Chegou ao fim a espera. Infelizmente no Bahrein (sempre tem que ser dito isso), o campeonato mundial do tetracampeonato de Max Verstappen vai começar!
Muita espera, muita especulação, muita ansiedade e pouquíssimos testes. Essa que será a temporada com mais etapas da história, começa sábado, ao meio-dia (horário de Brasília).
Serão três provas nos Estados Unidos novamente. Quatro provas no Oriente Médio. Teremos também a volta da China, ausente desde 2020 no começo da Pandemia. Max campeão e a Red Bull a primeira a equipe a ter 2 Tetracampeões. Kevin Magnussen e Zhou Guanyu como os dois únicos pilotos do grid que nunca lideraram uma voltinha sequer. Alonso bate o recorde de maior período entre a primeira e a última vitória?
Muita coisa a ser discutida nessa temporada de 2024
Obviamente a Red Bull dispara na frente nas apostas pra campeã com Max Verstapen defendendo o seu título. A Red Bull vem com um carro muito forte, totalmente renovado, rompendo todos os conceitos do carro do ano passado.
Isso não era esperado, isso é um assunto novo, porque todo mundo esperava uma continuidade do carro de 2023 e de repente aparecer um carro novo.
Mas o que mais surpreende é que, mesmo sendo um conceito novo, o carro já saiu na frente de todo mundo. Não se sabe se teremos a repetição de mais um carro de Adrian Newey, igual ao McLaren de 1998, quando Mika Hakkinen e David Coulthard colocaram uma volta em cima de todo mundo na abertura do campeonato em Melbourne. Não se sabe, mas há uma grande chance de isso se repetir esse ano.
Mantendo o otimismo em dia e olhando pra sequencia dos times, nós devemos ter a Ferrari. Essa sim veio com uma evolução do carro do ano passado juntando os aprendizados que observou com a Red Bull. Se o ano passado o carro degradava os pneus absurdamente e só conseguia ser rápido em uma volta, parece, depois dos testes em Bahrein, que esse problema foi resolvido. Nos long runs, o carro se mostra extremamente rápido em alguns momentos muito próximo ou superior da Red Bull atual. Difícil é saber se o carro vai ter chance ao longo dos 24 corridas de superar a Red Bull, porque consistência e planejamento de estratégias de corrida não é o forte da Ferrari faz muito tempo. Além disso, você tem um piloto desempregado no mercado. Qual será que é a motivação de trabalhar em equipe para conseguir grandes resultados coletivos? Um pouco de individualismo e estratégias confusas, isso pode botar em risco um ano da Ferrari que promete muito.
E por que falar “devemos ter a Ferrari” como segunda força esse ano? Porque a Mercedes claramente escondeu o jogo no Bahrein. Quem esteve na pista (dos antigos pilotos de F1 que viraram comentaristas) viram o carro sofrer em certas curvas, nas freadas, de uma forma que só um carro com tanque cheio poderia sofrer e minimizaram o efeito do “bouncing” que Russel relatou. Os dados de GPS mostram um carro mais rápido de reta em relação ao de 2023 e mais rápido nas curvas de baixa. A hipótese corrente é que eles andaram o máximo possível com tanque cheio e foram cautelosos nas declarações, só que possuem uma boa margem de velocidade e conservação de pneus em longos trechos. O mais divertido será ver a dinâmica do time com a saída eminente da sua estrela. E se o carro mostrar alguma chance de lutar pelo título? Hamilton é um predador, se sentir esse gostinho de sangue vai buscar o oitavo título que lhe foi roubado e a Mercedes estará de mão atadas.
As últimas declarações de Toto Wolff deixam claro o motivo da saída de Hamilton: ele queria um compromisso de longo prazo, a equipe queria deixar espaço para Kimi Antonelli.
Hamilton ficou chateado (sem ser pejorativo aqui) de verdade. Se sentiu desprestigiado. Da mesma forma que a Mercedes o apoiou por 16 anos, ele ofereceu 16 anos de serviços pra Mercedes e trouxe os maiores recordes da marca na F1. Eles esperava um último e longo contrato. Magoado, nada mal tentar correr na Ferrari, não? Bom dinheiro, mais uns aninhos de contrato.
Se Hamilton selar mais um título na Ferrari, pode colocar na conta do Toto Wolff. Esqueceremos jamais que ele não amarrou ou Heptacampeão no seu time!
Vejam Drive to Survive. Depois de uma das temporadas mais dominantes de toda a história, a Netflix resolveu que não tinha muito o que contar sobre as corridas em sim e o foco é completamente nas pessoas que fazem o campeonato. Tem gente que vai torcer o nariz, fazer biquinho, mas resumo da Temporada e “Compacto” das corridas você pode, gentilmente e no seu tempo, assistir no Youtube.
A história é bem contada, bem filmada e tem bastante cenas de bastidores (autorizadas pelas equipes, claro). Algumas cenas foram nitidamente – dado o constrangimento dos envolvidos – reconstruidas, mesmo assim nos ajuda a entender os fatos que muito depois vimos na imprensa. Sem spoilers (promessa!), mas reparem na linguagem corporal do Hamilton nos primeiros episódios.
Red Bull na frente. Ferrari e Mercedes ali se estapeando pra ter uma chance ao titulo, as duas com pilotos “Interinos” para os planos de longo prazo das marcas. E o resto? Na sequencia, Alonso, Mclaren e Aston Martin.
Sim, a piada é recorrente e pública, inclusive na F1TV. Existe o carro do Alonso e o carro da Aston Martin. Lance Stroll inicia sua 8a temporada, já correu 143 provas. Nas 7 temporadas passadas viu seus colegas de box vencerem 6 vezes (contra nenhuma) e subirem ao pódio 28 vezes (contra 3). Sai da categoria piada e vira um fato.
Alonso deve começar bem a temporada, com uma boa base. Talvez não da forma avassaladora de 2023, só que com mais consistência. A Mclaren começa o ano melhor do que começou 2023, para surpresa de ninguém do paddock porque o começo de 2023 foi uma catástrofe. O problema é que ela deve começar um pouco atrás em termos de posição final de classificação do que terminou 2023. Talvez daí venha uma pequena frustração e o lembrete citado no começo para mantermos o otimismo em dia: se o ano passado acabou bem depois daquele começo ridículo, começar como 4a/5a força tá de bom tamanho. Quem sabe Lando Norris consegue uma vitória antes do Piastri.
(Espaço reservado para Alpine, quem sabe em 2025.)
No nosso famoso pelotão da baderna, Visa Cash App RB, Stake Kick Sauber, Wiliiams, Alpine e Haas. Muita gente reunida, certo?
Sim muita gente reunida pelo mesmo motivo: Mudanças constantes e falta de rumo consistente. A VCARB (não dá pra falar toda vez Visa Cash App RB. Tente.) tem mais chances de sucesso por motivos óbvios: dinheiro e peças da Red Bull. Sofreu muitas mudanças, mas tem recursos pra se movimentar rápido e um piloto que quer mostrar seu largo sorriso no carro que tanto ama. Ricciardo voltou em 2023 depois de 1 ano e meio fora da F1, quebrou a mão e só pode disputar 7 provas na temporada. Chegou 3 vezes na frente do Tsunoda ao final das provas. Não foi digno de campeão mundial pra Ricciardo, muito menos pro piloto japonês na sua terceira temporada completa no time.
Adrian Newey já prometeu uma versão nova da sua mais nova filhota para a sétima etapa. Diz ele que essa nova versão será “visivelmente” diferente da versão que começa o campeonato.
Medo.
A Sauber tem 24 finais de semana de testes pela frente, depois mais 24 o ano que vem. Dinheiro e resultados mesmo só em 2026. Nada pra esperar deles, além de ações de marketing diferenciadas. Pelo menos isso, já que da Haas nem isso vamos esperar. Candidata a ser vendida pra Andretti, está fazendo hora extra na F1. Compra tudo que pode da Ferrari e manda fazer o chassis na Dallara, o modelo de negócios do seu Gene Haas não “viajou bem” quando migrou pro outro lado do Atlântico.
Um pouquinho de esperança repousa na Williams. Essa equipe entendeu que precisa de um plano de longo prazo e dinheiro. A meta é estar pronta para lutar na frente do grid em 2026. Até lá precisa se modernizar e construir as bases desse crescimento. James Vowles e Pat Fry são do “ramo” como se diz por aí e parece que tem, principalmente o primeiro, o apoio de uma liderança competente. O carro da Williams tem patrocínio! Essa certamente a maior surpresa dos últimos anos!
E temos a Alpine também correndo esse ano. De eterna promessa de time de fábrica, passando pelo seu terceiro chefe de equipe, incapaz de gerenciar um simples contrato de um novato (Oscar Piastri), entrando em mais um ano de….promessas. Forte candidata a andar junto com a Haas no final do pelotão, ainda não mostrou nadinha que justifique o investimento francês no time (Alô? Aqui é o Michael Andretti…). Sem maldade, mas maldosamente falando: ninguém compra nem os motores deles.
Se tudo der certo, para a Red Bull, esse campeonato está garantido! Por competência própria e falta de direção de todos os outros times. Mas “corridas são corridas” e o campeonato de 2024 começa nessa sábado ao meio dia!
Qual o seu palpite?
Abraços
Flaviz Guerra
3 Comments
As minhas 24 moedas tbm
Fernando Marques
Flavis,
pelo andar da carruagem Verstappen vai tetra de lavada … nem as trapalhadas do Horner vai impedir …
Fernando Marques
Niterói RJ
No longo de 24 provas, minhas moedas vão todas pro Max.