Silly Season

Tudo que era necessário e possível falar sobre Rubens Barrichello e sua aposentadoria já foi dito nas últimas colunas de Eduardo Correa e Márcio Madeira. As últimas notícias dão conta de que ele esteve testando na Fórmula Indy, e a possibilidade de ele ir para a categoria norte-americana é real.

Fecho com o leitor Fernando Marques, que diz a praia de Barrichello ser mesmo os monopostos, ainda que correr no DTM ou em Le Mans talvez fossem hipóteses melhores. Mas acredito que Rubinho deverá se mudar para os EUA e suas chances de sucesso na Indy são boas, desde que tenha um carro decente para isso.

Recomendo a (re)leitura da coluna ‘Dunga Barrichello’, que publiquei após o GP da Hungria de 2010, na famigerada fechada criminosa de Schumacher sobre Rubens. Ali procurei mostrar a ambiguidade e as contradições que fizeram com que este, sim, ótimo piloto não conseguisse nem transmitisse sucesso para os brasileiros – tal qual o jogador/técnico.

Não pude conter o riso ao ler a notícia sobre a corrida do “Trophée Andros” – tradicional corrida no gelo – e ver Villeneuve filho reclamando do professor Prost. O francês tetracampeão foi o vencedor – junto a Olivier Panis – do Troféu, superando o campeão de 1997.

Segundo Jacques, “foi armação” para Prost vencer. Alain já tinha vencido a prova em 2007 e 2008. Villeneuve não esqueceu de sua acidez e disse que deveriam mudar o nome da competição para “Troféu Alain Prost”.

Não que seja surpresa ver o nome de Prost envolvido em situações (até mesmo involuntariamente), ou que Villeneuve não tenha ele mesmo sofrido tais – basta lembrar dos GPs do Japão e Europa de 1997 – mas soa engraçado o piloto que ficou lá no fundo na “Corrida do Milhão” da Stock Car justificar sua não vitória dessa maneira.

httpv://www.youtube.com/watch?v=MqB5Wi2ZbBo

A condenação de Adrian Sutil é nada menos que a terceira em dois meses de (ex-)pilotos de Fórmula 1: no final do ano passado, JJ Lehto foi sentenciado a dois anos e 4 meses de reclusão por ter sido negligente num acidente de barco que vitimou um de seus passageiros, e no início de janeiro Verstappen foi preso por agressão à ex-namorada (trio que tem como inspirador o belga Bertrand Gachot).

O que mais chamou a atenção no caso de Sutil, no entanto, foram suas declarações contra Lewis Hamilton, que antes vinha sendo considerado peça chave no julgamento e que iria ajudar o amigo. Pois o inglês não foi ao julgamento, e Sutil soltou o verbo: “Lewis Hamilton é um covarde. Não quero ser amigo de alguém assim”

Alheio a tudo isso, o inglês esteve no lançamento do MP4-27, o carro da McLaren para 2012, e também causou polêmica com seus dizeres. Mas pendeu para o lado humorístico: Hamilton disse que “os retrovisores mudaram… Felipe [Massa] ficará muito feliz com isso“.

Uma forma interessante de relembrar os vários acidentes que ambos tiveram ano passado.

Já começaram algumas teorias da conspiração quanto a um suposto favorecimento à Ferrari na atual temporada pelo fato de os pneus serem da também italiana Pirelli.

Marco Tonchetti, representante da marca, afirmou que não há sentido em tais suposições, mas ponderou: “se você é italiano, quer ver a Ferrari vencer“.

Difícil é comprovar o suposto favorecimento quando, historicamente, um dos pilotos da Ferrari é talvez o que mais tenha problemas – e mais reclame de tais – com os pneus.

E seguimos aguardando pelo lançamento dos carros das outras equipes (pela ordem de apresentação, teremos Ferrari, Red Bull e Mercedes na sequência) e o início dos testes de inverno, para que enfim possamos ter alguma noção do que nos aguarda para o ano e podermos escrever textos mais relevantes.

Uma boa semana a todos!

Marcel Pilatti