REVELAÇÕES DO CAMPEÃO

Massa na Toyota
11/09/2002
GP da Itália
15/09/2002

Edu,

Na última quarta-feira, nossos amigos do Grande Prêmio(www.grandepremio.com.br) transcreveram trechos muito interessantes de uma entrevista dada por Michael Schumacher à revista Auto Sprint que saiu nesta semana na Itália (e que, com sorte, vai chegar aos assinantes e bancas do Brasil na semana que vem ou na seguinte…).

Reproduzo algumas das frases destacadas pelo Grande Prêmio (o texto completo pode ser procurado em nosso site parceiro fazendo a pesquisa pela data: 11 de setembro). Algumas mostram como as declarações públicas podem ser diferentes do que realmente rola nos bastidores. Outras revelam a personalidade do pentacampeão.

“Schumacher confessou que pensou em desistir da Ferrari durante a temporada de 1996. Ele se reuniu com dirigentes da McLaren, seduzido pela proposta da Mercedes-Benz, a fábrica que, na prática, o colocou na Fórmula 1, pagando o ‘aluguel’ do cockpit da Jordan no GP da Bélgica de 1991. ‘Depois de uma série de problemas, chegamos quase ao ponto de ruptura. Passou pela minha cabeça desistir. Se não fosse Jean Todt, eu não teria ficado.’ Michael contou que em seu primeiro ano de Ferrari, era comum chegar a um circuito para fazer testes e não encontrar ninguém da equipe na pista. ‘Não havia regras, nem horários. Bati o pé e mostrei com clareza o que eu queria deles.’

“Por conta da decepção com o time em 1996, Schumacher aceitou conversar com a McLaren. ‘Tivemos uma reunião. Eu, Willi Weber (seu empresário), Norbert Haug (da Mercedes) e Ron Dennis. Mas houve muitas divergências de opiniões e ficou impossível um acerto.'”

“Schumacher ficou, pediu Ross Brawn e Rory Byrne, com quem trabalhara na Benetton, e no ano seguinte disputou o título ponto a ponto com Jacques Villeneuve até a última corrida da temporada, em Jerez. ‘Foi meu pior momento na Ferrari. Dos três títulos que perdi, certamente foi o pior, porque eu fui um idiota e isso para mim é difícil de aceitar.’ A idiotice foi jogar o carro sobre Villeneuve quando era ultrapassado. Schumacher teve o vice-campeonato cassado pela FIA e ficou com a fama de mau perdedor que, de certa forma, o acompanha até hoje.”

“Hoje, Schumacher é idolatrado na Itália, pelos torcedores, e especialmente pelos funcionários da Ferrari. Nos testes, é o primeiro a chegar e o último a ir embora. ‘Quando termina o trabalho em Fiorano, peço umas pizzas e fico com os mecânicos observando o que eles fazem no carro. Muitas vezes me enfio debaixo do carro para controlar um detalhe ou outro.'”

Por que reproduzi este texto? Porque muitas coisas revelaram uma impressionante semelhança com aspectos da personalidade de Nelson Piquet: o trabalho metódico, a paixão pela técnica, a sinceridade em admitir seus erros, o trato com os mecânicos, a capacidade de motivar toda uma equipe.

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Historinha que resgatei relendo minha coleção de Grid. No warm-up para o GP da Itália de 1995, o italiano Andrea Montermini teve uma pane geral no câmbio de seu Pacific. Na mesma hora, um sensor mandou a informação de que Montermini havia atingido a velocidade de 625 km/h.

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Outra boa foi um anúncio de página inteira do restaurante Fasano publicado em jornais paulistanos no começo do mês. O Fasano (referência de gastronomia em São Paulo) foi o primeiro colocado de sua categoria em uma votação promovida por uma revista especializada – derrotando, entre outros, o Gero, um restaurante mais novo pertencente à mesma família. Trecho do anúncio: “A equipe do Gero também merece os parabéns, pois foi finalista perdendo para a Casa-Mãe, o Fasano. Convenhamos, é compreensível. Papel de segundo piloto é esse mesmo”.

Não é preciso explicar a mais provável fonte de inspiração da frase final…

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Esta não tem nada a ver com automobilismo, mas merece ser citada. No último dia 10, aconteceu o último jogo de futebol disputado entre os muros da Casa de Detenção, famoso presídio paulistano que está sendo desativado. O time “da casa” (os presidiários) perdeu para os “convidados” (funcionários públicos). O resultado motivou o seguinte comentário do jornalista Agostinho Teixeira em sua reportagem para a Rádio Bandeirantes: “É a prova definitiva de que concentração não ganha jogo”.

Abraços,

LAP

GPTotal
GPTotal
A nossa versão automobílistica do famoso "Carta ao Leitor"

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