Simbolismo Canadense

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Redenções, brigas, disputas e consolidações de posições. Isso é o GP do Canadá antes da F1 dividir atenção com a Copa do Mundo.

A volta a América do Norte é cercada de simbolismos nesse campeonato mundial de fórmula 1 de 2014. O circo desembarca no Canadá para redenções, brigas, disputas e consolidações de posições.

O Canadá com toda sua história e com todas as peculiaridades de seu traçado tem a importante missão de nos apresentar repostas. Muitas delas não vieram em Mônaco, mas deixaram pistas.

Em um momento tão importante do campeonato, nada melhor que uma corrida antes do frenesi pela copa do mundo. Precisamos de atenção total no país do futebol para não perder esse campeonato de tantas interpretações possíveis.

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Vamos nós para o 45º GP na história de disputas canadenses. Foram 8 visitas ao clássico e inesquecível Mosport. Duas míseras apresentações em Mont-Tremblant. E as outras 34 apresentações ocorreram em Montreal. É uma pista marcante para nós brasileiros, afinal de contas, 23 anos atrás, vimos a última vitória de Nelson Piquet. Lembramos dessa data lá no nosso Facebook, confere lá! Além dessa lembrança de Piquet, não custa lembrar que ano sim, ano não, Hamilton levanta o caneco nesse traçado. Foi assim em 2012, 2010 e 2007, lembrando quem em 2009 não houve corrida em Montreal.

A parte final da pista de Montreal, depois do famoso grampo, já sofreu um sem número de alterações, mas essencialmente continua o mesmo circuito que estamos acostumados. O problema é que todos acham que é um circuito muito parecido com Mônaco. Mas só em termos de setup aerodinâmico.

No resto, é muito diferente de Mônaco, e as velocidades médias de volta são muito maiores. O asfalto é de baixa aderência, algumas zebras muito altas e perigosas e várias zonas de tração muito fortes. Além disso, há uma série de grandes frenagens que colocam os freios sob pressão extrema. É uma bagunça, mas é bem fácil de entender. Temos grandes retas em um circuito travado. Você anda com razoável pressão aerodinâmica e precisa de um motor forte para ser rápido. Para superar as zebras altas e a pista com pouca aderência, o “grip” mecânico é fundamental, sua suspensão tem que funcionar! Pronto. Resolvido, a receita é essa!

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httpv://youtu.be/j5Fwc38tLY8

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Hamilton busca a redenção nessa prova. É seu terreno. Ele mesmo botou lenha na fogueira de uma briga com seu adversário eterno, Nico Rosberg. Parece engraçado , mas é a mais doce ironia do destino. Os dois caras que cresceram juntos, disputando espaço no ápice do automobilismo mundial e sob o mesmo teto. Se fosse um filme de Hollywood, você certamente acharia forçado, patético. Mas é a vida real. Rosberg e Hamilton foram “talhados” para chegar ao topo. Obviamente não foram treinados para dividir espaço e agora cada um luta com as armas que tem. Rosberg parece querer passar a fama de bom moço, aquele cara que agrada público do reality show. Hamilton quer talhar a imagem de campeão, um pouco espelhado em Senna, seu ídolo, de que sacrifica tudo para ser o melhor, para ser o mais rápido e o mais veloz. Ponto é, são os donos dos carros mais velozes.

A única esperança da concorrência é a pausa das férias de verão, onde poderão sentar e rediscutir seus carros. Mas até lá, contando o Canadá são mais cinco provas. Vamos às contas. São 43 pontos por corrida, se continuarem as dobradinhas, 258 pontos antes da pausa. Se alguma equipe, por algum milagre, conseguir emplacar todos os 3º e 4º lugares nessas provas, a distância vai aumentar em no mínimo 123 pontos. Continue nesse exercício. Suponha que essa equipe que vai dominar as migalhas do campeonato seja a atual segunda colocada nos construtores, a Red Bull. Chegaremos ao Verão europeu com 498 pontos da Mercedes contra minguados 222 pontos da RBR. Temos uma decisão, não?

Falando em Red Bull, o carro vem bem, como previsto. Mas precisa parar de quebrar. Ainda é certo que eles esperam a pausa de verão mais do que ninguém. Mas é o time mais bem acertado e mais constante dentre o “resto”. A performance está no mesmo nível em todas as pistas, não há surpresas e isso é um bom sinal.

A Ferrari vive mais um ano difícil. Alonso chegou ao Canadá dizendo que o carro evolui de forma inconsistente. E mesmo que evolua, porque o carro está muito para trás e isso significa espaço para evolução, ele não acha que será uma evolução que permita garantir uma luta pelo topo do pódio. No máximo um terceiro lugar em um bom dia. A única frase de otimismo do bicampeão soa como teimosia: só paro de correr quando for tricampeão.

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httpv://youtu.be/kMI4SPywCFg

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McLaren e Williams lutam com seus projetos bem nascidos e mal desenvolvidos. Eles explicam bem a diferença entre ser rápidos e ser veloz. Ser veloz significa ter o um carro que brigue pela vitória. Ser rápido significa chegar, em um curto espaço de tempo, ao seu potencial máximo. Os dois times inglês parecem ter problemas para evoluir e isso se reflete na tabela de pontos. Melhorias desse cenário a vista? Não, mas a lição de casa precisa ser feita com pensamento em longo prazo.

Longo prazo que é o forte da Force India. De motivo de chacota pelo seu dono espalhafatoso é uma equipe extremamente eficiente e que a cada temporada avança um passo na sua consolidação como força da F1. Essa temporada mostra um time em busca de se posicionar em 4º lugar permanentemente. Hoje, sem eventualidades, ela mira muito mais o 3º lugar da Ferrari do que se defende da perda do 4º para Mclaren e Williams. Pelo orçamento que tem, é brilhante. E no Canadá ela vem com força para se consolidar nessa posição!

No Bolo do meio, vive uma nuvem. A Toros Rosso, se não quebrar, flerta com o pelotão de cima. Já a Sauber flerta em juntar-se a Caterham e Marussia. É triste. Esperavam-se as equipes mais próximas e se revezando nos pontos, não deixando essa disputa para se dedicarem a fugir do fundo do grid.

E aíd chegamos a Marussia. A pequena equipe finalmente entrou no mundo das equipe que pontua na F1. Jogou uma pá de cal na Caterham que agora tem 13 provas para provar ao patrão que pode seguir na categoria. Com duas novas equipes chegando em 2016, duvido da permanência do simpático time verde além de 2015. Voltando a Marussia, as parcerias técnicas com Ferrari e Mclaren começam a render dividendos. Não esperamos mais pontos para esse ano, em condições normais, mas com estabilidade das regras e apoio técnico para desenvolvimento do carro é possível admitir que o time possa se aproximar bem da briga do meio do bolo.

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Circuito: Circuit Gilles Villeneuve
Voltas: 70
Comprimento: 4.361 km
Distância: 305.270 km
Recorde da Pista: 1:12.275 – Ralf Schumacher (2004)

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Programação
Sexta-Feira: 11h00 – 1º treino livre e 15h00 – 2º treino livre
Sábado: 11h – 3º treino livre e 14h – Classificação
Domingo: 15h – Corrida

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Hamilton busca sua redenção, Rosberg entra em uma briga que só haverá um vencedor e as equipes buscam consolidar suas posições nesse campeonato de 2014.

Antes de começar a Copa do Mundo, o GP do Canadá trará uma tarde de muitas respostas para o público, será demais!

Qual o seu palpite?

Abraços, Flaviz Guerra – @flaviz

Flaviz Guerra
Flaviz Guerra
Apaixonado por automobilismo de todos os tipos, colabora com o GPTotal desde 2004 com sua visão sobre a temporada da F1.

1 Comments

  1. Fabiano Bastos disse:

    Pelo resultado dos treinos, Williams deu uns passos a frente. Mas os pilotos precisam transformar o bom treino em pontos na corrida.
    A Red Bull também continua crescendo, e Vettel deu sinais de que está se encontrando nesta nova F1.
    Mas Mc Laren, Ferrari e Force India não se sairam muito bem.
    Os ingleses parecem perdidos ou já com a cabeça em 2015.
    Os Italianos já estão perdidos há uns 6 anos.
    Já os Indianos, acho que seu carro não caiu bem nesta pista. Porém, acho que mesmo largando de trás, farão boa prova.
    Dos demais, vale a pena falar apenas da Marussia, que fez milagres com alguns milhares de Euros, abriram um segundo para a Carteham (que parece ter um orçamento maior). Talvez o grupo mereça um investimento maior para por seu valor à prova.
    Paa amanhã, aposto que a Williams estará no pódio, logo depois da Mercedes, é claro!

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