SUPERCAMPEONATOS

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“O ESTRANHO RALF”
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Há uns três ou quatro eu acesso regularmente o site Forix (www.forix.com), uma verdadeira “Bíblia” para quem precisa consultar resultados e dados sobre GPs válidos pelo Campeonato Mundial. Mas só há poucos dias descobri um link para uma brincadeira muito interessante: o “Supercampeonato”.

Os criadores do “Supercampeonato” adotaram um esquema muito simples: cada temporada vale ao piloto pontos equivalentes aos de uma corrida. Imagino que tenha sido criado antes de 2002, fazendo com que o campeão de cada ano ganhasse 10 pontos, o segundo 6, o terceiro 4 e assim por diante até o 6º colocado. Foi feita também uma contagem com base no atual regulamento, que premia os oito primeiros colocados (10, 8, 6, 5, 4, 3, 2 e 1). Somando os pontos desde 1950, chega-se então aos supercampeões – sim, são dois, um para cada sistema de pontuação.

Como todo ranking deste tipo, ele é altamente sujeito a causar distorções. Mas este “Supercampeonato” tem um mérito: seus resultados são totalmente à prova de interferências subjetivas. O simples fato de a mudança de pontuação alterar colocações importantes mostra que ele não serve como parâmetro para tentar responder àquela surrada pergunta “quem é o maior piloto de todos os tempos”. Por isso, por favor considerem estes resultados uma mera curiosidade.

Pelo antigo sistema (10-6-4-3-2-1), Michael Schumacher é o “supercampeão” com 79 pontos, obtidos com 6 títulos, um vice-campeonato, dois terceiros lugares, um quarto e um quinto. Note que não está incluído o vice-campeonato de 1997, cassado pela FIA.

Alain Prost fica em 2º lugar com 74 pontos, auferidos com quatro títulos mundiais, quatro vices, dois quartos e dois quintos lugares. Aparecem a seguir Juan Manuel Fangio (62 pontos, cinco títulos e dois vices) e Ayrton Senna (55 pontos, três títulos, dois vices, um 3º lugar e três quartos lugares). Os tricampeões Jackie Stewart e Nelson Piquet aparecem a seguir com 48 pontos, mas o escocês fica à frente por ter dois vice-campeonatos contra um de Piquet. Outros brasileiros: Emerson Fittipaldi (14º, com 33 pontos), Rubens Barrichello (32º, com 17 pontos) e José Carlos Pace (empatado em 82º com outros 11 pilotos, 1 ponto marcado).

O primeiro piloto sem título da lista é, claro, Stirling Moss, com 36 pontos (quatro vice-campeonatos e três terceiros lugares). O segundo “sem título” é David Coulthard (27 pontos, um vice, quatro terceiros, um quarto e um quinto), sendo ele o melhor entre os pilotos em atividade (com exceção de Schumacher, é claro).
Quando o “Supercampeonato” recebe a regra atual (10-8-6-5-4-3-2-1), várias posições se invertem. Prost passa à frente de Schumacher por 1 ponto (90 a 89); Senna passa à frente de Fangio, também por 1 ponto (67 a 66); e Piquet desempata e passa à frente de Stewart (62 a 58). Isso acontece porque a nova pontuação tira o peso das vitórias. Apenas como exemplo, hoje basta chegar duas vezes em 4º lugar para marcar os mesmos 10 pontos de um vencedor. Na contagem antiga, o vencedor de um GP marcava os mesmos 10 pontos, mas três quartos lugares rendiam apenas 9 pontos.

Na contagem atual, Moss (9º, 50 pontos) e Coulthard (12º, 46 pontos) continuam sendo os mais bem colocados entre aqueles que nunca foram campeões mundiais. Emerson fica em 17º (39 pontos), Barrichello em 27º (30) e Pace em 88º (3 pontos), empatado com mais cinco pilotos.

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Ainda sobre sistemas de pontuação, saiu recentemente no grandepremio.com.br e no f1naweb.com.br: Max Mosley confessou que o atual sistema dá margens a grandes injustiça e citou o título de Schumacher em 2003. “Eu não acho que seria um resultado justo se tivéssemos um outro campeão mundial”, afirmou o dirigente. Parecia um lampejo de inteligência, mas em seguida Mosley declarou: “O atual sistema é injusto, mas vai continuar”. Ou seja: o dirigente máximo do automobilismo mundial prefere persistir no erro a corrigi-lo.

Depois reclamam quando eu digo que o atual regulamento é uma merda.

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Para quem gosta de carros esporte, seguem algumas fotos do Nissan que está sendo desenvolvido por Ricardo Divila para o JGTCC (Campeonato Japonês de GT). Os pilotos serão Erik Comas, Satoshi Motoyama, Michael Krumm e Richard Lyons. Boa sorte, Ricardo.

Luiz Alberto Pandini

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A nossa versão automobílistica do famoso "Carta ao Leitor"

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