Onde o Campeonato foi decidido?
Será que neste ano M. Schumacher leva o hexa? Ou é Montoya? Ou fica com Raikkonen? Quem leva o caneco?
Com a possibilidade de o campeonato ser decidido já no próximo domingo (28) em Indianápolis, realizei um levantamento estatístico mostrando onde cada GP decidiu seu campeonato em determinado ano, como segue abaixo, desde 1980:
– Japão (1987/1988/1989/1990/1991/1996/1998/1999/2000) – Um dos países que tem o chamado “calendário nobre”, foi palco de batalhas de Senna, Prost e Piquet no fim dos anos 80 e início dos anos 90. Nelson Piquet faturou o tri em Suzuka, sem fazer força, em conseqüência da batida de Mansell nos treinos de sexta que “impediram” Mansell de correr. Corre a lenda que Mansell tinha condições e fugiu da disputa. De 1998 a 2000, Hakkinen e M. Schumacher travaram várias disputas nesta pista de Suzuka. Em 1996 Damon Hill faturou o campeonato numa temporada com fácil domínio das Williams.
– Hungria (1992/2001) – O GP da Hungria, que fica do meio para o fim da temporada, sediou 2 títulos conquistados de modo “fácil”, como Mansell em 1992 (ganhou o campeonato com um 2º lugar na prova) e M. Schumacher em 2001, após o início da eletrônica embarcada.
– Europa (1985/1997) – O GP da Europa, atualmente disputado em Nurburgring, já teve várias sedes antes deste, e decidiu campeonatos, como Alain Prost, que ganhou seu 1o. campeonato mundial em 1985 em Brands Hatch e o disputado campeonato de 1997, onde M. Schumacher “jogou” o carro em cima de Jacques Villeneuve e se deu mal, na pista de Jerez (Espanha) e perdeu o título para o canadense;
– Austrália (1986/1994) – A pista de Adelaide sediou 2 anos muito importantes de decisão, como o fatídico campeonato de 1994, onde M. Schumacher “jogou” o carro de Damon Hill e se deu bem e a espetacular final de 1986, onde Prost, Piquet e Mansell tinham chances de levar o título, e Prost levou o campeonato num jogo de sorte e técnica.
– Pacífico (1995) – A pista de Aida foi palco do bi-campeonato de M. Schumacher, onde precisava de poucos pontos para acabar com Damon Hill. Mas o alemão venceu e Damon foi o 2º, na última aparição de Aida na F-1;
– Portugal (1984/1993) – A pista do Estoril sediou em 1984, em sua 1a. prova na F-1, o tri de Lauda, onde precisava chegar em 2º e conseguiu (contando também com a sorte) e Alain Prost em 1993, quando foi tetracampeão.
– França (2002) – Magny Cours, que é uma pista “chata”, sediou a decisão do campeonato mais “chato” dos últimos tempos, onde sem dificuldade alguma, M. Schumacher foi pentacampeão mundial.
– Estados Unidos (1981/1982) – Durante 2 anos seguidos, na pista de Las Vegas, a F 1 viu como decisão o GP dos EUA. Em 1981, Piquet ganhou o título na raça, e em 1982, Keke Rosberg, onde tinha 1% de ver seu campeonato ir água abaixo, fez 2 pontos e foi campeão.
– Canadá (1980) – Em 1980, Nelson Piquet chegou a Montreal (penúltima etapa) com 1 ponto de vantagem sobre Alan Jones. Mas, se o australiano vencesse e Piquet não marcasse pontos, ficaria com o título. Isso porque o regulamento previa que somente os cinco melhores resultados de cada metade do campeonato seriam levados em consideração – e Piquet seria obrigado a descartar 2 pontos conquistados no GP da Áustria. Após um acidente coletivo na primeira largada, Piquet liderou até seu motor quebrar. Pironi venceu, mas foi punido em 1 minuto por queimar a largada. Jones ficou com a vitória e o título.
– África do Sul (1983) – O autódromo de Kyalami foi palco do bi-campeonato de Nelson Piquet, numa temporada muito equilibrada, onde a tática e a “malandragem” (no bom sentido) prevaleceram. Fato curioso: No início da prova Piquet disparou na liderança, deixando Patrese cuidar de Prost. Só que de tanto forçar, o motor Renault do francês estourou, e aí ficou fácil para nosso brasileiro.
Se levantarmos esses dados, o GP do Japão é pródigo em decisões, principalmente quando tratarmos de Suzuka, pois em 16 GPs disputados, decidiu o campeonato 9 vezes, ou seja, 56% do total. O GP dos EUA (que será disputado neste fim de semana), decidiu o campeonato duas vezes desde 1980, numa época em que tínhamos 2 ou 3 GPs nos EUA, como ocorreu em 1982.
Como M. Schumacher é o piloto mais experiente em decisões na F 1 atual, na pista de Suzuka ele faturou o título só 1 vez (2000). Em 1998 (com o azar na largada), perdeu o título para o finlandês Mika Hakkinen, da McLaren. Ou seja, ele não tem um bom retrospecto em decisões nesta pista, embora tenha vencido o GP em 1995, 1997, 2000, 2001 e 2002.
Montoya correu 2 vezes em Suzuka (2001/2002) e teve como melhor resultado um 2º lugar em 2001. Raikkonen teve um 3º lugar em 2002 como melhor resultado.
Nos EUA (Indy), Schumacher venceu em 2000 e entregou a vitória para Barrichello em 2002. Já Juan-Pablo Montoya não tem bom retrospecto nesta pista. Em 2001 teve problemas hidráulicos e ano passado foi abalroado pelo próprio companheiro de equipe no início da prova, mesmo assim chegou em um ótimo 4º lugar. E Kimi Raikkonen teve em 2001 e 2002 duas decepções, com problemas de eixo e motor, respectivamente.
Leitores, façam suas apostas!
Abraços do
Affonso Pazzini Júnior