Todo mundo já idealizou alguma coisa em sua vida: e como seria a sua Fórmula 1 ideal?
Buscar o ideal. Quem nunca idealizou alguma coisa para a sua vida? Mulher ideal, emprego ideal, carro ideal, casa ideal? Quem nunca procurou o que acha perfeito para si mesmo? Porém, claro, em grande parte das vezes, o que nós idealizamos não se realiza por variados motivos. Mesmo assim, não deixamos de sonhar.
Nesse microcosmo chamado Fórmula 1, tenho minhas ideias e sonhos de como seria, na minha visão, o formato ideal. Porém, como em qualquer seguimento, se você expressar sua opinião sobre alguma coisa corre o risco de ser criticado, ofendido e, indo mais além, pode ser até agredido.
Vivemos a era da intolerância. Seja política, religiosa ou futebolística. Está cada vez mais difícil ter a noção onde termina o seu espaço e começo o do vizinho. Claro que na F1 a intolerância também existe e basta ir a algum fórum e declarar torcida por piloto A, B ou C. Não demora alguns minutos e vem um monte de gente para criticar e te insultar.
Contudo, não custa nada sonhar e idealizar uma F1 do meu jeito.
Para começar, minha F1 estaria forte nas Redes Sociais, com um Facebook ainda mais ativo e um canal no Youtube sem restrições. Utilizaria a mesma tecnologia atual na concepção dos motores, pois se a F1 é o suprassumo do automobilismo mundial, teria que utilizar o que há de mais tecnológico e avançado sobre quatro rodas.
Se no WEC utiliza-se muito bem a tecnologia híbrida, por que a F1 também não a utilizaria com sucesso? Os carros atuais são lentos? Os tempos estão baixando aos níveis dos motores V10 e na interminável reta dos boxes em Baku, a Williams teria beirado os 380 km/h.
A diferença para a atual regulamentação, é que aumentaria a quantidade de combustível disponível para 120 ou 150 litros por corrida, dando ao piloto a chance de correr mais tempo no limite, sem tanta preocupação com o consumo de combustível. Quanto aos pneus, diria para a Pirelli ou qualquer marca para oferecer três tipos de pneus para cada piloto e que ele utilizasse seus pneus da melhor maneira.
Vai percorrer os 305 km da corrida com o pneu mais duro à disposição? Te vira, peão! Vai utilizar um pneu mais mole, em média 2s mais rápido do que o duro, mas que se desgasta mais? Vai fundo, mas saiba que terá que parar pelo uma vez!
Liberdade para as equipes fazerem as suas táticas nas corridas, sem obrigatoriedades de usar este ou aquele tipo de pneu em determinado momento, assim como os pilotos teriam a liberdade de aumentar ou diminuir a pressão do turbo a seu bel prazer, como acontecia nos anos 1980. Quer ultrapassar? Aumenta a pressão do turbo campeão, mas saiba que seu turbo pode estourar se ficar tempo demais com a pressão lá em cima! Seria uma bela substituição ao criticado DRS, que penso estar sendo mal aproveitado na F1.
Manteria a restrição no rádio. O piloto teria que não apenas saber levar seu carro ao limite, mas também entendê-lo, tendo que saber consertá-lo de dentro do cockpit quando for necessário, acabando com o mimimi de Lewis Hamilton e Kimi Räikkönen, ainda em Baku.
Falando em Baku, faria algumas mudanças no calendário, mas sempre lembrando que a F1 é um Campeonato Mundial, não Europeu. Claro que traria o Grande Prêmio da França de volta, voltando à sequência França-Inglaterra-Alemanha que havia no verão europeu. Portugal voltaria ao calendário com o belo circuito de Portimão, além de Zandvoort retornar com o sucesso de Max Verstappen. Outra inclusão seria a volta de Long Beach, o circuito de rua mais tradicional e charmoso depois de Mônaco.
Para algumas praças, porém, implementaria a forma alternada. Vamos ter uma corrida no Oriente Médio? Vamos, mas não duas. Abu Dhabi e Bahrein teriam corridas alternadas, o mesmo acontecendo com Malásia e Cingapura, no Sudeste Asiático. Para que houvesse mais testes, após algumas corridas europeias as equipes ficariam mais dois dias na pista correndo de forma ilimitada, testando o que for possível com seus pilotos de testes, algo bastante valorizado no passado e hoje praticamente em extinção.
Por sinal, na minha F1 ideal, as equipes teriam a permissão de ter um terceiro carro em determinadas corridas, sem restrição alguma de quais provas se inscreveriam e ainda dando chances a jovens pilotos.
Um exemplo disso é a McLaren, que tem em Stoffel Vandoorne uma promessa em sua canteira, mas não sabe como utilizá-lo em 2017 sem sacrificar os veteranos, mas úteis, Fernando Alonso e Jenson Button. A diferença é que esse terceiro piloto não marcaria pontos no Mundial de Construtores, não importando a posição que termine na prova, mas participaria da corrida normalmente, inclusive marcando pontos no Mundial de Pilotos. Seria uma forma bem mais inteligente de encher o grid tendo um jovem piloto com uma Mercedes, do que ter uma Hispania nas últimas posições…
Falando em posições, acabaria com essa regra de perda de posições no grid por quebra de câmbio ou motor. Manteria um determinado número de motores por temporada, mas contando apenas classificação e corrida.
Nos treinos livres, onde se tem que andar bastante para encontrar o acerto ideal, pode se utilizar qualquer motor e se quebrar… quebrou e coloca outro no lugar.Manteria a classificação dessa mesma maneira. Apesar de algumas críticas, gosto muito do sistema atual. Tenho certeza que o meu amigo Lucas Giavoni não irá concordar comigo…
Utilizando as atitudes aplicadas na Nascar, meu ideal é o de influenciar o mínimo possível o resultado da prova, ou seja, diminuir bastante as punições durante a prova, só punindo o piloto em casos flagrantes, como exceder o limite de velocidade dentro dos pits, ou dar uma de Maldonado e sair acertar o carro dos adversários no meio. Em casos extremos, tirar pontos do piloto e da equipe no campeonato, ao invés de sair por aí acrescentando cinco, dez, vinte segundos ao tempo final de um piloto, deixando a compreensão do público mais difícil ao final da corrida.
Enxotaria quem quisesse dar ‘mais emoção’ às corridas e campeonatos, como criar playoffs, elementos artificiais de ultrapassagem ou entrada de Safety Car de forma marota durante as corridas.
Essa seria a minha F1. Serei chamado de maluco por muitos, mas também haverá quem concorde comigo. Essa minha é minha opinião de uma F1 ideal, mas estou longe de ser o dono da verdade e haverá muitas opiniões contrárias. E você leitor, qual é a sua F1 ideal?
Um abraço,
JC Viana