A pausa

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Antes da pausa de verão, teremos um duelo de líderes?

Lá vem ela. As temerosas férias da Fórmula 1. O fim de julho sempre nos traz essa desagradável pausa de um mês no calendário para as equipes aproveitarem o caloroso verão europeu. É um mês de conviver com especulações, fofocas, bastidores e notícias “esquentadas”.

Chegamos à metade “temporal” do calendário. Historicamente a grande oportunidade dos times arrumarem suas garagens e tentarem uma reação no campeonato. Se tudo que você fizer não der certo em Agosto, em Spa, aí sim você pode empacotar as coisas e pensar em 2015. Mesmo assim, antes dessa parada forçada, os dois líderes travarão um duelo ou um deles ficará pelo caminho?

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Antes do breaks da temporada vamos desafiar o circuito permanente mais lento da temporada da F1. O circuito Húngaro é uma contradição em todos os termos. É extremamente técnico. Exige concentração máxima dos pilotos. É desgastante e tem retas muito curtas para o piloto se recuperar. Tem tudo isso, desafios atrás de desafios, e consegue promover corridas tediosas sem nunca ter passado pelas mãos de Hermann Tilke! É um fenômeno!

A pista tem alto grau de demanda dos pneus porque exige muita aderência mecânica e os carros vêm com seu downforce em nível máximo. Tração é a chave para o sucesso, já que 10 das suas 14 curvas serão feitas abaixo de 155 km/h na média da simulação das equipes. Além disso, temos essa nova fase de motores turbo que ainda vai exigir um pouco mais de controle dos pilotos no consumo da borracha.

Do lado dos motores o cenário que poderia ser positivo para as equipes sem o motor Mercedes continua desafiador. Quando todos esperam que, sem grandes retas, a vantagem da Mercedes é reduzida, surge o ponto da recuperação de energia. Além de mais potente os motores alemães conseguem carregar as baterias de forma mais eficiente. E assim fica tudo como está e os carros equipados com as unidades alemãs seguem favoritos.

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httpv://www.youtube.com/watch?v=wicQjvuVcXk

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A Williams sonha a voltar a ser grande. Massa afirma que o time está pronto para vitórias. São as duas percepções mais otimistas que circularam nessa semana de deslocamento entre corridas.

O otimismo não é injustificado. A Williams saiu de uma boa pré-temporada onde mostrou ter um carro forte, passou por uma queda desempenho até resolver algumas questões de seu projeto e agora desfruta de uma boa posição no grid somente atrás das Mercedes de fábrica. É mais do que o esperado, citei em coluna do inicio da temporada que mesmo com um carro bom, faltaria alguns bons 2 anos pro time voltar a vencer. Sim, Williams ainda carece de algo a mais pra vencer, e não é só em referencia ao seu desempenho. Falta estratégia. Falta ousar. Falta voltar a pensar em ser grande novamente.

Em condições normais, sem quebras das Mercedes, o melhor esperado é ser 3º. Não entendam errado, atualmente é um mérito excepcional. De um time que raramente marcava um pontinho para um time que marca pressão sobre Red Bull, Ferrari e McLaren, está bom demais!

Outro ponto. Seria bom Massa parar de botar a culpa em Deus e o mundo. As vezes é só azar mesmo. Só “zica”. Somente as coisas deram errado, simples assim. Sempre irrita o comportamento “amigo” dizendo que ele é uma boa pessoa, bom caráter, bom moço, família. Barrichello não era de família? Barrichello pode ser motivo de risos e chacotas? Mas Massa, coitado, não. Deixe a parcialidade de lado (sim, quem defende o bom caráter de Massa está sendo parcial, apesar de defender a imparcialidade), e veja os fatos das corridas. Na Alemanha foi um simples acidente de corrida. O piloto da McLaren, inexperiente, achou que o piloto da Williams, experiente, não faria a tangência da curva como em uma volta de classificação. O piloto, experiente, da Williams não achou que o piloto, inexperiente, da McLaren manteria seu carro naquela posição em uma largada tão apertada. Aconteceu. Os dois poderiam ter evitado e os dois poderiam não ter evitado. Sem culpados. Apontar o dedo da cara de um novato para um piloto errático como Massa em começo de carreira, desculpe, não é atestado nenhum de “bom mocismo” ou “bom caráter”.

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httpv://www.youtube.com/watch?v=_iYtxpVsxu4

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A Mercedes chega na Hungria para tentar um fim de semana sem problemas e fazer uma dobradinha. Está fazendo falta para os alemães confirmar a superioridade em dobradinhas consecutivas. Como nem tudo poderia ser perfeito nessa briga entre os dois pilotos da casa, não custa lembrar o regulamento estapafúrdio desse ano com uma rodada de pontuação dobrada que encerra a temporada. Por exemplo, se o campeonato terminasse na Hungria, nesse domingo, Hamilton poderia ser campeão vencendo a prova e com Rosberg em segundo. Seus 14 pontos de desvantagem para o alemão sumiriam como passe de mágica. É estranho.

Ferrari precisa de um bom resultado e mostrar evolução. Só assim segura Alonso satisfeito e vestido de vermelho. Kimi, desistiu de fazer pontos e vai fazendo um campeonato burocrático.

Na turminha da RBR, Ricciardo garante o sorriso da moçada. Habilidoso, rápido e carismático, o australiano está curtindo a melhor fase da sua carreira passando por cima do Tetracampeão. Na frieza da tabela, Vettel tem uma quebra a mais e uma vitória a menos, é preciso reagir.

A McLaren deu um passo a frente em uma pista. Agora precisa provar que esse passo é decisivo para evolução do time. Será que Alonso vem para 2015? Será que a Honda vai colocar todo mundo no bolso quando desembarcar novamente na categoria? Essas dúvidas parecem que tiram o foco da equipe para 2014.

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Incrível. Jules Bianchi continua com mais pontos que Pastor Maldonado.

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Force India vem em luta feroz com a Mclaren pelos pontos em todas as provas e seu carro segue provando que pode ser considerado um top-10 em todas as pistas. Quanto tempo para ser considerado um time grande? Ainda precisa de vitórias?

O resto, vamos chamar de resto mesmo. Toro Rosso com seus 15 pontinhos e Lotus com seus 8 são grandes decepções da temporada. Sim, porque ninguém esperava nada da Marussia e da Caterham. Mas por que não a Sauber? Zero pontos. Pois é, mas a Sauber nem deveria estar no grid por falta de dinheiro. É uma sobrevivente e merece ser poupada pelo conjunto da obra.

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A Alemanha marcou a primeira prova sem o famoso sistema de suspensão FRIC. A diferença para Mercedes diminuiu em classificação, mas não a ponto de ameaçar a supremacia dos carros prateados. Quem mais ganhou pela diferença na tabela de tempos, foi a Sauber, que não conseguia se entender com seu FRIC.

Mas agora é que o equipamento (ou sua ausência) será mais notado. O FRIC não era o grande diferencial em pistas onduladas ou com zebras altas. Seu maior trabalho era feito em pistas com mais mudanças de direção consecutivas, como a Hungria. A transferência de peso entre os lados do carro neutralizada era a maior vantagem de um equipamento bem acertado.

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Circuito: Hungaroring
Voltas: 70
Comprimento: 4.381 km
Distância: 306.630 km
Recorde da Pista: 1:19.071 – M Schumacher (2004)

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Programação
Sexta-Feira: 05h – 1º treino livre e 9h – 2º treino livre
Sábado: 06h – 3º treino livre e 09h – Classificação
Domingo: 09h – Corrida

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Vamos aproveitar e torcer por um grande duelo entre os lideres do campeonato. Fórmula 1 só volta no final de agosto!

Será que sobreviveremos a temporada de boatos?

Abraços, Flaviz Guerra – @flaviz

Flaviz Guerra
Flaviz Guerra
Apaixonado por automobilismo de todos os tipos, colabora com o GPTotal desde 2004 com sua visão sobre a temporada da F1.

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