Massa, McLaren e IRL

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Panda

Parece que queimei feio a língua prevendo um final feliz para o drama de Felipe Massa.

Pouco mais de uma semana atrás, ele era dado como certo na Toyota pelos nossos parceiros do www.grandepremio.com.br mas tudo mudou ao longo do final de semana de Monza. Agora, a vaga na Toyota é de Cristiano da Matta e nosso bravo e um tanto estabanado garoto depende da Jordan, Jaguar ou Minardi para continuar na Fórmula 1, restando ainda uma ínfima probabilidade numa eventual sucessora da Arrows.

Concordo que, sob qualquer aspecto, os acontecimentos de Monza foram terríveis e apenas reforçam os motivos que levaram a Sauber a demiti-lo. Apesar de ter o pé pesado, Massa ainda erra demais ou não sabe fugir dos erros dos outros. No final das contas, dá no mesmo.

De volta a estaca zero. Nos resta apenas desejar, de novo, boa sorte a Massa.

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F1 Racing, a revista inglesa, revela alguns detalhes do novo motor home da McLaren, que foi inaugurado no GP de San Marino passado. Anote aí:

– os cinzeiros espalhados pelo motor home têm um sistema automático de aspiração de cinzas e fumaça.
– Kimi Raikonenn e David Coulthard dispõem de camarotes individuais mas têm de dividir um chuveiro.
– Após o banho, eles se enxugam em toalhas que têm os seus nomezinhos bordados.
– A revista não teve acesso à sala privada de Ron Dennis, mas constatou que a porta é feita em vidro opaco com o nome do chefe gravado por jato de areia.
– O motor home, que deve ter custado mais ou menos o que a Minardi gasta por ano, precisa de seis caminhões dos grandes para se mover entre os circuitos europeus.
– Chega às pistas no domingo anterior ao GP, é montado até a noite da segunda-feira, limpo e perfumado na terça e quarta e ocupado a partir da quinta.

Coisas, como diria o pessoal do Casseta&Planeta, de traineé de boiola…

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Você assistiu às duas últimas corridas da IRL ou ficou brincando com o seu filho?

Eu, meio por acaso, assisti, prestando atenção aos comentários sempre percucientes de Lito Cavalcante. As últimas voltas das duas corridas – desculpe mas não atentei para o local onde foram disputadas; quem viu um oval, viu todos – foram empolgante, ou pelo menos deveriam ter sido.

Os carros lado a lado, raspando rodas, volta após volta, separados por centímetros, escapando de retardatários, perseguidos por outros concorrentes, tudo isso a bem mais de 300 km/h. Grana boa e título em disputa.

Pois é. Só que não senti emoção nenhuma.

Na penúltima corrida, estava em casa, com o controle nas mãos enão me furtei a dar umas voltinhas pelos demais canais. Na corrida final, aquela em que o amarelinho ganhou do Helinho por alguns centímetros, estava numa loja de eletrodomésticos e ficava espiando de longe, desviando minha atenção de quando em quando para conversar com a vendedora.

Você pode me explicar por que não dei a mínima para uma corrida tão disputada? Realmente não entendo. Admito que tenho um certo preconceito contra as corridas americanas. Já não era muito fã da velha Indy, abrindo uma exceção por causa de Emerson e Gil. Quando surgiu a IRL, com o seus Billy Boat da vida, aí é que virei o nariz de vez.

Mas tamanha disputa deveria ter quebrado qualquer sombra de preconceito meu. E ainda tinha brasileiro no meio, o valente Helio Castroneves, duas vezes vencedor de Indianápolis, o que não é pra qualquer um.

Mas nada, nada, nada. Não sentiria mais indiferença se estivesse vendo uma corrida de Fórmula 3 alemã ou a um jogo de golfe.

Realmente não sei a resposta à pergunta que expressei na home page. Peço ajuda a você e aos leitores. Por favor escrevam pra mim.

Abraços e bom final de semana

Eduardo Correa
Eduardo Correa
Jornalista, autor do livro "Fórmula 1, Pela Glória e Pela Pátria", acompanha a categoria desde 1968

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