GP da Alemanha

WITH A LITTLE HELP FROM OUR FRIENDS
30/07/2003
“OKTOBERFEST”
05/08/2003

Panda

Antes de mais nada, um apelo urgente aos leitores: quem tiver informações sobre o paradeiro do Tite e do Tiago Torriceli, por favor entre em contato com esta coluna.

Estamos começando a ficar preocupados com o sumiço de ambos!

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Comentário ultracompacto sobre o GP da Alemanha:

1 – baile do Montoya e da Williams.

2 – Ralf não ia dar nem para a saída.

3 – Ducha de água fria é isso aí, Rubinho mas valeu pelo treino. Se você continuar barbarizando assim em cima do Schumacher, a equipe vai começar a te sacanear.

4 – Nem sempre as coisas dão certo para o alemão mas acho que ele ainda vai ser o campeão.

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O GP da Alemanha lembrou a todos que Fórmula 1 não é programa espacial; é um esporte e, como esporte, está sujeito aos golpes do azar.

Com o avanço técnico da categoria, o azar, por vezes, parece ter sido superado. Mas pneus se furam, três pilotos decidem trilhar a mesma trajetória ao mesmo tempo, um carro que era uma draga de repente dispara a ganhar etc.

E assim, de um jeito meio inexplicável, todo o favoritismo de Schumacher some e um certo colombiano, que até o GP de Mônaco talvez já se conformasse em atravessar o ano sem ganhar uma corrida sequer, entra na luta direta pelo título.

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Agora alguém pode me explicar que diabo de tática é esta da Ferrari e da McLaren? Elas fizeram uma parada a menos do que a Williams mas reabasteceram seus carros nos mesmos momentos da líder.

Ou seja: largaram com mais combustível no tanque (o que pode explicar o pobre desempenho de Schumacher nos treinos de ontem) e fizeram o primeiro e segundo stints com carros mais pesados, já que colocaram combustível num tanque que, grosso modo, carregava gasolina para o terceiro stint (o que explica porque Schumacher e Coulthard se tornaram mais rápidos no final da prova).

Mais estranho ainda foi o caso da Ferrari. Será que eles confiavam tanto assim nos pneus Bridgestone, a ponto de tentarem um stint final de trinta volta?

Rubinho depois de abandonar a corrida deu uma declaração misteriosa à Globo: “nossos pneus estavam ótimos, era para ir para cima, dava para rodar em 15 baixo” – enquanto Montoya estava fazendo voltas em torno de 1m16s.

Será que Rubinho iria parar três vezes? Me parece óbvio que uma boa tática para a Ferrari seria fazer o brazuca atacar enquanto Schumacher faria uma corrida defensiva, de olho principalmente em Raikonnen, o verdadeiro inimigo dele naquela altura.

Ainda assim me pareceu uma loucura total a estratégia do alemão. Se alguém tiver alguma idéia do que aconteceu, por favor, se comunique.

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Mas eu não torceria contra Schumacher nas corridas finais pois temo que possa sobrar para o Rubinho.

Do jeito que as coisas estão, o final do campeonato será de sufoco total para a Ferrari, com Hungria e Monza disputadas em pleno verão europeu frente a uma Williams que acerta até quando erra e tendo de carregar os pneus Bridgestone.

A concentração em Schumacher será total e Rubinho não poderá ficar alheio a este esforço, a despeito de ordens de equipe serem proibidas. Mas será que a Ferrari não pode forçar o brasileiro a adotar estratégias que incluam uma parada a mais, como pareceu ser o caso da corrida de hoje?

Chame-me de paranóico, se quiser. Mas o clima italiano está para lá de Deus-me-livre e isso não ajudará em nada o nosso garoto.

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Conversando outro dia com o Panda, ele me perguntou porque não gosto do Trulli. Depois da corrida de hoje, preciso explicar alguma coisa, meu velho?

Ah! Ele ficou com calorzinho? Tadinho. Talvez estivesse quente só no carro dele, no dos outros estivesse mais fresquinho.

Não vem não, Trulli: isso é preguiça, falta de preparo físico além de braço duro, é claro.

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Galvão Bueno pode ter um pouco de razão em relação à queda de rendimento do Alonso mas acho que, mais do que a eventual inexperiência do espanhol, está pesando a falta de testes da Renault.

Com você sabe, a gloriosa equipe de Flavio Brittore optou por treinar apenas nas sextas de GPs e não nos intervalos entre corridas, como as grandes equipes fizeram.

A economia de dinheiro é grande mas como não há milagres sob o Sol (ou eles são raros), a equipe está ficando para trás. Aliás, pelo pouco que treinam até que não estão indo tão mal assim.

Agora Galvão e Reginaldo estão totalmente certos quanto ao hábito cada vez mais difundido na Fórmula 1 de colocar crianças ao volante daqueles carros. É algo que beira a irresponsabilidade e que, dia desses – cala-te boca, toc, toc, toc –, pode ter um alto preço.

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As novas regras da Fórmula 1 – aquelas que o Panda acha uma m… – estão sendo postas no lixo na maior cara dura. As intervenções dos mecânicos nos carros do sábado para o domingo contam-se às dezenas.

Assim, fica o leitor avisado: a regra dos motores que devem durar todo o final de semana, em vigor no ano que vem, estará sujeita aos mesmos truques. Ou será que eles vão permitir um grid de largada desfalcado só porque um motor teimou em não respeitar a regra?

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Não vou me demorar comentando o acidente porque todo mundo pode ver bem o que aconteceu. Não, não creio que se possa responsabilizar alguém pelo acontecido se bem que minha opinião não conta chongas porque deram um gancho legal no pobre Ralf.

Mas vocês notaram o salto dado pelo Alonso? Que coisa! Ele deu a volta em Schumacher sem maiores problemas, como se o alemão estivesse parado no sinal e ele viesse embalado.

E que belíssima barbeiragem a do Firman, enchendo a traseira de Frentzen, quase tão bela quanto a de Justin Wilson (a quem esta coluna cumprimenta vivamente pela espetacular estréia ao volante do não menos espetacular Jaguar), que foi desviar do embrulho e pegou em cheio um Bar desavisado.

Quem disse que não há bom humor na Fórmula 1

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E por falar em humor, Deus, você e os quase 45 mil leitores do site (sim: 45 mil leitores, nosso novo recorde!) são testemunhas que resisto ao que posso em gozar pilotos mas há situações que a gente não pode deixar escapar.

Longe do noticiário esportivo, o simpático Christian Fittipaldi reapareceu semana passada em um site de culinária oferecendo aos leitores a receita de uma pizza de frango (!) feita em churrasqueira (!!). Repito: pizza de frango em churrasqueira.

Quem se interessar pela receita, pode escrever ao GPTotal; teremos prazer em repassa-la.

Boa semana a todos

Eduardo Correa 

Eduardo Correa
Eduardo Correa
Jornalista, autor do livro "Fórmula 1, Pela Glória e Pela Pátria", acompanha a categoria desde 1968

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