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The show must go on! – final
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Sobre retas e curvas
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Finalmente as férias de verão acabaram. Agosto dura quase um ano no calendário dos fãs da F1 e, pela quantidade assombrosa de notícias, parece que teve um ano todinho dentro dessas férias mesmo.

A Formula 1, como sempre, volta de suas férias direto para uma sequência de visitas aos seus templos mágicos. A primeira parada: Spa-Francorchamps. A pista rainha, sem sombra de dúvidas a melhor pista do calendário atual. Nesse cenário paradisíaco, os fãs da F1 tem um segundo semestre cheio de dúvidas e novidades pela frente!

Pra começar, ninguém aqui acredita que o “summer break” acontece de verdade para F1, certo? Ótimo. Porque ele não acontece mesmo. As férias são obrigatórias para a fábrica e o time de corrida. Pegando o exemplo da Mercedes, a “fábrica” (entre aspas mesmo) é dividida em duas: motor e chassi. A restrição de funcionamento ficar para a fábrica onde o carro é feito, liberando assim a fábrica de motores para trabalhar sem paradas.

Dito isso… Como será o equilíbrio de forças desse campeonato na reta final? O título de Hamilton aparenta ser uma questão de tempo e de frieza. Sem grandes sustos pra ser garantido. Mas mesmo assim, a Mercedes volta com um carro dominante ou ainda vai contar com os erros dos demais?

Fato é que todos os times trabalharam pesado no verão europeu para tentar mudar a regra do jogo. É a velha guerra de desenvolvimento. O maior problema é que sempre a a Mercedes ganhou essa guerra na era da F1 Hibrida.


O campeonato parece ficar em segundo plano. As corridas estão épicas e os bastidores melhores ainda.

Aproveitaram também o verão para nos mostrar o primeiro modelo do que pode virar a F1 em 2021 com o novo regulamento e divulgar um novo calendário.

Sobre o carro? Sem palavras! Aparentemente tudo que os fãs sempre pediram: fim dos penduricalhos aerodinâmicos, aquele bico baixinho da década de noventa e a volta do incrível efeito solo. Tem tudo para ser espetacular nas pistas (apesar das rodas aro 18 e pneus de perfil baixo). Vamos esperar pra ver o que os engenheiros farão com um regulamento novo em mãos, a expectativa já está lá em cima!

Para o calendário, a NASCARização chegou de vez na F1. Serão 22 corridas em 2020. Uma corrida a cada 2.36 semanas do ano. É ruim pra F1? Sim e não (conclusivo, né?). Sim, é ruim porque temos, por definição, uma prova de F1 como um Grande Prêmio. É o ápice. É o esforço maior. Vamos combinar que correndo semana sim, semana não, não há meios de conferir grande exclusividade, certo? Essa é a parte ruim. A parte boa? 22 corridas é poder contar com corridas semana sim, semana não. Isso é (sim!) divertido!

Nem tudo foram flores e poesia no verão da F1. Gasly que nos diga, não é mesmo?

O jovem francês passou pela cadeira elétrica do time austríaco. O ritual foi claro e clássico, tradicional esquema técnico de futebol na zona do rebaixamento do campeonato brasileiro: Tá garantido até o final do ano! Passou a semana, o rapaz foi deslocado para a Toro Rosso novamente. Fato da vida, uma pena! Aos nossos olhos, não teve tempo. Aos olhos da Red Bull, não tem futuro e/ou Albon pode ser um candidato melhor. Impressiona a maturidade de Gasly nas entrevistas dessa semana, declarou que nada que ele falar muda a situação e é preciso focar nos aprendizados para ser mais rápido. Algo ele aprendeu!

Na Mercedes veio a confirmação de Bottas para mais um ano. Internet se revolta! “Como assim? Tem Ocon, Bottas não é páreo para o Lewis”, bradam todos. Vejamos nós, Bottas perde sistematicamente para Hamilton? Sim. Nada estranho, Lewis é um dos maiores de todos os tempos, esperamos ele massacrando todos os seus companheiros, por melhores que sejam. Bottas perde pontos importantes? É o vice-líder do campeonato. Parece suficiente pra Mercedes, um time pragmático que quer continuar ganhando os títulos de construtores e pilotos todos os anos.

Por outro lado, Ocon foi anunciado na Renault. Internet se revolta! “Como assim? E tudo que ele fez na Mercedes? A Mercedes vai dispensar esse investimento, esse diamante bruto?”. Pois é, acontece que ele não foi dispensado. São dois anos de contrato, renovado automaticamente ao fim do primeiro ano, caso a Mercedes não precise dele. Tudo que a Mercedes e Ocon queriam era não ficar dois anos fora das corridas. Objetivo alcançado e bola pra frente.

Quem dança é Hulkenbeg. A “menos pior” vaga disponível agora é na Haas, no lugar de Grosjean. Magnussen vai permanecer e um cidadão pacato como Hulk pode ajudar o time a ter uma certa estabilidade emocional (ou ao menos terminar as corridas com um carro). Se Hulk (1) conseguir a vaga e (2) for esperto, pode ter vida longa na Haas ou ocupar um aninho na Ferrari quando Vettel se aposentar (algo que parece cada dia mais próximo de acontecer)

Para essa dobradinha de corridas, todo o favoritismo está no colo da Ferrari. Teremos a primeira vitória de Leclerc ou o fim da “seca” de Vettel que já dura um ano? É provável que só dependa do time vermelho chegar na frente, mas falando-se de Ferrari, tudo é possível no domingo para tudo dar errado.

A Mercedes sabe que serão corridas de “marcação”. É o momento para não errar e garantir ao menos o pódio. Precisam de toda a frieza do mundo pois não tem hoje o melhor carro nas longas retas. Importante a renovação de Bottas para elevar a moral do finlandês e ele continuar complicando a vida dos adversários enquanto Hamilton navega tranquilamente para o título.

Já na Red Bull, uma corrida aflitiva. Será que os motores Honda aguentarão as altas velocidades de Spa? Além disso, Albon justificará na pista a mudança no meio da temporada por Gasly? Para o novato, mais um problema: largará no fundo do grid por conta do novo motor instalado em seu carro.

No meio do pelotão, a Force India vem com uma grande atualização do seu carro. Inclusive mudando o conceito do bico do carro para um modelo mais tradicional. Junto com um novo motor Mercedes, espera-se ver o time brigando com a Mclaren pela liderança desse pelotão. Também tem Perez de contrato renovado por 3 anos! Inesperada essa longa duração, mas o mexicano garantiu um lugar num time que tem bom dinheiro.

Para a formação do grid, quem já entra com punições: Alexander Albon, Daniel Ricciardo, Nico Hulkenberg, Carlos Sainz, Lance Stroll e Daniil Kvyat.

Um pouco mais atrás a turma da Hass, Renault e Alfa Romeo devem continuar trocando tintas no meio do grid. Ninguém aqui tem histórico de bom ritmo de desenvolvimento (ou dinheiro) para virar o jogo no meio da temporada. O que se espera mesmo de novidade é a definição de pilotos da Haas para 2020. Atualmente a dupla mais fraca e problemática do grid.

O calor, a volta das férias, as mudanças nos bastidores….todos são excelentes ingredientes para um final de semana empolgante para Formula 1.

Em um ano de marcha segura para a consagração de um hexacampeão, Spa ainda pode nos trazer a coroação da primeira vitória de Leclerc ou o retorno ao ponto mais alto do pódio de um tetracampeão.

Qual seu palpite pra esse fim-de-semana?

Abraços
Flaviz

Flaviz Guerra
Flaviz Guerra
Apaixonado por automobilismo de todos os tipos, colabora com o GPTotal desde 2004 com sua visão sobre a temporada da F1.

1 Comments

  1. Fernando Marques disse:

    Meu palpite é termos de novo uma bela corrida para assistir no domingo pela manha.
    Acostumou mal agora eu quero é mais.

    Fernando Marques
    Niterói RJ

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