Panda
não sei se você e os leitores notaram mas Rubens Barrichello – aquele baixinho meio careca, sempre de vermelho, lembra dele? É. Aquele que vivia chorando… – ganhou o GP da Hungria domingo passado.
Vitória meio besta, é verdade, corridinha chata de lascar, a Ferrari sobrando e adversário faltando, não vou negar – mas ainda assim uma vitória, pombas! Uma vitória que vale a mesma coisa que cada uma das 78 vitórias conquistas pelo Brasil por Emerson, Piquet e Senna. E não venha me dizer que os três não ganharam corridas sem graça…
Digo isso porque são 23h30 da terça-feira e, até este momento, apenas quatro leitores escreveram ao GPTotal comentando a vitória do Rubinho. Nunca na história de quase um ano deste tradicional site um GP foi tão pouco comentado pelos leitores. Só para você traçar uma comparação, recebemos desde a manhã de manhã de domingo quinze votos para os Mais Belos Fórmula 1 e Sport-Protótipos, seis comentários à nossa troca de cartas, onze questões ao Pergunte ao GPTotal e mais sete e-mails de outros tipos – e de gente saudando ou xingando, que seja, o Rubinho, apenas quatro.
Eu sei que tem um monte de gente dizendo, entre dentes: a Ferrari e Schumacher deixaram Rubinho ganhar.
Não chego a discordar frontalmente. Sim, Schumacher largou tão determinado a ser 2º colocado como Rubinho o fez nas corridas passadas. Mas, pergunto eu, isso diminui o valor da vitória do nosso garoto? Será que Schumacher deixou também Rubinho fazer a pole no sábado? E será que Rubinho não estava economizando um pouco seu carro, permitindo assim que Schumacher se mantivesse tão próximo dele durante toda a corrida? Que o Schumacher é mais piloto, que manda mais, erra menos etc. etc. todo mundo sabe. Mas no domingo, era a vez de Rubinho. Ele precisava ganhar e ganhou. Chato que tenha sido uma corrida tão fraca, sonolenta, sem oposição nenhuma (tudo o que as equipes rivais podiam fazer para segurar a Ferrari era jogar pedras na pista) mas, POMBAS!, ele marcou a pole, não errou, não deu chance pra ninguém. O que mais vocês querem do garoto?
Posso até entender que você e os leitores já estejam cheios dosaltos e baixos da carreira do Rubinho, das promessas eternamente renovadas e nunca cumpridas, do chororo e também por ter lhe faltado coragem em peitar o Schumacher e a Ferrari na Áustria. O tempo dirá se ele fez bem ou não e também se ele mudou para melhor depois daquela corrida.
Rubinho pode, de fato, ter quebrado a barreira da vitória – mas pode tê-lo feito tarde demais.
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Era só esta que faltava. Bernie Ecclestone pode estar negociando a compra de uma parte da Ferrari.
Quem “soprou” este rumor para a gente foi o Ricardo Divilla que, como já disse aqui, se abastece em fontes quentíssimas na Europa. Ecclestone e sua família ficariam com uma fatia de cerca de 30% da Ferrari, fatia esta que se encontra em poder de bancos italianos e alemães, vendidas a eles recentemente pela Fiat. O preço nem seria tão alto assim, uns US$ 700 ou 800 milhões, dinheiro que Bernie deve carregar na carteira para as despesas do final de semana.
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A mesma fonte do Divilla pegou Ecclestone no pulo. O chefão da Fórmula 1 anda dizendo que há pelo menos duas vagas para novos GPs no calendário de 2004 e que ele pode escolher entre sete diferentes grupos para organizar as corridas.
É o caso de se pagar para ver. O GP da Rússia pode até sair um dia desses mas na hora em que o prefeito de Moscou viu os termos do contrato que foi estendido a ele por Ecclestone, mandou o inglês pegar a caneta e …
China? O autódromo está pronto há uns três ou quatro anos e nada até agora. Líbano? Tudo o que vimos até agora deste prosaico GP foi um anúncio publicado num anuário editado por Bernie Ecclestone. Faltam quatro. Posso imaginar que Paul Ricard, autódromo de propriedade de Bernie, seja um candidato em potencial mas e os outros três?
Vamos olhar pelo outro lado. Quem seriam os candidatos a dançar? Até recentemente, os candidatos mais fortes eram a Inglaterra, por motivos mais de uma vez descritos aqui, e Bélgica, por força de uma legislação anti-tabaco em vias de ser aprovada ou já aprovada, não sei, naquele país. De repente, não mais que de repente, um e outro GP somem da lista de ameaçados e, em seu lugar, ingressa o até então insuspeito GP da França. Sim senhor, o GP mais antigo do mundo está, com o perdão da palavra, com a bunda na janela.
Pois bem, senhor Ecclestone: mostre as suas cartas. Quer saber? O senhor não tem nada nas mãos. Está apenas blefando, como sempre blefou, para arrancar mais dinheiro dos organizadores de GPs. Não que eles não mereçam…
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Viu a acusação contra a equipe Piquet de Fórmula 3? Pode até não ser verdade mas que tem cara de Nelson isso lá tem…
Grande abraço
Eduardo Correa