Texas Ranger

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Charlatanismo
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Cada equipe chega com um cavaleiro solitário na briga por pontos nessa reta final de 2013!

O ano de 2013 acabou para o campeonato de pilotos da Formula 1, mas a vida no paddock nunca esteve tão agitada. São páginas e páginas de noticiário com as peripécias dos bastidores. Mesmo tirando o foco do que ainda há em jogo nas duas provas finais, essa movimentação veio para trazer supresas e manter a Formula 1 no noticiário.

A batalha das pistas fica restrita aos construtores, e essa parece depender cada vez mais de pilotos solitários. Grosjean na Lotus, Alonso na Ferrari e Rosberg na Mercedes. Nada melhor que essa disputa ser travada na terra dos famosos Texas Rangers! Os patrulheiros solitários do meio-oeste americano eternizados no mito Walker estrelado por Chuck Noris.

Pessoal teima em afirmar que não os EUA não tem tradição na Formula 1. Na história americana da Fórmula 1 foram 20 corridas no Glen, 1 em Sebring, 1 em Riverside, 1 em Dallas, 7 em Detroit, 2 em Las Vegas, 3 em Phoenix, 8 em Long Beach e 8 em Indianapolis . E vamos para a segunda aparição do Circuito das Américas!

Pra variar, o maior vencedor de um GP norte americano é o tal do Michael Schumacher: Ele venceu em Indianapolis em 2000, 2003, 2004, 2005 e 2006. Mas essa glória de “pentacampeão do GP dos EUA” ele divide com Ayrton Senna: o brasileiro venceu 3 vezes em Detroit (1986-87 e 88) e mais duas em Phoenix (1990 e 91).

O circuito encantou os corredores e o publico em 2012. Foi uma surpresa dentre as péssimas pistas de Tilke. Vai bem e espera-se uma boa prova para esse ano também. Não é segredo pra ninguém, o contrato vai até 2014 e já estão mexendo os pauzinhos para a renovação. Com variações de curvas inspiradas nos clássicos circuitos da F1 o traçado demanda muito dos pneus. São mudanças de direção em sequencia de curvas e pontos de alta velocidade. Os pneus da Pirelli serão os duros e os médios, os mais firmes da fabricante italiana. Mas, como esses compostos são mais macios que os compostos de 2012, espera-se uma estratégia tradicional de duas paradas e nada mais.

Apesar das altas velocidades a pista demanda alta pressão aerodinâmica dos carros. Aí vem o problema dos motores. É quente, é seco, os carros andam com muita asa e, pra melhorar, tem uma subida ingrime. Some todo esse cenário e você tem o maior consumo da temporada e, consequentemente, os carros mais pesados do ano no grid de largada.

Dor de cabeça na certa para os engenheiros!

Longe das pistas a temporada de boatos, confirmações e furos foi excelente nesse semestre!

A confirmação da notícia de Américo Teixeira Jr de Massa na Williams é o grande destaque. Pena que durante a confirmação oficial, 80% da área destinada as notícias focavam nas maravilhas anunciadas pelo jornalista amigo e só 20% restante no fato em si. Enfim, é uma mudança importante na carreira do piloto e uma aposta da Williams. Se Frank soube lidar com Mansell e Piquet dividindo o box, não terá problema com Massa, certo? Mas apesar de não apostar em nenhuma disputa de título por parte do brasileiro ele carrega uma grande experiência do funcionamento da Ferrari. Pode ser útil para a re-organização do time técnico inglês. Só esperamos um contrato de longo prazo, para Massa poder aproveitar algum crescimento do time no futuro. A primeira missão ele já tem: derrotar Bottas. E essa missão não é fácil!

No box da Lotus, depois de tantas ameaças, Kimi achou que era hora de operar as costas e repousar. A “matemática”é simples. Eric Boulier deveria receber um cheque dos investidores na terça-feira, pós Abu-dhabi. Esse cheque pagaria as dívidas com o finlandês e algumas outras pendências. Não veio o dinheiro e o cenário estava desenhando para Kimi fazer o que bem entendesse. Certamente Kimi não está se preparando para mostrar sua dedicação aos novos patrões, ele só foi pra Ferrari porque já sabia que a Lotus não tinha dinheiro para um bom staff técnico em 2014 e um bom carro.

Terminou por aí? Não! A Lotus foi lá e contratou Heikki Kovalainen para as duas últimas provas do ano. Davide Valsecchi, piloto reserva, nem pintou na fábrica para fazer o banco. A desculpa oficial: a briga pelo campeonato precisa da consistência de um piloto experiente, não é hora de testar um novo piloto.

Valsecchi pode convidar Feliz da Costa para um cerveja, não?

Agora acabou? Não. Sergio Perez deu uma entrevista desastrosa. Disse que a McLaren não tem humildade e falta gente boa. Estranho. Na mesma semana que Magnussen declinou um teste na GP2 sem dar explicações, deixando o time que iria recebê-lo na mão. Aí tem coisa. E tudo se confirmou na quarta: Perez soltou um comunicado se despedindo do time e na quinta a McLaren anunciou Kevin Magnussen para 2014. Mais um novato no grid! E Perez, amigo, ser dispensado do programa de jovens pilotos da Ferrari em 2012 e dispensado da McLaren em 2013, você pretende correr onde?

E com todas essas danças de cadeiras, ainda tem gente sobrando no mercado. Felipe Nasr tem dinheiro e procura vaga. Hulkenberg não tem um centavo no bolso, mas os times querem seu talento. Perez está no mercado novamente e Maldonado ainda não acertou entre Lotus, Force India e Sauber.

Ainda tem muita cadeira para ser definida até o GP do Brasil!

As equipes pararam o desenvolvimento dos carros de 2013. Mas isso não significa ausência de novidades. Todos os times trazem modificações especificas para a pista (tudo dentro do planejamento do começo de ano) e também partes dos carros de 2014. Mas isso eles só contam depois, para ninguém ficar de olho em cima.

Nessa fase o que mais interessa é a briga pelo dinheiro dos construtores. Chegamos em Austin com equipes sofrendo com seus pilotos para manter dois carros nos pontos. Tirando a Red Bull que corre sempre com sobras, as demais oscilam frequentemente no desempenho de suas duplas. A Ferrari, em dia de carro desequilibrado conta com milagres de Alonso e agora aposta que Felipe, sem pressão, faça mais pontos. A Mercedes sofre da apatia de desinteresse de Hamilton, que até disse essa semana que já se acostumou com a idéia de ser campeão só uma vez na vida. A Lotus que era a mais consistente, resolver ter problemas trabalhistas e agora é uma incógnita.

Os chefes de equipe estão com o cabelo em pé. Não há uma receita segura para apostar nas estratégias desse final de semana. Consistência foi perdida em muitos times.

Se o campeonato acabou para os pilotos, a estratégia será fundamental para as equipes prevalecerem na disputa de seu campeonato. Infelizmente, sem consistência de suas duplas, a aposta fundamental poderá ser maximizar o resultado de um solitário piloto.

Boa corrida!

Abraços,
Flaviz Guerra – @Flaviz

Dimensão:
5.513 km
Voltas: 56
Distancia:
308.405 km
Volta mais Rápida*:
Circuito das Américas
*Volta mais rápida em corrida
Flaviz Guerra
Flaviz Guerra
Apaixonado por automobilismo de todos os tipos, colabora com o GPTotal desde 2004 com sua visão sobre a temporada da F1.

3 Comments

  1. Fernando Marques disse:

    O Sergio Peres de certa forma decepcionou, ainda mais em comparação ao desempenho na Sauber ano passado … mas justiça seja feita … o Perez foi uma negação em 2013? … Sim … Mas a Mclaren não ficou atras foi também uma grande decepção …

    Fernando Marques
    Niterói RJ

  2. Rafael Carvalho disse:

    Fazer bonito em equipe média/pequena é fácil! A Mclaren contratou o mexicano pelo desempenho na Saber em 2012 em Monza com o segundo lugar. Não foi a toa que os ingleses só fizeram contrato de um ano! Agora se fosse pra trazer o Magnussem pro lugar dele, era melhor continuar com Perez!

  3. Mauro Santana disse:

    De todas as noticias, a que eu mais gostei foi esse loke do Perez ficar de fora.

    O cara é um babaca, e não mostrou nada de bom na Mclaren, tem mais é que tomar no c.!

    Excelente GP a todos!

    Abraço!

    Mauro Santana
    Curitiba-PR

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