Edu,
Vida de colunista é fogo. Às vezes, a gente precisa escrever alguma coisa, algumas linhas que sejam, pois o espaço programado está lá para ser preenchido…
Confesso que fiquei matutando um tempão sobre o que ia escrever hoje. Pensei até mesmo em pedir a determinados leitores que parassem de querer fazer lavagem cerebral em mim, mas concluí que não valia a pena perder tempo com isso.
Aí, voltei minha atenção para os boatos. Nossos parceiros do www.grandepremio.com.br registram todos eles, não importando se eles podem ter algum fundamento ou se são claramente produto de gente interessada em aparecer. Os últimos “mexericos” dão conta que Felipe Massa pode ser substituído por Heinz-Harald Frentzen já no GP da Hungria. Outros dizem que o brasileiro segue com a equipe até o final do ano, mas não passa disso. Também se fala que Cristiano da Matta pode ir para a Toyota, que a Ford poderia comprar a Jordan (para quê?, pergunto eu)…
Em homenagem às férias da F 1, segue uma lista de boatos e notícias que circularam pela F 1 nas últimas décadas e que “furaram” por completo. Alguns deles estiveram próximos de virar realidade, enquanto outros foram mera fantasia. E veja como teria sido a F 1 se todas as notícias publicadas tivessem se transformado em realidade…
1976
Equipe Fittipaldi com motor Porsche turbo em 1977
1979
Niki Lauda correndo na McLaren em 1980, com patrocínio da Coca-Cola
Ingo Hoffmann, Alex Dias Ribeiro ou o argentino Miguel Angel Guerra na equipe Fittipaldi em 1980
1980
Eliseo Salazar correndo pela equipe Fittipaldi em 1981 (nota do colunista: deu até entrevista, mostrada pelo “Jornal Nacional”, dizendo que já estava contratado)
Hector Rebaque e Ricardo Zunino comprariam a Brabham; Bernie Ecclestone usaria o dinheiro para comprar a Shadow, levando consigo Nelson Piquet e o projetista Gordon Murray – tudo isso a partir de 1981
Alain Prost correria pela Ligier em 1981
1981
Carlos Reutemann correndo pela equipe Talbot-Ligier em 1982
Roberto Guerrero correndo pela equipe Fittipaldi em 1982, levando o patrocínio do “Café de Colombia”
Emerson Fittipaldi voltando a correr na F 1 em 1982 pela Alfa Romeo; em troca, a Marlboro patrocinaria a equipe Fittipaldi
Niki Lauda correria na McLaren em 1982 com patrocínio da Parmalat, que sairia da Brabham; esta passaria a ser patrocinada pelos relógios Citizen, que colocava sua marca no macacão de Nelson Piquet
1982
A Brabham perderia o patrocínio da Parmalat para 1983 e seu lugar seria ocupado pela água mineral francesa Perrier
Realização de um GP na União Soviética a partir de 1983
1983
Realização de um GP em circuito de rua em Nova York
Ayrton Senna correndo pela McLaren em 1984
1984
GP de Mônaco não sendo realizado a partir de 1985
Niki Lauda defendendo a Renault em 1985
1985
Ayrton Senna correndo pela Brabham em 1986
Realização do GP da Espanha em um circuito de rua na cidade de Fuengirola
1986
Realização de “míni-GPs” para definir os grids de largada a partir de 1987, substituindo os treinos classificatórios
1989
Nelson Piquet pára de correr no final do ano
1990
Lotus fechando as portas no final do ano
1991
Nelson Piquet correndo pela Footwork (Arrows) em 1992
Nelson Piquet correndo pela Larrousse em 1992
Mercedes-Benz entraria na F 1 com equipe própria a partir de 1992 ou 1993, com Michael Schumacher como um de seus pilotos
1992
Ayrton Senna disputando o campeonato da CART em 1993, pela Penske
Rubens Barrichello piloto da Benetton a partir de 1993
Nelson Piquet substituindo Ivan Capelli na Ferrari depois do GP de Mônaco
1993
Nelson Piquet piloto de testes da McLaren
1994
Alain Prost disputando a temporada pela McLaren
Nelson Piquet substituindo Ayrton Senna na Williams
Rubens Barrichello substituindo Ayrton Senna na Williams
Rubens Barrichello na McLaren, Ferrari ou Benetton em 1995
Christian Fittipaldi substituindo Barrichello na Jordan em 1995
Christian Fittipaldi correndo na Jordan junto com Barrichello em 1995
1995
Christian Fittipaldi disputando a temporada pela Tyrrell
Rubens Barrichello correndo na Ferrari a partir de 1996
1996
Uma nova equipe estrearia na F 1: a Dome japonesa
Alain Prost substituindo Mika Hakkinen no GP do Brasil
1997
Damon Hill piloto da Prost em 1998
2001
Felipe Massa substitundo Barrichello na Ferrari a partir de 1993
Jacques Villeneuve na McLaren ou Renault em 2002
Esses são os que vieram à memória. Quem lembrar de mais, por favor envie para mim…
Abraços,
LAP
O nosso mundial de F-1 2002 acabou. (Só esqueceram de avisar o Schummy!). Schumacher usou a competência, o arrojo, a experiência, o braço e a sorte. (Todo campeão que se preza tem de ter.) E levou o penta. Venceu também, pela terceira vez consecutiva, a nostra Ferrari, que resolveu levar a brincadeira a sério, mostrando, ela também, sua competência, garra, muita técnica, estratégia e a experiência adquirida com os anos de “fila” (episódio Áustria). E nossos ouvidos foram obrigados a se acostumar, na marra, com os hinos da Alemanha e da Itália, tal qual as músicas de abertura de novela da Globo. O nonno Enzo, no autódromo lá de cima, deve estar tão feliz quanto eu. Às outras equipes, simples coadjuvantes de uma grande festa rossa, só restou bater palmas e curtir os respingos do champagne do alemão a cada 15 dias. Mercedes, BMW, Renault, Toyota, Ford, Michelin, Ron, Frank, Peter, Eddie, Montoya, Ralf, Coultard, Raikkonen, Fisichella, técnicos, engenheiros e cia bela, arregacem as mangas: comecem a trabalhar para 2003. Esqueçam o “desenvolvimento” dos carros de 2002. Lembrem-se de que este ano o pessoal de Maranello saiu atrasado com a F-2002. Fez duas ou três corridas com a nonna, e deu no que deu. Queremos ver mais disputa em 2003. Temos “artistas” capazes de duelar roda a roda, dividir curvas e freiadas, como fizeram Montoya e Raikkonen na Alemanha. Falta competição, falta carro. Os hominhos que dirigem o nosso querido esporte precisam ficar de olho nos regulamentos, no desenvolvimento dos carros, na eletrônica exagerada que está tomando o lugar do esporte, tirando, por exemplo, o tesão das largadas com o famigerado controle de tração. Precisam domar urgentemente esse “monstro” que o tio Bernie criou. E evitar que a nossa F1 morra, pois ela já está doente. Existe um abismo enorme entre as grandes equipes e as outras. Os patrocinadores estão indo embora, equipes estão quebrando. Alguns donos de equipe estariam melhor em páginas policiais do que nas esportivas. Se não tomarem uma providência, os grids do ano que vem poderão ter 14 ou 15 carros. Com dois ou três disparando na frente e o resto brincando de autorama em fila indiana. Me preocupa muito o fato de que alguns países poderão perder seus GPs. Aí incluindo o nosso em São Paulo. Pois, como se sabe, aquela distinta senhora zeladora daquele bonito imóvel do Parque Dom Pedro II não morre de amores pela F1 nem pelo GP Brasil e muito menos pelo nosso autódromo de Interlagos. É isso aí. Pelo menos temos Barrichelo como vice-campeão. Preparem-se: vem aí a F2003, o hexa e o bi-vice do Rubens. Romeu Nardini, São Paulo O comentário do Romeu me fez refletir sobre duas coisas: eu já não consigo explicar a amigos mais jovens a dificuldade que era pilotar um foguete de Fórmula 1 tendo de trocar marchas na mão. As pessoas simplesmente não absorvem a grandeza que era aquilo, ainda mais nos tempos do turbo, quando você não podia desacelerar muito o carro ao trocar as marchas. Agora como explicar para as “gerações futuras” o que eram as largadas sem controle de partida, com o pilotando tendo de intuir o momento exato de dar gás, sem queimar a largada, a embreagem e os pneus??? E depois conduzir a cavalaria toda até a primeira curva olhando para a frente, para os dois lados e para trás ao mesmo tempo? E ainda tendo de ganhar posições!!?? São coisas que, como tantas outras na vida da gente – a beleza e elegância da São Paulo dos anos 60, por exemplo – se perdem de forma irrecuperável… (Eduardo Correa) |