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O sonho Massa está se desfazendo tão rápido quanto começou e pode muito bem terminar em pesadelo.
Sem contrato com a Sauber para 2003 (decisão anunciada ontem, domingo), o jovem brasileiro terá de correr atrás de uma vaga numa equipe pior. a Sauber deve ficar em 5o no campeonato deste ano. Não é grande coisa, produto mais do motor Ferrari e da fraqueza das concorrente. Mas não é um lugar para ser desprezado. Trata-se de uma equipe sem problemas aparentes de dinheiro, o que já é uma grande coisa nos dias de hoje
As opções de Massa para 2003 são bastante limitadas. Jordan eToyota têm, formalmente uma vaga aberta. Mas há boatos indicando que Eddie Irvine pode ter assinado com a Jordan e Cristiano da Matta com a Toyota. Mark Weber ocuparia a vaga de Irvine na Jaguar
A equipe inglesa e a Minardi podem oferecer uma vaga ao brasileiro mas não há, que se saiba, negociação abertas entre as partes. Talvez uma renascida Arrows possa ser uma opção mas correr por qualquer uma destas três equipes não parece ser uma boa para nosso jovem talento.
O empresário de Massa, de forma um tanto afoita, anuncia possibilidades concretas na fragilizada Jordan. Ele também havia dito que estava tudo bem nas relações com a Sauber. Os próximos dias serão de arrebentar os nervos para quem torce pelo jovem brasileiro.
O que deu errado? Aparentemente nada. Massa tem quatro pontos no Mundial, três a menos que o seu companheiro de equipe, Nick Heidfeld, bem mais experiente do que ele. Uma comparação entre os resultados dos dois mostra incrível similaridade. Quando um vai bem, o outro também vai.
Mas nos treinos, Massa toma um passeio do alemão: 10 a 3, se não estou enganado. Desconfio ainda que Massa não tenha se mostrado um bom piloto de teste, tenha incorrido em erros repetidos e tolos em algumas corridas e tenha traído a sua baixa idade e amadurecimento no relacionamento com a equipe e Peter Sauber em particular. São defeitos com os quais chefes de equipe não gostam de conviver.
Junte-se a isso o fato de que com Frentzen, anunciado substituto de Massa em 2003, talvez seja mais fácil obter patrocínio para a equipe e tem-se a possibilidade concreta de condenar um garoto de 21 anos ao ostracismo esportivo.
Nos resta apenas renovar os votos de boa sorte a Massa nas próximas semana.
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Muita gente tem nos pergunta sobre o futuro de Antonio Pizzonia na Fórmula 1. Uma dica enviada por Ricardo Divilla acende uma luz para o amazonense.
Com a ida de Jenson Button para a Renault, Pizzonia passa a ser agora o primeiro na lista de pilotos sob contrato com Frank Williams. Sem dúvida isso é um importante diferencial na hora de se arranjar lugar numa equipe pequena. Principalmente se Pizzonia conseguir levar algum patrocínio junto…
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Você e os leitores já devem saber que nutro pouco respeito pela Fórmula Indy, Cart, Mundial ou sei lá o nome, de forma que começarei registrando aqui algumas comparações com a Fórmula 1, aproveitando a oportunidade de, creio que pela primeira vez, as categorias terem usados exatamente a mesma pista na mesma temporada para disputar uma corrida.
Pole de Montoya no GP de 2002: 1m12s836
Pole de Da Mata ontem: 1m18s959
Pole de Alain Prost no GP de 1993: 1m18s987
Último colocado no grid do GP de 2002 (Yoong): 1m17s347
Último colocado no grid ontem (Andretti): 1m21s670.
Média de Schumacher, vencedor do GP: 195 km/h
Média de Franchiti, vencedor ontem: 174 km/h
Média de Alboreto, vencedor do GP de 1985: 174 km/h
Melhor volta do GP (Montoya): 1m15s960
Melhor volta ontem: 1m20s238
Ok: fica demonstrado, como todos desconfiavam, que a Fórmula Indy é, em termos de desempenho, pouco mais que uma Fórmula 3000. Talvez por isso a idade não seja um fator tão imperativo para os pilotos da categoria e explique porque poucos pilotos da Indy se deram bem na Fórmula 1. A diferença de velocidade é considerável, sem contar que, na Fórmula 1, as bandeiras amarelas são raras, o que exige muito mais empenho do piloto.
É bem sabido que os Indy freiam e aceleram muito pior do que os Fórmula 1. Suponho também que eles sejam mais difíceis de serem dirigidos, perdendo velocidade em trechos muito sinuosos. Aliás, quem foi o gênio que escolheu logo Montreal, uma pista enjoada, que exige muito freio e aceleração, para comparar uma e outra categoria?
Agora algumas palavras em defesa da Indy. A capacidade dos tanques dos carros americanos faz com que os pits sejam mais freqüentes, reduzindo a velocidade média durante a corrida. O mesmo vale para as bandeiras amarelas. Assim, não leve tão a sério a comparação entre a média horária da corrida.
Por isso, não considere a que Indy é, hoje, a Fórmula 1 de 85. Mais certo é dizer que ela se assemelha à Fórmula 1 de dez anos atrás.
Aguarde mais comparações entre as categorias para breve. Certamente haverá quem cronometrou e comparou os tempos de cada carro segundo os trechos da pista. Sabendo dos resultados, os transmito a você e aos leitores.
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Fofocas, fofocas, fofocas.
A BMW pode construir um carro todo seu a partir de 2004, segundo AutoSprint. A Jaguar pode ser vendida ao dono da Red Bull. Este cara, aliás, já anunciou a intenção de comprar a Sauber e Arrows. Desconfio que o faz apenas para ampliar a projeção da sua marca na imprensa. A Minardi, por sua vez, seria adquirida por um príncipe árabe, também envolvida na negociação de várias outras equipes.
Já aquela fofoca da compra de uma fatia da Ferrari pela família Ecclestone parece não ter passado de fofoca mesmo, embora tenho sido anunciada pela Rai, a Globo da Itália.
Boa semana para você e para todos os leitores
Eduardo Correa