Edu,
Alinho-me com o Tite e o Ico para discordar de você sobre o GP do Canadá. Desculpe, mas aquela fila indiana não enganou a ninguém – ou, no máximo, enganou a poucos. O fato de os quatro (Schumacher, Ralf, Montoya e Alonso) terem andado no limite não fez aquela corrida ser emocionante.
Lembra do GP da Espanha de 1981? Aquele em que Gilles Villeneuve, Jacques Laffite, John Watson, Carlos Reutemann e Elio de Angelis andaram grudados um no outro durante as 15 ou 20 voltas finais – a corrida teve 80. Aquilo sim foi emocionante. Apesar de a corrida ter tido apenas dois líderes (Alan Jones nas 13 primeiras voltas e Villeneuve daí até a última), não faltaram ultrapassagens. Reutemann era o segundo colocado até a 61ª das 80 voltas. E Laffite, que havia feito a pole, largou muito mal, passou em 11º lugar na primeira volta e foi “engolindo” quase todo mundo – só não conseguiu superar Villeneuve. Mas tentou diversas vezes.
Voltemos ao Canadá/2003. Andar no limite não basta para tornar uma corrida emocionante. Se Schumacher resolvesse tirar o pé e fosse acompanhado pelos outros três, os telespectadores nem iam notar.
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Para reflexão:
“[A Fórmula 1] está muito comercializada. É como se fosse um circo, onde os corredores quase não se falam, só pensam em ganhar os prêmios em dinheiro e desconhecem os grandes ases do passado.”
Parece um saudosista comentando a F 1 dos anos 60 e 70. Mas as palavras acima foram ditas pelo barão Manuel de Teffé (primeiro piloto brasileiro a correr com destaque na Europa, nos anos 1920 e 1930) em uma entrevista à revista Auto Esporte em 1965. Mal tinha idéia do que viria depois…
Teffé participou de alguns GPs nos anos 30, disputou sua última corrida em 1956 e morreu em 1º de janeiro de 1967, quando servia como embaixador do Brasil em Honduras.
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Esta saiu na coluna do José Simão na Folha de S. Paulo da última quarta-feira, 25 de junho: “Um amigo estava voltando do feriadão ouvindo a [rádio] Jovem Pan: ‘A rodovia Ayrton Senna está parada’. Outra hora: ‘A Ayrton Senna está lenta’. Então deveriam mudar o nome da estrada para rodovia Rubens Barrichello!”
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Há algum tempo, você colocou aqui as fotos da superesportiva Ferrari Enzo, lançada no ano passado. Retribuo mostrando aos leitores o mais novo Porsche: o Carrera GT, um esportivo de dois lugares com motor V10 de 5,8 litros e tecnologia de construção trazida diretamente das corridas – chassi e carroceria, por exemplo, são feitos em materiais como plástico leve e fibra de carbono. Na versão de rua, a potência declarada pela Porsche é 612 cv. Teremos uma versão de corridas – para Le Mans, por exemplo? Não custa sonhar…
Abraços,
LAP