Cobra com asa

Voltamos, ao clássico!
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Despedida em velocidade pura
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Foi-se o tempo em que batidas na largada não eram sinônimo de corridas privadas de seus atores principais. Os saudosos carros reservas, que tantas vezes garantiram corridas interessantes no passado, há muito foram abolidos a título de economia.

Diz o ditado que Deus não dá asa a cobra, numa metáfora que soa como uma espécie de compensação. Uma serpente alada, afinal, representaria um perigo excessivo para as demais criaturas, e isso não combinaria com a perfeição do Divino. A mensagem, claro, deve ser transportada para os demais ramos da existência. Todavia, quando analisamos com maior atenção os comportamentos de Pastor Maldonado e Romain Grosjean nas pistas, ficamos com a sensação de que esta regra pode ter lá suas exceções. Afinal, como duas pessoas tão descompensadas puderam nascer com tamanho talento para guiar no limite?

Ao tentar descrever a boçalidade cometida por Grosjean na largada deste GP belga, me vejo às voltas com expressões como “diarreia mental”, “pane cerebral”, e afins. Apesar de todas as vacinas que a conhecida perseguição de Galvão Bueno ao rapaz sugerem, não, desta vez não dá para amenizar. Besteira, grosseria, estupidez… Seu quinto acidente em início de corrida no ano, que pode muito bem alterar os rumos de um campeonato marcado pela melhor campanha individual de um piloto nos últimos tempos. Alonso, não custa lembrar, ocupava a terceira posição quando foi abalroado, considerando que Maldonado obviamente seria punido…

E o Pastor? Penalizado pela 9ª vez na temporada ainda durante a classificação, ele queima a largada da forma mais grotesca possível, e depois ainda consegue acertar o pobre do Timo Glock na 1ª volta após a relargada. Resultado: duas novas punições que, somadas, hão de lhe custar 10 posições no grid em Monza. Ao menos ele irá largar, ao contrário do franco-suíço, que cumpre suspensão.

Não, não dá para entender. Porque se estivéssemos aqui falando de pilotos lentos, dependentes de uma largada kamikaze para conseguirem algum resultado decente, a coisa seria um tanto mais compreensível. Mas não, ambos são conhecidos pela velocidade que são capazes de imprimir e, somando isto ao patrocínio que um traz, e à nacionalidade que o outro ostenta, não seria exagero dizer que um longo e profícuo futuro estaria ao alcance dos dois na categoria. Se hoje ambos estão sob pressão, a culpa é única e exclusiva deles próprios.

Agora imaginem as conseqüências deste tipo de pilotagem há 30, ou 40 anos atrás…

Foi-se o tempo em que batidas na largada não eram sinônimo de corridas privadas de seus atores principais. Os saudosos carros reservas, que tantas vezes garantiram corridas interessantes no passado, há muito foram abolidos a título de economia. Economia porca, devo acrescentar. Afinal, sabemos que a presença de um terceiro carro por equipe pouco alteraria a quantidade de peças de reposição de cada time, desde que, é claro, sua utilização fosse restrita a casos como o de hoje. O que gera custos, de fato, é a constante pesquisa evolutiva. E, no caso da F1, é também ela quem garante os investimentos e a atenção atreladas a quem alinha os melhores carros e pilotos do mundo, numa equação que se sustenta.

Se tantas vezes o esporte é maculado em nome do que se define como “espetáculo”, então por que não pagar o preço do carro reserva, numa medida que traria benefícios às duas esferas?

Em linhas gerais, seria possível dizer que o GP da Bélgica em 2012 foi uma busca coletiva por minimizar os prejuízos.

Sem qualquer informação válida que pudesse ser extraída da sexta-feira, pilotos e equipes tiveram que definir relações de marcha praticamente no escuro, e tiveram apenas uma hora na manhã de sábado para estabelecerem detalhes mais finos de seus acertos mecânicos. Button, por exemplo, ainda reclamava fortemente de seu acerto durante a Q1, antes de encontrar o equilíbrio que lhe valeria pole position e vitória nos momentos seguintes.

Nesse cenário, é preciso destacar as atuações do próprio Button, além de Kobayashi e Pastor Maldonado. A pole do inglês – e sobretudo a margem com que a conquistou – parece confirmar que a McLaren tem o carro mais rápido do momento na F1. Claro que Jenson também teve seus méritos, ao conseguir um setup muito mais adequado que o de seu companheiro de equipe. Mas seu desempenho teve rivais a altura nas duas posições seguintes.

A segunda colocação de Kobayashi, além de registrar um grande momento do piloto, confirma também o potencial deste carro da Sauber. Repleto de inovações interessantes, amigável com os pneus e aparentemente fácil de ser desenvolvido, o modelo C31 mostrou suas virtudes no traçado mais completo do ano, também pelas mãos de Sergio Pérez. Antes, é claro, de evidenciar os problemas da equipe, logo no grid de largada.

E por fim, durante a corrida, poucos foram os pilotos que conseguiram aplicar uma estratégia convencional até o momento da bandeirada. Abalroados na largada, ou condenados a guiar 300 quilômetros ao volante de carros mal acertados, raros foram os competidores que não precisaram rever seus planos ao longo do GP. Entre eles destaque para Kimi Räikkönen que, se não tivesse começado a corrida num jogo de pneus bastante desgastado, parecia ter forças para brigar pela vitória.

Kimi, aliás, protagonizou o grande momento do dia, ao superar ninguém menos que Michael Schumacher no mergulho para a Eau Rouge. Plasticamente a manobra foi muito semelhante à que Mark Webber realizou sobre Fernando Alonso ano passado, mas as coincidências ficam por aí. Ano passado Fernando vinha saindo dos boxes e não tinha velocidade plena, ao passo que na manobra deste ano ambos vinham em trem de corrida normal.

Além disso, vale destacar que Räikkönen já havia realizado uma manobra convencional anteriormente, apenas para ser superado com facilidade na subida para a Les Combes. Seu carro tinha velocidade final muito inferior, de maneira que ele não poderia passar antes ou depois da curva mais espetacular do calendário. O jeito, portanto, foi passar justamente nela.

É impressionante como Kimi se sente à vontade em Spa. E com mais este pódio, o finlandês surge com chances reais de se tornar o primeiro campeão da história a não ter vencido nenhuma corrida no ano do título.

Obviamente que uma prova realizada em meio a improvisos, tanto mais numa pista como Spa, trará sim diversas disputas, e muitas ultrapassagens. No entanto, não comungo do entusiasmo que andei lendo e ouvindo a respeito da corrida, justamente por considerar que ela foi extremamente nivelada por baixo. Tanto pela meteorologia quanto pelo acidente na largada. Em resumo: foi boa, mas podia ter sido muito mehor.

Entre as implicações da batida, por sinal, deve se registrar a interrupção de corridas pontuadas por Fernando Alonso. Com 23 pontuações consecutivas, Fernando corria para igualar a marca de Michael Schumacher, até ser atropelado por Grosjean.

Quanto aos brasileiros, há pouco o que falar. Bruno Senna voltou a ter problemas nos treinos, desta vez com o DRS acionado na rapidíssima Pouhon. Largou na 17ª posição, e novamente teve que remar para chegar aos pontos. Começou a prova muito bem, e se aproveitou da ótima velocidade final de se carro para sustentar a oitava posição diante de conjuntos mais rápidos. Parou cedo, na 16ª volta, e depois tentou levar o carro até o fim, até sofrer com um furo que o obrigou a parar na 40ª volta e destruiu de vez sua corrida. Assinalou sua 1ª volta mais rápida de sua passagem na F1, mas não teve tempo de retornar aos pontos.

Já Felipe teve um fim de semana mais convencional. Não encontrou um acerto satisfatório para o fim de semana, e sofreu com o tráfego na Q1. Partiu bem da 14ª posição, mas perdeu todo o progresso no momento de contornar os destroços da 1ª curva. A partir de então, colocou em prática uma estratégia bem definida e fez uma corrida competente para terminar na 5ª colocação, lucrando com os erros e problemas de seus adversários diretos. Não teria terminado nesta posição em condições normais, mas fez a sua parte e não cometeu erros aparentes.

Para encerrar, fica aqui o registro dos 300 GPs de Michael Schumacher. Uma marca extremamente expressiva, no fim de semana em que o tedesco celebrou também os 21 anos de sua estreia, e os 20 anos de sua primeira vitória na categoria.

Com seus altos e baixos, grandes desempenhos e algumas bolas fora, a carreira de Schumacher representa um capítulo de destaque na história do automobilismo, e será eternamente lembrada pelos amantes deste esporte.

Sorte a nossa, termos visto esta parte da história sendo escrita.

Forte abraço a todos, e até Monza.

Márcio Madeira
Márcio Madeira
Jornalista, nasceu no exato momento em que Nelson Piquet entrava pela primeira vez em um F-1. Sempre foi um apaixonado por carros e corridas.

25 Comments

  1. Mauro Santana disse:

    Gilles era uma figura mesmo!

    http://www.youtube.com/watch?v=1bp7DAv0WWo

    Neste episódio do GP de Silverstone de 1981, ele erra, roda sozinho e leva mais dois com ele, que se não estou engando são o Andrea de Cesaris e o Alan Jones, só que ambos abandonam e ele, Gilles, volta a pista com sua Ferrari em frangalhos.

    Olha, que se Gilles, Mansell, de Cesaris, Nakajima e tantos outros estivessem correndo hoje, iriam disputar palmo a palmo o troféu piloto mais punido do ano.

  2. Mauro Santana disse:

    O engraçado foi o Hamilton fazendo gestos e chamando o Grosjean de louco!

    O Sujo falando do imundo!

  3. Então, eu não sou de forma alguma favorável à política de punições que tenta esterilizar a F1 nos últimos tempos. Mas, da mesma forma, condeno veementemente esta geração que se formou sob exemplos como o que Michael Schumacher deu mais uma vez, ignorando Vettel no momento de guinar aos boxes. Uma geração de pilotos que se acostumou a bater e não se ferir, e que talvez por isso guie monopostos como se fossem carros de turismo.
    Acho que Grosjean e Maldonado exageram, e voltaram a fazer isso ontem. Da forma como vejo, Romain não podia mudar de trajetória indo além da margem imaginária de um carro, sem estar certo de que não havia ninguém lá. É largada, é Spa, é quase certeza de problema. E se Grosjean não buscou a extremidade interna da pista, então presumo que ele intuía a presença de algum piloto ali, e apenas buscava fechar ou inibir sua trajetória. Errou o cálculo, ao dar vazão a este vício feio que é espremer até o limite.
    Claro que valorizo o arrojo e a decisão, mas do jeito que o próprio Senna descreveu ao Edu, poucos meses antes de morrer. Arriscar tudo sim, mas com certeza do que está fazendo, com conviçcão, sem dúvidas de que irá funcionar. Ou, do contrário, como Senna lembrou na mesma entrevista, toda aquela audácia se transforma em frustração.
    Mas claro que curto muito a variedade de opiniões, tanto mais quando elas servem para trazer Edu ao nosso fórum. E essa convivência produtiva com as discordâncias, meu amigo, é lição valiosa que aprendi contigo.
    Abraço, e tudo de bom.

    • Mauro Santana disse:

      Tenho lido e escutado de vários, que o Grosjean foi culpado em mudar a trajetória.

      Ok, ele fez isso, as imagens não deixam duvida.

      Mas aí, eu pergunto:

      E o Hamilton, por que não mudou sua trajetória?

      Aonde esta a sua direção defensiva!?

      O cara não fez nada!

      http://www.youtube.com/watch?v=lBM4KpxfsPc

      Vejam nesta por este ângulo!

      Pra mim, ele poderia ter evitado sim o toque do Grosjean, mas…

      Abraço!

      Mauro Santana
      Curitiba-PR

    • Lucas dos Santos disse:

      Realmente, Mauro. Eu também me perguntei isso ao ver as imagens da câmera onboard da McLaren número 4.

      A princípio eu cheguei a conclusão que se o Hamilton tentasse desviar do Grosjean ele colocaria as rodas na grama e acabaria rodando. Mas vendo do ângulo desse vídeo, não dá para negar que ainda havia espaço.

      Enfim, só o próprio Hamilton para responder isso, pois, vendo de fora, fica mesmo aquela sensação de “ao menos poderia ter tentado”.

    • Caros Mauro e Lucas, legal o ângulo deste vídeo, obrigado por dividirem.
      Entendi o ponto de vocês, pois num primeiro momento Lewis ainda tinha uma pequena margem de manobra. Mas reparem que Grosjean cruza praticamente a pista inteira, e continua espremendo Hamilton até o limite com a grama. A meu ver, a única opção que restou ao inglês foi tirar o pé do fundo, e mesmo assim de forma antecipada, porque logo as rodas dos dois carros estariam alinhadas e o resultado poderia ter sido ainda mais violento.
      Pra mim, Grosjean continua sendo o grande culpado dessa história, por ter escolhido sua trajetória sem considerar a quantidade de carros que o cercavam, e o famoso cotovelo que tinha pela frente.
      Como contraponto, lembro a brilhante largada do Piquet nessa mesma pista, em 1991. Schumacher o havia superado por dentro, então Nelson mergulhou por fora recuperando a posição. E o fez com tanta classe, que já preparou a ultrapassagem sobre a mais potente McLaren de Berger logo depois da Eau Rouge.
      Acho que Romain se afobou, e em vez de pensar em uma ou duas posições, quis deixar o pelotão inteiro para trás numa única manobra.
      Mas, diante de tantas opiniões diferentes, só posso concluir que o tema é um tanto subjetivo, e que por isso mesmo a punição talvez tenha sido equivocada. Tanto mais sem o devido respaldo regulamentar.
      Abraços!

    • Allan disse:

      ‘Exatamente, Marcio. Hamilton não tinha o que fazer ali, até porque Grosjean estava com sua roda traseira direita a frente e alinhada verticalmente com a dianteira esquerda do Hamilton. Só se fosse pro muro para evitar a batida.

    • Allan disse:

      Aliás, revendo o vídeo ainda busco o entendimento dos dois ali em cima de que Hamilton teve “alguma culpa” ou mesmo não praticou “direção defensiva”. O vídeo é muito claro ao mostrar que Grosjean veio como um raio pra cima do Hamilton, estava um pouco a frente (como eu tinha dito) e, não satisfeito, ainda deu um toque no Hamilton que causou o acidente, tudo muito rápido. Pelo vídeo só não dá pra saber se a guinada ainda mais drástica foi porque Grosjean não olhou no retrovisor ou se foi em decorrência em um leve toque antes, mas aposto na primeira hipótese. Hamilton é tão culpado do acidente quanto Alonso.

  4. Mauro Santana disse:

    Uma coisa me chamou a atenção neste GP, foi a quantidade de rodas que se soltaram dos carros após os acidentes.

    Na rodada do Indiano karthikeyan da HTR, foi só o carro bater na barreira dos pneus, e bummm, uma das rodas traseiras já subiu girando no ar, e olha que a batida não foi muito forte.

    E aquele sistema que “amarrava” o eixo, evitando que roda e eixo se soltasse em caso de acidentes, não existe mais!?

    Abraço!

    Mauro Santana
    Curitiba-PR

  5. Mauro Santana disse:

    Concordo contigo Edu, o acidente na largada foi um acidente de corrida, e isso à alguns anos atrás, passaria em branco.

    Mas hoje, qualquer esbarrão, já é motivo para punição, e aí, os caras não arriscam mais por medo de serem punidos.

    E o Hamilton é um chorão, que fica postando as telemetrias no twiter.

    Quando que grandes campeões do passado iriam fazer algo deste tipo!?

    E vamos para Monza, outro templo sagrado!

    Abraço!

    Mauro Santana
    Curitiba-PR

  6. Fernando Marques disse:

    Só pude assistir a largada do GP da Belgica … mas pelo visto não perdi o maior momento da corrida. A lambança do Grosjean pode não ter sido boa para a corrida em si pois aniquilou o Alonso e o Hamilton mas confesso que ver uma porrada daquelas excita os animos.
    Eu acho que alem do Maldonado, o Kobayashi tambem não fez uma boa largada. Seu carro tinha problemas, se não me engano freio superaquecidos e fumava por tudo quanto era lado. Num circuito onde após a largada tem-se um cotovelo dificil de se fazer sozinho, imagina então após uma largada …. sempre tem encrenca … e mesmo que o Grosjean não tenha se atrapalhado, acho que haveria toques devido a largada irregulares do Maldonado e Kobayashi.
    O restante da corrida não pude ver mas pelo visto Jason Button não teve adversarios.
    Mas questiono o MArcio em relação a Mclaren estar ou ser a mais rapida então neste momento … no inicio do ano parecia que veríamos uma Mclaren sendo a mais rapida e isto não aconteceu … a temporada da Formula em 2012 creio que não permite tal analise geral e sim apenas corrida por corrida … ninguem foi soberano por mais de uma corrida este ano … nem Alonso com suas 3 vitorias … sob o aspoecto de ter o carro mais rapido .
    Com relação a Massa e Senna continuaram tão coadjuvantes como vem sendo este ano …

    Fernando Marques
    Niterói RJ

  7. Edu disse:

    GROSJEAN NÃO MERECEU A PUNIÇÃO
    Como diria Ricardo Lewandowski, peço vênia para discordar do Marcio, eminente autor da coluna: não creio que Romain Grosjean mereça a punição que recebeu e considero que os acontecimentos na largada em Spa podem ser definidos como um típico acidente de corrida.
    Grosjean largou bem, viu a pista livre à frente – gentileza da queimada de Pastor Maldonado – e escolheu uma boa trajetória: chegar à curva por dentro. Foi ousado e, como sempre, desastrado – mas apenas isso. Não acho que a punição que recebeu seja proporcional ao seu erro. Muito pior, em minha opinião, fez Michael Schumacher à frente de Kimi Raikkonen.
    Voltando a Grosjean, o erro objetivo que lhe pode ser imputado foi ter avançado uns dez centímetros mais do que deveria em direção ao McLaren de Lewis Hamilton. Não creio que Grosjean possa ser culpado de ter fechado a trajetória de Lewis; ele o estava deixando totalmente para trás quando a roda traseira do Lotus enganchou na roda dianteira do McLaren.
    Posso concordar com falta de habilidade combinada a excesso de pilha – ok, concordo que Grosjean não pensa muito nas largadas… – mas nada muito diferente do que já vimos e até elogiamos tantas vezes: alguém que vai pra cima, que tenta fazer a diferença mas que erra. Ou seja: um acidente próprio de uma corrida.
    Pra terminar: se li o comunicado certo, a Fia fica devendo a justificação da punição de Grosjean à luz do regulamento. Do jeito que está, dá a impressão de que se ele tivesse a dupla da HTR tinham ficado por isso mesmo.
    Abraços
    Eduardo Correa

    • Rafael Carvalho de Oliveira disse:

      A quanto tempo não vejo seus comentarios Edu! Não sei se você vai concordar comigo, mas seguindo o seu raciocinio quando o Ralph Schumacher acertou a traseira do Barrichello na Australia no começo dos anos 2000, os comissarios não puniram o Ralph! Essa F1 de hoje esta igual shopping center tudo limpinho, arrumadinho! É um saco

    • Lucas dos Santos disse:

      Olá Edu,

      A punição do Grosjean parece ter sido baseada nos erros que ele vem cometendo nas largadas ao longo da temporada e não somente no fim de semana belga. Um piloto que não cometera nenhum erro ou não recebera nenhuma punição previamente, dificilmente receberia a mesma punição que o Grosjean nessa ocasião. Dessa vez as circunstâncias foram mais sérias do que de costume e isso, aparentemente, acabou sendo “a gota d’água”. Mas parece que não foi por isso que o piloto foi punido.

      Eu concordo com você que a FIA parece não ter conseguido expressar claramente (seria o velho problema da redação?) o motivo da punição em seu comunicado. O comunicado da FIA diz que o incidente foi considerado uma quebra extremamente séria de regras, tendo potencial de machucar outras pessoas e eliminando da corrida candidatos ao título.

      “The stewards regard this incident as an extremely serious breach of the regulations which had the potential to cause injury to others. It eliminated leading championship contenders from the race”.

      O incidente realmente teve o potencial de ferir seriamente outras pessoas. Até aí tudo certo. Mas o comunicado é muito superficial ao dizer apenas “regras foram quebradas” sem dizer claramente QUAIS regras foram quebradas. E ao incluir na justificativa que o acidente eliminou candidatos ao títulos da corrida, acaba colocando em dúvida o que aconteceria se os pilotos envolvidos no acidente não fossem candidatos ao título.

      Enfim, eu concordo com a punição. Só não concordo com o motivo alegado pela FIA. Se for considerar apenas o que é oficial e está documentado, a punição é injusta e dessa forma, Edu, entendo perfeitamente o seu ponto de vista.

    • Edu disse:

      Oi Rafael

      o incidente entre Ralph e Rubinho foi tão bizarro (veja em http://www.youtube.com/watch?v=evwB22JqRsU&feature=related) que nem sei o que escrever. Punir a mudança de trajetória do brasileiro ou a combinação de aparente distração e braço duro do alemão? Mas, fosse hoje, alguma punição os comissários dariam…

      Oi Lucas

      concordo plenamente que a “ficha policial” do Grosjean deve ter pesado e muito na punição.

      Abraços a ambos

      Edu

    • Carlos Chiesa disse:

      Penso que você tem razão, Edu. Mas que o Grosjean tem também um talento especial para se meter em encrencas que arruinam corridas logo no início não há dúvida. Talvez a punição seja mais para bloquear essa tendencia do que para atender a uma infração ao regulamento.

      Chiesa

    • Lucas Giavoni disse:

      Sigo o parecer do revisor do processo… que dizer, o Edu.

      Também não daria gancho pro Romão Grojão, por entender que tratou-se de acidente de corrida – ainda mais quando é nítido que Hamilton estava num ponto cego. Meu argumento está em três parágrafos que escrevi na coluna Vitória Popular, do GP de Valencia :

      Estes julgamentos da FIA sobre os incidentes de pista são irritantes. Assim como Galvão, a “patrulha” de comissários fica todo o tempo a tentar achar um bandido quando há um choque. Deturpam totalmente o conceito de culpa e pouco consideram o conceito de “incidente de corrida”. Todos são competidores, dispostos a arriscar a avançar diante do concorrente e os acidentes são inerentes ao esporte, diferente dos julgamentos de quem está “certo” ou “errado” – outra dicotomia idiota.
      Não sou a favor do conceito americano de deixar rolar a pancadaria, como é na Nascar, em que, quando um piloto é empurrado, volta à pista para dar o troco em quem o empurrou, colocando em prática a Lei de Talião em bólidos metálicos arcaicos com uma tonelada e meia de peso. A questão é a de punir apenas aqueles que, de fato, provoquem choques propositalmente e levem vantagem com isso, safando-se ilesos.

      […] É isso o que a FIA classifica como “presença” no esporte? Se sim, é uma piada de mau gosto. Que “justiça” é essa em que muitos são punidos duas vezes pelo mesmo “crime” ou então levam a punição para a corrida seguinte?

      Grosjean e Maldonado já haviam se fodido o suficiente em Spa. Não precisavam levar mais uma punição adiante.

      Abração a todos os ministros!

      Lucas

    • Flaviz Guerra disse:

      Eu acredito que deveriam ter suspendido o Maldonado. Bater numa Marussia é crueldade, digna de prisão na Sibéria.
      O Grosjean errou como todos os motoristas que tentam mudar de faixa erram; concordo com o Lucas: é o maldito ponto cego.

    • Manuel Blanco disse:

      Oi Lucas,
      Estou contigo! Só me pergunto onde está o tal ponto cego: no retrovisor o na cabeça de alguém?
      Em 1973, Jody Scheckter causou um grande acidente no começo do GP da Inglaterra e não houve punição. Em 1976, Giles Villeneuve causou um grave acidente no GP do Japão ao tentar ultrapassar Peterson (creio recordar que 2 espectadores morreram) e tampouco foi punido.
      Que pretende a FIA? Que os pilotos peçam licença anter de tentar algo?

      ///

      Oi Márcio,
      A história da humanidade está cheia de besteiras que mudaram o rumo das coisas, e todas foram fruto da ambição. Grosjean apenas ambicionava uma boa posição… como todos os outros.
      De qualquer jeito, desconhecemos o rumo das coisas, apenas podemos supor qual é ou seria.

      Abraços

      Manuel

    • Carlos Chiesa disse:

      A respeito de punições equivocadas, talvez existam dois pesos e duas medidas.
      Romão e Pastor são reincidentes, portanto a visão dos comissários pode ser a de aplicar uma medida mais dura para evitar que isso se torne vício e exemplo.
      Ser imprudente em uma corrida é aceitável já que riscos fazem parte do negócio.
      Tornar isso um hábito, ainda mais afetando constantemente os colegas, não é aceitável.
      Encher a traseira de uma Marussia me parece uma covardia inominável, é tirar arroz-e-feijão da frente de um indigente na hora do almoço. A melhor punição seria obrigar o Pastor a trocar de lugar com o Glock em Monza. Ou ter que largar atrás da Marussia e ficar proibido de ultrapassar por 10 voltas.
      Peso e medida para quem provoca acidente pela primeira vez: incidentes normais de corrida não podem nem devem ser punidos.
      Nascar? O que é isso? É algum tipo de competição?
      Não sei se o Schumacher virou o tiozão do Santana, com rádio ligado e braço pra fora. O que sei é que ele continua sendo o Dick Vigarista de sempre. Vettel foi muito reverente com seu antigo ídolo, dizer que aquilo foi um “misunderstanding, nobody’s fault” é uma condescendência. Seb não estava no ponto cego do multi-campeão. Se Damon Hill ou Jacques Villeneuve fossem o comissário desta corrida…

    • Eu concordo com o Márcio, rs.

      Abraços!

    • Lucas dos Santos disse:

      O Chiesa tocou em um ponto interessante: tornar uma imprudência um hábito. É sob essa óptica que eu considero que a punição do Grosjean tenha sido necessária. Por ser reincidente. Se ele tivesse feito essa trapalhada no GP da Austrália em sua primeira largada, dificilmente ele seria suspenso. No máximo perderia algumas posições na largada do GP seguinte. Se fosse o Maldonado o responsável pelo acidente, não tenham dúvidas de que ele seria igualmente suspenso, por conta de tudo o que já fez.

      A propósito, essa ocasião me lembrou do atrapalhado Yuji Ide, que correu pela Super Aguri no início de 2006. Na época o piloto cometeu vários erros primários (http://youtu.be/K0e0GWCzpD4) nas três primeiras corridas da temporada. Bastou, na quarta etapa, em Imola, ele tentar ultrapassar o Christijan Albers onde não dava – na curva Villeneuve – e fazer o piloto capotar diversas vezes, e o piloto japonês foi banido da categoria. Mais uma vez, tivesse ele feito isso na primeira corrida ou sem nunca ter cometido um erro antes, a punição seria mais branda.

      Com isso concordo plenamente a respeito da existência de “dois pesos, duas medidas” nas punições da Fórmula 1.

  8. Rafael Carvalho de Oliveira disse:

    Romain Grosjean definitivamente não tem sorte na Belgica! Em 2009 quando substituiu Nelson Piquet Jr na Renault ele tirou se eu não me engano 3 pilotos depois da subida da Eau Rouge entre eles Jenson Button(que por sinal foi a unica corrida que o ingles não pontuou) e agora tirou mais 3 logo na largada!

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