Olá, amigos!
Hoje gostaria de convidar vocês para dar uma volta de Delorean, mas dessa vez não vamos para o futuro e sim para o presente! Ok, talvez não seja tão emocionante quanto embarcar nas viagens do jovem MartyMcFly e de Doc Brown, onde é possível ver o presente e o passado, mas garanto que será uma ótima jornada. Vamos nessa?
Se você leu o primeiro parágrafo dessa coluna e não entendeu nada, sugiro fortemente que reserve um tempo e vá assistir a trilogia de filmes “De volta para o futuro”. Mas, como estamos falando do público seleto do GPTOTAL, todos devem ter entendido a “referência”, no melhor estilo Capitão América no filme do Avengers.
Voltando ao que interessa, o título da coluna de hoje é uma provocação para falar de uma situação que acontece com muita frequência no mundo dos esportes, principalmente no Brasil, mas não só nele, que é o não reconhecimento de grandes esportistas e atletas, enquanto ainda estão atuando em seus esportes. Com muita frequência assistimos grandes nomes das corridas, e de outras categorias, serem duramente criticados e as vezes até ridicularizados, por atravessarem um momento difícil.
Atualmente na NASCAR estamos vivendo uma situação semelhante com Jimmie Johnson, piloto do carro número 48, que não está sendo poupado por muitos justamente por estar há dois anos sem vencer. Estamos falando de um piloto com sete títulos na categoria principal da NASCAR, 83 vitórias, sendo o sexto colocado na história, que possui o maior número de vitórias em seis pistas do calendário, que é o único que participou de todas as edições de playoffs desde que o modelo foi implantando, em 2004, e que dos sete títulos venceu cinco de forma consecutiva.
Como é possível um piloto desse calibre ser massacrado por supostos “fãs”, e alguns da imprensa, que só se contentam com o primeiro lugar?
Recentemente um dos grandes pilotos do grid atual, Kevin Harvick, saiu em defesa de Johnson em uma entrevista, dizendo que o piloto do carro número 48 provavelmente é o mais injustiçado da categoria. Harvick argumentou que se trata de um piloto com sete títulos, e que parece que há uma necessidade de a cada ano isso ser lembrado, ou o prestígio se perde.
Até quando vamos lamentar e sentir saudades de ver grandes pilotos como Senna, Schumacher, DaleEarnhardt, Jeff Gordon, entre outros, apenas quando esses pararem ou morrerem? Por que ao invés de apenas criticar uma má fase, não aproveitamos o privilégio de ver pilotos como KyleBusch, Brad Kaselowski, Kevin Harvick, Martin Truex Jr., Lewis Hamilton, Fernando Alonso, Valentino Rossi, além de Marc Marques, guiarem em seus melhores e piores momentos? A história acontece diante de nossos olhos e estamos apenas saudando tempos que não voltam mais. Aquela velha história de “só dar valor quando perde”.
Tive a felicidade de ver ao vivo o último título vencido por Jimmie Johnson, em 2016, e ainda assim assisto todas as corridas em que o piloto do número 48 participa, para admirar o seu talento em todos os momentos, enquanto é possível curtir. Sempre torcendo por grandes resultados, como quando KyleBusch chegou na sua vitória de número duzentos, somando as três categorias principais da NASCAR. Assistir a história no PRESENTE é justamente o que diz a palavra: um presente.
Faço o mesmo com Rossi, Hamilton e já fiz com Schumacher, Alex Barros, Dani Pedrosa, Rubens Barrichello e tantos outros. Aproveitar o presente é curtir esses momentos únicos na história é algo que precisamos fazer, dando o valor que esses grandes nomes merecem.
O convite do título da coluna é para que saibamos reconhecer os grandes feitos, as grandes vitórias, os maiores desempenhos, e dar o devido crédito para o atleta enquanto ele ainda está em atividade, e não só isso, mas também enquanto estiver vivo.
São incansáveis as homenagens a grandes atletas quando esses morrem. Dificilmente você vai ver uma rua chamada “Rubens Barrichello”, enquanto este não nos deixar. A rodovia Ayrton Senna, em SP, só recebeu esse nome em 1994, após a morte do piloto e ídolo brasileiro.
O ditado diz que “todo mundo que morre, vira santo”, mas também viram os maiores pilotos, os mais corajosos, os mais rápidos e os mais queridos. Não, ninguém vira tudo isso. Mas acredito que devemos aproveitar a oportunidade de assistir, torcer e vibrar com as conquistas, e as derrotas, como se elas fossem acabar hoje. Só assim para guardar tudo na memória e cultivar a saudade que sempre faz bem.
Já que a história é para ser vivida no presente, voltemos ao campeonato atual, que está recheado de mudanças no regulamento, no formato de classificação, com muitas polêmicas nos bastidores, novos pacotes aerodinâmicos e de motorização e finalmente, grandes corridas! As bandeiras amarelas parecem mais escassas, mas as ultrapassagens e disputas não. Até o momento foram disputadas 12 corridas com vitórias das equipes Joe Gibbs, Penske e até a Hendrick, que voltou ao primeiro lugar com Chase Elliott. A disputa do campeonato segue acirrada com Joey Logano liderando o campeonato, mas apenas com uma vitória, seguido de KyleBusch, com três vitórias, Kevin Harvick, ainda sem vencer em 2019, Chase Elliott e Brad Kaselowski. Jimmie Johnson está em décimo sexto lugar, mas vem se recuperando bem nas últimas provas, tendo chegado em sexta na corrida do Kansas.
O campeonato está esquentando com os carros Chevrolet começando a encontrar seu ritmo, mas os Toyota e Ford não vão deixar por menos e continuarão dando trabalho. Não se esqueça do recado do título: voltemos ao presente, porque esse sim não volta.
Abraços!
Rafael Mansano
3 Comments
Rafael,
além da CocaCola 600, teremos 500 milhas de indianapolis e GP de Monaco na Formula 1.
Com certeza um domingo especial.
Além de podermos ver varias feras nas pistas, como bem disse o Mauro,
poderemos reverenciar Nili Lauda, que infelizmente faleceu, e que por toda a sua história o faz um dos pilotos mais emblemáticos
que tivemos no automobilismo mundial.
Que o Niki Lauda descanse em Paz
Fernando Marques
Niterói RJ
Grande Coluna, Rafael!
Este domingo teremos a clássica Coca Cola 600. e minha torcida é pelo #48.
E sim, estamos tendo a oportunidade de podermos presenciar várias feras guiando no seu melhor momento, sendo em duas ou quatro rodas.
Que privilégio!
Abraço!
Mauro Santana
Curitiba-PR
É isso aí, Mauro!
Vamos aproveitar esse privilégio.
Grande abraço.