Esperando Hagibis

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Uma das pistas mais deliciosas do campeonato começa o final de semana sobre forte ameaça. O GP do Japão vive seu grande anticlímax e exagerada tensão pela chegada de mais uma furacão da região.

Hagibis deve causar mais estragos no sábado, por conta disso não teremos o 3º treino livre e a classificação ficou para domingo, 4 horas antes da corrida.

Em um campeonato destinado ao hexa de Hamilton, não será um fator decisivo na disputa do título, só perdemos um pouco de ação e ganhamos em imprevisibilidade para o domingo.

Que os céus permitam a corrida no domingo!

Chegamos ao 35º GP Japonês, novamente na casa da Honda. A pista de tantas lembranças para os brasileiros, criou o habito de acordar nas madrugadas para assistir Fórmula 1 em toda uma geração.

Foram somente quatro provas no circuito de Fuji, as demais 30 em Suzuka que estreou na Formula 1 em 1987. Naquele 1º de Novembro de 1987, Gerhard Berger levou a sua Ferrari número 28 ao ponto mais alto do pódio. Seguido por um Senna montado na Lotus Honda de número 12.

Naquela época, uma pole era feita na casa de 1’40.042, hoje chegamos na casa de 1’27.760. Parece uma diferença pequena para tantos anos de intervalo. Por outro lado, dá uma maior dimensão do tamanho da potência daqueles pequenos 1.5 Turbo e da dificuldade que deveria ser pilotar aqueles carros.

Fato é que Suzuka mudou pouquíssimo nesses anos todos. É uma boa referência para entendermos esses silenciosos carros de hoje dia.

O grande rumor desse fim da temporada estão sobre as cabeças da Renault e da Mercedes.

A Renault por não fazer um carro competitivo e por ser desprezada por todos os competidores como uma escolha de motor. Pessoal da montadora não está gostando de ter uma operação deficitária financeiramente e em notícias na imprensa.

Para a Mercedes, fica a impressão que a montadora pensa em só fornecer os motores e vender sua equipe. Hamilton mudou o discurso de “renovação de contrato” para um misterioso “espero ter a chance de dirigir um carro desses”. Toto Wolf não diz se renova com o germânicos ou não, e no fundo no fundo, os 3 elementos base do time, Hamilton-Bottas-Wolf, tem contrato somente até o ano que vem. A associação com a Mclaren garantiria uma boa estrutura para manter o nome do fabricante em evidência por um custo operacional bem menor.

Não se perca.

Classificação – Sábado – 22:00
Corrida – Domingo – 02:10

A Mercedes chega ao templo de Suzuka como favorita. Apesar da 130R ter virado uma reta que favorece a Ferrari, as curvas de raio longo são feitas sob medida para os prateados. Em clima de festa, falta pouco para comemorar os dois títulos. Apesar da fala modesta, o carro parou de ser desenvolvido no verão, já se sabia do título muito próximo. Atualizações agora só para testes de conceitos que estarão no carro do ano que vem.

Pelo lado da Ferrari, a implosão da harmonia de pilotos está mais perto que o esperado. Todo mundo chega na pista na quinta-feira falando que está tudo em paz, tudo conversado. Até o próximo combinado ser descumprido. Além disso o time gasta muito esforço num carro pra vencer corridas num campeonato perdido. Pode custar um pouco caro, novamente, em 2020.

Havia um sonho de Hamilton de ser uma corrida de 3 equipes na luta pela vitória. Uma pena que a Red Bull não deve participar da festa. Seus motores estarão no modo mais agressivo, podemos apostar. Há necessidade de fazer um bom show para a turma da fábrica. Mas a Red Bull é muito racional e seu carro já não tem o desenvolvimento necessário para esse. Vão usar o resto do campeonato para testar o motor e forçar o desenvolvimento da Honda.

Domingo vai ser uma correria para o circo da F1. O Circuito estará fechado até as 5:00 da manhã do domingo. Após aberto, terão que remontar o “Media Center” para trasnmitir a corrida. AS equipes terão que preparar os carros para classificação e para corrida, sem a existência do terceiro treino livre.

As equipes do meio do pelotão estão acompanhando a disputa pelos pontos entre McLaren e Renault. Em um desempenho muito mais consistente, a Mclaren vem levando vantagem. Tem um carro razoável e que permite uma evolução constante. Já a Renault será a mais prejudicada pela perda do sábado: trouxe atualizações importantes para prova e precisava de tempo de pista para entender como tudo se encaixa.

Nessa mesma toada, seguem Toro Rosso e Racing Point. As duas brigando ponto a ponto pelas posições no campeonato. Com pouco recursos sobrando para desenvolvimento dos carros, a diferença está mais nos pilotos, com claro deficit para Racing Point que conta (conta?) com Lance Stroll. Essa disputa deve se arrastar até a última corrida.

Um pouquinho mais pra trás as duas equipes que já desistiram de 2019. Haas e Alfa Romeo estão com as cabeças em 2020, com a Haas pensando em como ser vendida. Chegou aquele momento que Gene Haas teve que lidar com as políticas e mudanças de regras. Não gostou da falta de participação democrática e deve ir cuidar de vaquinhas yankees.

A Williams, bom. Vejam só: um carro bateu com falha dos freios na última prova. Pelo rádio, sem a menor descrição, pararam Kubica para ‘economizar’ peças. Obviamente ninguém gostou, piloto, torcedores e, aqueles que pagam a conta, os patrocinadores. Agora a Williams está sendo questionada pelo patrocinador de Kubica do porquê tiraram o piloto da pista (e do tempo de exposição da marca na tv) por um problema de economia. Os “cheques” que chegam pontualmente eram pra garantir o carro na pista, certo? É uma fase melancólica e desesperada para o time de Sir Frank. Está na hora de deixar ser uma empresa familiar (nos boxes da F1, diga-se).

Enquanto isso Hamilton está contando os dias pra comemorar seu Hexa e ficar pertinho do Schumacher. É só levar o carro até o fim das provas, beliscar alguns pódios e está tudo garantido. Sem riscos. Perder mesmo, só se o furacão tirar seu carro das próximas provas. Enquanto isso pode se dedicar a todas as atividades extracurriculares que ele pratica.

O que tem mais incomodado as equipes é a indefinição do regulamento de 2021. O prazo final é 31 de outubro. Depois disso, fica um cheiro no ar de que muito pouco irá mudar. Temos somente confirmado os pneus de aro 18. O resto, ninguém põe a mão no fogo do que será porque simplesmente toda semana há uma informação nova, uma reversão de decisão. Uma zona.

Isso impacta nos carros de 2020. Se a mudança for tão grande como sugeriram no começo, podemos ter somente evoluções dos carros e o grid continuar mais ou menos como está. Se perceberem que pode haver uma continuidade de conceitos entre 2020 e 2021, podemos ver times mais agressivos no próximo ano.

Antes da próxima corrida deve haver uma definição mais clara. Aguardamos ansiosos.

Dia 29 e 30, no seu esforço de conquistar a América, a F1 desembarca para uma festa em Hollywood. Bottas, Riccardo e Verstappen vão comandar a festa. São grandes eventos, divertidos e com ação bem próxima do público. Só falta combinar com os americanos para eles parecerem.

Expectativa por um título quase certo, por uma boa corrida e uma expectativa maior que todas se teremos corrida no domingo.

De qualquer forma, se o clima permitir, devemos ter uma das corridas mais imprevisíveis do calendário.
O Grande Premio japonês nunca nos decepciona e esse ano tem tudo para manter a tradição de grandes corridas!

Qual o seu palpite?

Abraços
Flaviz

Flaviz Guerra
Flaviz Guerra
Apaixonado por automobilismo de todos os tipos, colabora com o GPTotal desde 2004 com sua visão sobre a temporada da F1.

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