Fim de férias! Obrigado!

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Férias. Sempre há aquele sentimento gostoso quando elas chegam. Férias é sinonimo de descanso. Um sonho. Um objetivo renovado a cada doze meses.

Na Fórmula 1 é tudo isso, só que ao contrário. É um desespero ficar 3 semanas sem corrida. Sem notícias. Esperando o que vai acontecer quando o circo chegar em Spa. Também é o período que levantamos mais expectativas sobre o campeonato. Esperamos que as especulações se confirme e virem novidades! O fim-de-semana do GP da Bélgica é esse momento de concretizar tudo que havia passado no imaginário das 3 últimas semanas e curtir uma corrida na pista queridinha dos pilotos e fãs.

Em 2017, as férias da Fórmula 1 foram tudo isso, só que ao contrário.

 

Fabricas fechadas por algumas semanas. Equipes em descanso. Esse é o discurso oficial. As férias da F1 podem ser encaradas de diversas formas, o entendimento mais perto da realidade é que as equipes de pista descansam de verdade. Na guerra pelo título, os estudos e projetistas estão a todo vapor.

Com um carro tão sensível a ajustes como o Mercedes de 2017, já não é possível dizer a Mercedes é a favorita clara até nas pistas de alta. Tem a vantagem de uma aerodinamica refinada e ainda o melhor motor. No papel, seria a favorita. Para o resto do ano, seguindo “a regra” do favoritismo e deve prevalecer no campeonato. Vai sofrer em pistas como Cingapura, mas deve ter conforto para vencer o título sem sustos.

Na garagem vermelha o desafio é manter Vettel em condições de se misturar no pódio nas pistas de alta. Mais maduro e inteligente, Vettel tem pontuado vastamente em corridas que não tem o carro vencedor. O problema de Vettel são as trocas de componentes de motor no começo da temporada. Ele chega na segunda metade do campeonato muito proximo de uma punição. O alemão está  terceira central eletrônica, na 3º MGU-H e no terceiro motor de combustão. São só 4 disponiveis sem punição, restando só um motorzinho novo para Vettel que ainda vai enfrentar Spa, Monza, Suzuka e Brasil. Complicado pro time vermelho, não?

As mudanças que esperávamos para a Toro Rosso também decepcionaram.

As conversas com a Honda ainda não são conclusivas. Muito parece que a Honda teria dinheiro relevante para a STR se deixar a Mclaren. Sem essa grana na mão, a STR não acha a Honda tão interessante assim.  Criou-se um impasse.

Seu pilotos serão os mesmos para 2018, com várias mensagens de apoio para o russo Danill. Nada mais sem graça. No corpo técnico, grade James Key renovou seu contrato e continua no time. Também sem graça. O cara tem um 1/5 de time e orçamento em comparação com a Matriz e faz um carro pra lá de decente ano após ano. No time principal, tiveram que resgatar Andrian Neyew dos seus hobbys para salvar 2017 (e o futuro da equipe). Será que não valia uma “promoção” pro cara que está carregando o piano no time B?

Já que falamos em Honda. Vale dar uma dica pro time trocar a assessoria de imprensa. No meio da maior crise da sua história, com reais chances de sair com o rabo no meio das pernas pela porta dos fundos, vem uma notinha da fábrica: “estamos mudando os métodos de desenvolvimento”. Pessoal, 2017! Agora vocês descobriram que tem um problema em como são desenvolvidas as coisas dentro de casa? Guarda essa informação pra você.

No mesmo comunicado, não desmentem nem confirmam a participação da Ilmor como consultora. Podemos apostar algumas fichas que sim, tem dedo externo nos rumos da Honda. Se for a Ilmor, melhor ainda! Há esperanças para a fábrica e para o time.

Só que o público esperava mais. Queriamos uma decisão! Mclaren vai de Honda em 2018? Alonso fica? Nada… tudo será decidido “nas proximas semanas”.

Nesse dia 27 de Agosto, Alonso completa 3 anos e 1 mês (redondinho) fora de um pódio. São 1128 dias sem aparecer para levar um troféu pra casa. Lá na distante Hungria em 2014 foi o último. Pelo menos é justo o espanhol ter essa marca num circuito que ainda se conta pontos em ser um bom piloto.

Mick Schumacher vai dirigir a Benetton de papai. O filho do heptacampeão do mundo vai utilizar a Benetton B194 por algumas voltas nesse fim de semana na Bélgica.

A demonstração faz parte das comemorações da primeira vítoria de Schumacher, 25 anos atrás, nessa mesma pista. Nessa semana também teremos a abertura da exposição sobre a vida do campeão, em Colônia.

O silêncio sobre as condições de Michael e, obviamente sua condição de saúde, é um dos capítulos mais tristes da história do automobilismo. O maior campeão de todos os tempos sumiu. As duvidas dos fãs são imensas, desde de sua condição de saúde até como seria o mundo do esporte motor com a presença poderosa de uma lenda viva.

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Para curtir em Spa nesse fim-de-semana: as escolhas de pneus dos times.

Os pneus da Pirelli são bastante conservadores para esse ano. Resistentes demais e duráveis demais. Mesmo para Spa, no verão, teremos muitos times apostando pesado nos roxos Ultra-Macios. A Red Bull levará 9 jogos para cada piloto (restando só um macio e 3 super-macios). Pelo visto apostam que o carro chegará para a prova belga em um equilibrio jamais visto no ano.

A Mercedes está mais conservadora. São seis pneus ultra-macios para cada carro, e uma variação de quantidade de macios e super macios entre seus pilotos. Parece que assim tem mais chances de testar os acertos do carro e cobrir os riscos de uma escolha prematura e errada.

Regra parecida segurirá a Ferrari, com 7 pneus mais moles para seus pilotos.  Também prontos para testar variações para estratégia de corrida.

Para efeito de comparação com a estratégia arriscada da Red Bull, só mais um time aposta tão alta na máxima adrência trazida pelos ultra-macios: a Mclaren. A similaridade não passa desapercebida. São duas equipes que idolatram seus chassis e botam a culpa de seus maus desempenhos no fabricante de motor.

Em condições normais de verão, a prudencia aposta que a Mercedes segue o caminho correto. Eles tem acertado nas escolhas para o ano e são referência de estratégias de paradas para os outros. Na Red Bull, Max deve estar estudando algumas horas extras. No calor, em uma pista muito similar a Silverstone em termos de curvas de alta e com mais de 70% de trajeto com pé em baixo, um descuido com seus ultra-macios pode significar uma parada adicional e Max não é reconhecido como o mais gentil do grid com a borracha.

Mas antes das férias a internet ferveu! Robert Kubica vem aí!

O teste do polonês foi um sucesso de público e crítica. Foi lá e andou como não se houvesse amanhã no calor insuportável de Budapest. Palmer comeu todas as unhas pelo nervoso que passou.

Férias rolando, 5 dias, 10 dias, vinte dias!!! As perguntas de sempre “Robert Kubica de volta?” ou “Hungria foi a última corrida de Palmer?” Nenhuma confirmação ou negação. Chegamos na semana de Grande Premio da Bélgica como se fosse um fim-de-semana qualquer.

Pois é. Não, não teremos Kubica esse fim de semana. Há alguma chance para 2018 e isso vai depender muito da relação de troca de cadeiras feita por uma movimentação de Alonso.

Quem está com animação plena é a Red Bull. As férias energizaram o time ou deram espaço para pensamentos mirambolantes. Fato é que o time agora acredita que pode alcançar a Ferrari. É verdade, estão achando que estão prontos para até em pistas como Spa e Monza fazer frente ao time vermelho. Vamos esperar para ver o que aconteceu no carro nessas férias. Seria impressionante algum salto nessas pistas que possa ameaçar o pódio das duas atuais lideres.

No meio do grid, nos despedimos da Williams. Superada pela Force India e também pela Renault, vemos o time inglês na luta com o bolo agora formado por Haas, STR e McLaren. A Williams vem ali brigando pra não fazer feio no Q2, mas o Q3 ficou mais dificil. O que deixa a luta pelo top10 cada vez mais interessante e colorida. As férias não devem ter mudado a dinâmica animada desse bloco. Teremos pistas com mais destaque para um ou outro time, com a tendencia de ao menos um posto cativo para uma Force India, sem duvida alguma a mais consistente depois das 3 grandes.

Adivinha quem tem punição? Mclaren, opa! Vandoorne vai testar um motor (com todos os seus adereços) novo nesse fim de semana. Alonso vai com uma versão que não interfere em peças passíveis de punição. Se funcionar, quem será punido em Monza? Bingo, Alonso! Dá pra acreditar que é a última chance da Mclaren-Honda de cativar Alonso.  São duas pistas de alta que exigem resitencia e potência. Ninguem espera que o time alcance o pódio. A meta é ver se o que foi prometido na fábrica se reflete na pista e se o motor novo dura duas corridinhas miseráveis sem escangalhar tudo. É pouco? É. Só fica a pergunta: o que resta pra Alonso?

Pra fechar o grid, como de costume, a Sauber. Vai atualizar o carro? Vai sim, uma coisinha ou outra. Certamente está focada no desenho do carro de 2018 que recebe um novo motor, que apesar de ser o mesmo fornecedor, tem uma novo arranjo de refrigeração e componentes. Do volante pra trás, mudará tudo em 2018. Menos o imortal Marcus Ericsson.

Na Hungria Raikkonen igualou Rubens Barrichello!
Foram 15 anos, 04 meses e 27 dias entre o primeiro e último pódio dos dois pilotos. GP do Pacifico de 1994 e GP da Itália de 2009 para Barrichello, Australia 2002 e Hungria 2017 para Kimi.

Na “liderança” dessa estatistica, ele, o saudoso, Schumacher! Mais de 20 anos entre os dois feitos.

Nas férias frustradas da F1, o mercado de pilotos também recebeu mais duas confirmações de cadeiras ocupadas. Vandoorne e Raikonnen estão confirmados em suas respectivas garagens para 2018.

De Vandoorne, só podemos lhe desejar toda boa sorte do mundo. Que os ventos do Japão soprem com um bom motor para o ano que vem o jovem belga tenha alguma chance de mostrar trabalho. Se seguir nesse ritmo de 2017, será seu último ano de F1.

Para Kimi. Uma pena. Um piloto submetido ao papel de segundo piloto e aos caprichos de um – cada vez mais – genioso Vettel. É poupo para o talento de Raikkonen. Apesar de ter só um título, Kimi poderia ter levado os títulos de 2002 (onde seu rápido conjunto quebrou em 10 de 17 corridas) ou em 2005 (quem lembra da quebra de suspensão em Nurburgring?). Seria um dos tri-campeões da história, justificaria todas as apostas em seu talento.

Mas Kimi hoje virou um “meme” de seu talento. Gostamos mais dos seus momentos de destempero pelo radio, de suas evasivas em entrevistas, do que sua pilotagem exuberante. Estava na hora de Kimi abrir uma das melhores vagas do grid para um novo talento.

A fila da Ferrari é longa…

Felizmente, as decepcionantes férias dos bastidores terminam em Spa! Uma bela corrida com dois time e dois super-campeões lutando pelo título. Não vamos esquecer que ainda tem um Bottas ali na boca esperando algum deslize dos dois que ponteiam a tabela.

Será mais um grande embate para lavarmos a alma. Fim de férias! Obrigado!

Abraços
Flaviz

Flaviz Guerra
Flaviz Guerra
Apaixonado por automobilismo de todos os tipos, colabora com o GPTotal desde 2004 com sua visão sobre a temporada da F1.

1 Comments

  1. Mauro Santana disse:

    Grande Texto Flaviz!

    E neste final de semana em Spa, surgiu um forte boato de que o Alonso pode ir para a Williams no lugar do Massa, pois a equipe de Sir Frank estaria recebendo uma ajuda bem gorda do pai de Lance Stroll para que possam trazer Alon$o para 2018.

    Vamos aguardar.

    E também teremos as 11h30 o GP de Silverstone da Motogp.

    Ou seja

    Domingão estará com todo gás!

    Excelente GPs a todos!

    Abraço!

    Mauro Santana
    Curitiba-PR

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