Problemas & problemas

130R
03/10/2014
A sangue quente
08/10/2014

Colaboro com o GPTotal desde 2003, e talvez nunca tenha me visto diante de um texto tão difícil de escrever quanto este.

Lembro bem de, vinte anos atrás, ter ficado extremamente decepcionado com o resultado do GP do Pacífico de 1994. Na época eu era um adolescente crescido sob o impacto fulminante da carreira de Ayrton Senna, e não tenho pudores em reconhecer que era sim um fã declarado do tricampeão.

Naquela temporada, depois de dois anos em que não teve chance de brigar pelo título, Ayrton finalmente voltava a ter um carro rápido em mãos, e o tetracampeonato era dado como certo. A temporada, no entanto, havia começado com duas vitórias de Schumacher, ante dois abandonos de Senna. O segundo deles, justamente naquela corrida em Aida, que marcaria também o primeiro pódio de Barrichello.

Aos 15 anos, aquilo era o que eu chamaria de problema. Um campeonato que começava complicado para o meu grande ídolo.

Então vem a vida e duas semanas mais tarde me ensina da maneira mais crua que existem problemas e problemas. De repente, os números na tabela de pontos já não tinham mais a menor importância para mim. Tudo o que importava era que aquele movimento de cabeça pudesse significar uma esperança de recuperação, e eu me dei conta do quanto tudo o que me incomodava até então era pequeno.

Colaboro com o GPTotal desde 2003, e talvez nunca tenha me visto diante de um texto tão difícil de escrever quanto este. Geralmente, nas colunas de cobertura de corridas, é possível antecipar alguns tópicos contextuais, que ajudam a reduzir o tempo de publicação. Coisas como a importância da corrida para o desenrolar do campeonato, o momento vivido por cada piloto ou algum lance significativo de bastidores ou acontecido durante os treinos.

Assim, em meio a todas as notícias que antecederam o GP em Suzuka, eu tinha uma coluna praticamente pronta quando o safety car liderou as primeiras voltas da corrida. Entre meus temas, uma reflexão sobre a dança das cadeiras envolvendo os times de ponta, e a forma como alguns pilotos de grande talento, como Hülkenberg, Vergne e Bianchi têm sido relegados a carros de meio ou fim de pelotão, em detrimento de outros nomes que, muitas vezes, ainda têm muito que provar.

Mas aí vem a vida e nos lembra quem tem a última palavra.

O terrível acidente do francês a seis voltas da bandeirada, mais uma vez, deu a devida proporção a problemas menores, como atrasos na evolução da carreira. Para quem não estava em Suzuka, a omissão de imagens do acidente ou do resgate, os cochichos e o pódio sem estouro de champanhe davam a exata dimensão do drama que se desenrolava nos bastidores. Considerando a dinâmica do acidente, não é exagero afirmar que Bianchi poderia ter sido degolado caso guiasse um Fórmula 1 pré-1995, numa situação muito parecida àquela enfrentada pelo igualmente francês François Cevert, exatos 41 anos atrás.

A essa altura a bela vitória de Hamilton, os detalhes da corrida, a tabela de pontos e o divórcio de oito títulos mundiais entre Vettel e a Red Bull já haviam ficado para segundo plano, mas a exemplo de Imola em 1994, a desgraça veio no atacado. No meio da tarde de domingo, quando mais uma vez meu texto estava quase pronto, chega a terrível notícia da morte de Andrea de Cesaris num acidente de moto em Roma. Ícone maior do cultuado Lado B da Fórmula 1, De Cesaris faz parte das memórias de quem cresceu vendo Fórmula 1 nos anos 80 tanto quanto Alain Prost, Nigel Mansell, Gerhard Berger, Nelson Piquet ou Ayrton Senna. Num espaço como o GPTotal, dedicado à história desse esporte, sua passagem representa um marco, e também uma notícia muito dolorosa de se dar.

De forma triste, também, Andrea acaba por se unir ao vasto grupo de pilotos que sobrevivem a inúmeros acidentes nas pistas, para terminarem vítimas da velocidade fora delas. Para quem não leu, dediquei minha primeira coluna de 2014, intitulada “Institucionalizados”, a este tema.

A melhor homenagem ao bravo Andrea, no entanto, foi feita por Lucas Giavoni – provavelmente seu maior fã em terras brasileiras – em nossa página no GPTotal. Texto para ler e guardar.

Quanto a Bianchi, não cabe aqui analisar seu quadro clínico, uma vez que as atualizações continuam a surgir a todo instante. As imagens da batida começam a surgir na internet, e com elas a consciência de que o simples fato do piloto estar vivo representa um milagre – para quem acredita em milagres -, e um poderoso atestado à segurança atual desses carros.

Por outro lado, a batida reforça a noção de que a exposição da cabeça continua a ser o próximo passo a ser resolvido na busca por condições de pilotagem ainda mais seguras. Na Fórmula Indy já existem estudos em andamento para a utilização de proteções, chamadas de Canopy. É de se esperar que a mesma linha de pesquisa ganhe força também na Fórmula 1, a partir deste episódio.

Aliás, a batida de Bianchi lembrou demais um lance protagonizado por Michael Schumacher em Interlagos, 2003. Naquela ocasião o alemão escapou por pouco de destino semelhante ao do francês.

Com relação aos procedimentos adotados pela direção de prova, alinho-me com Niki Lauda. Não vejo nada que devesse ter sido feito de maneira diferente, e espero que a busca por segurança concentre-se em outras frentes. Provas com chuva são parte fundamental da identidade da Fórmula 1, e esportivamente ajudam a premiar virtudes muito específicas de cada piloto.

É impressionante, por exemplo, como Jenson Button consegue identificar com sensibilidade superior os momentos em que as variações climáticas encontram as zonas de transferência, a partir das quais torna-se possível virar mais rápido com outro tipo de pneu. Em Suzuka, mais uma vez, o campeão de 2009 tirou proveito desta qualidade para ser o primeiro a calçar pneus intermediários, quando todos ainda corriam com borracha para chuva pesada.

O tema inicial desta coluna era a respeito dos anos vintage, que acontecem duas ou três vezes a cada década, nos quais a transferência de um ou mais pilotos de ponta acabam por desenhar uma composição de conjuntos que efetivamente rompe com temporadas anteriores e abre portas para novas dinastias. O rompimento entre Vettel e a Red Bull, e as indefinições rondando Fernando Alonso e Lewis Hamilton, fazem de 2015 certamente um ano com tais características, a exemplo de temporadas como 2010; 2007; 1996; 1990; 1988; 1986; 1982; 1974; 1966; 1958 e 1955, entre outras.

Também havia dedicado um tópico a analisar o (mau) momento em que Vettel deixa a equipe, e como a despeito de todo seu sucesso a derrota para Dani Ricciardo tende a lançar sobre sua carreira dúvidas que, salvo novos encontros futuros, podem permanecer para sempre.

Paralelamente avaliei que o eventual rompimento entre Alonso e a Ferrari, ainda que envolva conquistas muito menores, não exerce o mesmo efeito sobre a carreira do asturiano.

Por fim, era minha intenção comentar a bela vitória de Lewis, com direito a uma ultrapassagem que só não foi ainda mais espetacular graças à atuação sempre injusta do DRS.

Nada disso, no entanto, importa tanto agora. Esperemos apenas que Bianchi consiga sair dessa da melhor forma possível. Quanto ao saudoso De Cesaris, o GPTotal estará sempre pronto a preservar sua memória, mesmo em dias tristes como estes.

Forte abraço a todos.

Márcio Madeira
Márcio Madeira
Jornalista, nasceu no exato momento em que Nelson Piquet entrava pela primeira vez em um F-1. Sempre foi um apaixonado por carros e corridas.

20 Comments

  1. Lucas dos Santos disse:

    Olha só, a Sky Sports fez uma matéria sobre a possibilidade de usar as “Slow Zones” na Fórmula 1: http://www1.skysports.com/f1/news/12433/9508682/could-le-mans-style-slow-zones-work-in-f1

  2. Fernando Marques disse:

    Desde que a Formula 1 passou a dar a sua devida importância a vida e segurança dos pilotos, cada acidente acontecido, passou a ser um aprendizado para diminuir riscos de vida.
    Desta forma este acidente com o Bianchi trás a tona dois fatos a meu ver importantíssimos:
    – o uso ou não dos tratores para rebocar os carros acidentados
    – a questão do cockpit ser fechado para melhor proteção da cabeça e evitar danos como o sofrido pelo Massa e agora pelo Bianchi.
    Deve ser por aí que a FIA vai seguir em razão de mudanças no regulamento para o futuro da Formula 1. no quesito segurança.

    Fernando Marques

  3. Um dos assuntos que eu havia abordado, mas depois acabei cortando, trata da regra que impede os pilotos de alterarem o acerto do carro no domingo, mesmo que a pista esteja molhada.
    Em minha opinião trata-se de uma imposição ridícula do regulamento, que valoriza uma desnecessária componente de adivinhação em detrimento de uma postura mais profissional e segura.
    Reduzida a emoção dos acidentes, fica o registro.
    Abraço, e obrigado aos amigos que comentaram.

    • Lucas dos Santos disse:

      Mas os pilotos PODEM alterar o acerto do carro em caso de chuva.

      Está no site oficial da Fórmula 1:

      “A única exceção [à proibição de alterações no carro] é quando há uma ‘mudança nas condições climáticas’, por exemplo uma sessão de classificação seguida por uma corrida no molhado ou vice-versa. Neste caso a FIA dará às equipes permissão para efetuar as mudanças adicionais apropriadas a seus carros”.

      Fonte: http://www.formula1.com/inside_f1/rules_and_regulations/sporting_regulations/8685/

      • Mas somente parâmetros restritos, Lucas, sem os quais seria quase impossível pilotar.
        Quem quiser andar realmente rápido, com um carro equilibrado no molhado, terá que arriscar um acerto para chuva ainda no sábado, como fez a Red Bull em Suzuka, pagando o preço na qualificação.
        Abraço!

  4. Guilherme disse:

    Olá, Colegas do GPto.
    Gostaria de discutir dois ítens com voces:
    Concordo com o Márcio, quando diz no texto dele que “provas com chuva fazem parte da identidade da F1”. Também acho que a presença do trator ali foi uma infeliz coincidência, e não estou certo se o SC seria adequado, ou não, visto que ele tem entrado demasiadamente e desnecessariamente em muitas pistas. Um SC naquelas alturas ficaria até o final da prova, pois como temos visto ele dificilmente permanece menos de 6 ou 7 voltas quando entra.
    Mas duas coisas ao meu ver importante, não tem sido discutido: 1- Estariam todos os fiscais, bandeiras e auxiliares adequadamente preparados para trabalhar “em alto nivel”? Ha pouco mais de um ano, tivemos um acidente que custou uma vida no Canadá, porque um trator passou por cima de um fiscal. Isto é um despreparo total. Recentemente, tivemos fiscais entrando na pista, recolhendo com as maos detritos de carro(não me lembro se foi em Cingapura)… Parece que o treinamento adequado e a rapidez necessária evitaria muito mais acidentes. Se todo mundo mantivesse o “padrão MOnaco”, teriamos muito menos problemas neste sentido.
    2- O segundo caso a discutir é a questão da altura dos carros com chuva. Se nesta pista, todos estavam utilizando pneus intermediários, então teoricamente poderia haver muito mais água até que se “esgotasse” a capacidade dos pneus de chuva intensa. Mas assim que o SC saiu(inicio da prova), os pilotos já trocavam pelo intermediario, e no momento do acidente, os carros aquaplanavam com intermediario.
    Então eu pergunto: para que serve os pneus de chuva intensa?? Estaria o regulamento com a altura dos carros dando opção para corridas com chuva??

    • Lucas dos Santos disse:

      Quanto ao primeiro questionamento, podemos lembrar que os fiscais, teoricamente, não tomam nenhuma decisão nos procedimentos. Eles sempre recebem instruções “de cima” a fim de manter um padrão. Vendo pelas corridas anteriores, sempre achei o trabalho dos fiscais do Japão aceitável, acima da média até, perdendo apenas para Mônaco. Fiscais entrando na pista para recolher detritos é uma prática comum na Fórmula 1 na qual eu diria que há um excesso de confiança e precisa ser revista. Basta lembrar daquele GP chuvoso do Canadá – aquele que durou quatro horas – cujo ano não me recordo, em que o fiscal caiu no meio da pista e, por pouco não foi atropelado!

      Em relação ao seu segundo questionamento, já foram feitas mudanças nos pneus de chuva em temporadas passadas, justamente para que eles suportassem um volume maior de chuva. Se não me engano essa demanda surgiu quando os treinos para o GP do Japão – também não me recordo o ano – tiveram que ser adiados para o dia seguinte, justamente pelo fato dos carros estarem aquaplanando muito facilmente.

      • Guilherme disse:

        Os carros estão aquaplanando pela incapacidade da drenagem de agua pelos pneus, ou pela questão da altura?? Parece-me que os pneus não são as causas dos problemas, como vimos nesta ultima corrida.

        Guilherme

        • Lucas dos Santos disse:

          Aí já é uma questão técnica que eu não sei responder.

          Na minha visão de leigo, o acerto de chuva já deixa os carros com uma altura livre considerável, conforme pode ser visto nesta imagem: http://i.imgur.com/qZ58SZk.jpg

          Tem que ver até aonde é possível erguer os carros sem que isso afete demais o seu comportamento dinâmico.

    • Robinson disse:

      Minha opinião:
      1 – Enquanto os fiscais forem amadores voluntários a melhor maneira de conter é com safety car. Para o espetáculo é péssimo, para a estratégia também, mas para segurança é o que se tem para o momento.
      2 – Os compostos dos pneus estão cada vez mais eficientes. Não estranhe se em um futuro tivermos compostos “mutantes” que poderão se alterar durante o GP, regenerando-se ou mudando a forma.

  5. Robinson disse:

    Enquanto a F1 tiver a sua frente o Tio Bernie o que irá valer é o que dará mais lucro!
    Achei o podium totalmente desnecessário, com os alemães (principalmente Vettel) mais contidos. O Hamilton era só alegria, mesmo parcialmente contida!
    Tudo para aparecer logos de patrocinadores no painel localizado atrás e mais alguns minutos de exposição.
    Sabemos que se trata de um mundo milionário e que sem esta injeção de valores (cada vez maiores) não se sustenta, mas vamos lembrar que sem pilotos não há nem quem patrocinar.
    Perdemos Bianchi, ao menos das corridas em alto nível.

    Mas, como pensam os dirigentes/
    Patrocinadores potenciais são raros, não chegam a 25 no mundo, talvez até menos em dado momento. Ser humano existem mais de 6 bilhões no mundo, tira um coloca outro. Depois faz-se uma carta pública manifestando pesares, um vídeo bem produzido e nada a mais.

    Quando observei o trator entrando na pista logo pensei – safety car – Rosberg se deu mal!
    A grande maioria das equipes percebeu o momento e parou seus bólidos, pois era algo óbvio.

    De repente vejo a lista de pilotos passando e estava o nome Bianchi (out). Pensei comigo mesmo “não vi o Bianchi sair da corrida”. Passados alguns segundos vem a notícia e a censura com as imagens! Cala boca no Sutil e tudo que vimos.

    Espero que esta lição seja minimamente aprendida e vivo na minha utopia de que uma vida vale mais do que qualquer cifra!

    • Lucas dos Santos disse:

      Aprenderem a lição? Não me surpreenderei se apenas mudarem o traçado da curva – e não os procedimentos – apenas para dizerem que tomaram alguma providência!

  6. Fernando Marques disse:

    A principio tomando por base o fato de ser um leigo no assunto, vejo como inaceitável um acidente como este que machucou bastante o J. Bianchi tenha ocorrido na Formula 1. Com tanta tecnologia envolvida, inclusive em termos de segurança, não entende-se como um Formula 1 bote bater num trator durante uma corrida de Formula 1.
    O Andrea de Cesaris, mesmo tendo participado de 208 corridas e de nunca ter vencido uma sequer na Formula 1, não resta duvidas que fez também historia no circo. Também fiquei triste e chocado com a noticia de seu falecimento.

    Fernando Marques
    Niterói RJ

  7. José Couto disse:

    Pensei que eu era o único a perder o sono. ( Não dormi )
    Foi muito impactante ver aquelas cenas e perceber a gravidade do ocorrido.
    Mesmo que a transmissão da Globo beirasse o ridículo.
    A hora que vi os fiscais de pista fazendo X com os braços
    era nítido que algo grave aconteceu.

    Na minha opinião deve sim em qualquer acidente haver a entrada do safety car

    Lembro que a muitos anos atrás ( fim da década de 80 ) na indy vi um fiscal de pista explodir ao ser dragado pela roda traseira de um carro… então desde essa época sou favorável a entrada do safety car. Muitas tragédias já ocorreram em diversas modalidades … Ninguém lembra em Interlagos quando um carro de serviço entrou após o S do Senna e a hora que abriram a porta do carro … veio um carro e arrancou a porta ? Por um segundo … teria ocorrido uma tragédia.

    Abraço a todos

    José Couto
    Franca – SP

  8. Lucas dos Santos disse:

    Para enriquecer (ou não) a discussão, vou colocar aqui alguns pontos levantados pelo ex-presidente da FIA, Max Mosley, em entrevista à TV britânica Sky Sports F1:

    – “A Fórmula 1 está fazendo tudo certo para garantir a segurança de seus pilotos. O que aconteceu em Suzuka foi muito infeliz, um acidente esquisito e não podemos, na realidade, culpar qualquer uma das pessoas envolvidas – os fiscais de pista, ou o diretor de prova, ou qualquer uma dessas pessoas. Tudo o que deveria ser feito foi feito”.

    – “A primeira coisa que acontece quando há um acidente é que a sua primeira linha de defesa são as bandeiras amarelas, pois, obviamente, pode haver carros imediatamente atrás do carro que bateu e eles precisam ser alertados do fato que há um carro fora da pista. Então você recebe bandeiras amarelas estáticas, bandeiras amarelas agitadas e então bandeiras amarelas duplas agitadas, que são crescentes graus de alerta aos pilotos”.

    – “Uma bandeira amarela dupla agitada significa ‘reduza a velocidade e prepare-se para parar’. Isso acontece usualmente quando há algo na pista. Você somente aciona o Safety Car se a obstrução, ou o perigo como tal, realmente não puder ser tradado sob bandeiras amarelas duplas e você precisar do Safety Car”.

    – “Os fiscais de pista precisam de permissão para trazer um trator para a pista e isso é feito pelo Diretor de Prova. No entanto há um procedimento praticamente automático em que tão logo um carro saia da pista, ele se torna um perigo a outros carros, porque se outro carro atingí-lo, os efeitos são imprevisíveis. Então você quer remover o carro tão rápido quanto possível”.

    – “Eles então enviam um trator para a pista para fazer isso, mas antes deles fazerem isso você recebe uma sucessão de bandeiras amarelas nos postos de fiscais anteriores ao acidente – uma estática, uma agitada e, se necessário, uma dupla bandeira amarela, para alertar aos pilotos que isto está acontecendo. Eles precisam reduzir e tomar todas a precauções, porque se saírem da pista no mesmo local, isto pode ser, em primeira instância, muito perigoso para os fiscais”.

    – “Para você se machucar nos tempos modernos da Fórmula 1, várias coisas precisam acontecer de uma vez. Ali você tinha: condições difíceis, um trator na pista e, por alguma razão, o piloto não viu as bandeiras amarelas. Parece que ele não reduziu a velocidade o quanto deveria. O porquê disso de acontecido é algo que precisa ser apurado. Mas é certamente o caso em que as bandeiras foram acionadas, então ele deveria ter reduzido a velocidade e [dessa forma] não deveria haver riscos dele sair da pista, mas isso não parece ter acontecido”.

    Entrevista completa aqui: http://www1.skysports.com/f1/news/12433/9506312/max-mosley-qa-the-former-fia-president-discusses-jules-bianchis-accident

    • Mauro Santana disse:

      Pois é Lucas, mas o que o ex presidente da FIA parece não entender é que a pista estava molhada, ou seja, quando um carro escapa, o piloto se torna um passageiro de um bólido sem controle.

      Olha, do jeito que esse crápula descreveu, é bem possível de no final de tudo isso quererem jogar a culpa do ocorrido no pobre Bianchi.

      • Lucas dos Santos disse:

        Mauro,

        Também acredito que queiram atribuir a culpa do acidente ao Bianchi.

        Pelo condições da pista, eu acredito que o Bianchi tenha aquaplanado ali, em circunstâncias semelhantes ao incidente do Ericsson, que rodou sozinho mesmo em velocidade moderada.

        Para mim, o Safety Car deveria ter entrado antes mesmo da batida do Sutil, quando a chuva começou a apertar. Era notório que as condições estavam piorando muito rapidamente.

        Como eu comentei em outro lugar, já está na hora de acabarem de vez com essas corridas realizadas no fim da tarde em circuitos que não possuem iluminação artificial. Já que não querem realizar as corridas em horários inconvenientes para os europeus, que ao menos façam como no Bahrain e invistam em iluminação, para evitar que grandes transtornos sejam causados por problemas bobos e previsíveis.

      • Lucas dos Santos disse:

        Mauro e demais colegas do GPTo,

        Dá só uma olhada no que o aplicativo oficial da Fórmula 1 registrou no momento do acidente: https://www.youtube.com/watch?v=_l_F9aODAzc

        O gráfico mostra a velocidade e as marchas subindo na zona de bandeira amarela. Será que dá para confiar nesses números?

  9. Jay Cutler disse:

    Com relação aos procedimentos de pista, discordo.

    Acredito que nunca aquele trator poderia adentrar a área de escape sem o SC na pista, mesmo que aquele trecho estivesse sob bandeira amarela. A primeira coisa que me veio a cabeça quando houve o acidente do Sutil foi: “Fudeu, a corrida vai terminar com SC”. Era óbvia a necessidade do SC em uma pista onde a maioria das áreas de escapes são reduzidas, isso mesmo que não houvesse o trator no local.

    Além disso, a FIA já acionou o SC inúmeras vezes em situações bem menos perigosas.

  10. Mauro Santana disse:

    É amigo Márcio, realmente foi um domingo triste, e também tive a mesma sensação, pois foi angustiante durante a transmissão os cochichos e a falta de imagens e informações, e confesso que não consegui pegar mais no sono, pois vim pra net a procura de informações e que infelizmente eram poucas.

    Vendo o vídeo do acidente do Bianchi, uma grande revolta tomou conta de mim, pois numa F1 tão moderna, cheia de frescuras, e como muito já foi falado aqui com Safety Car entrando toda a hora, e que para muitos e muitos momentos, uma mera desculpa somente para alinhar novamente o pelotão e dar nova emoção a corrida, numa prova com chuva, erros como este não podem acontecer, consegui imaginar bem como os torcedores, repórteres e pilotos dos anos 70 se sentiam, pois naqueles anos morreram pilotos pra caramba, e a direção de prova agia de maneira escassa e infantil.

    Na minha opinião a corrida tinha condições de ser realizada com a chuva que caía, mas, os procedimentos de segurança deveriam estar super alinhados para garantir aos pilotos que os mesmos estivessem seguros, e infelizmente não foi o que aconteceu.

    Como pode uma F1, em pleno ano de 2014 depender de tratores, verdadeiros elefantes amarelo, adentrarem as áreas de escape para retirar um carro acidentado com a corrida em andamento!?

    Um absurdo, pois em Mônaco que tudo é apertado se utilizam gruas para retiradas dos bólidos, e em autódromos onde espaços não faltam, dependerem somente de tratores?

    Parece até piada.

    E na minha opinião, com as tais proteções chamadas de canopys, num caso como este não faria a menor diferença, pois acho difícil algum material que possa proteger um piloto num impacto como este, pois o santo antonio fora arrancado de maneira brutal, e quem não garante com a tal cobertura não pudesses causar ainda mais danos ao piloto devido a deformação da ferramente que com certeza iria ocorrer.

    É revoltante.

    E realmente a notícia da morte do Andrea de Cesaris fora um choque, pois o cara fez história na F1 e marcou gerações e gerações.

    Sempre será lembrado com carinho por todos.

    É isso, depois dos acontecidos neste ultimo domingo, o campeonato perdeu um pouco o brilho, e nos resta torcer pela melhora do Bianchi, respirar fundo, e seguir em frente, pois do contrário, são em momentos como este que torcedores ou continuam amando a F1, ou se separando dela como acontecem com tantas pessoas, e como aconteceu em Imola 94.

    Abraço a todos e FORÇA BIANCHI!!!!!

    Mauro Santana
    Curitiba-PR

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