Pausa na Copa do Mundo, olho na pista para o clássico berço da F1!
A pista do velho aeródromo inglês é de matar do coração todos os apaixonados pela F1. O mais clássico dos circuitos, o berço da “civilização” chamada F1, continua com seu charme e nostalgia alegrando nossos sentimentos uma vez por ano.
Silverstone chega nesse final de semana para mostrar mais um capítulo de um campeonato dividido entre provas dominadas absurdamente pelas Mercedes e provas com falhas das Mercedes. Quem quer sonhar em ter a glória de derrubar na pista um carro prateado, precisa da ajuda deles. Sinônimo de provas tediosas? Longe disso, o campeonato passeia pelo solo em inglês para mais uma bela corrida, repleta de desafios para desviar as atenções da Copa do Mundo.
No meio de uma Copa do Mundo, todas as atenções continuam no futebol e nada melhor que um clássico para dividir as atenções. Melhor que isso, faltam só mais 3 corridas para a pausa de verão e a tradicional “revisão” de meio de ano das equipes.
A pista inglesa favorece os carros bem ajustados aerodinamicamente e também com boa potência. Além disso, não cobra dividendos das equipes que ainda sofrem com o novo sistema de frenagem eletrônico. É um prato cheio para projetos que ainda apresentam fraquezas por conta da baixa quilometragem testes. Para o setup nessa pista, as condições são traiçoeiras. Você precisa de um carro veloz, mas precisa de tração e downforce para contornar as curvas de alta com precisão. Não há como perder tempo em curvas como Abbey, Copse e o complexo Maggotts-Becketts. Carro no chão é sinônimo de alto downforce e grande níveis de grip mecânico.
Junte a essa mistura alguns problemas que dão tempero a disputa: baixa aderência em uma pista com bastante “bumps”, asfalto abrasivo e a maior degradação de pneus em toda a temporada. Quem não se lembra do vexame da Pirelli em 2013 com os pneus estourando como bexigas? Com compostos mais duros a fabricante italiana não espera que isso aconteça novamente, e não deve acontecer mesmo.
A maior dificuldade dessa pista será carregar as baterias e todo o sistema de recuperação das unidades de potência. Não há grandes frenagens para o sistema de freios carregarem as baterias. Segundo os times, no máximo em 10% de uma volta o freio é acionado. Qual a consequência disso? Talvez um piloto/equipe demore mais de uma volta para ter o seus sistemas completamente carregado e disponível para uma volta rápida. Na classificação talvez seja mais fácil de resolver, comprometendo um pouco da volta de aquecimento. Durante a corrida vai ser interessante ver como isso pode afetar o ritmo de corrida de cada equipe.
httpv://youtu.be/8p20h0qnd_o
Já estamos 2014 e a F1 ainda não aprendeu. Temos de volta Colin Kolles ao centro do noticiário. O romeno-tedesco de 46 anos está por trás da compra da simpática Caterham. O time verde perdeu apoio do seu dono malaio Tony Fernandes e teve que procurar investidores.
Tony havia avisado que mais um ano sem resultados seria o fim da sua empreitada na categoria. O time não prestou atenção e conseguiu fazer um carro pior que o da Marussia. Um vexame ambulante. Fernandes cumpriu a promessa, achou compradores e vendeu o time imediatamente. Aos 50 anos, um dos homens mais ricos da Malásia (e certamente do mundo), vai cuidar de seus outros lucrativos negócios.
Na pista, na disputa, só dá para apontar a Mercedes como favorita. O calcanhar de Aquiles do carro são as altas temperaturas que afetam seu sistema eletrônico sob uso severo, leia-se longas retas com grandes frenagens. Não é o caso de Silverstone. Hamilton vai querer fazer valer o “fator casa” e precisa dessa vitória para chegar mais próximo do companheiro antes da pausa de verão.
A Ferrari chora no canto. Kimi já fala livremente que vai pendurar o capacete outra vez ao fim de 2015. Chega de coisa chata de um sem fim de encontros comercias e um carro 20 km/h mais lento em reta do que o carro que luta por vitórias. Alonso ainda tem esperança ou conformismo. Não tem espaço em outras equipes – ao menos até agora – e não tem o que fazer com um carro mediano em mãos. Tri-Campeonato? Cada vez mais distante.
Todos reclamaram do novo chefe de equipe da Ferrari. Marco Mattiacci comandava a operação de venda de carros vermelhos no continente americano e essa é toda a sua ligação com o mundo esportivo da Ferrari.
Vai notícia vem notícia, e uma equipe americana é habilitada a entrar na F1. Logo é de pensar “Poxa, é um mercado grande que finalmente quer ver F1. Demais”.
As notícias continuam e ligam essa nova equipe a um possível fornecimento de motores Ferrari já costurado. Todos desmentem.
Chegamos a Silverstone e a Ferrari tem um novo patrocinador. Consequências do destino é a empresa do dono da nova equipe.
Chefe de equipe vindo da América do Norte. Nova equipe americana. Patrocínio da nova equipe americana em um carro de grande marca que é sinônimo de F1. Não sei o que parece, mas fica a impressão que tudo foi muito bem pensando pelo senhor Luca Cordero di Montezemolo. Só parece.
O time britânico da Williams corre em casa com vários holofotes em sua corrida em casa. O desempenho na Áustria certamente é uma delas. Talvez percam um pouco de terreno por conta das curvas de alta e isso preocupa o time. Nada que os tire dos pontos. Depois temos o 200º GP de Massa e a estreia de Susie Wolf em um treino oficial. Mas também é lugar pra comemorar a primeira pole e vitória do time (Alan Jones e Regazzoni em 1979) e a vitória de número 100 em 1997 nas mãos de Jaques Villeneuve.
McLaren traz seu britânico Button sobre pressão e fogo-amigo de Ron Dennis para bater seu companheiro de equipe. Pena que o carro cromado dos ingleses ainda não confirmou o potencial que mostrou na pré-temporada. Parecem meio perdidos.
Expectativa mesmo é para o desempenho da Force India. A constância na luta por bons pontos tem impressionado. Principalmente pela diversidade de pistas que os carros indianos mostraram força. Seria excelente Perez ficar de boca fechada. Ajudaria bastante a atrair mídia para o desempenho do carro ao invés das besteiras que ele fala.
Na Red Bull é esperada uma boa corrida pelo desenho da pista e pela performance aerodinâmica dos carros de Newey. O duro é o clima de guerra com a parceira Renault. Vão resolver? Vão conversar com as portas fechadas? Aparentemente a Renault só vai reagir em 2015. Se não encher o saco e for cuidar de outras equipes.
Silvertone, 1991, marcou a largada de número 50 de Mauricio Gugelmim.
No pelotão da bagunça a Toro Rosso tomou a frente e deixou a Sauber mesmo para trás. Cada vez mais o grupo de trás vai ficando mais para trás e mais junto. Catherhan e Marussia agoram passam alguns momento brigando com a Lotus e eventualmente a Sauber. É um ano realmente estranho para as equipes com orçamento curto.
Circuito: Silverstone
Voltas: 52
Comprimento: 5.891 km
Distância: 306.198 km
Recorde da Pista: 1:33.401 – M Webber (2013)
Programação
Sexta-Feira: 06h – 1º treino livre e 10h – 2º treino livre
Sábado: 06h – 3º treino livre e 09h – Classificação
Domingo: 09h – Corrida
Esqueça o futebol por um instante. Não há jogos da Copa no horário da corrida e concentre-se no que pode ser um grande espetáculo. Se entre equipes pode não haver disputada pela vitória em condições normais, ao menos Hamilton tem tudo para promover um grande duelo com seu colega!
Qual o seu palpite?
Abraços, Flaviz Guerra – @flaviz
2 Comments
Amanhã, se o carro não quebrar, acho que o Hamilton fará um bonito pra torcida. Alcançaráo Rosberg e vencerá “de virada”!
Os treinos comprovaram que Williams e Ferrari desaprenderam como vencer. Qual sentido fazia manter os pilotos nos boxes esperando um possível melhor momento da pista. Ninguém faz a pole no Q1. Bastava ficar em16°. Que cag@#$%$!
Rosberg vence novamente.
Ótimo GP a todos, e um ótimo jogo hoje à tarde também.
Abraço!
Mauro Santana
Curitiba-PR