Panda
Estou ensaiando desde terça-feira para escrever esta coluna.
A queria alegre, diferente, quem sabe até inovadora na linguagem, mas só me ocorre dizer uma coisa neste momento, em que me defronto com a tela em branco e não dá mais para enrolar: Merda! Acabou a temporada.
Até hoje não me resolvi bem resolvido se coloco os palavrões dos site por inteiro ou com reticências, como as almas mais pias exigem. Mas este lamento sincero e dolorido, de quem gosta muito de corridas de Fórmula 1, vai assim mesmo, com todas as letras.
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Dias antes do GP do Japão, eu e Panda nos encontramos com Ricardo Divila, durante breve visita dele ao Brasil. Fomos de chopp e ele de limonada acompanhada de petiscos de botequim.
Conversa especialmente agradável, com muitas sacadas interessantes mas, me perdoem os leitores do GPTotal: deixei o bloco de anotações em casa e fiz questão de passar ao largo das perguntas, digamos, profissionais. Estava lá para bater um papo com o amigo que há três anos não vinha ao Brasil.
Ele falou da sua vida no Japão, das suas correrias ao redor do mundo (a rigor, Divila trabalha no Japão, África do Sul e Europa como engenheiro sênior da Nissam Motorsports International), sua casa perto de Magny-Cours – onde mora a mulher dele, desenvolvendo atividades agrícolas -, sobre os tempos da Copersucar e muito mais. Falamos da Fórmula 1 atual mas não muito. E quase três horas passaram-se num piscar de olhos.
Em Tóquio, África do Sul, Europa ou Brasil, não importa, espero rever Divila em breve.
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Michel, amigo do Panda e grande especialista na carreira de Nelson Piquet, sugere uma solução para o enigma que nos foi proposto pelo leitor Ângelo Simões, que encontrou em algum lugar uma foto de Piquet pilotando um Renault e que reproduzimos aqui.
Michel acha que se trata apenas de uma montagem publicada na época pela revista Autosprint. Sou fã da publicação italiana e de vez em quando eles fazem mesmo montagens deste tipo, tendo publicado, não faz muito tempo, uma de Montoya “pilotando” um Ferrari.
É sabido que Piquet teve um namoro com a equipe francesa em 82/83 e até citei o caso em meu livro. Mas Piquet garantiu que nunca levou a proposta muito a sério, pedindo um salário fora da realidade, porque os Renault, até então, eram uma draga e porque Piquet adorava trabalhar com a turma da Brabham, principalmente Gordon Murray. Naquela altura, as coisas em termos de contratos não eram tão rígidas quanto hoje mas a Brabham não liberaria Piquet para testar um carro adversário como eventualmente acontecia nos anos 60/70.
Aliás, comentei com Divila a história levantada pelo nosso amigo Victor Lagrotta, de que José Carlos Pace, chapinha da turma da equipe Shadow, descolou uns pneus emprestados da Brabham e foi testar o carro da equipe rival para tirar uma teima técnica. Perguntei se a história era verdadeira e ele respondeu: “é bem possível. Os tempos eram outros”.
Aliás II: ainda como piloto da McLaren, Emerson Fittipaldi, vestindo macacão e capacete do Wilsinho, testou o Copersucar em Interlagos…
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Nossos leitores na deram muita bola para algo que escrevi recentemente – que Schumacher talvez não tivesse feito o que fez em sua magnífica carreira não fossem os câmbios automáticos – e a uma inteligente provocação do Cláudio Habara: o que aconteceria se, no Japão, perto do final da prova, Kimi liderasse, Rubinho viesse em 2o e Schumacher em 9o? A Ferrari teria coragem de tirar Rubinho da prova para e perder o Mundial de Construtores para dar o título de Pilotos a Schumacher?
Panda acha que haveria jogo de equipe; eu não. Mais palpites são bem-vindos.
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Merda. Acabou a temporada!
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Bom final de semana a todos
Eduardo Correa