Panda
Os treinos desta manhã de sexta-feira na Espanha foram dedicados, como sempre, aos acertos dos carros para a corrida – ou você acha que a Arrows progrediu tanto desde a última corrida a ponto de fazer o 2º e 6º lugares?
(Para saber os tempos de hoje, amanhã e acompanhar as últimas notícias direto da Espanha, clique www.grandepremio.com.br.)
Nos testes pré-temporada houve quem rodasse até três segundos mais rápido do que os tempos assinalados hoje. Em compensação, Schumacher foi quase um segundo mais rápido do que a melhor volta da corrida do ano passado. A pole, amanhã deve ficar em torno de 1m17s5 ou menos.
A Ferrari é favorita destacada à pole e à corrida. Mas pressinto que as coisas não serão tão fáceis para Schumi&Cia como a vitória em Imola leva a crer. As condições de competitividade da Williams e dos pneus Michelin podem ter melhorado muito em relação a Imola e, aí, o favoritismo da Ferrari volta a depender do talento do alemão. As Williams foram muito lentas nos treinos desta sexta-feira, com Ralf em 15º e Montoya em 17º, tão devagar que dá até para desconfiar.
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No ano passado, todo mundo parou duas vezes para reabastecer e trocar pneus e acho que não dá para pensar em outra estratégia. As paradas da Ferrari devem acontecer em torno das voltas 24 e 44 enquanto os Williams e McLaren (não que alguém se importe com o time do Ron) devem parar algumas voltas depois.
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Os acontecimentos se precipitam para Rubens Barrichello.
Sabemos agora que ele tem uma proposta concreta da Toyota para três temporadas a partir de 2003. Confirmou-se também minha impressão de que a Ferrari o convidaria a permanecer na equipe no ano que vem. O que Rubinho escolherá: a competitividade italiana ou a segurança nipônica?
Trata-se de uma falso dilema: um piloto como ele, que ainda tem ambições na vida (se justificadas ou não é outro papo) tem de optar pelo melhor carro. Tem de baixar a crista para Schumacher, é verdade, mas lhe garante assento no melhor carro da categoria. Com um Ferrari, ele pode ganhar; com um Toyota ele pode ganhar uns trocados a mais mas terá de carregar uma mudança inteira nas costas e vibrar ao conquistar um 6o lugar.
Rubinho sabe do que eu estou falando. Basta se lembrar dos anos Stewart. Foram 49 corridas, 31 abandonos e apenas onze pontuações. Na Ferrari, foram 38 corridas até Imola, apenas oito abandonos, 27 pontuações, a maioria delas terminando em pódium.
Sossega Rubinho. Tape o nariz e segura as pontas na Ferrari nem que seja mais um ano. Você terá tempo para ganhar dinheiro depois – se é que já não tem o suficiente hoje. Ou você vai querer terminar seus dias como o Eddie Irvine?
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Não chore por Eddie Jordan e a derrocada da sua equipe. Este cara é um bom fdp, isto sim.
Os cortes de pessoal e orçamento se devem mais à incapacidade de Jordan em entregar o que promete aos patrocinadores do que a qualquer outra coisa. E fique tranqüilo que ele segue sendo um dos homens mais ricos da Inglaterra (o ranking saiu recentemente mas não guardei os números)
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Se você ou nossos leitores querem chorar por alguém, que o façam por Jacques Villeneuve.
Pobre garoto. Esnobado na mesma semana pela Renault e pela Toyota, que lhe negaram um contrato para 2003 e ainda disseram que ele é um piloto decadente. É mesmo. O que sobra para o campeão mundial de 97, o único piloto na face da Terra a quem Schumacher temeria, segundo acreditam alguns?
Pois eu lhe digo: vencer uma 24 Horas de Le Mans e tornar-se o segundo piloto em toda a história a acumular as façanhas de vencer as 500 Milhas de Indianápolis, o Campeonato Mundial da Fórmula 1 e aquela que já foi conhecida como a mãe de todas as corridas.
Villeneuve disse que toparia o desafio de vencer Le Mans quando se aposentasse na Fórmula 1. Talvez seja já no próximo ano…
Quem foi o primeiro piloto a vencer os três desafios? O grande Graham Hill, pai do Damon, uma dos dez melhores pilotos de todos os tempos, nunca devidamente reconhecido pelos seus méritos de pilotagem e sim pelo seu cavalheirismo e elegância nas pistas.
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Aguardo seus comentários sobre a corrida domingo, lá pela hora do almoço
Grande abraço
Eduardo Correa
A SINA DE LEVEGH As 24 Horas de Le Mans (24 Heures du Mans) foram disputadas pela primeira vez em 1923. Entre 1940 e 1948 por causa da segunda guerra e seus reflexos, foi interrompida. Mas em 1949, ali aconteceu a primeira vitória da Ferrari, com equipe de fábrica. O saudoso Christian Heinz, o Bino, grande bota brasileiro, faleceu na edição de 1963, pilotando um Renault-Alpine de fábrica, e em 1978, Paulão, Guaraná e Marinho chegaram bem colocados num Porsche 935 alugado. Muito legal, Alexandre. Só tenho duas coisas a acrescentar: 1) Segundo li em algum lugar, os organizadores optaram por não interromper a corrida porque, se o fizessem, a massa de espectadores deixando o autódromo congestionaria as estradas e atrapalharia as ambulâncias que estavam removendo os feridos; 2) Foi por causa deste acidente que a Suíça proibiu a realização de corridas em seu território. A lei vale até hoje e há quem ache que sua revogação será um ponto de honra para o automobismo… Abraços e obrigado! (LAP) AS HISTÓRIAS DO ÁGUIA Oi, Pandini. Gostei muito do GPtotal e gostaria de colaborar contando duas historinhas de corridas das quais participei – uma nos anos 60 e outra nos anos 80, mas que tiveram um mesmo personagem central: Luiz Pereira Bueno. Luiz Evandro “Águia” – São Paulo-SP Para quem não o conhece, o “Águia” foi campeão brasileiro de rali e campeão paulista de turismo, além de ter competido nos Estados Unidos e no Canadá. Sua colaboração vem ao encontro do desejo de muitos leitores carentes de mais histórias sobre o que rolou nas corridas brasileiras. Obrigado, Águia. Escreva sempre. (LAP) |