A hora de Hamilton

Ferrari diz a que veio
17/09/2019
Em busca da competitividade perdida
23/09/2019

Ainda não é possível compreender como um dos campeonato mais certos de ser vencido por um piloto pode ser um dos mais emocionantes dos últimos anos.

Há belas corridas. Novos talentos se provando dignos de nossa admiração. Um campeão em grande forma.

O fim da temporada europeia inicia a fase mais globalizada da F1. Começaram as viagens intercontinentais pela com o brilho das luzes artificias de uma bela corrida noturna, pronta pra testar novamente a habilidade da turma de 2019.

Chegou a hora de Hamilton selar seu título com a maestria de um pentacampeão?

Nas luzes da cidade, já podemos dizer que a pista é um clássico da F1?
Quem esteve por lá afirma que é uma das provas com melhor atmosfera da temporada. Cercada de eventos, shows, uma grande festa. As corridas todas são movimentadas, dinâmicas, marcantes. Não há áreas de escape dantescas. Aqui, como a gíria de futebol adaptada, a pista pune! Isso movimenta o circuito e traz mais desafios para os pilotos.

Com uma extensão total de 5.063 km, Singapura é uma das mais longas da F1. Nisso você ainda soma o calor e alta umidade, o desafio só cresce. Espaço aberto para grandes apresentações de pilotos mostrarem seu talento. Não estranhamente, só 3 pilotos são vencedores repetidos nessa pista: Hamilton (4), Vettel (4) e Alonso (2). Alguém duvida que são os melhores dos últimos anos?

Brincando, brincando, já se foram 11 anos do Crashgate de Singapura. A pataquada entre Alonso, Piquet Jr, Renault e Flavio Britaore aconteceu justamente na estreia da pista de Marina Bay no calendário. Acredito que é um dos maiores vexames da história recente da F1. Lá em 2008 a pista fez a “trinca” pra entrar na história: novo autódromo, primeira corrida noturna e um escândalo.

Ainda teve a mangueira presa na Ferrari de Massa. Como esquecer?

Grosjean.

O sobrenome, escrito acima, com um ponto final: era tudo que caberia na pauta pra falar do francês nessa temporada. Mas fomos surpreendidos novamente, como diria o poeta.

Será o quarto ano da dupla da Haas, o quinto de Grosjean. Tem alguma coisa que não vemos e que ninguém conta. Gene Haas tem contrato de venda de máquinas pro Governo Francês e não quer desagradar a rapaziada?

Na retrospectiva de 2019, pode adicionar esse anúncio na lista de anticlímax da temporada.

A Ferrari vem de dois lindos momentos. Com foram em Monza e Spa e da forma que foram, levantam duas suspeitas. A primeira é óbvia, só vão andar assim em pista que só dependem do motor? A segunda é contraditória e levantada pelas adversárias, o que fizeram nesse motor? Mais especificamente nas baterias. A Ferrari traz atualizações para Cingapura, quer prender a frente do carro no chão e sanar a maior reclamação de Vettlel. Sobre as baterias, em Monza era absurda a saída da parabólica. O carro “pulava” e abria das Mercedes de uma forma impressionante.

No time prateado, a pior pista pra se recuperar. Travada, abafada, quente e úmida. O carro da Mercedes sofre demais com o calor. Importante identificar que em Mônaco e na Hungria, Hamilton ganhou, mostrando um acerto melhor do carro desse ano para pistas travadas. É esperar os primeiros treinos para entender até onde o carro da Mercedes vai e a diferença que o pentacampeão pode descontar.

Para a Red Bull, chance clara e nítida de vitória. Está na briga, pelo mesmos motivos da Mercedes mostrados logo acima: foi bem na Hungria e Monaco. Tem tudo para andar bem aqui. A maior atração deve ser o desempenho de Albon. Na Bélgica ele largou de trás, na Itália foi a vez de Verstappen. Será a primeira vez (tudo indica) que os dois irão para uma classificação em condições de igualdade. Será hora de justificar essa promoção recebida com 6 meses de emprego!

Só um lembrete. Final da Indycar também na programação. Temos a volta de Laguna Seca e seu magistral saca-rolha. Não dá pra ficar de fora da agenda do domingo.


Avance para 3:55, onde começa a última volta da prova. Só pra lembrar das maravilhas de Laguna Seca.

No box da Williams, surpresa. Robert Kubica decidiu se afastar da categoria ao final do ano.
Disse que a F1 e o carro da Williams lhe cobram um alto preço em dedicação com pouco retorno em prazer e alegria.

Parece legítimo.

Friamente, está levando um passeio de um novato. Não faria sentido para Williams mantê-lo.

Mas a história de Kubica merece aplausos de pé. É nítida nas imagens dos boxes as sequelas do acidente e dominar um F1 deve ter sido a maior realização possível. Agora é hora de buscar diversão competindo, alguma boa categoria irá recebê-lo de braços abertos.

Será que o Barrichello não convida ele pra uma corrida de duplas no Stockão?

Leclerc é apenas o 11º piloto a vencer uma prova em Monza pela Ferrari. Schumacher, o Grande, obviamente, é o maior de todos e venceu 5. Os mais próximos, venceram duas.

Tá aí um recorde que tá difícil pro Hamilton bater.

No resto do pelotão, devemos ter uma nova ordem, pós-Monza. Dificilmente a Renault vai liderar esse grupo como fez na veloz pista italiana. Quem deve aparecer com alguma vantagem: Mclaren e Toro Rosso. São dois chassis que estão entre os mais neutros do ano. Não são um fiasco total ou super destaque em determinadas pistas.

Um tiquinho mais atrás, aquele bolo de Alfas e Racing Points. As duas estão trocando tintas esse ano e devem continuar nessa tocada também para a prova de Cingapura. Único destaque relevante para esse grupo de 4 pilotos é a crescente de Giovinazzi. Parece que o rapaz fez a lição de casa nas férias de verão e vem crescente de produção, se equiparando a Raikkonen em alguns momentos.

A Renault tende a dar vexame, ali junto com a Haas. São duas equipes que sofrem com níveis baixíssimos de downforce. No lado “emocional”, também estão no chão: uma dispensou um piloto que ficou sem vaga na F1 e a outra confirmou a mesmice da dupla de sempre. Não dá pra esperar muito num cenário assim, não é mesmo?

Lá no fundo, não vamos esquecer da Williams. Garantida no fundo do pelotão, torcemos muito para que estejam trabalhando no carro de 2020 desde já. Qualquer piloto que assumir a vaga de Kubica não merece o mesmo destino do heroico polaco.

A Haas certamente na sua pior temporada, corre na pista de sua primeira (e única) volta mais rápida da história. O destino também não poderia ser mais caprichoso, também é o local da primeira volta mais rápida de Nico Hulkenberg!

Uma pista de esforço máximo para os pilotos. Concentração, técnica e resistência. Nessas condições há um pentacampeão que costuma se sobressair.

Depois de duas corridas cerebrais, minimizado as perdas de não ter o melhor pacote para a pista, é esperada uma atuação de gala de Hamilton. Algo perto da perfeição para superar, com autoridade, o ímpeto juvenil de seus concorrentes.

Só por isso, um Grande Prêmio imperdível!

Qual seu palpite pra esse fim-de-semana?

Abraços
Flaviz

Flaviz Guerra
Flaviz Guerra
Apaixonado por automobilismo de todos os tipos, colabora com o GPTotal desde 2004 com sua visão sobre a temporada da F1.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *