Em 1997, em seu disco “Livro”, Caetano Veloso lançou a canção Pra ninguém, na qual faz um curioso “mapa” da música brasileira: ele vai citando intérpretes ao lado de canções que considera terem sido as melhores interpretações de cada um.
É óbvio: a discordância é permitida e quase uma obrigatoriedade. Ele cita algumas unanimidades, como Elis Regina entoando o clássico de Belchior, mas há muitas particularidades, como a escolha dentro do repertório de Tim Maia, que foi muito mais belo no início dos anos 70.
No fim, após citar 26 grandiosas interpretações e artistas, ele conclui: “melhor do que isso, só mesmo o silêncio; e melhor do que o silêncio, só João“, em clara referência a João Gilberto, para muitos o maior cantor brasileiro de todos os tempos.
Quanto à melodia, é aquela coisa: não é boa nem ruim: é Caetano.
Relembrando a canção, me veio a ideia de fazer uma lista semelhante com pilotos da F1. Fiz uma seleção daquilo que seria o cartão de visitas de cada um — para uns, uma ultrapassagem ou uma pole; para outros, uma corrida, ou algum feito específico.
Tentei seguir a cartilha de Caê, citando a mesma quantidade de personas, e inclusive repetindo uma metáfora ao final. E, assim como ele deixou alguns medalhões da MPB de fora, também “excluí” certos campeões. Novamente, discordar é possível e necessário.
Mansell passando Berger na Peraltada…
Montoya passando Schumacher no S…
Piquet passando Senna na Hungria…
Peterson passando Depailler em Kyalami…
E Gilles com Arnoux em Dijon.
Rubinho passando todos em Hockenheim…
John Watson em Long Beach…
Kimi em Suzuka…
Alonso na Hungria…
E Jim Clark no templo de Monza.
Schumacher segurando Damon Hill em Spa…
E Senna com Prost em Silverstone.
Brabham campeão com o carro que construiu…
John Surtees ganhando em duas e quatro rodas…
Emerson ganhando duas vezes na Indy e na F1…
E Graham Hill ganhando em todas as três.
Keke Rosberg fazendo a maior pole de Silverstone…
E Häkkinen fazendo milagre em Imola.
Beltoise sendo príncipe por um dia…
Hamilton vencendo a loucura de Silverstone…
E Jackie Stewart uma vida na frente em Nurburgring.
Massa e Kubica contra a física em Fuji…
Moss a superando em Monte Carlo…
E Damon Hill quase a vencendo na Hungria.
Alain Prost vencendo quando ninguém mais acreditava…
https://www.youtube.com/watch?v=Q9Bip0EihK4
E Niki Lauda ganhando quando todo mundo duvidava.
Melhor do que isso, só mesmo um BMW M12; melhor do que o M12 só Juan.
5 Comments
Marcio,
também discordo da parte do Caetano …
A sua lista está muito bem elaborada mas acho que num rol onde tem o duelo de Piquet x Senna e Arnoux x Villenueve não poderia faltar o GP de Monza de 1971 que protagonizou o final de corrida mais espetacular da história da Formula 1.
Mas isso não tira o mérito da sua excelente coluna
Fernando Marques
Niterói RJ
Fantástico Marcel!!!
Gostei muito do repertório, e isso nos reforça o como a F1 tem uma história muito “eclética”, digamos assim.
Abraço!!!
Mauro Santana
Curitiba PR
Apesar de muito bem escrito, discordo da parte do Caetano hehehe, o restante é sublime.
Incluindo as escolhas.
Show a ideia! Muito bem aplicada, vamos com tempo vendo 1 por 1 agora. Não vou discordar sem ver tudo antes 🙂