Seguimos com as breves lembranças dos F1 pilotados por Felipe Massa, que começaram aqui
2010 – Ferrari F10
O ano do “Fernando is faster than you…”.
Fernando, no caso, era o bicampeão Alonso. Ele substitui Kimi Raikkonen, vence em sua estreia, no Bahrein, seguido por Massa, e se impõe como primeiro piloto na Ferrari, inclusive com disputas cruas com o brasileiro – com quem já tinha se estranhado antes –, ainda mais depois de Massa ter se recusado a ceder-lhe o 3º lugar na Austrália, segunda prova do ano.
Depois do GP seguinte, na Malásia, Massa lidera o Mundial, o bom desempenho do modelo F10 (fotos abaixo, com Alonso logo atrás, e na que abre esta coluna) animando os italianos, mas McLaren e RBR se tornam protagonistas nas provas seguintes, apesar dos esforços da dupla da Ferrari.
Alonso ganhará mais quatro GPs na metade final do ano, levando a disputa pelo título até o final, só para ser humilhado pelo russo Vitaly Petrov e pela inofensiva Renault, deixando Sebastian Vettel e a RBR chegarem a seus primeiros Mundiais.
A segunda vitória de Alonso vem na Alemanha, uma corrida solidamente liderada por Massa até que seu engenheiro mandou a frase pra sempre inesquecível e ainda pediu confirmação de que o brasileiro havia entendido a mensagem (item 4 do vídeo no alto da coluna).
Entendeu e cedeu o lugar, a realidade dos fatos se impõe ao sonho…
Nessa altura, Alonso somava 98 pontos ante 67 de Massa, que lhes dava o 5º e 8º lugares no Mundial. O líder era Lewis Hamilton, com 145.
Há quem considere que a bofetada da Ferrari em Massa teve sobre ele efeito pior do que o acidente de 2009.
Mas o brasileiro foi em frente. Ao longo do ano, pontuou em 14 das 19 provas, com mais quatro pódios além do Bahrein. Termina o Mundial em 6º, com 144 pontos, ante 252 de Alonso.
2011 – Ferrari 150º Italia
A Ferrari marca passo. Seu modelo para a temporada (foto abaixo) é muito inferior ao RBR, permitindo a Vettel chegar com facilidade ao seu segundo título.
A equipe italiana vence apenas um GP no ano, em Silverstone, com Alonso, que termina o Mundial em 4º, com Massa em 6º, com 118. Ele pontua em quinze das dezenove provas, mas sem nenhum pódio.
2012 – Ferrari F2012
Sete vencedores nos sete primeiros GPs do ano, enquanto Massa soma apenas onze pontos ante 86 de Alonso, de modo que não se pode culpar o modelo F2012 pelo pobre desempenho do brasileiro.
Ele se recupera nas treze provas seguintes, pontuando em onze delas, inclusive com pódios no Japão e Interlagos (foto acima), onde usou um capacete em cores e desenhos iguais ao que o pai usou na sua carreira como piloto.
A subordinação de Massa a Alonso é agora total, a ponto de a equipe forçar um conserto no carro do brasileiro que lhe custará punição no grid de largada para o GP dos Estados Unidos, de forma a fazer Alonso ganhar um posto no grid.
No final do ano, o espanhol perde o título para Vettel por três pontos, 281 a 278, enquanto Massa soma 122, ficando em 7º no Mundial.
2013 – Ferrari F138
De novo a Ferrari, com seu modelo F138 (foto acima), sofre com a superioridade esmagadora da RBR e de Vettel – treze vitórias em dezenove GPs, emendando nove vitórias no final da temporada. Alonso fica com duas vitórias e mais sete pódios, ante um de Massa, que termina o ano em 7º, com 112 pontos, ante 397 de Vettel.
É seu ano final da Ferrari, que traz de volta Kimi, para correr ao lado de Alonso.
2014 – Williams FW36
A opção de Massa pela Williams parece ser desastrosa. Em 2013, a equipe, usando motores Renault, tinha enfrentado uma das suas piores temporadas, com risíveis cinco pontos ao final do ano.
Em 2014, passa a equipar seu modelo FW36 com motores Mercedes. O chassi é bom e Massa e seu companheiro de equipe, Valtteri Bottas, levam a equipe ao 3º lugar no Mundial de Construtores, graças aos 186 pontos do finlandês e os 134 do brasileiro, num ano todo dominado pela equipe Mercedes, Hamilton e Nico Rosberg ganhando onze e quatro GPs respectivamente, em 19 disputados.
Massa consegue o 3º lugar em Monza e Interlagos e o 2º no GP final, no Abu Dhabi (item 7 no vídeo no alto da coluna). Na Alemanha, um susto: largando em 3º, Massa é tocado pelo McLaren de Kevin Magnussen e capota na primeira curva (foto acima). O prejuízo, felizmente, é apenas material.
Na Áustria, Massa marca a sua última pole na F1 (item 3 do vídeo).
2015 – Williams FW37
Os bons resultados da Williams seguem em 2015, seu modelo FW37 (foto abaixo) rendendo à equipe de novo o 3º lugar no Mundial de Construtores, com Bottas marcando 136 pontos e Massa 121, terminando em 5º e 6º entre os pilotos.
O brasileiro sobe ao pódio em 3º em Monza e na Áustria.
2016 – Williams FW38
A Williams sofre com a evolução de outras equipes e termina o ano em 5º entre os Construtores com seu modelo FW38 (foto abaixo). Massa é apenas 11º no final do ano, com 53 pontos, ante 85 de Bottas.
Em Interlagos, Massa chegou a se despedir da F1, uma bonita despedida, por sinal, mas tudo mudou quando Bottas foi contratado pela Mercedes e a Williams convidou o brasileiro a voltar. Ele aceitou.
2017 – Williams FW40
O modelo FW40 (foto acima) é menos competitivo do que seu antecessor. A equipe termina o ano em 5º entre os Construtores, mas com 55 pontos a menos do que os conquistados em 2016.
O estreante Lance Stroll é o companheiro de Massa e demora um pouco a entender o que estava acontecendo; nos sete primeiros GPs do ano, Stroll só marca dois pontos, enquanto Massa marca vinte. Na sequência, o canadense reequilibra o jogo e termina o ano apenas três pontos atrás do brasileiro, tendo chegado ao 3º lugar no Azerbaijão.
A corrida final na F1 de Massa, no Abu Dhabi, não poderia ser mais discreta: larga em 10º e termina em 10º, marcando seu ponto final na categoria.
Massa voltaria às páginas da F1 ao entrar com processo contra a categoria, tentando obter ao menos uma compensação financeira pelo título perdido em 2008, uma história que comentei aqui
O tribunal londrino que julgará o caso terá a suas primeiras audiências no final de outubro.
Abraços
Edu
3 Comments
Muito bom relembrar estes carros e a carreira do Felipe Massa
Edu,
Vc cita uma coisa na coluna que determinou a sua queda de produção após o acidente na Hungria.
Fernando is faster than you abalou mais o Massa que o próprio acidente. Passou a ser um submisso piloto da Ferrari.
Fernando Marques
Niterói RJ
Fernando, acho que não é só isso, é a falta de adaptação ao novo estilo do carro, já vimos isso com outros pilotos