Na Índia, nosso menino crescerá para grandeza histórica de um tetracampeonato.
Índia. Décima sexta etapa do Campeonato Mundial de Fórmula 1 de 2013. Nesse domingo. Nesse país de tantas histórias. Nesse dia, nós veremos “nosso menino” rumar para a grandeza da história. Não há dúvidas sobre quarto título consecutivo de Vettel. Ele virá. Se nada de altamente catastrófico acontecer, será nessa corrida.
Acorde mais cedo. Sente na frente na TV. Por quase duas horas veremos um piloto desfilar um talento inigualável no comando sinérgico de sua máquina, sua garota, como ele mesmo gosta de chamar seus carros. Esse jovem piloto alemão teve a capacidade ímpar de sobrepujar expoentes míticos de uma geração estrelada por Alonsos, Raikkonens, Hamiltons, Schumachers.
Não subestime 2013. Não subestime o circuito da Índia. Não subestime os demais concorrentes. Domingo é dia de um menino escrever história, ao vivo.
A única ressalva ao circuito indiano é o projetista. O multi-amado Tilke emplacou mais esse circuito no seu currículo. Receita básica que todo leitor do GPTotal já sabe: alta velocidade, grampo, miolo com sequencia de curvas, reta, grampo. Dessa vez temos até uma boa sequencia criada nas pranchetas alemãs. As curvas 10, 11 e 12 fazem um conjunto desafiador. Com essa configuração o circuito acaba exigindo um ajuste que compreenda altas velocidades do primeiro setor (75% dessa parte é composto por retas) e o mix de curvas que exige boa entrega de torque e dirigibilidade. Na ponta do lápis, são 63% do tempo da volta de pé embaixo. No maior trecho, são 14.2 segundos sem aliviar.
Outro ponto é tentar reduzir a entrega de torque nas rodas para preservar os pneus de uma pista extremamente suja e praticamente só usada nos fins de semana da F1. Para a brincadeira desse fim de semana a Pirelli disponibiliza pneus médios e macios. Novamente sem o degrau entre especificações. Ano passado esse degrau existia e a Pirelli optou por essa mudança para ter uma diferença menor de performance e proporcionar maior diferença de estratégias. Nos simuladores italianos a corrida ideal deve ter dois pit stops, uma a mais que no ano passado.
Se você gosta da pista, é hora da despedida. Esse é o terceiro e último ano do circuito. Não estará no calendário de 2014 e dificilmente voltará em 2015. A questão é simples: grana. Ninguém do governo Indiano quer se responsabilizar por gastar o dinheiro público para pagar as contas de Bernie Ecclestone.
A pista pode ter trechos interessantes, mas sua artificialidade típica dos circuitos de Tilke (retonas largas, curvas largas, com áreas de escape gigantes e sem penalizar nenhum piloto por um erro) só traz corridas previsíveis.
Duvida? Nas duas edições anteriores Vettel largou da pole e liderou todas – todas – as 120 voltas disputadas. Só três equipes chegaram ao pódio: Red Bull, Ferrari e McLaren. E nunca o safety car entrou na pista durante uma corrida.
Não espere surpresas.
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httpv://youtu.be/hfYPg7b1Y44
Falando em taxas. Chega de hipocrisia, é uma afronta o ministério do turismo e o governo federal entrarem com o dinheiro na reforma do velho Interlagos para renovar o contrato da F1.
Por que para reforma e para ter a F1 o dinheiro público pode entrar e para Indy, não?
Isso se chama hipocrisia, cuidado extremo para não falar mal do governo. Imagino eu se fosse Kassab a anunciar essa reforma, estaria malhado como judas.
Américo Teixeira Jr crava Williams como casa de Massa. Resgatemos a frase do piloto Ferrarista, ainda em 2013: “Me interesso em correr por uma equipe boa, importante. Não me interessa correr por uma equipe pequena”.
Justiça feita a Massa, ele não se refere ao desempenho e sim a história.
Se o contrato for de 5 anos, podemos esperar algo positivo…. lá para 2017. A Williams está perdida no desenvolvimento dos seus carros de F1 desde a passagem de Montoya. A empresa é lucrativa em seus muitos outros segmentos, parece que F1 sobrevive de nostalgia de seus donos.
Para Massa, pagante, patrocinado, assalariado, dane-se, se tiver espaço para fazer o que gosta sem delapidar seu patrimônio, que o faça com alegria.
A Rússia resolveu mostrar sua garras em todos os grandes eventos que ela vai sediar nos próximos anos.
Tem Fórmula 1, tem Jogos Olímpicos de Inverno, tem Copa do Mundo. Em todos os campos, os caras resolveram entrar em todos esses campos com “os dois pés”.
No futebol de areia, são os atuais bi-campeões e tem uma liga de futebol profissional, o que não existe no Brasil. No futebol de campo, já se classificaram para a Copa no Brasil, deixando Portugal para repescagem…
Agora na F1, mandaram Alex Felix da Costa, Robin Frijns, Carlos Sainz Jr., Johnny Cecotto Jr. e Felip Nasr procurar outro lugar pra correr em 2014, porque a vaga na Toro Rosso é do russinho Daniil Kvyat.
Isso mesmo, Daniil Kvyat, é o novo piloto da Toro Rosso para 2014.
Acima só citei os pilotos diretamente apresentados na imprensa como candidatos. A lista seria mais repleta de bons nomes com os pilotos disponíveis e, bom, o que falar de Stoffel Vandoorne que foi convidado para o lugar de Ricciardo e recusou por achar um ano de contrato muito pouco? Quem está disponível para contratação hoje e já teve contato com um F1: James Calado, Oliver Turvey, Kevin Magnussen, Davide Rigon, Davide Valsecchi, Alexander Rossi, Will Stevens, Felipe Massa e até o eterno candidato Rubens Barrichelo. Se lembrarem de mais alguns, por favor coloquem nos comentários.
Voltando ao Daniil Kvyat. O anúncio foi na segunda feira e foi surpreendente. As declarações de Helmut Marko também. Tudo apontava para um desfecho com a contratação do português Antonio Felix da Costa. Piloto do programa, mais experiente, veloz e que sabe vencer. Marko veio e mandou um “se um jovem piloto prova seu talento, paixão e um alto nível de ética” merece uma chance no seu programa. A única explicação que nos resta depois dessa frase de Marko é que Felix fez alguma, literal, cagada no seu relacionamento com a Red Bull. Será que foi bater na porta de outra equipe? Nunca saberemos.
O jovem russo participou do teste de jovens pilotos do meio do ano em Silverstone. Lembra? Fez 22 voltas no STR8 com um impressionante tempo de 1’35.281. Rodou e ficou preso na caixa de brita. No mesmo dia Vergne rodou 42 voltas com 1’33.647 de melhor tempo. Além disso, completou na semana passada um teste em linha reta para o time Austro-Italiano. Mesmo assim, as pessoas que conhecem e trabalham com os dois (Da Costa e Kvyat) afirmam que o russo tem mais potencial e é o maior talento em potencial do programa da RedBull.
É uma incógnita, é uma aposta no talento e nos patrocinadores que podem chegar junto com ele. Se confirmar o russo Sergey Sirotkin da Sauber, teremos mais gente falando russo no grid do que português.
Uma fase histórica!
httpv://www.youtube.com/watch?v=WmdCIXZAoYU
Ironias do destino. Kvyat e da Costa dividem um apartamento. Ficaram sabendo das “novidades” no mesmo momento.
Não temos muito o que falar das equipes nessa etapa do campeonato.
Red Bull continua imbatível com um carro desenvolvido no limite para voltas lançadas. Vettel se aproveita disso, larga na frente, abre distância e adeus competição. O carro traz detalhes de atualizações para o circuito e só.
Ferrari ainda briga para não dar vexame e ficar com o segundo lugar no campeonato. Precisa de uma boa classificação e um desempenho mais constante de Massa.
Mercedes e Lotus são as mais fortes candidatas a brigar pelo pódio. As duas ainda precisam mostrar resultados para os donos, e isso ainda obriga chegar nessa fase do campeonato com algum esforço e motivação na atualização dos carros.
Na McLaren, amigos, já é 2014. Button avisou, quando colocou os pés na Índia, que o o seu carro vai testar um setup completamente diferente visando testes dinâmicos para o desenvolvimento do carro do ano que vem. O time que entender consumo de pneus e fluxos aerodinâmicos. Só falta o carro começar a andar!
Em sua corrida de “casa” a Force Índia que brigava com a Mclaren agora se defende do ataque da crescente Sauber. Para os “indianos” o problema é o congelamento total do desenvolvimento do carro desse ano. Nesse bolo, a Toro Rosso vem fazer figuração. Está com o time do aspirante a gênio James Key dedicado a receber o motor Renault no carro de 2014. Esse rapaz deve estar com uma pressão enorme: terá em mãos o mesmo “powertrain” da Red Bull e sua comparação direta será com o Mestre Adrian Newey.
Williams, Caterham e Marrusia vão passear e em suas corridas particulares entre seus próprios pilotos. A coisa está tão ruim para as 3 que nem entre elas existe disputa.
Acorde cedo. Faça um café. Relaxe e se emocione.
“Nosso menino” cresceu e entrará para história, diante de nosso olhos, ao vivo. Permita emocionar-se.
Abraços,
Flaviz Guerra – @Flaviz
Informações da Pista | |
Dimensão: 5.125 km Voltas: 60 Distancia: 307.249 km Volta mais Rápida*: 1:27.249 – S Vettel (2011) | ![]() *Volta mais rápida em corrida |
4 Comments
Assim, Vettel é Fera, muito mais piloto que Button e Hamilton por exemplo, mas ainda acho que ele tem que passar por dificuldades como esta acontecendo agora com o Alonso, e com Senna(93) e Piquet(90) no passado, para aí vermos se ele é forte mesmo, pois até agora, sejamos francos, o cara só ta comendo o mignon.
É a minha opinião.
Abraço!
Mauro Santana
Curitiba-PR
amigos
Sim é a história de uma nova geração diante de nossos olhos, para mim estamos tendo oportunidade de ver juntos uma safra de pilotos que cada um a sua maneira encanta quando está dentro do carro, Vettel pode estar sendo dominante e é com méritos, mas não percamos esse bonde e aproveitemos cada minuto,
Aproveito Flaviz o feliz título de tua coluna para exaltar o GP Total, com 12 anos de idade essa criança também cresce a olhos vistos, como o Edu mencionou na sua última coluna o número de internautas sobe de forma vertiginosa, esse quase “adolescente” já já vai chegar a marca de 20 mil seguidores,esperamos que quebre recordes como o alemãozinho que estamos acompanhando chegar ao tetra
bom GP a todos
Mário
Já vimos isso em 93, em 2001 e igualzinho em 2003. Não nos surpreendemos mais. O que nos espanta, parece, é que este garoto ganhou sem passar pelo que Prost e Schumacher passaram. Disputar temporadas difíceis onde não venceram, trocar de equipe e finalmente conseguir. O garoto cresceu rápido, adaptou-se ao carro e venceu em sequencia, sempre calmo e sem percalços. Parece que isso não tem graça pra nós, acostumado s a ver disputas, intrigas e brigas, como nos tempos de Piquet e Senna.
Para os que se alegraram com as disputadas temporadas após a primeira despedida de Schumacher, achando que seria sempre assim, as coisas voltam a ser, nesse começo de década como foram no começo da década passada.
Novos tempos, novas tecnologias e novas gerações. Parabéns ao pequeno grande piloto, que segue os bons passos de seu ídolo de infância e adolescência.
Salve o Rei Sebastian Vettel!!!!!
Fernando Marques
Niterói RJ