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29/08/2003

Panda

E toma, alemãozada: João Paulo de Oliveira é campeão por antecipação da F3 alemão, contabilizando a beleza de dez (dez!) vitórias e onze voltas mais rápidas. Domingo, na Áustria, ele marcou dois hat tricks – pole, vitória e volta mais rápida. É o que eu chamo fechar com chave de ouro!

Parabéns João Paulo e fica ligado que vem coisa grande por aí.

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Aí o grande entendedor de Fórmula 1, 35 anos de praia – mais do que o Galvão Bueno, portanto -, sobe no caixote e, em 11 de julho, aqui mesmo neste espaço, proclama:

“Inglaterra e Alemanha já estão no bolso da Williams, talvez uma vitória para cada piloto, bastante provável que façam pelo menos uma dobradinha”.

Yada yada yada (uma piscadinha para quem curte Seinfeld) e prossegue nosso sábio:

“Aposto o que você e os leitores quiserem que Schumacher não perde na Hungria por nada e marca no mínimo um 2o na Itália…”.

Pois é. Vem o Rubinho e arrebenta na Inglaterra enquanto Ralf faz as suas duas piores corridas do ano. Montoya até que colaborou – 2o em Silverstone e vitória acachapante na Alemanha. Mas o que doeu mesmo foram os resultados de Schumacher: 4o , 7o e mais um luminoso 8o no domingo, em Hungaroring, onde deveria ter vencido para não me deixar de cara no chão. E eu que havia o imaginado nesta altura com 87 pontos no bolsinho vermelho.

Mas vida de comentarista que gosta de dar a cara a bater é isso aí.

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E lá vou eu de novo: não confio em Montoya. Ele ainda erra demais para segurar um rojão como o das três últimas corridas – vide mais uma rodada sozinho, coisa na qual o colombiano está se especializando.

Mas também já não ponho todas as minhas fichas em Schumacher. Acho que o espaço para a Ferrari reagir está se estreitando assustadoramente rápido e a incapacidade da Bridgestone reagir é mais do que patente, de forma que começo a olhar com mais carinho para as chances de Kimi Raikonnen. Será que o homem de gelo vai chegar lá aos 24 anos de idade e estraçalhar o recorde de Emerson como campeão mais jovem?

Não sei que mágicas ele e a McLaren vêm fazendo nas últimas corridas mas conseguiram um 4o, um 3o e um 2o contra todas as expectativas. E veja que, na Alemanha, ele iria chegar lá em cima, principalmente se partisse com a mesma estratégia de Coulthard.

Acho que Monza, Indy e Suzuka terão, cada um, histórias próprias para contar, assim como Rubinho na Inglaterra e Alonso na Hungria. Mas acho que Kimi está numa posição excepcional para fazer algo com que sequer sonhava no começo do ano. Só espero que a história do tal carro novo não atrapalhe.

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O que teria sido do GP da Hungria se este surpreendente Mark Webber não tivesse segurado, ainda que com garra e talento, o pelotão inteiro no começo da prova, criando uma zona de segurança em favor de Alonso?

E se Ralf Schumacher não tivesse feito a péssima largada que fez e rodado logo na segunda curva? Creio que ele era o único a ter carro para lutar com Alonso mas, mais uma vez, faltou-lhe o toque de campeão. Mesmo assim, daria a ele uma nota dez pela corrida de domingo, pois recuperou 14 posições e impingiu ao irmão uma ultrapassagem humilhante, como um bote de uma animal de peçonha, que me lembrou Michael versus Damon Hill em Portugal, há muito, muito tempo atrás, num galáxia distante.

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Alonso correu na Hungria como Jim Clark.

Para quem, como eu, nunca viu Clark correr, era deste jeito: pole, primeiras voltas em ritmo alucinante, depois um pequeno período de alívio e, quando os adversários começavam a se animar em descontar a distância, novo e fatal período de voltas rápidas.

Tomara que Alonso continue assim.

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Aí entra o bêbado e pergunta: com a Ferrari nesta draga, será que Rubinho vai querer continuar por lá no ano que vem?

Afinal, há vagas abertas na Jordan, Bar e Jaguar…

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Leio em grandepremio.com.br que Juan Pablo Montoya questionou uma manobra de Michael Schumacher na largada na Hungria. “Eu larguei daquele lado terrível, cheio de sujeira, e perdi posições. Fiquei perto de Michael e ele jogou o carro completamente em cima de mim”, conta o piloto da Williams. “Acho que ele precisa refletir sobre isso. Na Alemanha o pessoal da Renault também reclamou de seus métodos.”

Cuidado Juancho: os maus instintos do alemão podem estar aflorando neste momento, como na Austrália 94 e Europa 97.

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Mas se não fosse o pneu furado no final do GP da Alemanha, a coisa não estaria assim tão preta para o lado de Schumacher.

Quer dizer: no final das contas, sempre se poderá dizer que ele perdeu o campeonato por azar.

Bom dia a todos

Eduardo Correa 

Eduardo Correa
Eduardo Correa
Jornalista, autor do livro "Fórmula 1, Pela Glória e Pela Pátria", acompanha a categoria desde 1968

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