Olá, amigos!
Avançando na temporada de 2022 da Nascar e essa semana vi uma estatística muito interessante. Até o momento tivemos dez corridas no campeonato, considerando as corridas que valem pontos, e notei que até o momento estamos com oito vencedores diferentes. Só esse número já impressiona, mas o que mais me impactou foi o fato de que desses oito novos vencedores, três deles foram pilotos que nunca haviam vencido na categoria. São eles: Austin Cindric, Chase Briscoe e Ross Chastain. Esse último ainda venceu duas provas, em Cota e Talladega. Por pouco não tivemos um quarto membro nessa lista, lembrando que a prova disputada em Bristol, na terra, Tyler Reddick estava pronto para vencer sua primeira corrida, mas foi tocado por Briscoe, deixando a vitória cair no colo do veterano Kyle Busch. Menção honrosa para Buschinho que já soma vitória em dezoito (!) temporadas consecutivas, igualando o feito de nada mais nada menos do que Richard Petty, o maior vencedor da categoria.
O fato mais relevante para analisarmos aqui é que em 2022 estamos com novos carros, o que pode acabar tendo uma certa influência na chegada de novos vencedores. Os veteranos estão com problema de adaptação? As equipes ainda não encontraram os “Sweet spots” no ajuste dos carros? Os jovens estão treinando mais? São muitas possibilidades.
Olhando a média de idade dos vencedores de 2022, chegamos no número de 29 anos. Se Tyler Reddick tivesse vencido a prova no lugar de Kyle Busch, a média seria de 28. Lembrando que temos um dos mais velhos do grid nessa turma, Denny Hamlin, de 41 anos. Comparando com 2021, a média de idade dos vencedores no ano passado foi de 32 anos. A diferença é considerável se pensarmos nos nomes de grandes pilotos, que estão em grandes equipes, que ainda não venceram em 2022. Os veteranos Kevin Harvick, 46 anos, Kurt Busch, 43 anos, Martin Truex Jr., 41 anos e Brad Kaselowski, 38 anos, ainda não venceram provas em 2022.
Como falei anteriormente, outros fatores podem colaborar para que os vencedores sejam um pouco diferentes do que ocorreu no passado. A nova equipe Trackhouse Racing, que assumiu os espólios da falecida Leavine Family Racing, teve sua estreia em 2021, com apenas o carro de Daniel Suarez. Em 2022 eles trouxeram um segundo carro com Ross Chastain no volante, vindo da recém-fechada Ganassi. O time está apresentando um desempenho excelente este ano, como comprovam as vitórias do Chastain, mas também por termos visto Suarez liderando, ou andando entre os ponteiros, em diversas ocasiões até o momento.
Algumas equipes vencedoras são aquelas que sempre estão lá, indiscutivelmente, como a Penske, que venceu com Cindric em Daytona, a Hendrick, que levou Larson, Byron e Bowman ao primeiro lugar, e a Gibbs, que deu o primeiro posto para o jovem Briscoe e os não tão jovens Kyle Busch e Denny Hamlin. Mas não se enganem, esses dois últimos tiveram suas vitórias, mas não sem dificuldades ou até sorte. Buschinho venceu na linha de chegada após a rodada de Reddick na última volta e Hamlin está tendo uma temporada péssima. A vitória foi algo fora do normal em 2022 para o piloto do carro #11.
O quanto as pistas podem influenciar nesses resultados é algo que também podemos discutir. Nos superspeedways como Dayton e Talladega sempre existe a possibilidade de um toque no final e o vencedor ser alguém aleatório, como Michael McDowell no ano passado. Na pista de Daytona quem levou foi o novato Cindric, então podemos até considerar algo como “sorte de principiante”. Em Talladega o vencedor foi Chastain após uma batida entre Erik Jones, Kyle Larson, Kurt Busch e outros. Mas não podemos dizer que foi apenas sorte, já que Chastain já havia vencido no circuito misto Cota, no Texas, onde foi dominante. Bristol na terra também poderia ser um tiro no escuro, pelas características da superfície e por ser apenas a segunda vez que a Nascar correu nesse formato. O fato é que Tyler Reddick andou muito, assim como Chase Briscoe, mas um toque acabou definindo a prova em favor de Kyle Busch. Nesse caso, uma “sorte de veterano”.
O fato que podemos observar é que, em linhas gerais, o novo regulamento parece ter feito bem à categoria. É possível observar que os carros conseguem ultrapassar em superspeedways mesmo sem ter alguém empurrando atrás, o carro se comportou muito bem no traçado misto e as disputas continuam acirradas. Claro que tivemos alguns problemas no início da temporada com carros entalados devido ao perfil baixo dos pneus, após um furo, e o chão estar mais próximo da pista, problemas de confiabilidade, mas tudo isso faz parte de algo que é novo. É preciso aprender, evoluir e se adaptar. Para tudo na vida esse é o caso. Estou confiante e continuo vendo boas corridas com muita disputa, o que é o mais importante.
Após as dez etapas iniciais temos na liderança do campeonato Chase Elliott, ainda sem vencer em 2022, seguido de Ryan Blaney que também ainda não foi ao Victory Lane, seguidos de William Byron, Kyle Busch, Alex Bowman, Joey Logano, Kyle Larson, Martin Truex Jr., Ross Chastain e Aric Almirola.
Você aposta que os jovens vão continuar vencendo ou os “velhinhos” vão mostrar o valor da sua experiência? Uma coisa é certa, as provas continuarão a ser muito disputadas e teremos belas corridas. Que venham as próximas!
Grande abraço,
Rafael Mansano