Um título e uma história para ser contada. Lewis Hamilton chega ao Mexico pronto para o título. Um novo Tetracampeão está prestes a ser apresentado ao mundo. O prazo é curto e as metas modestas. São 3 corridas e um singelo 5º lugar, desde que seu maior rival vença todas as corridas.
Um milagre, sim, um milagre que dê o título a Vettel, por exemplo, só será um feito inferior ao meteoro que atingiu a Terra e acabou com os dinossauros.
No México, só preparem a festa…
A Ferrari deixou a bola cair. Acabou com a brincadeira. Erros de piloto (Singapura) e da equipe custaram o título e nos roubaram um campeonato emocionante. Simplesmente roubaram a nossa graça da brincadeira. Se fosse no futebol, poderíamos dizer “a bola pune” ou “quem não faz, toma”. Acontece que depois de 13 corridas liderando o campeonato, Vettel se vê sem chance de chegar na taça. A Ferrari se perdeu no momento chave do campeonato. Não é possível reclamar de Raikkonen ou somente da sorte. Raikkonen sempre ajudou, sem pestanejar. Vettel não acertou quando era preciso.
Com isso teremos corridas de demonstração da força e forma de Hamilton pelo restante do calendário. Sem Rosberg, Hamilton não tem mais disputa interna e virou o centro de atenções da sua equipe. Bottas sofre com um carro sensível aos ajustes, com a pressão do time grande, com a sombra de Hamilton. Não tem ajudado tanto Hamilton, mas Hamilton não precisa.
A grande festa mexicana apareceu para F1 em 1962 como um evento não oficial (igual àquela prova no Brasil em 1974 para homenagear Medici). Depois entrou para calendário entre 1963 e 1970, voltando na sua mais célebre passagem entre 1986 e 1992. A pista abandonou o calendário pela sua degradação e falta de investimentos, mas tudo foi resolvido. Carlos Slim resolveu que em 2015 a pista voltaria ao calendário, reformou o circuito (não sem antes chamar Tilke para estragar a pista) e devolveu o México ao calendário.
A famosa notícia boa que é ruim, não é mesmo? Falou em circuito na Cidade do México você já pensava em faíscas nos asfalto, carros dançando nos “esses” e aquela emoção da Peraltada. Não temos mais 2 das 3 características mais legais da pista. Em contrapartida nos deram o “Estádio”, que ficou ótimo para comemorações, entrevistas pós corridas, ótimas fotos e jogos de Baseball.
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Prefiro a Peraltada
Ainda sobrou ao circuito seus desafios técnicos. Temos a altitude (Tilke não consegue mudar isso) e um circuito de longuíssima reta mas com grande sequência de curvas abaixo dos 100km/h.
Para o conjunto mecânico um sofrimento. Freios precisam de tomadas de ar maiores. O motor perde potência por falta de oxigênio. Uma bagunça. A era turbo ajuda nessa situação, injetando o ar necessário para compensar uma perda estimada entre 15-20% de potência. Só que tem um contra ponto: o turbo vai ao seu limite.
Sem contar o cenário único de configuração aerodinâmica de alta pressão para encarrar a longa reta. A altitude acaba deixando o ar tão fino que um asa com grande inclinação, não prejudica a velocidade final em reta.
Engenheiros vivem deias de pânico e os da Ferrari de desalento. O que mais sofreu na Ferrari esse ano foi o turbo (e uma vela de ignição, diga-se).
Para os pneus, nada de sofrimento. Baixa abrasão e a carência de curvas de média e alta velocidade tornam a vida da Pirelli um paraíso. Pra ganhar, uma parada nos boxes já basta.
A campeão mundial de construtores chega ao México para fazer no mínimo uma dobradinha. Apesar de não ter Rosberg, Bottas tem que entregar esse pódio. O time está em ritmo de celebração, aguardando mais um mundial de pilotos ser confirmado. Se o título vier no México, certamente o time usará as duas últimas provas para testar soluções para 2018.
Nos lados “avermelhados”, a vitória é a única opção. Mas é a mais difícil. Ferrari precisa de um desempenho convincente e dominador para fechar o ano em alta. Provavelmente não há de ser no México. O maior problema é perder da Red Bull, isso sim pode gerar uma grande crise.
Pelo lados da Red Bull, finalmente o time chegou ao campeonato. Com algumas corridas de atraso, não mais que um semestre, o carro está pronto para lutar por um lugar ao pódio sem depender de infortúnios dos demais competidores. Será muito interessante se, em 2018, a fábrica de Milton Keynes ajustar seu cronograma com o calendário da competição.
Max até 2020 na RBR lhe causa espanto? O pior é saber que ele só terá 23 anos ao fim do contrato.
Na turminha do meio, a Force India, novamente, outra vez, de novo, é a equipe mais eficiente da F1. Que belo campeonato e que excelente piloto é esse rapaz Ocon. Tá ali batendo roda e colecionando pontos. Colado atrás do seu badalado – e rico – companheiro de equipe.
Já a Renault está descobrindo o “custo-Palmer”. Quantos US$ perdeu em premiação na classificação de campeonato por manter Palmer no time por quase dois anos? Sainz chegou e fez um frente a Hulk, colecionou pontos e brilhou. Para oferecer insumos ao amigo leitor: Wehrlein, com uma Sauber, tem 5 pontos no campeonato e Palmer 8. Com 20 pontos atrás da Williams e somente 5 da Toro Rosso (que tinha Sainz), não é absurdo imaginar que o time estaria duas posições à frente na tabela.
Com a segunda metade do campeonato quase no fim, Hass, Toro Rosso, Williams e Sauber já desistiram de 2017. Será uma sucessão de corridas medíocres e inconstantes desses times. Uma oscilação de desempenho com grande dificuldades de se fazer um prognóstico de quem vai ser a menos pior dos times médios e fará companhia para Sauber nas últimas filas.
Quem se aproveita disso é a Mclaren, com o desenvolvimento do seu carro ainda acelerado, tem se mantido no alto das classificações no Q2. Pena que precisa de motor nessa pista e o da Honda quebra com uma regularidade impressionante.
Kyviat e Palmer fora. Só faltam sair Magnussen e Ericson para o nível da F1 aumentar consideravelmente.
Ainda no mercado de pilotos, Alonso fica mais um aninho e ainda disputa as 24Horas de Daytona. Não é pedir muito uma Mclaren descente para o ano que vem, não é mesmo? Vettel em um carro, Hamilton no outro. Riccardo e Max juntos e Alonso com uma máquina competitiva. Seria um ano excelente para a F1.
Não tem mais conversa. É Tetra!!!! A Globo não transmite, então não teremos Galvão Bueno para gritar pelo título do inglês. (Atualizado: Teremos Galvão pra corrida no SporTV!)
Mesmo sem Galvão (ou ainda bem, fica ao gosto do leitor), não é hora de perder um GP de 2017. Um tetracampeão nascerá, ao vivo, na nova era da Liberty Media. Perder a história ser escrita, não é uma opção.
Separe um tempo e vamos celebrar o brilhantismo de Lewis Hamilton e da Mercedes.
Abraços
Flaviz
2 Comments
Oi amigos,
pelo que tenho lido, desde faz algumas corridas, o carro de Bottas vem sendo equipado com especificaçoes diferentes às de Hamilton. Parece que o finlandês vem sendo “usado” como banco de provas para o ano que vem, visto que Hamilton já nao depende tanto de sua ajuda.
O SporTV anunciou que Galvão Bueno irá gritar “É TÉÉÉTRA”!