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UM CAFÉ, UM GP E A HISTÓRIA DA RENAULT

Caros amigos do GP Total,

É com muito prazer que escrevo e envio estas fotos para vocês. Aceitei o convite de vocês e como estou em Paris, resolvi da uma confirida no Tour de France, que não é novidade para quem gosta de esportes e foi vencida, pela sexta vez consecutiva, por Lance Armstrong.

Andei fazendo visitas rápidas na página de vocês e vi que alguém disse que Lance estava fazendo no ciclismo, mais ou menos o que Schumacher faz na F1. Discordo. Lance Armstrong é um atleta que apesar de obter resultados fantásticos, não os conquistou por ter uma bike MUITO melhor que a concorrência. Cada etapa foi disputadíssima e ele se fez valer no ponto em que é mais forte, a subida de montanhas. Assim é uma ofensa para com os outros ciclistas serem comparados aos demais pilotos da F1. Aliás os franceses e os demais torcedores o idolatram, com toda a razão, por ele além de provar que é o melhor ciclista, as pulseirinhas (1 euro) da Fundação Lance Armstrong para o combate ao câncer, vendiam mais que água no deserto.

Assisti aos GP’s da Alemanha e da Hungria, de uma forma, digamos, diferente. Enquanto aguardava pela chegada da turma do ciclismo, resolvi circular pela Champs Elyssés, que a esta altura já estava completamente tomada por torcedores de diversos países, aqui vale registrar que os americanos (argh!) e os holandeses fizeram um verdadeiro carnaval. Durante o passeio visitei um show room da Peugeot, onde estão expostos carros-conceito e pode se encontrar praticamente qualquer objeto da marca em forma de souvenirs. Ao olhar para o outro lado da rua, vejo que a Renault não quis ficar para trás e também resolveu montar uma espécie de restaurante café chamado La Saga. Resolvi ir conferir. Devo dizer: fora os autódromos obviamente, não deve existir lugar melhor para assistir a uma corrida de F1. Foi muito legal. Para começar ao entrar no restaurante, você dá de cara com dois antigos modelos de corrida da marca, um de pista, outro de rally, mais a frente o modelo turbo que deu a Renault sua primeira vitória na F1, do outro lado o Renault Clio de Rallye. Nas paredes estão posters com imagens de Senna, Prost, e outros Pilotos (sim, com – P – maiúsculo). Para entreter o público, existe uma tela onde você coloca o fone de ouvido e ouve as instruções que o co-piloto passou para o piloto de rallye, as imagens lhe dão a sensação de estar dentro do carro. Excelente!

Bom, mas a corrida (GP da Alemanha) já ia começar, hora de arrumar meu cantinho, já que a casa estava lotada. O telão transmitia as imagens feitas pela TF1, meus conhecimentos de francês me permitiram entender que Barrichello, o entrevistado da vez, falava que sua estratégia lhe permitiria lutar pela vitória (quer enganar quem?). Motivo de pequenos risos para os franceses. A TF1, para quem já assistiu corrida por esse canal, tem muito o que ensinar à Rede Globo. Antes da corrida começar, eles entrevistam diversos pilotos e ex-pilotos, fazem visitas ao boxes, cria-se assim um clima para a corrida, mas como nem tudo é perfeito, fizeram o favor de inserir 2 comerciais durante a prova! O jeito era correr os olhos para os outros telões que mostravam em tempo real, via FIA, as colocações dos pilotos ou para os monitores que mostravam informações dos carros de Alonso e Trulli. Era engraçado como os franceses aplaudiam cada ultrapassagem que os carros da Renault faziam. Eu também queria, mas esta estratégia esquisita de Barrichello de bater logo no início para tentar vencer a prova, me deixou no ar.

Pois bem, final de corrida, mais aplausos (franceses) para Schumacher e para Fernando Alonso, ou melhor, para a Renault. À noite fui tomar um vinho em um restaurante e conheci uma família italiana, nos juntamos com o dono do estabelecimento, conversa vai, conversa vem, ao falarmos de Senna, acabei por ganhar uma garrafa de vinho, por ser brasileiro, por ser do país de Senna.

Foi uma experiência interessante, estava chateado porque não ia assistir a prova e acabei “descobrindo” este pequeno mundo do automobilismo, que, é uma pena, será apenas por um tempo determinado. Valeu! Que as fábricas instaladas no Brasil, as lojas de acessórios e outros, copiem esta idéia. Quem sabe o site de vocês não resolve inaugurar aí no Brasil um restaurante desses? Fica a dica.

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Perguntar não ofende:

Por que Barrichello gosta de se firmar como o anti-herói brasileiro? Quando surgem indícios de que a BAR/Honda e a Williams poderiam lhe dar uma equipe para finalmente provar tudo o que ele diz, este prefere dizer um sonoro “Não, estou bem aqui!”. Quer saber? Deixa ele para lá.

A B.A.R. mehorou tanto porque Jenson Button estava lá (isso só justifica o desespero da Williams) ou por que deixou de pagar salários astronômicos a Villeneauve e investiu na equipe? Muito cuidado aqui, caso a segunda opção esteja correta, automaticamente a tese do piloto-macaco voltará com força total. Deus me livre!

Quem é Mark Webber? O que ele fez de tão bom assim para merecer uma vaga na Williams? Não fez nada pela Jaguar além de colaborar para que a equipe continuasse desorganizada, diga-se de passagem.

Será que Frank Williams consulta Michael Schumacher antes de contratar pilotos?

Os chefes da Toyota fizeram algum curso na Jaguar?

David Coulthard tem pacto com o demo? Só pode, por que para ser o segundo melhor piloto da F1 em atividade (em números!) do jeito que ele anda. O cara era reserva de Senna, ganhou a chance quando este morreu, depois foi para a McLaren ser companheiro de Mika e agora quer uma vaga na B.A.R.. Só lugar bom! Sai de reto!

Felipe Massa já esqueceu o que aprendeu durante seu estágio na Ferrari? Espero que não, por que para lá ele não vai mais. Nem como piloto de testes.

Refletindo bem, só Schumacher, Raikkonen (aposto neste cara) e Montoya (eu sei, eu sei…) merecem estar na F1. Aposentou Piquet, chegou a incomodar um pouco o Senna (o ano de 93 mostrou claramente quem era melhor), e ainda por cima não dá a mínima para os outros pilotos. Cada corrida que passa eu gosto mais dele.

Forte abraço!