Vencedores!

“AQUELE DIA, NO ESTORIL”
18/12/2003
ALERTA AMARELO
05/01/2004

Panda

Durante as suas férias, me valho da ajuda do Ricardo Divila, que envia gentilmente do Japão duas listas espertíssimas: quantos pilotos/vitórias em GPs cada país tem e quais são os carros de maior sucesso na história da Fórmula 1. Vamos a elas:

Número de pilotos que participaram de GPs por países mais representativos, até Japão 03

Inglaterra – 129 pilotos
Itália – 92
França – 78
Estados Unidos – 51 (sem contar Indianápolis anos 50)
Alemanha – 46
Brasil – 27
Argentina – 24
Suíça – 23
Bélgica – 22
Austrália – 16
Japão – 16
Áustria – 15 vitórias (incluindo Klien, o novo piloto da Jaguar)
Canadá – 13
Escócia – 13
Espanha – 12

E agora a lista de vitórias e o número de pilotos que venceram GPs, por país

Inglaterra – 124 vitórias, 11 pilotos
Brasil – 86 vitórias, 5 pilotos
Alemanha – 81 vitórias, 5 pilotos
França – 79 vitórias, 12 pilotos
Escócia – 66 vitórias, 4 pilotos
Áustria – 49 vitórias, 3 pilotos
Itália – 40 vitórias, 14 pilotos
Argentina – 38 vitórias, 3 pilotos
Austrália – 26 vitórias, 2 pilotos
Finlândia – 26 vitórias, 3 pilotos
Estados Unidos – 22 vitórias, 5 pilotos
Canadá – 17 vitórias, vitórias, 2 pilotos
Nova Zelândia – 12 vitórias, 2 pilotos
Suécia – 12 vitórias, 3 pilotos
Bélgica – 11 vitórias, vitórias, 2 pilotos
África do Sul – 10 vitórias, 1 piloto
Irlanda do Norte – 9 vitórias, 2 pilotos
Colômbia 3 vitórias, 1 piloto
Suíça – 2 vitórias, 2 pilotos
México – 2 vitórias, 1 piloto
Espanha – 1 vitórias, 1 piloto

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Alguns comentários:

1 – a Inglaterra é a capital mundial da Fórmula 1, não se discute, mas o Brasil quase chega lá, principalmente se considerarmos que a Inglaterra tem pilotos vencedores desde os anos 50 e que o Brasil só entrou na brincadeira vinte anos mais tarde. Será que alguém se habilita a calcular como seria o placar Inglaterra x Brasil considerando as corridas a partir do GP da Inglaterra 70, quando Emerson estreou na categoria?

2 – Mais um argumento pró Brasil. No placar de campeonatos, está 8 a 8. Sabichões, os ingleses dizem que contam 12 título, incluindo na conta também os títulos dos escoceses Clark e Stewart. Quando interessa, eles se apresentam como Grã-Bretanha…

3 – E outro mais: em média de vitórias/pilotos vencedores, estamos na frente: 17,2 vitórias, em média, para Emerson, Moco, Piquet, Senna e Rubinho. Tire fora a vitória de Moco e saltamos para 21,25, número que nem Schumacher ganhando tudo daqui até ter barbas brancas conseguiria atingir. Mas como não dá para ser tão seletivo assim nas estatísticas, acho bom Rubinho e Massa acertarem a mão, senão vamos ficar para trás da Alemanha logo logo, já que Escócia e Áustria, que têm médias próximas às nossas, não ameaçam no momento.

4– Entre os países que já venceram GPs e agora entraram na fila, o caso pior é o do México: 32 anos. Argentina também está mal na foto: 21 anos, mais até que a Seleção deles.

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O rol dos 20 carros com maior número de vitórias na Fórmula 1 é o seguinte:

1. McLaren M23, 16 vitórias entre 73 e 76
2. McLaren MP4-4, 15 vitórias em 88
3. Ferrari F2002, 15 vitórias em 02 e 03
4. Ferrari 500, 14 vitórias em 52 e 53
5. Lotus 25, 14 vitórias entre 62 e 65
6. McLaren MP4-2, 12 vitórias em 84
6. Williams FW18, 12 vitórias em 96
8. Benetton 195, 11 vitórias em 95
9. McLaren MP4-5, 10 vitórias em 89
10. Williams FW14B, 10 vitórias em 92
10. Williams FW15C, 10 vitórias em 93
12. Ferrari F1-2000, 10 vitórias em 2000
13. Ferrari F2001, 10 vitórias em 01 e 02
14. Mercedes W196 – 9 vitórias em 54 e 55
14. Vanwall VW – 9 vitórias em 57 e 58
16. Ferrari 312T, 9 vitórias em 75 e 76
17. Williams FW11 – 9 vitórias em 86
17. Williams FW11B – 9 vitórias em 87
17. McLaren MP4-13 – 9 vitórias em 98
20. Ferrari 312T2 – 9 vitórias, entre 76 e 78

A lista foi compilada por Caroline Reid e posso repassa-la aos leitores que escreverem para a gente. Além da ficha técnica do carro, há uma foto e um texto singelo sobre cada um deles. Caroline usou como critério de desempate a relação vitórias/largadas.

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A forma usada por Caroline para classificar os carros levou a uma grande injustiça: a exclusão da lista do Lotus 72, carro concebido por Colin Chapman, o pai de todos os projetistas da F1.

Aquelas letrinhas que vinham depois do 72 (C, D e E, além da versão original, sem letra nenhuma) foram consideradas por ela como modelos novos e nenhum deles atingiu o mínimo de vitórias para integrar a lista. Se não me engano nas contas, o Lotus 72, juntando todos os modelos (ou melhor dizendo, submodelos), venceram 20 GPs, com Rindt, Emerson e Peterson entre 70 e 74.

E o carro ainda competiu 75 inteiro!

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Outra curiosidade decorrente da lista de Caroline: quem são os projetistas de maior sucesso da Fórmula 1.

Considerando apenas a lista da moça, chegamos ao seguinte ranking:

1 – Rory Byrne, projetista dos três Ferrari da série F e do Benetton 195 – 46 vitórias
2 – Adrian Newey, projetista dos Williams 14B, 15C e 18 e do McLaren 4/13 – 45 vitórias
3 – Gordon Murray, projetista dos McLaren 4/4 e 4/5 – 25 vitórias
4 – Mauro Forghieri, projetista dos Ferrari 312 – 18 vitórias
4 – Patrick Head e Frank Dernie, projetistas dos dois Williams F11 – 18 vitórias

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Esta lista é precaríssima na medida em que considera apenas os 20 carros mais vencedores. Sinceramente não sei como ficaria depois de incluir nelas os projetistas dos carros que vêm a seguir no ranking dos vencedores.

Certamente Colin Chapman e Mauro Forghieri dariam um salto gigantesco pois trabalharam durante mais de vinte anos como responsáveis pelos projetos da Lotus e Ferrari (detalhe: Forghieri era responsável por chassis e motores da Ferrari além de responsável pela chefia da equipe nas pistas. Ah, sim: nas horas vagas, projetava esporte-protótipos, Fórmulas 2 e carros de Can-Am…).

Mas Newey, Byrne e Murray (responsável pelas Brabham de Lauda e Piquet) também têm em sua conta vários carros vencedores e que não entraram na lista. E Patrick Head também saltaria firme para cima, mesmo tendo se distanciado nos últimos tempos do projeto direto dos carros, limitando-se a supervisionar seus engenheiros (imagino que seja algo do tipo: “boa idéia, vá em frente”, “isso não vai dar certo” etc.).

Quem sabe algum leitor se habilita a mergulhar mais fundo nas estatísticas durante as férias de final de ano.

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A partir de hoje, entramos em férias coletivas, voltando ao ar em 5 de janeiro. Eu emendo as coletivas com férias cristãs até o começo de fevereiro, entregando este filho meu tão querido aos cuidados do Panda. A partir de segunda-feira, mudamos a nossa home page, chamando para algumas das nossas colunas mais legais.

Encerro agradecendo a Dani, Maurício, Bob Sharp, Tite e Luis Fernando Ramos – o Ico – o empenho e atenção durante todo o ano e, claro, à amizade generosa dos leitores que conquistamos aqui neste espaço.

Boas Festas a todos!

Eduardo Correa 

Eduardo Correa
Eduardo Correa
Jornalista, autor do livro "Fórmula 1, Pela Glória e Pela Pátria", acompanha a categoria desde 1968

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