Edu,
Já recebemos de alguns leitores a inevitável pergunta: “O que anda mais, um carro de Fórmula 1 ou um de Fórmula CART?”. Sempre respondemos aquilo que nos parece mais óbvio: um F 1 tomaria uma “lavada” em um circuito oval, mas devolveria o banho em um circuito misto.
Neste final de semana, teremos finalmente a oportunidade de estabelecer uma comparação, ao menos parcial. Pela primeira vez, uma corrida da CART será disputada em um circuito usado no mesmo ano pela Fórmula 1 – no caso, o de Montreal, no Canadá. Como a corrida da F 1 aconteceu há apenas dois meses, os parâmetros de comparação serão bastante confiáveis. Só não pode acontecer uma coisa: chover.
Estima-se que os carros da CART virem em Montreal um tempo de volta cerca de 6 segundos mais lento que o da F 1. Se essa estimativa se confirmar, os carros da CART percorrerão os 4,361 km de extensão do circuito de Montreal a uma média aproximada de 200 km/h – ou seja, uns 15 km/h mais lentos que os F 1. É esperar para ver.
Mesmo assim, a comparação será apenas uma curiosidade – nada mais que isso. Afinal, os carros da CART possuem motor turbo com 2.650 cm³, enquanto os da F 1 são aspirados com 3.000 cm³; os pneus slick, banidos da F 1, ainda são usados na CART; e o câmbio automático da F 1 dá lugar à velha alavanca acionada manualmente na categoria norte-americana. Até o combustível é diferente: gasolina na F 1 e metanol na CART.
Para quem quiser conferir, a TV Record vai transmitir um compacto da corrida a partir das 18 horas de domingo. Outra boa razão para assistir à corrida é torcer pelos quatro pilotos brasileiros: Cristiano da Matta (líder do campeonato), Bruno Junqueira, Christian Fittipaldi e Tony Kanaan.
+++
Por falar em da Matta, suas possibilidades de correr de F 1 naToyota em 2003 são cada vez mais remotas. A equipe Newman-Haas estaria exigindo o pagamento integral da multa de US$ 10 milhões para liberar o brasileiro de seu último ano de contrato. Não é um valor desprezível, mas seria mais facilmente negociável se a Toyota continuasse a fornecer motores para a Newman-Haas no ano que vem. A Toyota já anunciou sua mudança para a IRL, seguindo o caminho da Honda.
A derrota da Seleção Brasileira no comício polític… perdão, no jogo amistoso contra o Paraguai realizado em Fortaleza me fez lembrar de um fato curioso. Em 1971 e 1972, a temporada de F 1 foi encerrada com uma corrida extracampeonato disputada em Brands Hatch, na Inglaterra. Chamava-se “Victory Race” e era uma homenagem ao campeão mundial da temporada que se encerrava.
Curiosamente, nenhuma dessas corridas foi vencida pelo homenageado. A de 1971 terminou de maneira trágica: na 15ª das 40 voltas programadas, o BRM de Jo Siffert bateu no barranco ao lado da pista e pegou fogo, matando o piloto suíço. A corrida foi encerrada com a classificação da volta anterior e a vitória ficou com Peter Gethin (companheiro de Siffert na BRM), seguido por Emerson Fittipaldi (Lotus) e pelo campeão mundial Jackie Stewart (Tyrrell). Siffert, que largara na pole, vinha em 4º lugar quando bateu.
No ano seguinte, Emerson iniciou a corrida de comemoração de seu título com a pole position. Largou bem, fez a melhor volta da corrida, mas o Lotus quebrou (mais uma ironia: nesse ano, a corrida chamou-se “John Player Victory Race”, já que a patrocinadora da Lotus resolveu também patrocinar a corrida). A vitória ficou mais uma vez com a equipe BRM, desta vez graças a Jean-Pierre Beltoise. José Carlos Pace, estreando na Surtees, ficou em 2º lugar.
Bom final de semana,
LAP