Panda
Listas, listas, listas.
F1 Racing elegeu os 99 maiores carros de F1 de todos os tempos. Este site oferecerá quatros pneus de banda branca seminovos a quem adivinhar quem ganhou a eleição, da qual participaram um monte de jornalistas ingleses, projetistas idem e pilotos como Jody Scheckter e John Surtess. Resposta no final da coluna.
Mas quero falar, pra valer, do carro que ficou em segundo lugar na lista, o Lotus 72, que levou Emerson Fittipaldi e todos nós brasileiros ao nosso primeiro Mundial.
O Lotus 72 foi o primeiro Fórmula 1 onde conceitos aerodinâmicas prevaleceram sobre os mecânicos, tendo proposto a maior revolução da categoria depois que os motores passaram para as costas do piloto. Por meio da simples relocação dos radiadores, que saíram do bico do carro e foram para as suas laterais, o Lotus pode adotar um perfil em cunha, iniciando o processo que passa pelos túneis de vento e condena os F1 atuais a serem quase idênticos.
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O Lotus 72 não foi um sucesso instantâneo. Chegou mesmo a ser deixado de lado durante algumas provas no começo da temporada de 70, Jochen Rindt preferindo o velho Lotus 49, que por sinal cravou o 3º lugar na lista dos grandes carros, com todos os méritos.
A partir do GP da Holanda, porém, Colin Chapman, dono e principal projetista da Lotus, acertou o carro e ele emendou quatro vitórias seguidas, garantindo a Rindt o título de 70, mesmo após sua morte, em Monza.
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Como já tive oportunidade de relembrar no Pergunte ao GPTotal, o Lotus 72 nasceu de verdade em Indianápolis, quando Chapman criou o Lotus a turbina. A partir daí, foi uma questão de tempo até que ele ligasse os pontos, abandonasse os sonhos turbinados e juntasse o perfil em cunha aos motores Cosworth, dando a partida, junto com a sagacidade de Bernie Ecclestone e as transmissões via satélite, à Fórmula 1 contemporânea.
Se você gosta de Fórmula 1, lembre-se de acender uma vela por este carro. Ele merece, em muitos sentidos.
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E aproveite para render homenagens também à memória de Colin Chapman, o maior, mais inventivo e brilhante projetista que a Fórmula 1 já teve. Não é por nada que entre os sete mais importantes carros eleitos pela revista quatro foram construídos por ele.
Além dos já citados também encontram lugar na lista os modelos 79, o primeiro carro asa puro, e o 25, o primeiro com chassi monocoque. Para fechar a conta dos sete maiores falta mencionar o Maserati 250F, tornado inesquecível por Fangio, e o Williams FW 14B, o carro do título de Mansell de 92.
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A lista de F1 Racing permite numa rápida passada de olhos matar uma pergunta que vez por outra aparece aqui no GPTotal e para a qual nunca soube bem a resposta: qual o carro que mais ganhou corridas na F1?
Pois foi o McLaren MP4/2: 22 vitórias, um título mundial para Lauda, dois para Prost entre 84 e 86, impondo em definitivo a tecnologia da fibra de carbono na construção dos chassis.
O segundo carro mais vitorioso é o Lotus 72: 20 vitórias, os títulos de 70 e 72 de pilotos e mais o de 73 de construtores. Nove destas vitórias vieram pelas mãos de Emerson.
Outros carros supervencedores foram:
– o Williams FW11/11B, o carro de Piquet e Mansell em 86 e 87, com 18 vitórias,
– o McLaren M23, o carro que deu o segundo título mundial a Emerson, com 17 vitórias,
– o McLaren MP4/5, o carro de Senna em 89 e 90, com 16 vitórias,
– o McLaren MP4/4, o carro de Senna e Prost em 88,
– o Williams FW 07, que correu entre 79 e 82,
– o Ferrari F2002, os três empatados com 15 vitórias,
– o Ferrari 500, o carro do bicampeonato de Ascari, com 14 vitórias
– o Lotus 25, o carro de Jim Clark, com 13 vitórias,
– o Lotus 49, com 12 vitórias,
– o Cooper T51/T53, o primeiro carro vencedor com motor traseiro, com 11 vitórias entre 59 e 62 e
– o Benetton B195, de Schumacher em 95, também com 11 vitórias.
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Desnecessário dizer que nenhum Copersucar foi votado, adespeito de terem lembrado até do Moneytron Onyx e do March 761…
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Como os amigos leitores devem estar acompanhando no grandepremio.com.br, a silly session está correndo solta na Europa. A despeito de não se esperar surpresas em relação às posições de Schumacher, Rubinho, Montoya, Raikonenn e Alonso, que devem ficar onde estão em 04, ainda há muita lenha pra queimar.
Há bastante expectativa em torno da situação das eternas almas penadas Villeneuve, Coulthard e Trulli, que podem ter de procurar outra equipe ou profissão no final do ano, abrindo espaços importantes para novos valores.
Outra grande dúvida é Ralf Schumacher. Não sei bem a situação do contrato do alemão com a Williams, cujo humor em relação ao seu piloto varia de corrida para corrida, mas não é nada difícil que aja um rompimento entre as partes. A imagem de Ralf não é, certamente, a de um grande campeão, titubeando em alguns momentos mas creio que ele poderia muito bem ir para uma McLaren ou Renault.
Tempo quente no campo equipes-fornecedores de motor. A BMW rompe ou não com a Williams? A VW entra ou não entra na Fórmula 1 (podendo inclusive fazê-lo em parceria com a Williams)? Para quem a Mercedes vai fornecer seus motores, além da McLaren? A Ford fica ou não na categoria? Max Mosley disse esta semana que duas montadoras podem abandonar a Fórmula 1. Seriam a BMW e a Ford ou Honda, diante da absoluta falta de resultados da Bar, poderia jogar a toalha?
E há também a possibilidade de novas equipes ingressaram na categoria. Creio que Max e Bernie vigiam o rumo dos acontecimentos. Se as coisas ficarem pretas, eles derrubam os muros que impedem a entrada de novas equipes, oriundas provavelmente da F3000. Para isso, basta flexibilizar a exigência do depósito de US$ 48 milhões e permitir que a equipe compre seu chassi de terceiro.
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E o maior F1 de todos os tempos segundo as tias inglesas foi o Ferrari F2002. Quer saber? Pura demagogia delas…
Boa semana a todos
Eduardo Correa