicano espera que o ano de 2014 não seja perdido também. Pois é. Leia nas entrelinhas que 2013 já foi. 2014 só será salvo se a Honda chegar “de vez”. E por que não? Não ficarei surpreso se ao fim do campeonato os japoneses anunciarem isso. Vamos aguardar!

A Lotus ganhou um problema. Fez um bom carro, seu piloto principal faz outra boa temporada e virou o queridinho da F1. Vai ter que gastar para fazer outro carro bom e pagar alguns trocados a mais para o finlandês não mudar de equipe. O título parece distante, apesar da regularidade costumeira. Mas marcar 10, 12, 15 pontos a menos que o líder do campeonato não garante um futuro promissor no certame. Aí fica a dúvida na cabeça do chefe da equipe: mantêm o desenvolvimento do carro em 2013 para manter o seu piloto motivado e interessado em ficar na equipe em 2014 ou abandona 2013 e “convence” seu piloto que 2014 será um ano que eles começarão na frente? Como sempre, podemos estar aqui em exercício inócuo. Ninguém sabe se o contrato de Kimi já é válido para 2014.

Minhas esperanças para um boa corrida ficam com a Force India e seu carro bem ajustado. No fim das contas, eles merecem.

A Sauber perdeu seu projetista chefe Matt Morris. Ligue os pontos. Podemos entender que o carro desse ano foi engavetado.

No pelotão do “Deus me livre” a STR tenta emergir e fazer companhia para Force India. Nessa corrida ganha um ponto de força: motivação. Seus dois pilotos estão ali esfregando as mãos para ocupar a vaguinha que o Webber deixou. Quantos décimos de segundo essa motivação pode adicionar aos carros bem construídos da STR?

Da Marussia, Catherham e Williams, não, não espero anda. Sim, estão todas merecidamente no mesmo “balaio de gatos”. Pilotos pagantes, carros ruins, esperando a próxima mágica na mudança dos regulamentos técnicos e esportivos. Infelizmente!

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Informações da Pista

Circuito: Silverstone
Voltas: 52
Comprimento: 5.891 km
Distância: 306.198 km
Recorde da Pista:
1:30.874 – F Alonso (2010)

Programação

Sexta-Feira
6h – 1º treino livre
10h – 2º treino livre

Sábado
6h – 3º treino livre
9h – Classificação

Domingo
9h – Corrida

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É muita informação fora da pista. Mas quando a luz vermelha sumir, olhos grudados na pista para mais uma grande corrida! Não há como não ficar ansioso!

Bom fim de semana e boa corrida!

Abraços
Flaviz Guerra – @flaviz

Flaviz Guerra
Flaviz Guerra
Apaixonado por automobilismo de todos os tipos, colabora com o GPTotal desde 2004 com sua visão sobre a temporada da F1.

2 Comments

  1. Fernando Marques disse:

    1) Corrida em Silverstone com chuva é loteria pura …
    2) Continuo apostando o Kimi Raikkonen apesar de saber que em Silverstopne certamente não terá o carro mais rápido … quem sabe a chuva o ajude …
    3) Massa na RBR? … Acho dificil … a sua fidelidade a Ferrari é muito grande … se não renovar para 2014 se aposenta da Formula 1 …
    4) Quem virá para o lugar do Webber? … O momento é de apostas a acredito no nome do Kimi … A Formula 1 não é só um campeonato mundial de pilotos .. se a RBR quiser ainda triunfar como campeã de construtores nada melhor do que ter 2 top drivers no time …
    5) Massa renova com a Ferrari? … Acredito ainda que sim … não existe na Formula 1 nenhum piloto que possa ser tão fiel e aceitar a ser um escudeiro do Alonso como o Massa … esta é a politica da Ferrari …
    6) Flaviz,
    A Willians quando entrou na Formula 1 tinha a fama que a Marussia tem hoje … tudo mudou quando os árabes injetaram dinheiro na equipe e finalmente ele pode fazer um carro vencedor e mudar a sua historia nas quase duas décadas depois … o momento atual é bem parecido com seu inicio … mas continuo vendo a Willians como uma grande equipe … e troço como nunca não sío pela sua sobreviv~encia mas como da sua volta aos bons tempos …

    Fernando MArques
    Niterói RJ

    • Fernando Marques disse:

      desculpem-me os erros … torço como nunca pela sobrevivênvia da Willians mas como da sua volta aos bons tempos …

      Fernando MArques

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